A empresa de milhões, a mudança de cor de deputados da base do PT e a farsa eleitoral de Jerônimo

Empresa de milhões
Uma empresa de eventos que presta serviços para o governo do estado vem chamando a atenção pela ascensão meteórica - e milionária - que teve em 2022. A corporação, que recebeu entre 2018 e 2021 R$ 2,7 milhões do governo para prestação de serviços, já faturou R$ 14,6 milhões somente em 2022. Em relação ao ano passado, quando a empresa recebeu R$ 730 mil do governo, o aumento é de, pasmem, 1.900%. Nos bastidores, se comenta que a empresa tem por trás um importante figurão do governo, que inclusive atua na coordenação de campanha de Jerônimo Rodrigues (PT), e que também tem moral demais com o governador Rui Costa (PT).
 
Coincidência? 
O curioso é que a tal empresa recebeu recursos para a realização de eventos nos mesmos locais e datas de atos de pré-campanha de Jerônimo Rodrigues. Exemplo: uma das ações realizadas ocorreu em Itabuna, entre os dias 4 e 8 de junho, com custo de R$ 559,4 mil, valor pago pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), conforme consta no portal da transparência do governo. No mesmo dia 4, acontecia em Itabuna um evento político do grupo petista, inclusive com a presença do governador Rui Costa. Muita coincidência…
 
Conveniência
Tem causado estranheza a falta de questionamento de deputados da base petista em torno da autodeclaração racial de integrantes do seu próprio grupo político. Talvez estes parlamentares ainda não saibam, mas a coluna vem aqui para revelar alguns nomes que se declaram pardos na Justiça Eleitoral: Geraldo Júnior (MDB), Alice Portugal (PCdoB), Waldenor Pereira (PT), Lídice da Mata (PSB) e Daniel Almeida (PcdoB). Além, é claro, do governador Rui Costa, que em 2018 também se autodeclarou pardo. Com a palavra, os deputados petistas...
 
Mudança de cor I
Sobre a deputada federal Alice Portugal, chama ainda mais a atenção o fato de ela ter mudado sua autodeclaração em relação à eleição passada. Em 2018, a parlamentar comunista se autodeclarou branca, mas em 2022 mudou para parda. No caminho inverso, os deputados federais do PT Afonso Florence e Jorge Solla mudaram, entre as duas eleições, suas autodeclarações. Em 2018, se diziam pardos, mas agora se declararam brancos. 
 
Mudança de cor II
A mudança mais brusca foi do deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), líder do governo Rui Costa na Assembleia Legislativa. Em 2018, o petista se autodeclarou branco, enquanto agora em 2022 mudou para preto.
 
Sem argumento
Vai sabatina, vem sabatina e Jerônimo Rodrigues não consegue explicar o péssimo desempenho da Bahia na educação durante os governos do PT. Secretário da pasta por três anos durante o segundo governo de Rui, ele tem adotado duas linhas discursivas: foge do tema como o diabo foge da cruz e culpa os prefeitos da Bahia e o governo federal. O fato é que até agora o ex-secretário não sabe dizer porque a Bahia tem a pior educação do Brasil - fato que deu a ele a alcunha de pior secretário da educação do país. 
 
Farsa eleitoral
A candidatura de Jerônimo Rodrigues (PT) está com cara de uma verdadeira farsa eleitoral. Uma das provas veio nesta semana com uma foto postada nas redes sociais do petista em que metade do rosto dele é coberta com uma faixa da face do ex-presidente Lula. Somado a isso, vem a propaganda eleitoral do ex-secretário da Educação, em que ele não aparece e se resume a atacar ACM Neto e mostrar vídeos de apoiadores do petista, entre eles o ex-presidente. A estratégia, que não tem nenhum pudor, parece induzir o eleitorado a votar em Lula para governador e para presidente, enquanto Jerônimo segue completamente escondido e escanteado em sua própria campanha. 
 
Bico fechado
A explicação para o sumiço de Jerônimo de sua própria propaganda é uma só: o candidato do PT não empolga em seus discursos, tem dificuldade para se expressar e, além de tudo, não consegue construir argumentos para defender o governo nem para apresentar sua plataforma de campanha. 
 
Mero repassador
Deputados estaduais de oposição têm advertido que o governo do Estado é mero repassador dos recursos vindos da União para o pagamento dos precatórios aos professores e, portanto, não pode suprimir qualquer parte do valor nem tão pouco fazer descontos no abono. Os parlamentares ressaltam que o dinheiro é federal e deve cair nas mãos dos trabalhadores integralmente conforme decisão do STF. Os professores, por sua vez, não escondem a desconfiança sobre a gestão do governo estadual na partilha do montante - o que tem sido o motivo de sucessivos protestos e paralisações. 
 
 
Quem souber morre
No meio político nas últimas semanas, só se fala no apartamento que o governador Rui Costa comprou no bairro da Graça. A mansão, adquirida pela bagatela de R$ 2,5 milhões, deixou boquiabertos até mesmo caciques da base governista, que lembram o discurso de Rui contra o patrimônio de adversários. “E agora ele vai morar num dos metros quadrados mais caros de Salvador. É no mínimo curioso”, lembra o parlamentar da base aliada. Entre eles, a pergunta que não quer calar é: “de onde veio o dinheiro?”. 
 
Cofre aberto
Tem chamado a atenção de integrantes do Ministério Público estadual e do Tribunal de Contas os gastos volumosos da Bahiatursa em 2022. Somente este ano, a superintendência já desembolsou R$ 99,5 milhões, maior valor desde o início do governo Rui Costa, em 2015. Em relação ao ano passado, o crescimento é de 73,2%. Em 2015, no primeiro ano da gestão de Rui, o gasto do órgão foi de R$ 14,2 milhões. E olhem que o dinheiro aplicado no São João de 2022 ainda nem foi todo lançado na transparência. As suspeitas de irregularidades são muitas, principalmente pelo fato de diversas contratações estarem sendo feitas por dispensa. 
 
#tbt da gastança na Bahiatursa
Inclusive, já chama atenção há bastante tempo a espécie de cheque em branco que a Bahiatursa tem em mãos para pagamento de festas e projetos pelo interior do Estado. O orçamento minúsculo de R$ 23 milhões ao ano se agigantou neste ano eleitoral, tendo espaço inclusive para o reconhecimento de débitos antigos, como os R$ 250 mil referentes a um projeto que aconteceu em 2019 em Luís Eduardo Magalhães, quando a cidade era gerida por um aliado de Rui. O registro publicado no Diário Oficial esta semana vem sendo chamado de #tbt da gastança.

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