Entrevistas



18 Aug 2022

Estreando musical, Carlinhos Brown fala sobre relação com o meio ambiente e expectativas para o Carnaval

O projeto infantil Paxuá e Paramim, criado pelo músico Carlinhos Brown em parceria com Andrea Mota, estreia musical no próximo dia 20 de agosto, às 15h, no Teatro Liberdade, em São Paulo. "Paxuá e Paramim e o Novo Planeta Azulzinho", que celebra os 10 anos do projeto, conta com canções de autoria de Brown e da cantora Milla Franco, direção artística de  Gringo Cardia, roteiro de Stella Miranda e direção de André Gress. Em curta temporada, a montagem fica em cartaz até o próximo dia 28 de agosto. Em conversa com o Alô Alô Bahia, o o cantor, compositor e multi-instrumentista falou sobre o que o público pode esperar do novo projeto, a importância da educação ambiental para a formação das crianças e expectativas para o Carnaval. 


Alô Alô Bahia – Qual balanço você faz sobre esses 10 anos do projeto Paxuá e Paramim?

Carlinhos Brown -
Como indivíduo, sempre dei importância para a questão do cuidado ambiental, faz parte do meu viver. Como cidadão, eu tento fazer a minha parte. Desde o nascimento do projeto, o propósito foi o de trazer felicidade e apresentar o conceito de educação ambiental para as crianças, para que elas cresçam aprendendo a cuidar do nosso planeta e da nossa terra. O que Paxuá e Paramim nos ensinam é que, se rios pedem passagem é porque os caminhos sempre foram deles. A natureza é sábia e o pensamento que precisamos ter é o de convivência. Hoje chegamos no musical, que é voltado para toda a família, também com esse propósito de educação.
 

AAB - Quais são os principais aprendizados que essa experiência de trabalhar com o público infantil te traz?

CB -
Trabalho desenvolvendo criações e possibilidades no campo da música, da cultura e da arte-educação com crianças há mais de quarenta anos.  A criança transborda sinceridade.  Na criança que encontro a brincadeira, o espontâneo. É extremamente gratificante.
 

AAB – Qual mensagem o musical “Paxuá e Paramim e o novo Planeta Azulzinho” busca transmitir ao público?

CB -
‘Paramim’ na história é um índio que vem de outro planeta porque o planeta Terra estava fazendo mal a ele. Todos nós somos filhos do mesmo feito. Se faz mal para o índio, fará mal para cada um de nós. O tema em evidência no musical é o da preservação ambiental. O Planeta Azulzinho vem com a ideia de recuperar o que estamos perdendo, ressignificar.
 

AAB – Quais são as suas expectativas com a estreia do musical no dia 20 de agosto, em São Paulo?

CB -
O musical foi criado com muito carinho por mim, em parceria com um grande time que tornou possível essa realização. Espero que essa mensagem de cuidado com o meio ambiente chegue ao maior número de pessoas e que esse tema passe a ser discutido em família durante o almoço, para que as novas gerações enxerguem a preservação ambiental como uma emergência, como prioridade. A história do espetáculo é feita para valorizar a vida, as pessoas e a natureza como um renascimento educativo. 
 

AAB – Quais são as expectativas para o Carnaval 2023?

CB -
Agora no final do mês eu estou indo para a Europa, a Londres, onde vou participar com o meu bloco ‘Brasil Gueto Square’ do Carnaval de Nothing Hill, no dia 29 de agosto. Logo, o Carnaval para mim já começou. Estamos buscando a transição do trio elétrico para o carro 100% elétrico. É a realização de um sonho coletivo, um sonho que nasceu com Dodô e Osmar.

 
 

16 Aug 2022

Com exposição em São Paulo e livro no forno, Alberto Pitta fala sobre arte e legado

​Aos 61 anos, Alberto Pitta exerce um papel fundamental na cultura brasileira. Artista plástico, carnavalesco à frente do Cortejo Afro, designer e serígrafo, há 4 décadas desenvolve trabalhos de pesquisa e criações que fazem dele um mestre e um executor vibrante e inquieto.

Um dos pioneiros da arte de estampas afrobaianas, o criativo se prepara para participar da SP Arte - que terá como tema Rotas Brasileiras e será realizada dos dias 24 a 28, na Arca, através da Carmo Johnson, galeria que o representa em São Paulo. Além disso, fará, em novembro, o lançamento do livro "Histórias contadas em tecido - O carnaval negro baiano", no MAM-BA, obra que conta, de maneira diferente, as histórias dos blocos através dos panos.

Nesta entrevista exclusiva ao portal Alô Alô Bahia, Alberto Pitta fala sobre o plano de lançar um disco do Cortejo Afro, da relação criativa com o DJ e produtor musical Ubunto, e da importância de ocupar espaços com sua arte. Confira:
 
Alô Alô Bahia: Ao longo de 40 anos você vem atuando como artista plástico, carnavalesco, designer e serígrafo. Quando e como você se percebeu pronto para atuar em cada uma dessas funções?

Alberto Pitta:
Quando surgiu o Ilê Aiyê, eu despertei para a importância de todo aquele movimento. Antes do Ilê era atraído pela estética dos blocos de índios: Apaches,  Commanches, Cacique do Garcia, Tupys, Guaranys, Xavantes  dentre outros.

 
AAB: Quem te inspirou e te ajudou a se entender em sua jornada?

AP:
Fui inspirado, principalmente por minha mãe Santinha de Oyá. Ela era bordadeira, educadora, fazia teatro e falava francês na mocidade.

 
AAB: Você ilustrou o livro “Gil – Todas as letras”, de Gilberto Gil. Como foi para você receber este convite?

AP:
Recebi o convite da Flora Gil e do letrista Carlos Rennó para ilustrar o livro “Todas as Letras Gilberto Gil 80 anos”. Pra mim, um presente dos deuses.
 

AAB: O DJ e produtor musical Ubunto disse que vocês chegaram a conversar sobre um possível disco do Cortejo Afro. Como está essa ideia?

AP:
Tenho planos de fazer um disco para o Cortejo Afro utilizando as novas batidas eletrônicas de Ubunto.


AAB: Aliás, foi Ubunto quem sonorizou sua exposição "Eternidade Soterrada", na Carmo Johnson Projects, em São Paulo.

AP:
Sim, convidei Ubunto, pois vejo nele um dos maiores talentos dessa nova geração.

 
AAB: Você é um dos pioneiros na criação de estampas afrobaianas. Como você percebe esse reconhecimento artístico e como você pretende deixar este legado?

AP:
O legado está concluído. Eu e J. Cunha somos autores dessa chamada estética baiana.
 

AAB: Você assina o livro "Histórias contadas em tecido - O carnaval negro baiano", que chegará ao público pelo Instituto Oyá Produções. Fale sobre a importância desse registro.

AP:
O livro “Histórias Contadas em Tecidos” será lançado em novembro, no MAM-BA, e conta, de maneira diferente, as histórias dos blocos através dos panos.

 
AAB: Hoje, você está com duas exposições em cartaz: “Histórias em Tecidos – Ancestralidade e Pertencimento”, na Casa do Benin, em Salvador, e "Eternidade Soterrada", na Carmo Johnson Projects, em São Paulo, para além da presença na coletiva Encruzilhada no MAM-BA, que encerrou ontem. Fale sobre a importância de ocupar estes espaços.

