27 Mar 2023
Especial 474 anos: Alberto Pitta elege os lugares mais inspiradores de Salvador
A retomada do Carnaval, certamente, já pode ser considerada um dos grandes marcos do ano de 2023. E não dá para falar sobre a folia momesca sem citar o artista plástico baiano Alberto Pitta, fundador do Cortejo Afro. Considerado o pioneiro das chamadas estampas afro-baianas, ele acumula mais de 40 anos dedicados à festa, traduzindo a história e a identidade dos blocos afros através das suas estampas.
Ao longo da sua trajetória, desenvolveu trabalhos para o Ilê Aiyê, Filhos de Gandhy, Badauê, Olodum, Muzenza, Ara Ketu e Timbalada, entre outros grupos e entidades, sendo responsável por trazer uma nova identidade estética ao Carnaval.
Dono de uma criatividade marcante, a paixão de Pitta pelo fazer artístico tem como primeira referência sua mãe, a educadora e bordadeira Anísia da Rocha Pitta e Silva, mais conhecida como Mãe Santinha, do terreiro Ilê Asé Oyá, que faleceu aos 90 anos em 2015, deixando também como legado o Instituto Oyá, em Pirajá.
Os trabalhos do criativo, que contribuem diretamente para a valorização do Carnaval, são baseados, especialmente, em referências das religiões de matriz africana. Para isso, se utiliza de símbolos, ferramentas, indumentárias e adereços dos orixás como fonte de inspiração.
Como forma de celebrar o aniversário de 474 anos de Salvador e homenagear o legado de Pitta para a cultura baiana, o Alô Alô Bahia convidou o artista para eleger os três locais mais inspiradores da capital baiana: “A Feira de São Joaquim, o Parque São Bartolomeu e o Pelourinho são os lugares que mais me chamam a atenção, interessam e me inspiram”, conta.
Feira de São Joaquim

Localizada no bairro do Comércio, a Feira de São Joaquim proporciona ao público um verdadeiro mergulho na história e na cultura da Bahia, com diversas experiências gastronômicas, sonoras e artísticas. “Considero a Feira de São Joaquim uma espécie de galeria de arte contemporânea a céu aberto, onde é possível encontrar de tudo. Sobretudo, me encanta muito o senso estético dos feirantes e a forma como eles organizam as suas mercadorias, seja na parte de hortifrutigranjeiro, mas, principalmente, na parte das ferramentas e nas lojas que vendem adereços para os orixás. Então, a feira como esse espaço que carrega toda essa potência e desperta o interesse de pessoas de diversas partes do mundo, é o lugar que mais me apraz”, diz Pitta.
Parque São Bartolomeu

Apesar de não estar nas rotas turísticas mais tradicionais, o Parque São Bartolomeu é um dos grandes remanescentes da Mata Atlântica em área urbana do Brasil e reúne quatro cachoeiras, manguezal e a barragem junto ao Rio do Cobre. No século 17, o local foi palco da invasão holandesa e depois se tornou abrigo para os quilombolas com a formação do Quilombo do Urubu, onde viveu Zeferina, protagonista da Batalha de Pirajá. “Gosto muito do Parque São Bartolomeu, tanto pelas questões históricas quanto pela memória afetiva, pois é um local que eu frequentava muito com minha mãe e minha família quando era criança. Ele fica no Subúrbio Ferroviário, mas na parte de cima tem a bacia do Rio do Cobre, o franjado de Mata Atlântica e, sobretudo, o bairro de Pirajá, que é um local histórico, onde tem o panteão do General Labatut e por onde passa o fogo simbólico do 2 de Julho, a data magna da Independência do Brasil na Bahia. Então, tudo isso faz com que o Parque São Bartolomeu tenha uma importância muito grande para Salvador”, conta Alberto.
Pelourinho

Considerado um dos principais cartões-postais de Salvador, o Pelourinho é a parte mais conhecida do Centro Histórico, que engloba ainda a região da Sé, Pilar e o bairro de Santo Antônio Além do Carmo. A sua importância para a formação da Bahia e do Brasil é imensurável. Marcado por uma forte presença da herança afro-brasileira, quem passa pelo Pelourinho não pode deixar de visitar locais como a Igreja Nossa Senhora Rosário dos Pretos, a Fundação Casa de Jorge Amado, Casa do Carnaval, Cidade da Música, Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, Elevador Lacerda, Mercado Modelo, entre outros. “Por questões óbvias considero o Pelourinho, o Centro Histórico como um todo, como um dos locais mais inspiradores da cidade. Com certeza é um lugar de interesse mundial. Lá se apresentam blocos como o Olodum, o Cortejo Afro, o Muzenza, o Ilê Aiyê, o Malê Debalê, que dão vida e são uma parte fundamental da nossa identidade como Bahia”, finaliza Alberto Pitta.
Especial 474 anos é uma iniciativa do
portal Alô Alô Bahia para celebrar o aniversário de Salvador no próximo dia 29 de março.
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Fotos: Divulgação / Amanda Oliveira / Reprodução / Márcio Filho/MTUR. Também estamos no Instagram (
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