Alô Alô Política



30 Sep 2022

A bomba relógio do monitoramento ilegal do governo, as ordens de Rui e a insatisfação da tropa da PM

Governador enquadrado
O governador Rui Costa (PT) já foi avisado pela cúpula da Segurança Pública de que o assassinato do subtenente Alves pode gerar uma crise sem precedentes no grupo governista, tanto antes quanto após as eleições. Pessoas próximas ao governador o alertaram de que não faltam provas de que houve monitoramento dos carros onde estavam os policiais, que colaboravam também na equipe de segurança da campanha de ACM Neto. O alerta é que, se o caso de fato for investigado pela Polícia Federal, mais cedo ou mais tarde chegará numa conclusão, que deve atingir em cheio a cúpula da SSP e do governo, inclusive o próprio Rui. 

Alerta ligado
Em conversas reservadas, fontes do governo garantem que Rui não só sabia do monitoramento como também ordenava que fosse realizado. Tanto é que, além do acompanhamento destes dois veículos em que estavam os policiais perseguidos, outros carros da campanha de ACM Neto foram alvos de abordagem da polícia nos últimos dias. O caso, dizem analistas das eleições, pode ser facilmente enquadrado como crime eleitoral. 

Boca grande
Não custa lembrar que o próprio Rui Costa já admitiu publicamente, ainda que sem querer, que tem monitorado os eventos de ACM Neto em cidades do interior da Bahia. Em abril, numa entrevista à Rádio Metrópole, sem saber que o microfone estava ligado, o governador confessou: “A gente tem foto de todos os eventos de campanha. Todos”. E ainda disse que fazia isso há pelo menos um ano, ou seja, desde o começo de 2021.

Tropa irritada
O assassinato do subtenente Alves deixou a tropa da Polícia Militar da Bahia ainda mais irritada com o governo do estado. O sentimento na corporação é de que as ordens do Comando-Geral levaram os policiais a cometerem um erro gravíssimo, resultando na morte de um ‘irmão de farda’. A reação de policiais militares em conversas reservadas não deixa dúvidas: a tropa se sentiu usada para fins políticos do governo do PT. 

A punição
A insatisfação da tropa aumentou ainda mais após uma providência tomada pelo governo do estado. O Comando-Geral convocou todos os policiais militares no dia da eleição, supostamente para trabalhar na segurança. Na prática, os policiais encaram a medida como um “aquartelamento maquiado”. A tropa encara a determinação como uma forma de impedir que os policiais votem, já que a cúpula do PT sabe que a grande maioria dos PMs não vota na esquerda, ainda mais após anos de desgaste e falta de investimentos do governo petista.

A hora H
O desespero bateu de vez no grupo governista às vésperas da eleição. A animação da semana anterior com pesquisas que apontaram o crescimento de Jerônimo Rodrigues (PT) deram lugar ao abatimento nos últimos dias. Integrantes da cúpula governista, em conversas reservadas, já admitem que Jerônimo empacou na reta final e que a vitória deve mesmo ir para ACM Neto. Argumentam que, nas grandes cidades da Bahia, a distância de Neto para Jerônimo é considerável e, até mesmo em regiões estratégicas para o grupo, o ex-prefeito de Salvador tem surpreendido e aparecido na frente do petista em várias cidades. 

Tensão
O desânimo é observado também por parlamentares do grupo nos eventos pelo interior do estado nos últimos dias de campanha. Segundo relato de um deles, o governador Rui Costa tem andado cada dia mais cabisbaixo e irritado, inclusive soltando palavrões até mesmo contra pessoas de seu grupo. “Quem vê os últimos discursos de Rui se assusta com as agressões e o baixo nível das palavras”, relata um deles. 

Estelionato eleitoral
Na reta final da campanha o PT baiano passou a usar o expediente do fake news, do qual tanto reclama nacionalmente. Na tentativa de enganar o eleitor, a campanha de Jerônimo Rodrigues tem usado imagens de atos em outras regiões do Brasil como se fossem no interior da Bahia. A estratégia da mentira tenta contornar a baixa adesão e o esvaziamento visto em diversas mobilizações. Em outra ponta, atos em apoio a ACM Neto lotam cidades, mesmo quando ele não está presente, tal como Itapetinga na última quarta.

Descaminhos da Bahiatursa I
A Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa) intensificou o volume de convênios e contratos para realização de eventos desde que o seu diretor responsável, Diogo Medrado, trocou o trabalho técnico da pasta pela coordenação da campanha de Jerônimo (PT) ao governo do Estado. Em pouco mais de um mês (26 de agosto a 29 de setembro), a Bahiatursa torrou R$ 23 milhões, o que equivale ao orçamento disponível para o ano inteiro. A verba foi aplicada majoritariamente nas cidades onde Jerônimo fez ato político eleitoral.

Descaminhos da Bahiatursa II
Mas o que chama a atenção mesmo é que muitos contratos foram firmados com empresas cuja atividade fim são tudo, menos eventos. É o caso da MF Serviços de Apoio Administrativo e da Fenix GRS Coleta de Resíduos. Não custa lembrar que antes de desembarcar na campanha de Jerônimo, Diogo Medrado empenhou contratos para festas de São João que passaram de R$ 100 milhões, valor quatro vezes maior do que tinha em caixa. Para piorar, na última semana o governo publicou uma errata alterando valores para o dobro do previsto.

Estranho no ninho
Tomaram conta de grupos de WhatsApp bolsonaristas vídeos e textos que colocam em dúvida a lealdade do deputado João Roma (PL) ao presidente Jair Bolsonaro. Lembram do histórico de densidade de Roma, inclusive quando, por muitas vezes, fez críticas ao presidente, e comparam o ex-ministro com outros nomes que abandonaram o presidente, como a deputada Joice Hasselmann. Se soma a isso as queixas de candidatos do PL, que reclamam da priorização dos aliados mais próximos de Roma na distribuição de recursos do partido.

Jogo combinado I
A insatisfação dos bolsonaristas cresceu após o debate da TV Bahia na última terça-feira, quando ficou claro o ‘jogo de comadres’ entre Roma e Jerônimo. Um candidato, fã de primeira hora do presidente, não escondeu sua irritação com o desempenho de Roma, que elegeu ACM Neto como seu principal alvo e não atacou Jerônimo, e não poupou críticas ao ex-ministro. “Não falou dos respiradores, não falou da Fonte Nova, não falou do apartamento de Rui. Foi pra lá pra que? Pra brincar de amigo de esquerdista?”, bradou, com um amigo. 

Jogo combinado II
Seguidores influentes do presidente na Bahia, inclusive, culpam Roma pelo fraco desempenho de Bolsonaro nas pesquisas no estado. Dizem que o presidente vai sair da eleição menor do que entrou na Bahia, porque Roma, além de não defender Bolsonaro e atacar o PT, “resolveu se aliar ao inimigo”.

23 Sep 2022

Ao estilo ‘tanto faz’, Lula diz que vai conversar com todos os governadores eleitos, independente do partido

O tanto faz de Lula
A entrevista do ex-presidente Lula ao apresentador Ratinho no SBT, nesta quinta-feira (22), caiu como uma bomba na principal estratégia da campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) ao governo da Bahia. Ao estilo "tanto faz", o ex-presidente disse que, se for eleito, vai chamar para conversar todos os governadores, independente do partido, já na primeira semana de janeiro. Na fala, Lula foi enfático: “Ninguém sabe conversar com governadores como eu. Eu converso com todo mundo, não quero saber de que partido a pessoa é”. A declaração deixou ainda mais desanimados petistas baianos, que apostam todas as fichas na boa avaliação do ex-presidente no estado.

 
Sem concorrência
Lembram da empresa de milhões que publicamos na semana passada? Só para relembrar: essa corporação, do ramo de eventos, faturou somente esse ano mais de R$ 14 milhões do governo, tendo por trás um importante figurão aliado ao PT. O valor é 1.900% maior do que a empresa faturou no ano anterior. Pois bem, pasmem: 90% dos contratos dela com o governo são por dispensa - ou seja, não teve concorrência. Depois da publicação da semana passada, integrantes dos órgãos de controle já começaram a investigar a relação da empresa com o tal figurão e a legalidade dos contratos firmados por ela.
 