AP:
“Eternidade Soterrada” é minha primeira grande exposição em São Paulo, com curadoria de Renato Menezes, que hoje integra a equipe de curadoria da Pinacoteca de São Paulo. Estarei também participando da SP Arte pela Carmo Johnson, que hoje está representando o meu trabalho em São Paulo, ao mesmo tempo em que acontece a exposição na Casa do Benin, em Salvador. Para mim é muito importante ocupar esse espaço que sempre foi meu e da minha arte.
 
 
AAB: Você criou o Cortejo Afro há 23 anos e hoje, mais que um bloco de carnaval, ele é um misto de encontros criativos, vivências e espetáculo cênico. Você ansiava por isso no início, ou foi uma coisa que se moldou com os anos?

AP:
Quando deixei o Olodum foi justamente para fazer um bloco em que as artes plásticas, os figurinos, tivessem vez, portanto o Cortejo Afro é exatamente isso.
 

AAB: Quais seus planos? O que podemos esperar de Alberto Pitta para os próximos meses?

AP:
Meu plano é viver e fazer um Cortejo Afro diferente do que foi até aqui.  Espero.
 

AAB: O Cortejo Afro voltará a desfilar no próximo Carnaval? Você pode nos adiantar algo?

AP:
Para o próximo Carnaval, segredo!


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11 Jul 2022

Ginecologista baiana fala sobre problema de Anitta e desconhecimento do corpo feminino

Além de levar a música brasileira para todo o mundo, Anitta se tornou um símbolo de mulher forte e independente que não vê problema algum em falar sobre certos tabus sociais que envolvem os corpos e a sexualidade feminina.

 

Recentemente ela divulgou em suas redes sociais um problema de saúde, endometriose, que levou anos para ser diagnosticado da forma correta pelo simples fato de que a saúde da mulher e os incômodas que elas possam sentir durante as relações sexuais não são levados à sério, inclusive por muitos profissionais de saúde.

 

Em entrevista exclusiva à repórter Paloma Guedes, a ginecologista baiana Ludmila Andrade, falou sobre a gravidade de não se falar abertamente sobre o corpo feminino.
 

Recentemente a cantora Anitta falou abertamente sobre sérios problemas com diagnósticos errados que ela sofreu até que sua endometriose, que precisará de cirurgia, fosse finalmente diagnosticada. Você acredita que ainda hoje, com a evolução da medicina e até mesmo do feminismo, a saúde íntima feminina é subjugada? As dores das mulheres são vistas como “normais”?

 

Me espanta absurdamente perceber que apesar do acesso aos serviços de saúde ainda há um subdiagnóstico de endometriose nessas pacientes. Eu já percebi mulheres que na consulta não sabiam que a dor que elas sentiam durante o período menstrual era algo patológico e que precisava ser tratado, que o incômodo que elas tinham na relação sexual era algo patológico e que precisava ser tratado. As próprias mulheres por falta de orientação e por conta dessa sociedade que leva uma sobrecarga tão absurda às mulheres faz com que elas simplesmente ignorem o próprio corpo. Um segundo ponto que é extremamente importante também é que os profissionais de saúde não estão adequadamente preparados para orientar e escutar essas mulheres. Na área de saúde a escuta é algo muito importante, então quando um paciente chega no consultório com uma demanda, a gente precisa acolher aquela demanda, escutar e valorizar o que está sendo dito. 
 

 

Porque as mulheres têm tanta vergonha de seus corpos?

 

Eu acho que a resposta para essa pergunta é bem complexa e multifatorial, mas que na verdade termina em um único ponto: a cobrança absurda sobre os corpos femininos para agradar a um padrão de beleza estabelecido e determinado pela mente masculina. Esse nível absurdo de exigência sobre os corpos foi fazendo com que as mulheres tivessem vergonha dos seus corpos por comparação. E a gente se compara o tempo inteiro. E se a gente não encontra uma representatividade de belo no nosso formato de ser a gente sempre vai achar que nosso formato é ruim e vai achar que o outro é melhor.

 

Como saber o que é normal ou não em termos de saúde e higiene íntima das mulheres? Supondo que, infelizmente no Brasil, muitas meninas não encontram em casa esse tipo de educação que não é apenas sexual, porque suas mães também não tiveram acesso a isso. Onde achar essa informação?

 

Educação sexual não quer dizer ensinar a pessoa a fazer sexo. Educação sexual significa orientar as pessoas a tudo o que diz respeito à sua saúde sexual. As pessoas têm o hábito de achar que a genitália é uma coisa suja, que é algo que não pode ser tocado por si próprio, ser manipulado, e isso gera uma ignorância muito grande sobre o próprio corpo. As mulheres anulam a existência do órgão genital como se aquilo ali fosse proibido e isso gera muito desconhecimento. Saúde e educação sexual, se fosse oferecido de qualidade nas escolas desde a educação infantil, particularizando, obviamente como qualquer conteúdo escolar para a idade de cada um, tenho certeza que teríamos uma redução muito grande dos problemas sexuais e dos problemas de saúde já que as pessoas teriam um acesso fácil a essas informações.

 

Você consegue perceber mudanças na forma dos parceiros tratarem as mulheres que vão até seu consultório, com um respeito ou pelo menos uma tentativa maior de entendimento sobre a explosão hormonal e física pela qual passamos todos os meses?

 

Com a internet, o acesso à informação permitiu que ocorresse uma mudança na forma das pessoas se enxergarem, pro bem e pro mal. E os jovens, os meninos por volta dos 20, 30 anos de idade tiveram um acesso maior à informações que permitam a eles compreenderem melhor as alterações hormonais e comportamentais das mulheres. Já na população com um pouco mais de idade isso é mais difícil: com 50 anos, 45, os homens não têm uma visão tão aberta quanto os jovens adultos de hoje.

 

Quais são as disfunções sexuais mais comum que as mulheres tomam para si e que não necessariamente dependem apenas delas e sim da relação com o parceiro?

Essa é uma questão difícil de responder porque depende de uma conjuntura de fatores que dependem do ambiente do individual e da parceria. Normalmente as disfunções sexuais estão atreladas à falta de conhecimento do próprio corpo e uma associação de fatores como cansaço, tripla jornada de trabalho, desgaste, falta de diálogo… por exemplo, relações muito longas às vezes colocam o sexo apenas como uma situação mecânica de obrigação e isso faz com que o desejo sexual seja minado.

Confira a entrevista que Anitta deu ao "Fantástico", no último domingo (10/07): 
 

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28 Jun 2022

Prestes a se dividir entre Bahia e São Paulo, maestro Carlos Prazeres fala sobre projetos e da relação com Salvador

Após mais de 10 anos morando em Salvador, onde assumiu, em 2011, o cargo de Diretor Artístico Regente Titular da Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), o maestro Carlos Prazeres passará a se dividir entre a Bahia e São Paulo, ainda em 2022. Ele assumirá também a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, depois de transformar, em termos de técnica e repertório, o trabalho da OSBA, aproximando a música de concerto do público popular.
 
Carismático, Carlos segue lotando os espaços por onde passa com a orquestra, e não são só com os projetos como CineConcerto (com trilhas de filmes), Baile Concerto (clássicos da Axé Music) e São João Sinfônico (forró). Os clássicos Bach, Mahler, Stravinsky, Villa-Lobos e Beethoven também emocionam o público que, em sua grande maioria, achava que a música instrumental e clássica executadas neste formato era “coisa de elite”.
 
