Diretor da EY em sustentabilidade explica como práticas de ESG podem contribuir para reduzir desigualdades

Com informações do Correio24Horas

Fazer do capitalismo um modelo mais inclusivo a partir de iniciativas próprias do sistema privado com apoio da esfera pública. Uma missão que, para muitos, pode ser considerada impossível, mas que, para Leonardo Dutra, sócio-diretor da Ernst & Young para área de sustentabilidade, está ao alcance do sistema econômico em que vivemos hoje. De acordo com Dutra, as boas práticas ambientais, sociais e de governança, base da filosofia de ESG, sigla que significa Environmental, Social and Governance, são o caminho para tornar o capitalismo mais inclusivo. 

Palestrante do I Fórum ESG Salvador, evento promovido em Salvador pelo Jornal CORREIO e o portal Alô Alô Bahia que teve abertura nesta quarta-feira (11) no Porto de Salvador, o sócio-diretor da Ernst & Young deu mais detalhes sobre como isso é possível no palco que abriu a série de debates de ESG na capital baiana. Ele falou ainda sobre como o Brasil, que tem na Amazônia 80% das umidades da América Latina e pode ser o principal provedor de carbono do mundo, pode caminhar neste sentido. 

Além de ser sócio-diretor da Ernst & Young para área de sustentabilidade, Leonardo Dutra tem formação em direito e business. Ele tem uma carreira de 20 anos trabalhando, tanto com consultoria como com auditoria, dentro do que conhecemos como ESG, mas é genericamente chamado de sustentabilidade. Dutra conversou com a reportagem e deu as principais respostas relacionadas ao que apresentou na abertura do I Fórum ESG Salvador.

Como o capitalismo pode ser mais inclusivo?
"O que se critica hoje é como o valor que é gerado nesse modelo é distribuído. E a distribuição correta e justa do dinheiro e dos valores gerados pelo capitalismo é o que eu entendo que o ESG tem o potencial de trazer", afirma. 

Médias e pequenas empresas podem ter o ESG como prática?
"É importante a gente pensar que as pequenas e médias empresas fazem parte de um ecossistema em que as grandes também estão inseridas. O ESG não é algo tão complexo que só as grandes empresas podem fazer. As outras também podem desenvolver na medida do seu tamanho e direcionando para o seu setor. O ESG está alinhado a continuidade do negócio, a forma como você sustenta sua empresa ao longo do tempo. Pensando que toda empresa almeja ser maior um dia, é importante dizer que essas práticas são um caminho para todos", fala.

Em que lugar o Brasil está na adoção do ESG dentro da indústria?
"O Brasil tem muitas questões a endereçar. No pilar ambiental, a gente tem uma grande oportunidade ao ser visto como principal provedor de carbono para o mundo, temos esse compromisso. No pilar social, temos uma grande desigualdade que precisa ser corrigida, esse é o principal gargalo. Na governança, precisamos cuidar da transparência e ética, que precisam ser melhoradas", avalia.

O que o país pode fazer para avançar nessas práticas?
"Pelo lugar que ocupamos na América Latina, como maior mercado daqui, o Brasil está atrás e precisa evoluir. É preciso, para isso, uma convergência entre as esferas público e privada. A iniciativa privada tem potencial para executar práticas de ESG e o público de entender para que os dois sejam parte da solução e não do problema", completa.

O I Fórum ESG Salvador é um projeto realizado pelo Jornal Correio e Alô Alô Bahia com o patrocínio da Acelen, Unipar, Yamana Gold, Bracell, BAMIN, Socializa e Suzano, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e Sebrae, apoio de Contermas, Battre, Termoverde, Terra Forte, Hela, Retec, Ciclik, Larco, Grupo LemosPassos, Fundação Norberto Odebrecht e Hiperideal, parceria de Vini Figueira Gastronomia, Fernanda Brinço Produção e Decoração, Uranus2, TD Produções, Vinking e Suporte Eventos.

Foto: Paula Froes. Siga o insta @sitealoalobahia.  

NOTAS RECENTES

TRENDS

As mais lidas dos últimos 7 dias