Cortes milionários
O governador Rui Costa (PT) e seu ex-secretário da Educação, Jerônimo Rodrigues (PT), hoje candidato ao governo, adoram criticar o contingenciamento de recursos do governo federal com as universidades, mas não conseguem explicar por quê eles fizeram o mesmo na Bahia. Entre 2019, quando Jerônimo assumiu a pasta, e 2021, os cortes feitos pelo governo no orçamento das instituições estaduais de ensino superior foram, no total, de R$ 548,5 milhões, de acordo com números levantados pela coluna junto ao Relatório de Execução Orçamentária da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz). Somente em 2021, a contenção de recursos foi da ordem de R$ 261,8 milhões. Em 2019, o contingenciamento foi de R$ 90,5 milhões e, no ano seguinte, de R$ 196 milhões.
 
Abandono
A situação fez com que as universidades estaduais enfrentassem diversos problemas nos últimos anos, inclusive comprometendo o funcionamento básico de alguns campi. Em 2019, professores fizeram uma greve para protestar contra o abandono das instituições e, agora, estão novamente mobilizados para pedir melhorias e não descartam um novo movimento grevista. O coordenador do Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais, Alexandre Galvão, não poupou críticas a Rui: “Estamos chegando ao final do governo Rui Costa e eu diria que ele termina o seu governo de forma melancólica com o ensino superior estadual. Foi um governo que não disse ao que veio para as universidades estaduais”.
 
O golpe de Rui nos professores
Professores da rede estadual ficaram na bronca com o governador Rui Costa (PT) e com a bancada de deputados governistas que insistiram em não pagar o valor devido dos precatórios do Fundef corrigido com juros. O projeto que foi aprovado na Assembleia, na última quarta-feira, implica numa perda de cerca de R$ 1 bilhão para os trabalhadores. Para a categoria, o resultado do plenário foi um duro golpe, especialmente porque o candidato de Rui Costa para sucessão estadual é um professor - o que escancara uma contradição entre o discurso e a prática.
 
Fuga à esquerda
A pressa do governo em aprovar os precatórios na Assembleia pode não surtir o efeito eleitoral esperado. Ao final da votação, diversos professores não escondiam o descontentamento com a falta de diálogo do governo. Cientes do desgaste que estava em jogo, pouquíssimos governistas foram ao plenário, com o álibi de agendas de campanha pelo interior. Quem puxou a fila dos virtuais foi o líder de governo Rosemberg Pinto (PT), que já havia sido alvo de reclamação semanas atrás e, estrategicamente, não deu as caras. A oposição chegou a apresentar uma emenda para garantir o pagamento integral dos precatórios, mas a tropa de choque do governo entrou em cena para reter os recursos de ordem federal nos cofres do Estado.
 
Tapando buracos
Enquanto os professores faziam périplo debaixo de sol e chuva para ter sua fatia de direito dos precatórios, o governador Rui Costa direcionava uma parte dos valores para cobrir custos de obras que foram iniciadas com viés meramente eleitoral, mesmo sem ter orçamento garantido. Assim que o dinheiro da União ficou disponível, Rui mandou alterar a fonte de receita de 55 contratos, que estavam pendurados no tesouro do Estado. A mudança foi publicada no Diário Oficial do dia 13, portanto, oito dias antes de haver definição na Assembleia sobre qual seria o montante dos professores.
 
Aliança rachada
A situação preocupa o núcleo da campanha de Jerônimo Rodrigues (PT), uma vez que a categoria dos professores, da educação básica e do ensino superior, sempre foi adepta das candidaturas petistas. Se soma a isso a insatisfação dos servidores públicos do estado, que ficaram sete anos sem reajuste no governo Rui Costa e, além disso, reclamam do sucateamento do Planserv. Uma fonte governista garante que a relação estremecida com estas categorias representa um grande baque para o desempenho do ex-secretário da Educação.
 
Sem prestígio
Pelas bandas bolsonaristas, os seguidores do presidente estão enfurecidos com o ex-ministro João Roma (PL). As recentes notícias de um possível pacto de Roma com o senador Jaques Wagner (PT), que recentemente se encontraram, irritou ainda mais os apoiadores de Bolsonaro. É tanto que, num evento de campanha em Itabuna nesta quinta-feira (22), somente os candidatos mais próximos de Roma participaram. Nem mesmo os postulantes da região foram prestigiar o evento, segundo integrantes do PL. Dizem eles que o baixo desempenho de Bolsonaro na Bahia é culpa do ex-ministro.
 
Gastança nas alturas I
Técnicos e auditores que monitoram as contas do governo acenderam o alerta para o uso desenfreado e indiscriminado de recursos não previstos no orçamento deste ano, mas que aparecem em volumes estratosféricos às vésperas das eleições. A Conder, por exemplo, já gastou quase 10 vezes mais do que tinha em caixa no início do ano. A conta da Companhia ultrapassa a casa dos R$ 2 bilhões, contra o orçamento inicial de R$ 263 milhões previsto na Lei Orçamentária Anual. Fontes da coluna nos órgãos de controle confidenciaram que o caso pode ser enquadrado, inclusive, como crime eleitoral por abuso de poder econômico.
 
Gastança nas alturas II
Quem também está gastando dinheiro como se não houvesse amanhã é a Superintendência de Fomento ao Turismo do Estado da Bahia (Bahiatursa), que inflou seu orçamento de R$ 23 milhões para R$ 111 milhões até então. A pasta era controlada por Diego Medrado, hoje coordenador da campanha de Jerônimo Rodrigues. Na mesma linha está a Superintendência de Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) - controlada pelo PCdoB -, que triplicou seu poder de fogo excepcionalmente neste ano eleitoral: elevou o orçamento de R$ 55 milhões para R$ 165 milhões. Os dados do portal da Transparência mostram que nos anos anteriores, quando não houve disputa eleitoral, os valores aplicados nessas respectivas áreas representaram a metade do que Rui Costa gastou de janeiro a setembro de 2022.
 
Rui perseguidor I
O mais novo caso de perseguição do governador Rui Costa enfureceu policiais em todo o estado. Após o petista mandar exonerar o diretor do Colégio da PM de Jequié por ter ido a um evento de ACM Neto, policiais passaram a compartilhar em grupos de WhatsApp mensagens de repúdio contra a medida de Rui e recordam ainda casos recentes, como a exoneração do comandante da PM e de um delegado em Morro do Chapéu por serem eles próximos à prefeita Juliana Araújo, desafeto declarado do governador.
 
Rui perseguidor II
Por falar em Morro do Chapéu, o governador atacou de novo contra a cidade. Na semana passada, o governo mandou fechar a sede do SineBahia no município sob alegação de problemas estruturais no prédio onde funcionava o órgão. Só que aliados da prefeita garantem que a medida foi mais uma ação para perseguir Juliana. A questão é que a medida prejudica, na verdade, a população, pois Morro tem se tornado um polo de produção de energia eólica, com investimento altos e geração de empregos, e o SineBahia cumpria o papel de intermediar o contato com a mão de obra. É um fato: Rui mirou na prefeita e acertou no povo.

Foto: Reprodução/ Ricardo Stuckert/ redes sociais. 

16 Sep 2022

A empresa de milhões, a mudança de cor de deputados da base do PT e a farsa eleitoral de Jerônimo

Empresa de milhões
Uma empresa de eventos que presta serviços para o governo do estado vem chamando a atenção pela ascensão meteórica - e milionária - que teve em 2022. A corporação, que recebeu entre 2018 e 2021 R$ 2,7 milhões do governo para prestação de serviços, já faturou R$ 14,6 milhões somente em 2022. Em relação ao ano passado, quando a empresa recebeu R$ 730 mil do governo, o aumento é de, pasmem, 1.900%. Nos bastidores, se comenta que a empresa tem por trás um importante figurão do governo, que inclusive atua na coordenação de campanha de Jerônimo Rodrigues (PT), e que também tem moral demais com o governador Rui Costa (PT).
 