Durante as apresentações, o maestro interage com o público, explica didaticamente o que está por vir ou o que acabou de ser mostrado, conta histórias, usa fantasias em apresentações específicas, conta piadas colocando para fora seu lado comediante e sabe muito bem como se promover nas redes sociais, estimulando o “público crush” a criar uma relação de carinho com a pessoa física além do profissional.
 
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Em entrevista exclusiva à repórter Paloma Guedes, ele fala ao Alô Alô Bahia sobre a decisão de se dividir entre os dois estados e, claro, sobre o seu amor pela Bahia e pelos baianos.
 
Após mais de 10 anos de casamento com a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), esse ano você decidiu assumir também a posição de Diretor Artístico e Maestro na Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas. Ficou entediado com uma orquestra só? Quais foram suas motivações para aceitar o trabalho?
 
Muito pelo contrário. Na verdade, foi justamente o fogo desse casamento e o acolhimento da sociedade baiana pelo nosso trabalho que me incentivaram a aceitar o convite de Campinas. A Bahia me deu régua e compasso para buscar estabelecer lindas conexões com o público campineiro e estender esse amor sinfônico ao Sudeste.
 
Como é possível conciliar e se dedicar, com a dedicação que o bom trabalho pede, às duas orquestras?
 
Essa é uma praxe muito comum na minha profissão. Veja o caso do canadense Yannick Nézet-Séguin, diretor do Metropolitan Ópera de Nova Iorque, da Orquestra da Philadelphia (ambas entre as Top 5 nos Estados Unidos) e da Orquestra Metropolitan no Canadá, só para citar um entre tantos exemplos. Um maestro não deveria reger mais do que 50% da temporada de sua orquestra oficial, uma vez que o mesmo é um intérprete e a orquestra também precisa trabalhar com outras interpretações, o que a torna mais rica artisticamente. Além disso, muito além de reger, o cargo de diretor artístico pressupõe que o maestro dirija artisticamente a instituição, apontando seus caminhos, buscando conexões com seu público e desenhando sua temporada. Me conectar com Campinas também será parte do meu ofício a partir de agora.
 
Você pretende usar experiências vividas com a OSBA em Campinas ou são duas orquestras totalmente diferentes, com propostas diferentes?
 
Eu pretendo utilizar a experiência que vivo aqui na Bahia e sei que dá certo, mas respeitando as idiossincrasias entre duas cidades tão distintas. Por exemplo, o OSBA TAGS, nosso programa de inserção de vídeo antes das peças mais solenes da temporada oficial, é algo que criei e quero muito utilizar por lá com outro nome, pois sei que dá certo. Já o CineConcerto, com todos fantasiados, não tem a cara da sinfônica de Campinas. Em compensação, já busquei me informar da enorme importância da cena de hip hop de lá. Já pensou uma junção pontual de uma orquestra com esse gênero? Com o skate, com a arte de rua, tão características do estado de São Paulo? Eu fico aqui viajando e já querendo colocar em prática todas essas ideias por lá.
 
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O maestro deixa sua marca no estilo das orquestras por onde passa?
 
Sim, essa é uma função primordial de um bom diretor. Se ele não deixa sua marca, no meu entender, ele não conseguiu êxito na sua função.
 
Eu sei que você é sempre cheio de projetos, como por exemplo a live “Música na Sala”, vídeos para inicialização musical de crianças nas escolas, entre outros. Existem outros projetos guardados na manga que você possa contar?
 
Eu penso no Sarau Solidário. É um programa meu, independente das orquestras. Penso que podemos levar arte para as praças da cidade em troca de comida e roupas para as pessoas em situação de rua. Nesse sarau vamos levar música, poesia, dança, teatro, literatura, circo e tudo aquilo que nos eleva artisticamente. Através da arte, estimular a consciência social de cada um, buscando que as pessoas enxerguem uma população invisível ao invés de fugirem da mesma.
 
Você vem de uma família portuguesa de músicos e fez parte dos seus estudos na Alemanha. A música de concerto permite uma mistura de influências sonoras de lugares e culturas diferentes? Você acha que toda essa vivência, inclusive da sua cidade Natal, Rio de Janeiro, e de Salvador colaboram para que seu estilo de reger seja único?
 
Eu acredito que sim. Nasci no Rio e vivi décadas por lá, mas já morei em Berlim, hoje vivo em Salvador e agora vou morar também em Campinas. Todas as experiências que vivi nestes lugares, além das minhas viagens, contribuem muito para o meu estilo de reger e, principalmente, o meu estilo de conduzir artisticamente uma orquestra.
 
Sobre a Bahia… você já virou soteropolitano. O que você mais gosta e menos suporta no dia a dia de viver em Salvador?
 
Eu amo o soteropolitano com seu jeito doce, acolhedor, carinhoso. Amo sua forma de sentir, sua espontaneidade única. Acho lindo sentir isso nos concertos, é uma energia diferente do mundo todo! De negativo, acho Salvador quente demais pro meu gosto. Eu curto um friozinho…
 
Me conte um pouco da sua relação, não apenas profissional, com a Bahia e as pessoas do estado.
 
A Bahia mudou muito meu jeito de enxergar o mundo. Cheguei aqui um "playboy carioca” e minhas experiências, meus relacionamentos, meus amores e minhas amizades me tornaram uma pessoa melhor. Hoje tenho mais consciência social, tenho plena noção dos meus privilégios e agradeço todos os dias por isso.
 
Você é uma figura pública e usa suas redes sociais não somente para falar de trabalho. Já chegou a ter algum tipo de incômodo ou mesmo arrependimento por mostrar sua rotina pessoal de viagens, exercícios físicos, saídas com amigos e fortes opiniões sobre política e questões sociais?
 
Já passei por situações constrangedoras por isso, mas este sou eu, não me arrependo, não. Sempre fui um livro aberto. Sou muito feliz e gosto de compartilhar essa felicidade com as pessoas. Se a gente planta amor, acaba colhendo amor.
 
O título de “Maestro Crush” te envaidece?
 
E tem como não me envaidecer? Eu amo esse “público crush" e nossa "orquestra crush”.
 
Fotos: Gabrielle Guido. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias

23 May 2022

Céu e Junior Rocha, da Meninos Rei, revelam detalhes do desfile do SPFW; confira a entrevista

Em 2 de junho, a marca de moda baiana Meninos Rei vai participar pela terceira vez do São Paulo Fashion Week, principal semana de moda da América Latina. Será a oportunidade dos irmãos e estilistas Céu Rocha, de 40 anos, e Junior Rocha, 42, mostrarem um desfile completo, com cerca 30 looks, para uma plateia composta por formadores de opinião, compradores e imprensa especializada. E com um detalhe: cheia de famosos desfilando uma estampa exclusiva, entre eles a cantora Mariene de Castro.
 
Próximo de completar 8 anos, a Meninos Rei ganhou o público nacional com seu vibrante patchwork de estampas africana usado para construir sofisticados looks únicos, exclusivos, elaborados em alfaiataria precisa. A marca vestiu nada menos que dez convidados do Baile da Vogue, realizado no mês passado, incluindo a atriz Deborah Secco. A produção – aclamada pela mídia - consumiu muitas horas e quase 60 metros de tecido.   
 
A seguir, os irmãos antecipam algumas novidades sobre o desfile do SPFW e compartilham algumas curiosidades sobre a marca na entrevista exclusiva para o portal Alô Alô Bahia.
 