Coincidência? 
O curioso é que a tal empresa recebeu recursos para a realização de eventos nos mesmos locais e datas de atos de pré-campanha de Jerônimo Rodrigues. Exemplo: uma das ações realizadas ocorreu em Itabuna, entre os dias 4 e 8 de junho, com custo de R$ 559,4 mil, valor pago pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), conforme consta no portal da transparência do governo. No mesmo dia 4, acontecia em Itabuna um evento político do grupo petista, inclusive com a presença do governador Rui Costa. Muita coincidência…
 
Conveniência
Tem causado estranheza a falta de questionamento de deputados da base petista em torno da autodeclaração racial de integrantes do seu próprio grupo político. Talvez estes parlamentares ainda não saibam, mas a coluna vem aqui para revelar alguns nomes que se declaram pardos na Justiça Eleitoral: Geraldo Júnior (MDB), Alice Portugal (PCdoB), Waldenor Pereira (PT), Lídice da Mata (PSB) e Daniel Almeida (PcdoB). Além, é claro, do governador Rui Costa, que em 2018 também se autodeclarou pardo. Com a palavra, os deputados petistas...
 
Mudança de cor I
Sobre a deputada federal Alice Portugal, chama ainda mais a atenção o fato de ela ter mudado sua autodeclaração em relação à eleição passada. Em 2018, a parlamentar comunista se autodeclarou branca, mas em 2022 mudou para parda. No caminho inverso, os deputados federais do PT Afonso Florence e Jorge Solla mudaram, entre as duas eleições, suas autodeclarações. Em 2018, se diziam pardos, mas agora se declararam brancos. 
 
Mudança de cor II
A mudança mais brusca foi do deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), líder do governo Rui Costa na Assembleia Legislativa. Em 2018, o petista se autodeclarou branco, enquanto agora em 2022 mudou para preto.
 
Sem argumento
Vai sabatina, vem sabatina e Jerônimo Rodrigues não consegue explicar o péssimo desempenho da Bahia na educação durante os governos do PT. Secretário da pasta por três anos durante o segundo governo de Rui, ele tem adotado duas linhas discursivas: foge do tema como o diabo foge da cruz e culpa os prefeitos da Bahia e o governo federal. O fato é que até agora o ex-secretário não sabe dizer porque a Bahia tem a pior educação do Brasil - fato que deu a ele a alcunha de pior secretário da educação do país. 
 
Farsa eleitoral
A candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) está com cara de uma verdadeira farsa eleitoral. Uma das provas veio nesta semana com uma foto postada nas redes sociais do petista em que metade do rosto dele é coberta com uma faixa da face do ex-presidente Lula. Somado a isso, vem a propaganda eleitoral do ex-secretário da Educação, em que ele não aparece e se resume a atacar ACM Neto e mostrar vídeos de apoiadores do petista, entre eles o ex-presidente. A estratégia, que não tem nenhum pudor, parece induzir o eleitorado a votar em Lula para governador e para presidente, enquanto Jerônimo segue completamente escondido e escanteado em sua própria campanha. 
 
Bico fechado
A explicação para o sumiço de Jerônimo de sua própria propaganda é uma só: o candidato do PT não empolga em seus discursos, tem dificuldade para se expressar e, além de tudo, não consegue construir argumentos para defender o governo nem para apresentar sua plataforma de campanha. 
 
Mero repassador
Deputados estaduais de oposição têm advertido que o governo do Estado é mero repassador dos recursos vindos da União para o pagamento dos precatórios aos professores e, portanto, não pode suprimir qualquer parte do valor nem tão pouco fazer descontos no abono. Os parlamentares ressaltam que o dinheiro é federal e deve cair nas mãos dos trabalhadores integralmente conforme decisão do STF. Os professores, por sua vez, não escondem a desconfiança sobre a gestão do governo estadual na partilha do montante - o que tem sido o motivo de sucessivos protestos e paralisações. 
 
 
Quem souber morre
No meio político nas últimas semanas, só se fala no apartamento que o governador Rui Costa comprou no bairro da Graça. A mansão, adquirida pela bagatela de R$ 2,5 milhões, deixou boquiabertos até mesmo caciques da base governista, que lembram o discurso de Rui contra o patrimônio de adversários. “E agora ele vai morar num dos metros quadrados mais caros de Salvador. É no mínimo curioso”, lembra o parlamentar da base aliada. Entre eles, a pergunta que não quer calar é: “de onde veio o dinheiro?”. 
 
Cofre aberto
Tem chamado a atenção de integrantes do Ministério Público estadual e do Tribunal de Contas os gastos volumosos da Bahiatursa em 2022. Somente este ano, a superintendência já desembolsou R$ 99,5 milhões, maior valor desde o início do governo Rui Costa, em 2015. Em relação ao ano passado, o crescimento é de 73,2%. Em 2015, no primeiro ano da gestão de Rui, o gasto do órgão foi de R$ 14,2 milhões. E olhem que o dinheiro aplicado no São João de 2022 ainda nem foi todo lançado na transparência. As suspeitas de irregularidades são muitas, principalmente pelo fato de diversas contratações estarem sendo feitas por dispensa. 
 
#tbt da gastança na Bahiatursa
Inclusive, já chama atenção há bastante tempo a espécie de cheque em branco que a Bahiatursa tem em mãos para pagamento de festas e projetos pelo interior do Estado. O orçamento minúsculo de R$ 23 milhões ao ano se agigantou neste ano eleitoral, tendo espaço inclusive para o reconhecimento de débitos antigos, como os R$ 250 mil referentes a um projeto que aconteceu em 2019 em Luís Eduardo Magalhães, quando a cidade era gerida por um aliado de Rui. O registro publicado no Diário Oficial esta semana vem sendo chamado de #tbt da gastança.

9 Sep 2022

MP estuda iniciar investigação sobre compra de mansão de Rui Costa em Salvador

MP em Alerta
O Ministério Público da Bahia estuda abrir procedimento para apurar a compra pelo governador Rui Costa (PT) de um apartamento na Mansão Bahiano de Tênis. O que mais chamou atenção dos procuradores foi o valor de compra do imóvel pago pelo governador e esposa. A escritura comprova que em 05/05/22 o casal pagou R$ 2,5 milhões pelo apartamento. Só que uma simples pesquisa no Google mostra que nessa época imóveis similares eram negociados no prédio por até R$ 3,5 milhões. O petista conseguiu um descontão. O MP quer saber o motivo.
 
Sumido 1
Rui Costa parou de gabar-se ser o único capaz de levantar Jerônimo Rodrigues (PT) nas pesquisas de intenção de voto. Meses atrás, em uma reunião no Palácio de Ondina, ele chegou a disparar: “Vocês tão pensando que Lula vai decidir a eleição na Bahia. Quem vai decidir aqui sou eu”. Só que agora, com duas semanas de horário eleitoral, o governador petista vem gradativamente sumindo dos programas do ex-secretário da educação.
 
Sumido 2
Quem continua sumido do próprio programa é Jerônimo Rodrigues. Mesmo com a justiça eleitoral tendo o obrigando a aparecer nas suas próprias inserções de TV, Jerônimo continua sem aparecer. No programa temático de saúde, por exemplo, ele só aparece no trecho final. E mesmo assim numa fala de apenas 15 segundos. Ou seja, 7% do tempo total do programa.
 
Nova Rodoviária inflada
O custo do sistema viário da nova Rodoviária na região de Águas Claras subiu vertiginosamente em R$ 36 milhões, mas a obra está longe de se tornar realidade, como prometia o governador Rui Costa (PT). O primeiro contrato foi assinado em fevereiro deste ano com o Consórcio Viário Águas Claras, formado pelas empresas KPE Performance em Engenharia S.A e TPF Engenharia LTDA, e previa orçamento de R$ 96 milhões. Menos de seis meses depois o contrato foi desfeito, mas ainda assim o estado teve que pagar R$ 2 milhões. A segunda colocada na licitação entrou no jogo para pegar o remanescente da obra e deixou a conta ainda mais salgada. Formado pelas empresas Engetec Construções e Montagens S/A e SIAN Engenharia [antiga Andrade Mendonça], o Consórcio ENGETEC SIAN vai receber R$ 129 milhões, conforme publicado em Diário Oficial no último dia 3.
 
Topa tudo pela obra
Além da dor de cabeça para explicar as cifras infladas subitamente, Rui Costa resmunga também porque o prazo para que as novas empresas concluam o serviço é de 360 dias, o que inviabiliza seu uso eleitoral para tentar impulsionar a combalida campanha de Jerônimo Rodrigues. E mais ainda, quando finalmente for entregue Rui estará fora do Palácio de Ondina. Interlocutores do governo dizem, porém, que o governador está inclinado a atropelar o ritmo das coisas e fazer uma inauguração parcial, de fachada, ainda este ano para ter a obra no seu “curriculum vitae” a partir de 2023, quando não mais terá função pública.
 
Rui com o pires na mão
Outra coisa que chama a atenção e é motivo de observações de técnicos do governo se refere à fonte de receita para cobrir o orçamento elástico que o sistema viário passou a requerer. Em abril, depois que já havia assinado contrato, Rui ficou com o pires na mão pedindo autorização da Assembleia Legislativa para tomar empréstimo de R$ 100 milhões na Caixa Econômica. A autorização não veio e a matéria sequer foi levada a plenário. Três meses depois, em 28 de julho, Rui Costa recuou e pediu a retirada da matéria. Os gastos em curso estão na conta da Conder, cujo orçamento ganhou dimensões faraônicas para abarcar todas as aventuras eleitorais que o governador passou a fazer, a despeito de sacrificar a Lei de Responsabilidade Fiscal e incorrer até em pedalada fiscal.
 
Bombardeio de crítica
O governador Rui Costa provocou a ira dos profissionais da área da enfermagem nesta semana após se considerar favorável à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o piso da categoria. Nas redes sociais, trabalhadores protestaram contra a declaração do petista e, até nas ruas, manifestações foram realizadas, com críticas ao posicionamento de Rui. Nos bastidores, parlamentares da base petistas dizem que a fala do governador, além de ruim para o próprio chefe do Executivo, foi ruim também para os candidatos a deputado ligados à categoria, que passaram a ser cobrados pela declaração.
 
Zangado
Pegou muito mal para Jerônimo Rodrigues o comportamento irritado durante entrevista na rádio Sociedade nesta quinta-feira (8). Além de tentar fugir da pergunta feita pela jornalista sobre os péssimos índices da educação da Bahia, o petista ficou visivelmente alterado, elevou o tom de voz e interrompeu por diversas vezes a entrevistadora, que acusou o candidato de estar sendo grosseiro. No final, após se irritar com a pergunta, ainda disse “respeitar muito bem as mulheres” e recebeu da jornalista a resposta: “não foi o que pareceu agora, mas sinta-se à vontade”. E para piorar o caso, Jerônimo ainda disse que não iria aceitar “ser pressionado dessa forma”. Resumo da ópera: desrespeita a jornalista e ainda se faz de vítima. Me deixe, viu!
 
Calado é um poeta I
Não bastasse a grosseria com a apresentadora da rádio Sociedade, o candidato do PT Jerônimo Rodrigues fez trágicas confissões sobre a educação da Bahia durante a sabatina. Depois de muito gaguejo para fugir da pergunta sobre a Bahia ter a pior educação do Brasil no Ideb, Jerônimo sucumbiu. Primeiro disse que o indicador foi criado corajosamente nos governos nacionais do PT “mesmo sabendo que o Brasil inteiro padecia” na Educação. E depois não teve vergonha em dizer o que parecia tentar esconder no início da entrevista. “A nota maior de Ideb no Brasil não chega a 7, nós temos 3.2”. Nas redes sociais, um apoiador do petista não perdoou a mancada: “calado é um poeta”.
 
Calado é um poeta II
O novo ataque de fúria de Rui Costa contra ACM Neto nesta semana rendeu ao governador, na sua própria base, uma comparação com o presidente Jair Bolsonaro (PL). Parlamentares dizem que Rui se contradiz quando critica Bolsonaro por “incentivar o ódio”, mas acaba fazendo o mesmo com ataques pessoais e agressivos contra um adversário, incluindo até o nome de familiares. Além disso, continuam, o petista já criou a mania de disseminar fake news contra Neto e rivais políticos.
 
Foto: Divulgação.

2 Sep 2022

O sumiço de Jerônimo na TV, o saco cheio de Rui com Geraldo e o contraste dos vices

Procura-se um candidato
Após a decisão judicial que obriga Jerônimo Rodrigues a aparecer em sua própria propaganda na TV, a expectativa é que agora, enfim, o petista deixe o anonimato e participe de seus programas eleitorais. A coligação 'Pra Mudar na Bahia' entrou com uma representação e o TRE concedeu uma liminar para determinar que o candidato do PT apareça mais no seu tempo, já que a grande parte dos 3 minutos e 39 segundos é ocupada por apoiadores. Em um dos programas, ele fala por apenas 12 segundos e, noutro, participa em 24 segundos. Em algumas inserções em rádio e TV, o ex-secretário da Educação sequer fala. Uma coisa é fato: a insegurança é tanta que Jerônimo parece se esquivar dos programas e inserções. Precisou, então, a coligação adversária ir à Justiça para que o candidato petista cumpra a lei e bote a cara na telinha.
 
O que diz a lei
A legislação eleitoral prevê que os apoiadores devem ocupar no máximo 25% do tempo da propaganda eleitoral dos candidatos. O restante deve ser obrigatoriamente de aparições do postulante ou de ações relacionadas a ele. Com Jerônimo, tem sido o oposto, o que rendeu alfinetadas de adversários. O deputado federal Paulo Azi (União Brasil) não perdeu a oportunidade e ironizou: “Precisou a Justiça Eleitoral obrigar ele a aparecer, porque no programa só quem participa são os apoiadores. Está se escorando nos padrinhos”.
 
Estratégia avestruz
Por trás do “sumiço” de Jerônimo do seu próprio programa eleitoral está o fato de o candidato petista não decolar. Tanto é que a propaganda passa a impressão de não ser dele e, para observadores da política, parece fazer oposição ao próprio governo, falando dos problemas do Brasil, mas sem tocar nas questões fundamentais do estado.
 
Saco cheio
Fontes com trânsito no Palácio de Ondina revelaram que dois fatores principais foram responsáveis pela retirada de Geraldo Júnior (MDB) das agendas de interior de Jerônimo: o mau humor do governador Rui Costa e a inconveniência do candidato a vice. Relatam que a postura expansiva de Geraldo começou a causar incômodo em Rui, e o desconforto foi potencializado com a maior participação do governador na campanha. Além do excesso de brincadeiras, o emedebista passou a fazer discursos cada vez mais longos, tirando a paciência de Rui. O estopim foi num evento em que Geraldo dançou, com seus passinhos peculiares, na frente do governador. Foi o fim da picada.
 
Alívio
Mas a saída do postulante a vice da campanha no interior não provocou desconforto na base. Ao contrário, deputados e candidatos têm relatado alívio com a saída de Geraldo dos eventos. Para eles, o emedebista quer apenas eleger o filho e, “sem nenhum pudor”, estava invadindo bases de parlamentares petistas, o que gerou diversas queixas, que foram levadas a Rui. A situação é agravada pela observação de aliados de que, com sua saída do interior, Geraldo jogou a toalha de vez da disputa pelo governo e passou a se dedicar integralmente à eleição do filho, tarefa considerada complicada por caciques governistas.
 
O contraste dos vices
Enquanto Geraldo é escanteado na campanha petista, a candidata a vice na chapa de ACM Neto, Ana Coelho, tem participado ativamente da campanha. Num evento de Neto no interior em que a chapa se dividiu e ela participou de outra agenda, a ausência dela foi sentida e as pessoas pediam a presença da vice, que tem ocupado cada vez mais uma posição de destaque.
 
Território perdido
A cúpula do PT baiano já jogou a toalha para qualquer possibilidade de crescimento do candidato a governador Jerônimo Rodrigues nas regiões Oeste e Extremo Sul da Bahia. Com a consolidação do favoritismo de ACM Neto e a falta de progresso do ex-secretário da Educação nas duas localidades, caciques do partido admitem que a situação dificilmente será revertida e, com isso, não devem mais priorizar atos de campanha nas regiões. Nas pesquisas internas, o desempenho de Jerônimo em ambas as localidades é abaixo da média - que, diga-se de passagem, já é baixa. No Extremo Sul, garantem integrantes da base, é ainda pior.
 