Como a moda entrou na vida de vocês?
De forma muito natural. Nosso pai é formado em desenho técnico, temos uma tia-avó que sempre trabalhou com arte, minha avó, mãe de minha mãe, foi costureira. Então a moda sempre esteve muito presente em nossas vidas. Eu lembro que saiamos com nossa mãe época de São João para comprar os tecidos e fazer as roupas. A gente pegava as camisas, colocava aqueles remendos pra deixar com uma cara mais moderna, mais diferente, sempre muito voltado pra isso. Fomos crescendo e a pessoas comentando que as roupas eram diferentes, daí tivemos a ideia da marca. Eu e Céu trabalhamos em loja de shopping. Na que eu trabalhava, saia com a dona pra comprar as coleções, comecei a fazer vitrine. Foi a mesma coisa com Céu. Nossa escola foi shopping mesmo. Aí construímos a marca e as pessoas começaram a gostar, um foi falando pra o outro fomos conquistando nosso espaço no mercado sempre com o nosso DNA.
 
Como se dá a criação de uma coleção?
O nosso processo criativo começa de uma forma muito natural, assim como a gente costuma conduzir a história da marca. Os temas acontecem de atos muito simples, as vezes de uma conversa que nos temos, de uma leitura, de uma viagem, as vezes de simplesmente você ir à rua e ver uma cena do cotidiano, tudo isso inspira. Pegamos essa essência, esse fio condutor, e começa. A pesquisa vai acontecendo até chegarmos ao tema, ao que a gente quer realmente comunicar, o que realmente a gente quer falar. A nossa moda é inclusiva, a gente esta sempre ligado as causas importantes da sociedade, a gente tem essa responsabilidade também de firmar nosso nome, nosso compromisso, nossos ideais de vida e traduzir isso para a marca.
 
Qual o papel de cada um na marca?
Céu Rocha é o estilista da marca, é ele quem desenha. Eu, Junior Rocha, sou o diretor criativo. Mas a gente palpita um no trabalho do outro. Tem meu outro irmão, Eduardo, que cuida da parte digital da marca e fez nosso e-commerce. Temos ainda uma irmã, Luciana, que não trabalha nessa área.
 
Quem foi o primeiro famoso a vestir a Meninos Rei? 
Eu trabalhei com Margareth Menezes por 21 anos. Entrei como stylist e depois fiquei como produtor, viajando. Começamos a Meninos Rei só com camisas e ela usou uma das peças. Era com estampa de cachorro, lembro até hoje. Depois veio Mariene de Castro. Na época eu fazia o stylist dela e ia trabalhar com minhas produções. Começaram a elogiar e eu acabei fazendo um look para ela. Depois fiz pra banda toda. Com essa facilidade andando com artista, eu ia pros shows e as pessoas sempre comentavam. Gilberto Gil teve acesso ao nosso trabalho e começou a usar. Outro padrinho nosso é Carlinhos Brown. Ele foi um fio condutor muito importante pro nosso trabalho.
 
Por que?
Quando teve aquele show dos Tribalistas aqui na Concha Acústica, Brown me ligou e falou: “Junior, pega as roupas todas e trás aqui. Eu fui com Céu, montamos tudo no camarim. Assim que terminou a passagem de som, ele chamou Marisa Monte e Arnaldo Antunes e falou: “aqui, Meninos Rei, que vai vestir a banda”. A maioria dos programas da Rede Globo que a Timbalada ia participar, eu fazia o figurino. Lulu Santos conheceu o trabalho porque ele apresentou. A gente deve muito isso a ele. Fizemos alguns desfiles no Candeal in Tall, que é um projeto dele, fizemos na rua do Candeal também. MV Bill conheceu meu trabalho por conta de Carlinhos Brown...
 
Que outros artistas já vestiram Meninos Rei?
Paula Lima, Larissa Luz, os cantores do É o Tchan, que eu faço o stylist, começaram a usar muito e a marca foi crescendo. Cynthia Sangalo nos convidou pra fazer um figurino para o Música Boa a pedido da própria Ivete. No Baile da Vogue, que teve como tema Brasilidade Fantástica, vestimos Deborah Secco, um dos trabalhos históricos pra marca. O ator Ícaro Silva, Jess, que saiu recentemente do Big Brother, também usaram looks nossos. O artista sempre busca algo ousado, diferente. Carlinhos Brown deixa as decisões de figurino com a gente. Entregamos no dia e ele adora. Isso é uma responsabilidade a mais e a gente fica muito feliz.
 
 
Como se deu a entrada de vocês no São Paulo Fashion Week?
Carlos Cruz, modelo e amigo com quem temos uma relação de anos, falou pra gente que tinha uma notícia muito boa, que tinha feito contatos e sugerido o nosso nome pra Rafael Silvério, que é um dos idealizadores do Projeto Sankofa, que seleciona marcas de afro-empreendedores para desfilar no SPFW. Ficamos super felizes porque entendemos que quando o nosso trabalho chegasse nesse lugar, despertaria um novo olhar para as pessoas que produzem moda na Bahia e no Nordeste. A marca baiana como a nossa que é fiel com a as nossas crenças, a nossa fé, a nossa religião que é o Candomblé, que levou Exu pras passarelas do São Paulo Fashion Week, e que esse ano mais uma vez se reiterou através dos movimentos, dos desfiles das Escolas de Samba. Então a gente sabe que o nosso dever é ser fiel a tudo que a gente acredita.
  
Vocês já participaram de quantas temporadas?
Teve a primeira, que foi em junho do ano passado, digital, quando lançamos o fashion filme Loju Exu, que significa Aos Olhos de Exu. E foi assim uma das cenas mais fortes da marca. Foi um filme de quase três minutos. Uma história tão linda, muito verdadeira, a gente levar e falar de Exu, da nossa religião, do que a gente acredita, do que a gente tem fé. Na segunda temporada, que foi o desfile físico em novembro, quando lançamos uma Coleção Salve o Povo de Rua, nos homenageamos todas essas entidades que são marginalizadas, falamos de exu, falamos de Tranca Rua, falamos das Pombas giras, e foi um desfile assim, muito marcante pra gente. A terceira temporada acontece em 2 de junho.
 
Como será o desfile desse ano?
Vão ser mais ou menos de 25 a 30 looks na passarela e teremos muitos famosos. Vou dar um spoiler aqui: Mariene de Castro vai estar com a gente, isso é exclusivo, aqui só pra você, o resto eu não vou falar. Nosso protagonismo é o povo preto, é falar da nossa raça, do que a gente acredita. Então somos reis e rainhas e precisamos festejar, comemorar, homenagear sempre essas pessoas. Preparem-se para esse desfile porque a gente está vindo com uma história muito forte. 
 
Eu soube que vai ter estampa exclusiva na passarela.
Vamos sim ter nossa própria estampa, que é a Ori, criada pelo Estúdio H, de Salvador, que tem um trabalho incrível. O designer sentou com a gente, conversou, falamos de toda a história da marca e aí desenvolveu junto comigo e com Céu uma estampa que ficou incrível. Então, nessa São Paulo Fashion Week, vai ter a estampa da Meninos Rei.
 
Vocês sempre trabalham com modelos baianos e afro-empreendedores no SPFW. Será novamente assim?
Praticamente 80% do nosso casting é daqui de Salvador. A gente precisa divulgar, a gente precisa falar dos nossos. Convidamos Vinicius Assie, que é um afro-empreendedor com um trabalho incrível. Pra esse SPFW tem um designer de Aracaju, que tem a marca Tsuru, Lucas Lemos. Ele desenvolveu todas as sandálias do desfile. Na parte dos acessórios tem Luana Rodrigues, que assinou todos os acessórios, os brincos, os anéis, e tem Kelba Varjão que está com os colares. Os balangandãs serão da Casa de Ilê de Odé, que fica na Feira de São Joaquim.
 