TCE na cola
O TCE colocou o time em campo para auditar os convênios assinados pelo governo do estado e pode colocar luz sobre um show de horrores que a bancada de oposição na Assembleia já havia denunciado. A série de assinaturas teve claramente o viés eleitoral, mas mesmo assim não conseguiu segurar o tanto de prefeitos que se esperava. O que o governo conseguiu mesmo foi chamar a atenção dos auditores pela discrepância entre valores aplicados em 2021 e o primeiro semestre de 2022. Em todo o ano passado, a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder) executou obras cujos investimentos somam R$ 655 milhões, mas o montante subiu para R$ 1,3 bilhão apenas entre janeiro e julho deste ano.
 
A ordem dos tratores altera o viaduto
Quem quiser saber como o governo do estado está executando o orçamento público que puxe uma cadeira, sente e aguarde com paciência. Explica-se: é que muitos atos, contratos e convênios só aparecem no Diário Oficial depois de dias, semanas e até meses depois de terem sido firmados. Ou seja, a publicidade do que o governo faz ou pretende fazer só ocorre depois que a iniciativa já foi feita. É o caso de débitos da Bahiatursa que somam mais de R$ 1 milhão referentes a projetos realizados em abril e junho, segundo constam na edição do Diário desta terça (30).
 
O homem evaporou
Observadores da política baiana avaliam que a candidatura de João Roma (PL) ao governo está se diluindo. Na propaganda eleitoral de rádio e TV, o ex-ministro tem apenas três inserções por dia em meio às 140 que são veiculadas diariamente nos meios de comunicação. Junte-se a isso o fato de o deputado bolsonarista não ter nenhuma sustentação política, o que faz com que os eventos dele contem sempre com uma "moquequinha", a maioria formada por pessoas da própria campanha.
 
Barco à deriva
Para completar o cenário, até mesmo o bolsonarismo raiz que o apoiava já começa a desistir de Roma, fato que é observado pelo desempenho dele em pesquisas quantitativas e qualitativas. Mesmo com um leve crescimento do presidente Jair Bolsonaro no estado, o ex-ministro não acompanha e, pelo contrário, tem registrado queda. A candidatura de Roma está, de fato, evaporando.
 
Quem te viu, quem te vê
Causou estranheza entre deputados da oposição a postura do presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes (PSD), que gravou uma inserção na propaganda eleitoral com críticas a ACM Neto. A participação de Adolfo foi seguida por deputados do PT, que mantiveram a linha crítica. Contudo, parlamentares oposicionistas lembram que, quando precisou de apoio para se eleger presidente do Legislativo, o pessedista contou com o apoio de toda a bancada.
 
Foto: Divulgação.

26 Aug 2022

Rui manda limar Geraldo, as pérolas de Jerônimo e os números de guerra da violência na Bahia

Limado do jogo
Partiu do governador Rui Costa (PT) a ordem para tirar Geraldo Júnior (MDB) das agendas de interior ao lado de Jerônimo Rodrigues, de acordo com fontes com trânsito no Palácio de Ondina. À coluna, relatam reservadamente que Rui vinha recebendo muitas queixas de Geraldo, seja por causa do tratamento aos integrantes da campanha, seja pela ofensiva às lideranças de deputados do PT para dar musculatura à candidatura do filho. Inclusive, na coordenação de campanha, a avaliação é que Geraldo no palanque mais prejudicava do que ajudava, pois "não combina com a chapa" e não caiu nas graças da militância petista. O jeito foi encostá-lo em Salvador.
 
Escanteado

Mas quem conhece o candidato a vice-governador na chapa do PT garante: Geraldo não ficou nada satisfeito com a medida. Ele considera que foi escanteado e praticamente limado da campanha, já que não estará no dia a dia das atividades pelo interior. Dizem que justamente por isso o vereador tem andado ainda mais mau humorado pelos corredores da Câmara de Salvador.
 
Rebento
Por fim, aliados de Geraldo acreditam ainda que a eleição do filho do vereador para a ALBA praticamente foi para o ralo. Sem Geraldo pelo interior, argumentam que será difícil angariar apoios para o rebento, que, pelo que se comenta, não tem muito tino para a política.
 
As muitas palavras me fazem delirar
Se não pelo crescimento nas pesquisas, Jerônimo Rodrigues vem ganhando fama por fazer declarações confusas, redundantes e de difícil compreensão toda vez que precisa responder objetivamente sobre propostas para a Bahia. Herdeiro de um governo que deixou a Bahia com os piores índices de educação, segurança pública e desemprego, Jerônimo não consegue emplacar explicações plausíveis e solta pérolas como essa, durante a sabatina do G1: “Eu não fui secretário de Educação do governo do Estado, eu fui secretário de Educação do Estado da Bahia”. Quem explica?
 
Dilmou
Ao comentar sobre o episódio, um observador político brincou que Jerônimo virou uma espécie de substituto de Da Luz, candidato de anos anteriores que sempre conseguia arrancar risos da plateia com suas frases inusitadas. Um interlocutor da esquerda comparou os gaguejos do petista com alguns discursos da ex-presidente Dilma. “Ele Dilmou, mas Dilmará mais”, disse e saiu com um riso no canto da boca.
 
Números de guerra
O Monitor da Violência, do G1, colocou novamente a Bahia na liderança do ranking de homicídios e trouxe um dado para lá de alarmante sobre o índice de assassinatos no estado. Sozinha, a Bahia tem mais mortes registradas do que toda a região Sul do Brasil. Somados, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul tiveram 2.131 mortes violentas no primeiro semestre de 2022, enquanto a Bahia computou, segundo o levantamento, 2.630 casos - 23% maior do que os estados do Sul juntos. A região tem cerca de 30 milhões de habitantes, o dobro da população baiana. Além disso, o estado nordestino registrou quase o dobro em relação ao Centro-Oeste brasileiro, que teve 1.284 casos registrados, conforme levantamento feito pela coluna.
 
Silêncio dos (nada) inocentes
O governador Rui Costa (PT) ainda não se pronunciou sobre os novos dados de segurança pública, mas alguém tem dúvida de qual será a resposta? Certamente transferir a culpa, como faz desde sempre. Governador, essa desculpa não cola mais.
 
Banho de água fria
A pesquisa Datafolha, divulgada pela rádio Metrópole, caiu como um banho de água fria para a cúpula do PT no estado. Entre alguns mais otimistas, havia uma expectativa de que Jerônimo Rodrigues (PT) pontuasse na casa dos 20%, mas o resultado de 16% desanimou ainda mais a campanha do petista. Para eles, o resultado de Jerônimo, aliado ao elevado percentual de ACM Neto (União Brasil), que registrou 54%, desmobiliza as bases principalmente no interior.
 
Os números não batem
Em 2021, o governo do Estado deu um ótimo exemplo do que não fazer na administração pública. O relatório do TCE sobre o penúltimo ano da era Rui Costa mostra uma série de inconsistências nos dados financeiros do estado. Uma delas foi a divergência nos percentuais da Secretaria da Educação (SEC) e da Fazenda (Sefaz) sobre o limite constitucional de 25% que deve ser aplicado na educação. Quando os auditores colocaram a lupa sobre os extratos e fizeram a prova dos nove, identificaram R$ 404 milhões em despesas inelegíveis, cuja maior fatia foi usada para bancar programas assistenciais. 
 
A dupla terror da Educação
É justamente pelo seu caráter assistencial e, portanto, temporário, que os valores “não podem ser enquadrados como despesa com manutenção e desenvolvimento do ensino, não compondo o limite mínimo de aplicação, pelo Estado, em educação, exigido pela Constituição Federal”, esclareceu o TCE. Assim, como a aplicação ficou abaixo do que reza a lei, caberá ao próximo governador compensar a diferença que a dupla Jerônimo - Rui não cumpriu.
 
Foto: divulgação.

19 Aug 2022

A ausência de Wagner, o desânimo do PT e o descontentamento de Geraldo com Jerônimo

Falta no primeiro dia
A ausência do senador Jaques Wagner (PT) na abertura da campanha de Jerônimo Rodrigues foi encarada como um claro recado ao governador Rui Costa. Fontes do núcleo duro petista dizem que Wagner tem se queixado muito que Jerônimo não emplaca e que a culpa é de Rui, que não preparou o sucessor e ainda desmantelou a base governista. O senador, inclusive, teria confidenciado a um aliado que está evitando "dar pitacos" na campanha para deixar a possível derrota integralmente na conta de Rui.
 
Desânimo e medo
Um sentimento de desânimo e medo tem abatido a campanha petista. Desânimo, pois as melhores previsões internas projetam um teto de 30% dos votos válidos para Jerônimo. Algo insuficiente para forçar um 2° Turno. E medo do destempero emocional do governador. Prevendo que a culpa derrota está prestes cair em seu colo, Rui tem aparecido no núcleo de campanha cada vez mais nervoso. É esporro tamanho G pra todo lado.
 
Audiência baixa
Foi constrangedor o podcast realizado pela dupla Geraldo e Jerônimo essa semana. Durante a live, transmitida nas redes sociais, pouco mais de 100 pessoas acompanharam. Para se ter uma ideia, no mesmo dia, um prefeito de uma cidade de médio porte da Bahia realizava uma live com mais pessoas assistindo do que o tal podcast da dupla. Novamente, virou meme.
 
Mui Amigo
Descontente com o desempenho do companheiro de chapa, Geraldo Júnior tem falado que se o cabeça da chapa fosse ele, a história seria outra. O emedebista contou numa roda de vereadores, que nem Olga Curado - uma das maiores especialistas em media trainning do Brasil – conseguiu dar jeito em Jerônimo Rodrigues, que continua sem empolgar e se atrapalhar nas entrevistas e sabatinas.
 
Calafrio

Um servidor da Conder tem se mostrado obcecado pelo ex-prefeito ACM Neto. Nas últimas semanas, o rapaz passou a se dedicar quase que exclusivamente à função de criar e divulgar memes/fake news contra o candidato do União Brasil. Nas horas vagas, dá expediente na Conder, mesmo já sendo identificado que é tímido o seu conhecimento técnico sobre as atribuições da companhia. Pessoas do entorno dizem que ele chega a ter calafrios só de imaginar que pode perder a boquinha a partir de janeiro de 2023.
 
 
Escadinha
Candidatos a deputado estadual e federal do PT não estão gostando nada da tal federação com PV e PCdoB. A queixa deles é que estão sendo usados de "escada" para eleger parlamentares de PV e PCdoB. A situação é pior entre os federais. Dos 33 candidatos a federal, somente seis são do PV e PCdoB - três de cada. Reclamam que a federação vai fazer o partido perder ao menos duas vagas na Assembleia e uma no Congresso.
 
 
Calote na Educação
Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado derrubou mais um castelo de ilusões da propaganda do PT sobre a educação na Bahia. A Corte identificou que 46% dos profissionais do magistério tiveram, em 2021, salário-base abaixo do que determinava o Piso Nacional naquele ano. A batata quente está na mão de Jerônimo Rodrigues, candidato petista ao governo da Bahia, que foi secretário de Educação entre 2019 e março de 2022, período em que a lei federal também nunca foi cumprida - pelo contrário, só fez aumentar a quantidade daqueles que recebem menos do que a lei prevê. 
 
Prejuízo nas metas
A inspeção do TCE sobre esse quesito começou em 2017 e desde então o calote do governo vem sendo registrado em todos os relatórios de auditoria. Não bastasse o impacto direto no bolso dos professores, a situação constatada compromete uma das metas do Plano Estadual de Educação, que é a existência do Planos de Carreira para os profissionais da Educação Básica pública, cuja remuneração deve ter como referência o Piso Salarial Profissional Nacional.
 
Legião de candidatos
O clima é de otimismo entre aliados de ACM Neto que disputam cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Além de considerarem um trunfo a liderança disparada do ex-prefeito de Salvador nas pesquisas, acreditam também que o grande número de candidatos vai fazer com que as bancadas estadual e federal superem as expectativas. O exército de candidatos de Neto é mais do que o dobro do que o de Jerônimo - são 726 contra 334.
 
 
Dinheiro vem, dinheiro vai
O governo da Bahia deixou escapar 40% dos recursos federais que foram captados para o estado em 2021. A gestão estadual devolveu ao governo federal R$ 78,8 milhões do total de R$ 193 milhões que estavam à disposição do estado. Na avaliação dos auditores do TCE “o Executivo vem demonstrando, de maneira reiterada, ineficiência no aproveitamento dos recursos captados, uma vez que valores significativos têm sido devolvidos”. Para além disso, parte da devolução (R$ 3,3 milhões), feita pela Sedur referente ao saldo de um convênio, pode ter ocorrido maneira equivocada, porque o valor saiu da Conta Única do Tesouro Estadual e não houve, segundo o TCE, documentação comprobatória. Quando colocaram a lupa, os contadores da Corte viram registros da mesma natureza realizados ao longo dos últimos cinco anos, somando R$18,9 milhões que podem ter sido pagos indevidamente pelo Poder Executivo.
 
Foto: Divulgação.

12 Aug 2022

O relógio de ouro da poderosa, o descontrole emocional de Jerônimo e o desrespeito aos professores

Rolex
Essa semana viralizou nos grupos de zap, do interior e da capital, a foto da esposa de um político baiano com um relógio de 321 mil reais no pulso. Isso mesmo! Um Rolex Day Date 40 avaliado em (pasmem) 61 mil dólares. Um luxo só.
 
Franciscano
Só mesmo as forças ocultas que rondam o Paço Municipal para explicar a declaração de renda do presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Júnior (PMDB) à Justiça Eleitoral: R$ 143,5 mil. Vereador desde 2011, ele tem salário de R$ 18,9 mil. Só o apartamento em que mora em um pomposo condomínio da capital baiana é avaliado por baixo em R$ 2,5 milhões. Sem contar na vida social bastante luxuosa e movimentada que o emedebista leva...
 
Descontrole emocional
Integrantes do núcleo duro da campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) avaliaram como desastrosa a participação dele no debate da TV Band, no último domingo. Sondagens qualitativas feitas esta semana indicam que o eleitorado baiano começa a identificá-lo como um candidato fraco e sem preparo. “Isso é péssimo para quem não é muito conhecido, principalmente numa eleição muita curta”, revela uma fonte governista. E completa: “É normal ficar nervoso no primeiro debate, mas ele foi além e conseguiu se atrapalhar mais do que na Sabatina do UOL”.
 
Fábrica de Memes
A participação de Jerônimo no debate da Band gerou uma infinidade de memes. A cada novo tropeço, os grupos de WhatsApp pipocavam. Foi piada para todo gosto. Teve Jerônimo dizendo que ia responder uma pergunta, chamando profissionais da saúde de “categoria importante para segurança do estado da Bahia”. Uma verdadeira fábrica de memes.
 
Sabatina
Talvez traumatizado pelo desempenho na Sabatina do UOL, Jerônimo Rodrigues decidiu cancelar de última hora a participação na Sabatina BandNews TV, conduzida pela jornalista Adriana Araújo. “Chegou a informação de que a primeira pergunta seria como o pior secretario de Educação do Brasil decidiu agora se candidatar a governador”, revela uma fonte com acesso ao candidato petista. A equipe achou melhor evitar desgaste.
 
Professor reprovado I
Quase metade dos profissionais de magistério da Bahia recebeu remuneração abaixo do valor previsto no Piso Salarial Profissional Nacional - PSPN para o ano de 2021. A proeza aconteceu sob a gestão do então secretário de Educação, Jerônimo Rodrigues, que hoje é o candidato do PT na sucessão estadual. A distorção foi apontada por auditores do Tribunal de Contas do Estado no parecer prévio sobre o exercício financeiro de 2021. A Corte identificou 16.479 servidores que receberam abaixo do piso - o que corresponde a 46% do total de 35.819 profissionais do magistério.
 
Professor reprovado II
O pente fino do TCE nos registros de RH mostrou que o buraco da educação no estado é mais profundo do que se imaginava. Sob a condução de Jerônimo, a Bahia se consolidou como estado que tem a pior educação do Brasil, voltou a apresentar índices preocupantes de analfabetismo, além de ter atravessado a pandemia sem um dia de aula (online) sequer para os estudantes da rede estadual.
 