Qual o principal desafio para o jovem empreendedor preto no Brasil?
São inúmeros. Viola Davis recentemente deu um depoimento muito importante: “nossos sonhos precisam se tornar físicos”. Infelizmente temos poucas referências. Acho que está na hora das grandes empresas, daqueles que regem o poder público das suas cidades começarem a dar uma atenção especial para quem desenvolve moda e entenderem que ela muda a vida das pessoas, através dela você se manifesta, faz seus atos políticos, fala do acredita e as pessoas precisam entender que isso é algo que precisa ter mais atenção. Temos muitas vontades de desdobrar nosso trabalho em workshops e palestras para o público de projetos sociais, com crianças e jovens na periferia, onde trabalharemos a autoestima desses jovens negros que não se veem representados em lugar algum.
 
Como o público chega aos produtos da Meninos Rei?
Nós temos um site, www.meninosrei.com e um ateliê, que fica em Itapuã. É só ligar, agendar uma visita e conhecer nosso trabalho pessoalmente. Hoje fazemos muita coisa pelo Instagram @meminosrei, que é uma plataforma que coloca o seu trabalho em muitos lugares, mas a gente sabe da importância de ter uma loja.
 
Vocês estão envolvidos em algum projeto social?
 Sempre tivemos como foco instaurar o social em nossa empresa. A gente entende que é micro em nossa estrutura, mas somos grandes nas técnicas, na criatividade, no que a gente está oferecendo para as pessoas, então, dentro dessa limitação, trabalhamos com três ou quatro costureiras. Todo resíduo têxtil, todo tecido que seria jogado no meio ambiente, destinamos para três famílias aqui do bairro. Eles são ressignificados, transformados em acessórios, em bijuterias, pano de prato, descanso pra porta e panela, uma oportunidade de complementarem a renda no final do mês. Crescemos vendo nossos pais fazerem o bem para os outros e temos isso como compromisso de vida.

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23 May 2022

Pré-candidato ao Senado, Cacá Leão fala sobre os desafios da Bahia, planos caso seja eleito e projetos futuros

O deputado federal Cacá Leão (PP) assumiu recentemente o lugar do pai, o vice-governador João Leão (PP), na chapa de ACM Neto como pré-candidato ao Senado. Aos 42 anos de idade, é um dos mais influentes parlamentares do Congresso e já foi também deputado estadual. Nesta entrevista, ele fala sobre a disputa pelo Senado e diz estar "muito entusiasmado de agora poder fazer política pela Bahia ao lado de ACM Neto". Ainda revelou o sonho de, quem sabe um dia, ser governador e presidente da República.
 
O senhor assumiu o lugar de seu pai, o vice-governador João Leão, como pré-candidato ao Senado. Como tem sido esse início de caminhada?

Cacá Leão:
A receptividade tem sido muito boa nas nossas andanças pela Bahia. Tenho recebido diversos apoios, tenho sido abraçado pelos amigos do nosso partido e de outros partidos também. Estou muito animado.
 
Pelo que vemos nas redes sociais, o senhor já passou no teste do piseiro, né?

Cacá Leão: A campanha tem sido bastante movimentada. Acho que virou uma marca registrada da nossa caminhada esse ‘piseiro’. A alegria, a música, a felicidade, enfim. João Leão saiu do páreo por conta de um piseiro que ele não conseguiu dançar tudo, né? Então, a gente chega com essa missão, também, de dançar o piseiro.
 
O senhor acredita que, por também ser jovem, assim como ACM Neto, a mensagem de renovação fica ainda mais forte?

Cacá Leão: Estou nessa missão substituindo João Leão pelo destino. Não estava nos meus planos agora ser pré-candidato ao Senado, mas acabou acontecendo e, como falei, estou muito animado na caminhada. Com certeza, acho que nossa faixa etária acaba facilitando para levar essa mensagem, levar para a população essa condição de juventude, de expectativa, de muita vontade ainda de realizar. Tanto Neto como eu. Ele não quer ser só governador da Bahia, eu também não quero parar no Senado Federal; Então, com certeza, acho que agrega, e muito, na caminhada.
 
O senhor, mesmo ainda muito jovem, conquistou protagonismo no Congresso, sendo eleito destaque parlamentar, além de já ter relatado o Orçamento da União. Acredita que este histórico facilitou sua escolha como pré-candidato ao Senado?
 
Cacá Leão: Desde que cheguei a Brasília, procurei me dedicar ao máximo. Na verdade, tudo o que eu pego para fazer na minha vida procuro fazer da melhor forma possível. Não foi diferente na minha atuação parlamentar. Fui deputado estadual por quatro anos, onde construí muitos amigos, onde construí um relacionamento muito bom dentro da Alba. Depois, fui deputado federal, agora fui reeleito. Sou ainda o único parlamentar de primeiro mandato que chegou à relatoria do orçamento, que é a relatoria mais importante do Congresso Nacional. Depois fui líder da minha bancada. Durante esses anos todos participei da lista dos parlamentares mais influentes do Brasil e no último ano fui escolhido o parlamentar mais bem avaliado de todo o estado da Bahia. Então, tudo o que eu procuro fazer, faço bem feito. E assim tem sido a minha atuação desde que cheguei à Câmara dos Deputados. Essa mesma caminhada quero levar para o Senado Federal caso consiga ser eleito senador da República.
 
O seu partido, o PP, acabou deixando a base do governo e se juntando ao grupo de ACM Neto recentemente. O que o senhor acha que o PP agregou a Neto?
 
Cacá Leão: Nosso partido é um partido com uma capilaridade política muito grande na Bahia. Nós temos mais de 100 prefeitos no estado e diversos vereadores, além de grandes bancadas na Alba e na Câmara dos Deputados. Então, a gente agrega essa capilaridade, além da experiência do vice-governador João Leão, que conhece essa Bahia como poucas pessoas na política atualmente.
 
As campanhas proporcionais e majoritárias têm características muito diferentes. Como o senhor vê esse desafio pela frente de concorrer ao Senado?
 
Cacá Leão: Eu troquei uma reeleição onde todo mundo dizia que eu seria um dos deputados federais mais votados da Bahia justamente por acreditar no projeto do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. Por acreditar que a Bahia pode mais. É com esse sentimento que tenho caminhado pelos quatro cantos do nosso estado. Me apresentando, muitas vezes. Quando a gente é deputado, faz campanha voltada para uma parte do estado. A campanha para senador é mais ampla. Então, tenho procurado me apresentar em diversas regiões da Bahia em que eu não era votado como deputado. Terei a oportunidade agora, como pré-candidato a senador, de mostrar a nossa atuação parlamentar, que é uma atuação de resultado, com benefícios reais para a Bahia, mudando a vida do nosso povo.



Quais são os maiores problemas que o senhor observa hoje na Bahia?