Efeito manada
O senador Otto Alencar não anda nada satisfeito com a debandada de prefeitos do PSD para o grupo de ACM Neto. Oficialmente, já são pelo menos 15 prefeitos, mas o número tende a crescer nos próximos dias. O cacique, inclusive, já foi procurado por alguns deles para comunicar o desejo de apoiar o ex-prefeito de Salvador. A avaliação interna no partido é que a mudança de lado dos gestores municipais enfraquece a campanha à reeleição ao Senado.
 
Fogo amigo
Causou revolta entre deputados da base petista a notícia de que o governador Rui Costa (PT) teria ligado para Zé Ronaldo na tentativa de atrai-lo para o grupo. Em conversas reservadas, parlamentares disseram que “só Rui não sabia que Zé Ronaldo nunca deixaria o grupo ao qual fez parte a vida toda” e se queixaram da falta de atenção. “Eu mesmo, em oito anos, nunca recebi uma ligação do governador”, reclamou um deles. “Ele prefere dar mais atenção aos rivais do que aos aliados. Por isso está como está”, disse outro.
 
O ex-bom gestor
O parecer prévio do TCE sobre as contas do governo de 2021 fez trincar a imagem de bom gestor que o governador Rui Costa ainda nutria entre os seus. A desconfiança sobre a reputação fiscal surge especialmente porque os alertas e advertências da Corte se repetiram com frequência nos últimos anos, a exemplo do que os auditores classificaram como “uso indefinido e abusivo” na execução de DEA - Despesas de Exercício Anteriores. Na prática, secretarias como Seap e Setur* executaram em 2020 valores acima do que estava previsto no orçamento e empurraram o excedente para ser pago como DEA em 2021. Agora, a conta de 2022 vai ficar para o próximo governador.
 
Aos números
A Seap foi a que mais extrapolou: gastou R$ 65,7 milhões a mais do autorizado. “Essa situação revela as distorções provocadas por essas irregularidades nos demonstrativos financeiros do Estado, tendo em vista a contratação de despesas em volume significativamente maior ao aprovado pelo Poder Legislativo, se considerado que a totalidade dessas despesas deveria ser contabilizada ainda no exercício de 2020”, diz o TCE.
 
Conder sem limites
O governo colocou em campo um novo lote de obras da Conder para compensar as centenas de convênios cancelados que deixaram prefeitos frustrados. O problema é que para fazer a “reparação” o governo afrontou todos os limites da razoabilidade orçamentária a pouco mais de cinco meses do final da gestão. Esta semana, a Conder publicou uma das cinco etapas de obras de requalificação urbana e intervenções em equipamentos públicos que somam R$ 410 milhões - valor significativamente superior a todo o orçamento da Companhia para 2022, que é de R$ 263 milhões. Adiciona-se a essa conta também o saldo dos convênios eleitoreiros que ficaram ativos e pesam algo em torno de R$ 1 bilhão. Ou seja, o governo lançará mão mais uma vez do recurso do DEA como gambiarra para fechar as contas - repetindo infrações apontadas e condenadas pelo TCE.

*O ex-secretário do Turismo da Bahia Fausto Franco responde a nota publicada pela coluna Alô Alô Política e ressaltou que as contas da pasta referentes ao exercício de 2020 foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). 

Confira abaixo a nota na íntegra:

Do exame realizado nas contas da Setur, relativas ao exercício findo de 2020, a auditoria realizada pelo TCE concluiu  pela aprovação  das contas da Setur por meio do processo 1159/2021.
Do montante proveniente dos recursos classificados como DEA - Despesas de Exercícios Anteriores, em 2020, o percentual computado pela Setur encontra-se abaixo de 7,7%, que corresponde aproximadamente a 667.000,00, sendo que os valores remanescentes representam despesas pagas por gestões pretéritas, e pela Superintendência de Fomento ao Turismo - Bahiatursa,  detentora de autonomia financeira, em decorrência da sua condição de Superintendência em regime especial, cujo percentual equivale a maior fração dessas despesas, conforme dados dispostos pelo sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças do Estado - FIPLAN.
 
Foto: Divulgação.

5 Aug 2022

A grata surpresa da vice de Neto, o voo solo dos deputados do PT e o conto do vigário de Rui aos prefeitos

Grata surpresa
Anunciada ontem como pré-candidata a vice-governadora na chapa de ACM Neto (União Brasil), a empresária Ana Coelho (Republicanos) impressionou positivamente em sua apresentação oficial. Entre aliados do ex-prefeito de Salvador, o nome dela foi considerado uma “grata surpresa” e já causou impacto em sua primeira manifestação como postulante por sua segurança e preparo. Dizem eles que Ana demonstrou fala simples, direta e sem muita formalidade, além de passar uma imagem de simpatia e carisma. Para eles, ela não só agrega como vai contribuir muito para a chapa.
 
Reações positivas
A boa receptividade a Ana Coelho não ficou apenas no meio político. No setor empresarial, a reação também foi positiva e diversos players do meio fizeram manifestações favoráveis ao nome dela para compor a chapa de ACM Neto. Ela é considerada uma grande liderança empresarial do estado e uma pessoa conectada ao tempo atual.
 
O dia D
A chapa de ACM Neto vai ser oficializada durante convenção hoje no Centro de Convenções em evento político que vai reunir deputados, prefeitos, candidatos e lideranças de todo o estado, que se mobilizam para participar do ato. A expectativa das lideranças políticas que acompanham o ex-prefeito de Salvador é de que seja um dos maiores eventos políticos da história da Bahia. Além de Ana na vice, a chapa terá ainda o deputado federal Cacá Leão (PP) como candidato ao Senado.
 
De olho nos recordes
O detalhe é que a chapa de Neto pode fazer história duplamente caso saia vitoriosa das eleições de outubro. Ana pode ser a primeira vice-governadora eleita na Bahia e Cacá Leão o senador mais jovem do estado.
 
Voo solo
Pelo menos quatro dos 13 deputados estaduais do PT devem ficar pelo caminho na corrida da reeleição. A estimativa é de uma avaliação interna dos próprios petistas, que listam, entre outras coisas, pelo menos duas razões para a possível retração: a primeira é que a federação partidária com PV e PCdoB inevitavelmente redesenha a partilha de redutos e conta final dos votos; e a segunda gira em torno da falta de perspectiva no crescimento de Jerônimo Rodrigues. O novo cenário impôs mudanças de rumo nas estratégias de campanha de vários parlamentares, que passam a trabalhar em voo solo e se descolam da majoritária para se apresentar apenas como postulante “do time de Lula”.
 
Saí pra lá!
Embora o governador Rui Costa goste de se vangloriar sobre sua popularidade, deputados do grupo aliado ao PT não parecem fazer questão de ter o petista em suas campanhas. Em seus materiais de campanha que estão rodando no interior, parlamentares limaram a imagem de Rui e usam apenas fotos do ex-presidente Lula, considerado por eles o verdadeiro puxador de votos. Agora, se a relação com a base está nesse nível, imaginem o que virá para o governador após as eleições?
 
O disseminador de fake news
Na convenção do PT, repercutiu mal e ficou provado por A mais B que, de tanto falar de fake news, o governador Rui Costa (PT) está ficando famoso como disseminador de notícias falsas. Em discurso, dedicou boa parte dele para atacar ACM Neto (UB) e falar de um episódio em que o ex-prefeito teria tomado o microfone de uma liderança de Itarantim, baseado em vídeo montado que circulou nas redes sociais. Mas o fato é que Neto ajudou a trocar o microfone com defeito. No fim de semana, Du Almeida, liderança de citada, esclareceu os fatos, desmoralizou Rui e provou a farsa do governador que não se atentou com a verdade e espalha mentira. Pegou mal, governador.
 
O centro das atenções

Ainda sobre a convenção do PT, o senador Angelo Coronel (PSD) foi um dos principais personagens. Crítico ferrenho da condução política de Rui, não deixou barato: tratou logo de ressaltar no seu discurso o péssimo tratamento sofrido por prefeitos e deputados na mão do governador. Pediu a Jerônimo que mirasse em Jaques Wagner (PT) e tratasse melhor esses agentes políticos no futuro. Rui estava longe, no fundo do palco. Aos mais próximos, depois do evento, Coronel confidenciou: “pelo visto gostaram, senti os abraços mais apertados de prefeitos e deputados no final”. Quem não deve ter gostado foi Rui.
 