Cacá Leão: Hoje, o estado é campeão dos índices de violência no Brasil. É inadmissível que a gente tenha a segurança pública desta forma que está colocada no nosso estado. Como também é o último lugar nos números do IDEB, nos números da educação pública no Brasil. A gente não pode permitir que os baianos continuem sofrendo com a insegurança e com a falta de educação de qualidade. Todos os dias recebo telefonema de pessoas que estão há dias ou meses, tem gente que está há anos na fila de regulação buscando atendimento médico. Isso é inadmissível. Como também na última semana, a Bahia recebeu mais um título ingrato, que foi a de campeã do desemprego do Brasil. Então a gente chega com vontade de mudar esses índices, de melhorar a vida do nosso povo. Essa é a nossa maior missão, nosso maior desafio.
 
Os adversários de ACM Neto têm buscado uma nacionalização da eleição. Como o senhor vê essa questão?
 
Cacá Leão: Os adversários tentam escalar nas suas muletas nacionais. O nosso pré-candidato ACM Neto tem procurado se abraçar com o povo da Bahia. É isso que ele tem dito e é isso que ele tem feito nas nossas caminhadas pelo interior. Até porque, a partir de 1º de janeiro, quem vai sentar na cadeira de governador e quem vai ter que resolver os problemas do nosso estado não é o presidente A ou o presidente B. É por isso que ele tem se agarrado no povo da Bahia, que é quem tem sofrido com os problemas no nosso estado.
 
Uma pauta que ACM Neto tem falado muito é sobre o desenvolvimento regional, aproveitando as potencialidades das regiões da Bahia, e sobre a industrialização no interior. Qual sua opinião sobre essa pauta?
 
Cacá Leão: Acho que a industrialização é o segredo. Levar essa industrialização para o interior da Bahia. Tem muitos municípios em que o principal empregador, às vezes até o único, é a própria prefeitura. Precisamos elevar essa condição de gerar emprego, gerar renda e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Para o interior da Bahia essa é uma pauta muito importante. ACM Neto tem abraçado essa pauta, tem dito isso nos seus discursos e tem ouvido muito esse pleito no interior. E, se eu chegar ao Senado Federal, com ele no Governo da Bahia, com certeza vamos fazer uma parceria muito grande para resolver de fato esse problema. Industrializar o interior da Bahia, gerar emprego para os baianos que moram no interior para que não precisem sair das suas cidades em busca disso.
 
Hoje o senhor caminha com ACM Neto, mas mesmo quando o PP estava no grupo governista todos sabemos que havia uma boa relação entre o senhor e Neto...
 
Cacá Leão: A gente nunca escondeu de ninguém a nossa amizade, apesar de estarmos em grupos políticos opostos no nosso estado. Mas, para mim, tem sido muito gratificante. Eu nunca escondi de ninguém a admiração que tenho pela pessoa e também pelo político ACM Neto. Sem sombra de dúvidas, um dos políticos mais brilhantes da minha geração. Tenho certeza absoluta que ele tem capacidade muito grande de resolver os problemas do nosso estado. Acabou acontecendo, ninguém esperava ou queria o rompimento, mas ele acabou vindo. E o que posso dizer é que estou muito feliz nessa caminhada, muito animado, muito entusiasmado de agora poder fazer política pela Bahia ao lado de ACM Neto.
 
Quais pautas o senhor pretende abraçar na disputa pelo Senado?
 
Cacá Leão: Primeiro, quero ser a voz da Bahia no Senado Federal. Trabalhar para melhorar a vida do nosso povo. Eu lembro muito bem, com bastante saudosismo, da atuação do ex-senador Antônio Carlos Magalhães no Senado. Quando era preciso, ele parava o Congresso para defender os interesses da Bahia. Os baianos têm sentido falta desse dinamismo. É com essa mesma vontade que quero chegar ao Senado Federal, buscar recursos para melhorar a vida do nosso povo, fazer obras estruturantes e ajudar o governador da Bahia a resolver os problemas.
 
O senhor falou sobre desejos pra sua vida política, que não iria querer parar no Senado. Quais são seus sonhos para o futuro?
 

Cacá Leão: Eu acho que um dia, quem sabe, quero ser governador da Bahia, ser até presidente da República. Mas meu foco nesse momento é ajudar os baianos e as baianas no Senado Federal.





 

17 May 2022

Presidente do iFood, empresário baiano revela trajetória em entrevista inédita

O empresário Fabricio Bloisi participou nesta terça-feira (17) de uma live do curso Leading the Future, promovida em parceria com a Forbes. Fabricio fundou o Grupo Movile, startup de logística sediada em Campinas (SP). É também presidente do iFood.

Bloisi é natural de Salvador (BA) e ainda jovem mudou-se para São Paulo para realizar seu sonho: estudar ciências da computação. Ele passou pelas principais escolas de negócios do mundo como a Harvard Business School e a Stanford University School of Business. Os detalhes sobre essa trajetória de sucesso foram contados na conversa com o CEO da HSM e co-CEO da SingularityU, Reynaldo Gama.
 
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Relembre a trajetória de Fabricio Bloisi:

Sonho grande

 “O sonho grande começou pra mim aos 17 anos. Eu estava me preparando para o vestibular e li um livro que dizia ‘pense metas muito grandes, pense metas incrivelmente grandes para daqui a 20 anos. Só que tem que ser grande o suficiente para que, se você contar para os seus amigos e a sua família, eles riam e digam que isso é completamente impossível. Se eles disserem isso, é grande o suficiente.

Pense esse sonho para daqui a 20 anos. Depois pense em outro, intermediário, para 10, depois para 5, depois para 1, depois para 6 meses, depois para 1 mês.’ Esse mesmo livro diz que se você teve uma ideia ou um sonho e ele é realmente importante para você, anote, porque se você não teve disposição para anotar isso, não era importante e significativo o suficiente.

Esses poucos conselhos definem como funciona um monte de coisas na minha vida, desde os 17 anos. E talvez definam como funcionam o iFood e a Movile, porque a gente tem essa disciplina de sonhar grande, colocar no papel, colocar data, contar para todo mundo e ir executando com disciplina, passo a passo, até chegar lá.

Comecei com o sonho grande de ser um piloto de helicóptero, que é uma paixão minha, mas também o de criar uma empresa muito grande, de ser honesto no longo prazo e de contar essa história para ser referência de que é possível fazer as coisas direito. [Outro sonho grande era] que eu ia passar em vários vestibulares e ia estudar o que eu queria, que era tecnologia. Esse foi o primeiro desenho de quais seriam meus sonhos grandes, aos 17 anos. Os próximos 20 anos vão ser melhores ainda, então eu tô bem animado”.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Criatividade e disciplina

 “Eu não faço as coisas iguais todos os dias: eu mudo tudo, tenho ideias diferentes, tenho ideias loucas e mudo de ideia, e acho isso super importante. São duas coisas que eu falo sempre: a importância de ser criativo, ao máximo, e ao mesmo tempo disciplinado. É daí que a gente fala um pouco de ambidestria.

Eu sou criativo, naturalmente eu sou mais aberto a fazer coisas diferentes, sempre. Mas descobri que, para atingir objetivos grandes ou fazer coisas grandiosas, é preciso ter disciplina e se manter mais ou menos na mesma direção, mesmo com as coisas dando errado, fazendo pequenos ajustes.

Mesmo eu não sendo naturalmente disciplinado —aliás, algumas pessoas dizem: ‘Fabricio, você sabe falar em público, falar no longo prazo, você sabe ser disciplinado—, a maior parte desses pontos eu aprendi porque achei que eram características boas para construir a história que eu queria construir. Então dá para aprender a falar em público, a ser disciplinado, mesmo não sendo assim naturalmente. Para construir uma empresa, um sonho, um propósito que é difícil, você precisa de disciplina ao longo do tempo.

Então eu me forcei a ter o lado criativo, mas ter o lado que fala ‘olha, eu tenho esse plano, que vai ser executado desse jeito, essas são as datas, vou ter a disciplina de juntar as pessoas, contar, comunicar, cumprir aquela agenda. Foi fundamental ter esse lado para fazer a história do iFood e da Movile andar”.
 
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Fabricio no dia a dia

 
“Minha rotina, hoje, envolve exercício físico de manhã, quatro vezes por semana eu faço ginástica, uma hora, duas, três. Normalmente no final de semana faço duas ou três horas e, durante a semana, uma hora. Isso foi super importante para mim. Não tinha nada a ver com a minha vida há cinco anos, eu era totalmente zero exercício. Agora eu acho que faz muito bem para a saúde, faz muito bem para a cabeça.

Eu sempre começo o dia com o exercício, depois tento ficar algumas horas sem fazer muitas reuniões pré-marcadas das 9h às 12h, para eu ter alguma flexibilidade no dia. Eu sempre faço reuniões nesse horário, mas marco na véspera, porque assim eu tenho alguma flexibilidade no meu dia.

Depois eu tenho dez reuniões por dia, de meia em meia hora, sem parar, de muitos assuntos. O difícil de ser presidente de uma empresa muito grande é que são muitos assuntos muito diferentes e não conectados. Às vezes eu tenho meia hora de reunião sobre contabilidade, finanças, outra com alguém da Colômbia, da Europa, dos Estados Unidos, aí leio um livro sobre criatividade, reunião de inovação.

Conseguir organizar essa mudança de contexto várias vezes por dia é um desafio enorme, mas também faz parte da diversão de ter uma empresa assim. Dá para fazer muitas coisas diferentes, aprender e viver coisas diferentes, conhecer pessoas diferentes, que eu admiro, acho isso o máximo.”
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 


Sonhos pessoais

 “Meus sonhos grandes pessoais: continuar sendo uma pessoa que inspira, que é honesta, que constrói um país legal, continuar a estar muito perto da família, ter uma família feliz, mais do que bem-sucedida e que dinheiro, que viva bem e goste do que está fazendo.

Eu sou de Salvador, morei lá até os 18 anos, minha família é não só de Salvador, mas de Ilhéus e de Mutuípe. Eu sempre, desde pequenininho, sonhei em trabalhar com tecnologia, e computadores, com robôs, com espaço, com inovação, com aprender coisas novas. É uma paixão de verdade minha. Eu estudo muito e trabalho muito porque acho que estou fazendo algo muito legal, com um propósito e uma direção que eu gosto. Aliás, algo que eu sempre falo é: o segredo de dar certo é ser apaixonado pelo que você faz.

Eu adoro o que eu faço desde que eu comecei a trabalhar com computação. Eu comecei a estudar computação com oito anos de idade e a vender software de computador com 13 anos. Eu saía andando nos shopping centers tentando vender meus softwares, ninguém comprava. Errei bastante nos 13, 14, 15 anos. Minha mãe comprou bastante software meu, os parentes também, e depois eu comecei a vender um pouquinho para fora. Então sempre foi uma paixão divertida. Eu me divertia no caminho, em aprender, testar, dar errado, dar certo”.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 


Fotos: Divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia.
 

12 May 2022

Diretor da EY em sustentabilidade explica como práticas de ESG podem contribuir para reduzir desigualdades

Fazer do capitalismo um modelo mais inclusivo a partir de iniciativas próprias do sistema privado com apoio da esfera pública. Uma missão que, para muitos, pode ser considerada impossível, mas que, para Leonardo Dutra, sócio-diretor da Ernst & Young para área de sustentabilidade, está ao alcance do sistema econômico em que vivemos hoje. De acordo com Dutra, as boas práticas ambientais, sociais e de governança, base da filosofia de ESG, sigla que significa Environmental, Social and Governance, são o caminho para tornar o capitalismo mais inclusivo. 

Palestrante do I Fórum ESG Salvador, evento promovido em Salvador pelo Jornal CORREIO e o portal Alô Alô Bahia que teve abertura nesta quarta-feira (11) no Porto de Salvador, o sócio-diretor da Ernst & Young deu mais detalhes sobre como isso é possível no palco que abriu a série de debates de ESG na capital baiana. Ele falou ainda sobre como o Brasil, que tem na Amazônia 80% das umidades da América Latina e pode ser o principal provedor de carbono do mundo, pode caminhar neste sentido. 

Além de ser sócio-diretor da Ernst & Young para área de sustentabilidade, Leonardo Dutra tem formação em direito e business. Ele tem uma carreira de 20 anos trabalhando, tanto com consultoria como com auditoria, dentro do que conhecemos como ESG, mas é genericamente chamado de sustentabilidade. Dutra conversou com a reportagem e deu as principais respostas relacionadas ao que apresentou na abertura do I Fórum ESG Salvador.

Como o capitalismo pode ser mais inclusivo?
"O que se critica hoje é como o valor que é gerado nesse modelo é distribuído. E a distribuição correta e justa do dinheiro e dos valores gerados pelo capitalismo é o que eu entendo que o ESG tem o potencial de trazer", afirma. 

Médias e pequenas empresas podem ter o ESG como prática?
"É importante a gente pensar que as pequenas e médias empresas fazem parte de um ecossistema em que as grandes também estão inseridas. O ESG não é algo tão complexo que só as grandes empresas podem fazer. As outras também podem desenvolver na medida do seu tamanho e direcionando para o seu setor. O ESG está alinhado a continuidade do negócio, a forma como você sustenta sua empresa ao longo do tempo. Pensando que toda empresa almeja ser maior um dia, é importante dizer que essas práticas são um caminho para todos", fala.

Em que lugar o Brasil está na adoção do ESG dentro da indústria?
"O Brasil tem muitas questões a endereçar. No pilar ambiental, a gente tem uma grande oportunidade ao ser visto como principal provedor de carbono para o mundo, temos esse compromisso. No pilar social, temos uma grande desigualdade que precisa ser corrigida, esse é o principal gargalo. Na governança, precisamos cuidar da transparência e ética, que precisam ser melhoradas", avalia.

O que o país pode fazer para avançar nessas práticas?
"Pelo lugar que ocupamos na América Latina, como maior mercado daqui, o Brasil está atrás e precisa evoluir. É preciso, para isso, uma convergência entre as esferas público e privada. A iniciativa privada tem potencial para executar práticas de ESG e o público de entender para que os dois sejam parte da solução e não do problema", completa.

O I Fórum ESG Salvador é um projeto realizado pelo Jornal Correio e Alô Alô Bahia com o patrocínio da Acelen, Unipar, Yamana Gold, Bracell, BAMIN, Socializa e Suzano, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e Sebrae, apoio de Contermas, Battre, Termoverde, Terra Forte, Hela, Retec, Ciclik, Larco, Grupo LemosPassos, Fundação Norberto Odebrecht e Hiperideal, parceria de Vini Figueira Gastronomia, Fernanda Brinço Produção e Decoração, Uranus2, TD Produções, Vinking e Suporte Eventos.

Foto: Paula Froes. Siga o insta @sitealoalobahia.  