Quem cala consente
E sabe o que é mais curioso? O silêncio ensurdecedor de integrantes da base petista sobre as declarações de Coronel. Integrantes da base dizem que as falas do senador representam o sentimento majoritário da base de que o tratamento dado às lideranças, seja de deputados ou prefeitos, sempre foi ruim e que ninguém se sentiu confortável em rebater.
 
O protagonista
Rui Costa tem roubado o protagonismo do seu pupilo e se porta nos eventos de campanha como se candidato fosse. Na coletiva pós-convenção, chegou a tomar o microfone da mão de Jerônimo para responder a pergunta da notícia veiculada em grandes portais de repercussão nacional. E o pior: não deixou Jerônimo voltar para responder ao questionamento. O nervosismo está grande.
 
Recursos só na imaginação
O governador Rui Costa segue assinando convênios como se não houvesse amanhã. Entre promessas e embaraços administrativos, Rui já movimentou - pelo menos no imaginário dos prefeitos - algo em torno de R$ 2 bilhões. O problema é que as obras não saem do papel e pelo visto a manobra teve apenas apelo eleitoral. De janeiro a 1º de julho, Rui empenhou R$ 1,8 bilhão, mas depois recuou e cancelou R$ 600 milhões dos atos conveniados. E agora, de julho para cá, já firmou novos convênios que somam R$ 107 milhões. Como a legislação não permite a transferência de recursos aos municípios durante a janela de três meses que antecede as eleições, os valores ficam apenas no campo da imaginação.
 
Depois da queda o coice
Setores ligados ao PT no estado tiveram duas derrotas na Justiça Eleitoral nesta semana em função das pesquisas com indícios de irregularidades do instituto AltasIntel. Primeiro, o instituto foi multado em R$ 53 mil pela Justiça Eleitoral em função do levantamento anterior, divulgado em meados de julho e já suspenso pelo TRE. Depois, a própria Corte Eleitoral proibiu a divulgação de nova pesquisa, prevista para hoje.
 
Foto: Valter Pontes.

29 Jul 2022

O alerta vermelho, Rui zangado, o candidato ofuscado e a vanguarda conquistense

Alerta vermelho
Caciques do grupo governista na Bahia já avisaram ao governador Rui Costa (PT) que a debandada dos prefeitos, que tem irritado o chefe do Executivo, deve se intensificar. Pelas contas, confidenciam deputados, ao menos 20 prefeitos devem migrar para a base do ex-prefeito de Salvador ACM Neto somente nos próximos dias. Pontuaram, entretanto, que o número pode ser ainda maior, diante de possíveis surpresas, como ocorreu nesta semana com o prefeito de São Félix do Coribe, Chepa Ribeiro (PP), cuja mudança causou espanto na cúpula petista.
 
Estratégia
Em muitas cidades da Bahia, um fenômeno tem chamado a atenção de observadores da política baiana. Enquanto muitos prefeitos optam por ficar na base do governo, os vices e vereadores decidiram marchar com ACM Neto. Ou seja: prefeitos acabam ficando isolados no apoio ao PT e perdem seus maiores soldados na conquista do voto que são os vereadores.
 
Rui zangado I
Por falar em Chepa Ribeiro, provocou a mais profunda ira do governador Rui Costa o desembarque do prefeito da base governista. O caso foi considerado emblemático no meio político, porque recentemente Rui foi para uma agenda na região e dormiu na casa do prefeito. E outro fato curioso foi na ligação que Rui fez a Chepa. “Saudade mata, Chepa”, disse o governador, que recebeu do prefeito uma franca e objetiva: “Se eu for o remédio, o senhor vai morrer”.
 
Troco vem a galope
Entre governistas e oposicionistas, parlamentares são unânimes quando falam do assunto: o governador está agora colhendo o que plantou quando sempre manteve tratamento hostil aos prefeitos. Dizem que a resposta de Chepa Ribeiro é a que melhor representa esse sentimento nos gestores municipais, que sempre se queixaram de darem com a cara na porta da Governadoria.
 
Candidato ofuscado
Observadores da cena política dizem que já apareceu o primeiro indício de que a campanha de Jerônimo Rodrigues começou a fazer água. O grande sinal disso é que o governador Rui Costa iniciou um movimento de aparecer mais que seu apadrinhado, mostrando obras e realizações de sua gestão em detrimento de apresentar o seu postulante. Nas redes sociais, Rui deixou Jerônimo de lado para publicizar as ações de seu governo, como se fosse ele o candidato. Observam políticos experientes que o mesmo aconteceu com a candidata de Rui à Prefeitura de Salvador, Major Denice em 2020, quando o governador praticamente ignorou a existência dela em suas redes.
 
Rui zangado II
O governador Rui Costa está na bronca com a equipe de campanha de Jerônimo Rodrigues (PT) por conta da mobilização para os eventos no interior. Em alguns casos, o número de pessoas tem sido muito pequeno, o que tem chateado Rui. Um exemplo foi o ato marcado para Jequié, que foi adiado. Segundo a campanha, por causa da chuva, mas o tempo na cidade estava firme. No meio político, os casos de eventos vazios viraram piada e alguns já chamam o PGP de "pouca gente participando".
 
Vanguarda
No evento de ACM Neto em Vitória da Conquista, um grupo de políticos comentava uma máxima que tem sido falada na cidade: Conquista antecipa o que acontece na Bahia. Explicando: o município do Sudoeste baiano teve uma longa hegemonia de governos do PT e, em 2016, chegou ao fim com a eleição de Herzem Gusmão, falecido no ano passado. Neste sentido, dizem os políticos que participavam da conversa, será a vez do estado mudar o governo após os 16 anos de gestões petistas.
 
Fogueira
O valor empenhado pela Bahiatursa em convênios e contratos para financiar festas juninas pelo interior do estado deve chegar à casa dos R$ 100 milhões. Passado um mês dos eventos, o governo ainda publica em Diário Oficial registros dos atos administrativos que estouraram a boca do balão orçamentário. O valor é quatro vezes superior ao orçamento que foi destinado à Superintendência para todo o ano de 2022, na ordem de R$ 23 milhões. A pergunta que não quer calar é como a turma vai fazer para pular a fogueira na hora da prestação de contas. Um dos caminhos apontados internamente é empurrar com a barriga e deixar o residual para o próximo ano valendo-se do DEA - Despesa de Exercício Anterior. A prática, contudo, tem sido recriminada pelo TCE, cujo relatório das contas de 2021 aponta que Rui fez uso indefinido e abusivo do recurso.
 
Freio na farra I
A farra dos convênios segue a todo vapor nas cercanias da Conder. Depois de fazer um cancelamento em série, o governador Rui Costa iniciou uma nova gambiarra administrativa para requentar as promessas não cumpridas e tentar conter a debandada de prefeitos. As manobras, porém, estão agora sob os olhares atentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que esta semana recebeu uma denúncia do líder da oposição na Assembleia, deputado Sandro Régis, com extensa lista de ilegalidades.
 
Freio na farra II
Em Olindina, por exemplo, o intervalo entre a assinatura do convênio e o início das obras foi de apenas seis dias. O problema é que em seis dias não há tempo hábil sequer para lançar um edital de pregão eletrônico (que exige prazo de oito dias para recebimento de propostas) e muito menos para vencer todas as etapas burocráticas e necessárias.
 
Jogo sem regras
Já em Pé de Serra, o processo licitatório foi adiante mesmo depois de o município ter perdido o objeto e dotação orçamentária previstos no convênio cancelado pelo governador. Para piorar, a Conder optou pelo famoso “jeitinho” e orientou a prefeitura a publicar uma errata, como se tratasse de erro meramente material para que fossem “aproveitadas” as licitações, feitas a partir de convênio já anulado, em uma nova assinatura. A orientação foi seguida e o processo correu como se o jogo não tivesse regras. Tudo à revelia da lei. Agora, os envolvidos terão que dar explicações aos órgãos de controle.
 
Foto: divulgação.

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