11 May 2022

Anitta estrela capa da conceituada revista Billboard

A cantora Anitta é o destaque da edição de maio da revista americana Billboard, uma das publicações de música mais conceituadas do mundo. Em entrevista, a artista falou sobre sua visão de mercado, relembrou sua estreia no Coachella e contou que seu objetivo com a carreira internacional é “abrir portas para outras pessoas”. Na ocasião, ela falou que acredita que ser um artista internacional é “ser capaz de impactar áreas culturalmente diferentes ao mesmo tempo”.

“Eu nunca poderia simplesmente ir a outro mercado e fazer o que quer que seja. Qual seria o propósito: Fama? Dinheiro? Eu já tinha isso, e esse não é o ponto para mim”, afirmou.

Entre os desafios que precisou enfrentar para alcançar seus objetivos, Anitta destacou que precisou declinar contratos e turnês no seu próprio país, além de não ter muitos exemplos de outros artistas brasileiros que tiveram um sucesso internacional duradouro. “Isso significava que eu abandonaria tudo o que tinha feito. Eu sabia que se eu falhasse, todos no meu país iriam rir de mim. Isso é o que acontece com todos que tentam e falham. Eu não queria me tornar uma piada. Eu queria que isso acontecesse de verdade.”

Recentemente, a artista brasileira conquistou importantes marcos neste sentido, colocando o hit Envolver em primeiro lugar mundial e trazendo ao seu mais novo álbum, “Versions of Me”, músicas em português, inglês e espanhol. "Entendi que tinha que arriscar e ter coragem de continuar insistindo. Não é fácil nem rápido, especialmente quando você já está acostumado a ser tratado como uma estrela em um país e depois vai para outro mercado e é tratado como ninguém, conta.

 

14 Apr 2022

Luiza Possi celebra 20 anos de carreira e realiza turnê ao lado da mãe, Zizi Possi; confira a entrevista

O ano de 2022 está sendo de realizações para Luiza Possi. Além de rodar pelo país com a turnê de “Show”, em que divide o palco com a mãe, Zizi Possi, – e que terá apresentação única no Teatro Castro Alves, em Salvador,  em 1º de maio -, a cantora está preparando o espetáculo que celebra seus 20 anos de carreira musical. Casada com o diretor de televisão, Cris Gomes, e mãe dos pequenos Lucca, de dois anos, e Matteo, de apenas cinco meses, a artista de 37 anos administra a vida pessoal com a agenda cheia e sem perder o humor: “É uma loucura, é muito assunto. E eu vou vivendo cada dia”. Confira a entrevista exclusiva concedida ao Alô Alô Bahia.
 
Como tem sido o retorno aos palcos?
Retornei em novembro para shows fechados, corporativos, mas veio a omicron e paramos. Agora estou com a turnê com minha mãe, que começou sábado passado, em Santo André (SP). A gente tinha feito seis lives durante a pandemia, mas tinha muito tempo que eu não cantava com minha mãe no palco e foi muito emocionante. Chorei o show inteiro. Esse espetáculo vai passar ainda por Recife (PE), Salvador, Brasília (DF), São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ).
 
Em 1º de maio, você e Zizi Possi chegam em Salvador com espetáculo “Show”, no Teatro Castro Alves, mas não é sua vez nesse palco nem na cidade. Fale um pouco de sua relação com a capital baiana.
Já me apresentei no TCA. Foi com Daniela (Mercury), em 1º de setembro de 2018. E Salvador é uma cidade que eu amo. Minha mãe morou muito tempo, meu tio (o diretor de teatro José Possi Neto) também e sempre que eu vou sinto um pouco minha também. Lugar de cultura vibrante, latente, conheço muita gente boa em Salvador. 
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Qual a expectativa de vocês para essa apresentação em Salvador?
A gente tem a expectativa de encontrar um grande público em Salvador e vai ser muito emocionante para minha mãe porque é onde ela começou a carreira dela, no espetáculo musical Marilyn Miranda, de 1975, que meu tio (José Possi Neto) dirigia. Ela tinha 19 anos e o Nizan (Guanaes) ia todos os dias assistir essa peça. Ela cantava tão bem que todo mundo ia só para ouvir a parte dela. Salvador é importante pra ela e claro que isso tem um impacto muito grande sobre mim.
 
E o show dos 20 anos de carreira?
Também estou preparando esse show, que será no Tokio Marine Hall, em São Paulo, em 26 de junho, quando comemoro meus 38 anos. A data marca os 20 anos em que a música “Dias Iguais” foi para as rádios e ficou em primeiro lugar por nove meses.
 
O que esperar desse repertório?
Ainda não defini, mas com certeza teremos sucessos de cada disco - são nove álbuns e quatro singles -, algumas mais ‘lado B’ que os fãs adoram e que estão sendo indicadas em enquetes na internet, e, também, algumas do meu show Luiza Tá On, que é de festa e que eu tenho feito muito em eventos fechados. Quero mostrar um pouco dele nos 20 anos.
 
O ano de 2022 está, de fato, bem movimentado para você. Como você tem administrado sua agenda?
É uma loucura, é muito assunto. E eu vou vivendo cada dia. Não tem uma receita nem está tudo resolvido, mas eu não aguentava mais o estado pandêmico, de ficar quieta, parada. Isso estava me matando, então estou vendo como eu lido, tem dias eu lido melhor, dias que sinto mais saudade.
 
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Além de uma artista reconhecida por seu trabalho, você se tornou uma influencer, seguida por 1,5 milhão de pessoas no Instagram. Como você se sente sobre isso?
A troca é muito legal. Tem gente que segue as coisas que eu falo e faço e, com isso, eu tenho uma responsabilidade sobre o outro. Tenho esse feedback e isso me deixa esse estado de alerta. Eu não prometi que ia ser um exemplo, mas acabo me tornando, de alguma forma.
 
Você deve ter sido comparada à sua mãe alguma vezes. E agora, com 20 anos de carreira, estão em turnê, com um show que traz um repertório com escolhas musicais das duas. Como tem sido essa experiência?
É um prazer e uma honra. Sinto que conquistei um espaço meu, principalmente por ser muito diferente da minha mãe. Quando comecei a cantar, nem sabia que ia ter comparação, fui muito ingênua, acreditando na minha relação com a música. Quando me senti segura, pude olhar e ver como é bacana cantar junto com ela.
 
Você tem dois filhos: Lucca, de dois anos, e Matteo, de cinco meses. Qual a diferença entre ser mãe de primeira e de segunda viagem?
Quando engravidei do primeiro filho, bate uma coisa diferente de parar de lutar pelas coisas e passar a ver as coisas acontecendo. No segundo filho é bem mais fácil, tive mais facilidade. Mas cada mãe tem sua fórmula, tem seu jeito. Cada uma encana e desencana com coisas diferentes. Então, eu vou descobrindo qual é meu jeito de ser mãe. É uma responsabilidade muito grande.
 
Como é a avó Zizi Possi?
Muito coruja. Lucca é louco pela ‘bobó Guigui’ e ela por ele. Ela faz coisa com ele que não fazia comigo, por exemplo. Como ele mora no interior de São Paulo, a agente não se vê todo dia, mas passa fins de semanas ou temporadas juntos e é muito bom.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Na próxima semana, Luiza Possi será a entrevistada de Joca Guanaes no Segundou, programa que vai ao ar, ao vivo, às segundas-feiras, às 19h, no perfil do Jornal Correio no Instagram. Com o publicitário e consultor, a cantora vai falar sobre o tema "Legado e identidade".

Fotos: Lucas Mennezes. ​Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.

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