A festa da torcida do Flamengo bancada pelo governo e a empresa carioca nos museus baianos

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Pense num absurdo...

O absurdo da festa junina realizada pela torcida organizada do Flamengo em Teixeira de Freitas e bancada pelo governo do estado tem como pano de fundo a participação de pessoas ligadas a membros influentes da gestão de Jerônimo Rodrigues. Segundo apurou a coluna, o evento, que contará com a participação de artistas de peso, tem como mentor Davi Loyola, irmão do chefe do Gabinete de Jerônimo. Davi, de acordo com a apuração, é integrante da Flatexas, torcida do time carioca no município do Extremo Sul, e muito ligado à direção da entidade. Além de estar por trás da realização dos festejos, Davi articula para emplacar o ex-deputado Uldurico Pinto (MDB) como candidato da base governista no ano que vem contra o atual prefeito, Marcelo Belitardo (União Brasil). 


...Na Bahia tem precedente

Uldurico, inclusive, aparece entre os apoiadores da festa, assim como o governo, o que pode caracterizar promoção pessoal de agente público, uma vez que o evento terá patrocínio público, do governo de Jerônimo. E não para por aí. Na inscrição cadastral da Flatexas, só há a permissão para atividades ligadas a eventos esportivos e não a festejos como o que acontecerá em Teixeira. Para completar, ainda falta transparência ao processo, uma vez que o governo tem atrasado a publicação dos contratos de contratação para os festejos juninos - não apenas em Teixeira. Em resumo: mais um caso flagrante de ilegalidade bancado pelo governo do estado. 

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Influência é tudo 

E por falar nos festejos juninos, tem gente muito influente no governo do estado fazendo papel de empresário de bandas que vão tocar pelo interior. Chama a atenção uma banda que vai se apresentar em mais de dez cidades, com valor total superior a R$500 mil. A tal atração, garantem fontes da coluna, tem por trás um figurão muito próximo de integrantes do primeiro escalão de Jerônimo. Como o caso já é do conhecimento geral, já há quem diga que o cidadão vai dançar. Agora, não se sabe se vai dançar por ação dos órgãos de controle e fiscalização ou se vai mesmo é dançar seu forró em paz. 


A pergunta de R$ 1 milhão

No dia 6 de fevereiro, quando o governador Jerônimo Rodrigues (PT) inaugurou uma escola no município de Amélia Rodrigues, a Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur) contratou e pagou R$ 1 milhão para a empresa Mais Ações Integradas Ltda realizar um “projeto” naquela cidade. A fatura milionária, porém, só se tornou pública no dia 14 deste mês, quando da publicação de um termo de reconhecimento de débito no Diário Oficial do Estado, indicando que a gastança foi feita sem previsão contratual. A manobra, contudo, não é novidade no túnel do tempo dos pagamentos entre governo e a referida empresa. 


Faturamento em alta

Em menos de dois anos, a Mais Ações viu sua receita disparar em níveis atípicos a partir de compromissos financeiros com o Poder Executivo da Bahia. Saiu do faturamento de R$ 730 mil em 2021 para R$ 34 milhões em 2022, em meio a inúmeros eventos no período eleitoral. Este ano, o balanço parcial até esta quinta-feira (22), mostra que a empresa já recebeu R$ 16 milhões, sendo a maior parte (R$ 7,7 milhões) vindos do gabinete do governador Jerônimo.


Gestão gaúcha, contrato carioca

O governo da Bahia deixou a cargo de uma empresa do Rio de Janeiro a produção artística e a promoção de eventos em seis museus baianos. A Barra Livre Eventos e Promoções Ltda vai receber quase R$ 2 milhões num intervalo de seis meses. De acordo com os resumos dos contratos publicados no Diário Oficial do Estado no último dia 15, a empresa receberá o valor R$ 896.999,98 apenas para atividades relativa ao Palacete das Artes. Outros R$ 852.000,00 são referentes ao Museu de Arte Moderna - MAM, Museu de Arte da Bahia - MAB, Galeria Solar Ferrão, Museu do Recôncavo Wanderley Pinho e Museu Parque Histórico Castro Alves - o que soma um total de R$ 1.750.999, 98. Ambos os contratos foram assinados com a benção do gaúcho secretário de Cultura, Bruno Monteiro, com as digitais da diretora geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), Luciana Mandelli, e do representante da empresa carioca, Ricardo Perrotta Binnios.


Com João, sem saúde

Moradores de Ribeira do Pombal e outros 15 municípios vizinhos vão ficar à deriva no atendimento de saúde durante os festejos de São João. Motivo? A Policlínica Regional construída pelo governo estadual entrou em recesso no último dia 19 e só reabrirá as portas em 3 de julho. A medida provocou indignação geral na população e fez valer as críticas de que a unidade, inaugurada há menos de dois anos com o custo de R$ 29 milhões, está subutilizada, se tornando um verdadeiro elefante branco. Mais absurda que a decisão do fechamento foi a direção da policlínica afirmar que ela se deu por responsabilidade de eventuais pacientes faltosos.


Calote nos aposentados

Aposentados e pensionistas do serviço público na Bahia continuam em caravana para fazer o governador Jerônimo cumprir o reajuste salarial que lhes cabe legalmente. O contracheque de junho repetiu a surpresa indigesta de maio, a partir de quando eles deveriam ter o acréscimo de 20% que o petista concedeu às funções comissionadas. O direito é assegurado porque ele deixaram a ativa com estabilidade econômica, podendo manter a mesma remuneração de quando ocupavam cargos de confiança. O périplo em busca de explicações passa pelo SAC, Suprev, Ouvidoria, Secretaria de Administração e até no zap do próprio governador, mas ainda sem nenhum retorno. Enquanto a situação persiste, tem aposentado levando calote de até R$ 700. 


Vitor Mau Fim

Os projetos de Lei, comendas, honrarias, e títulos dos deputados estaduais deixaram de ser votados nesta terça-feira (20/6) por causa de uma manobra do deputado estadual Vitor Bonfim (PV). Nos corredores da ALBA, a conversa é que Vitor tem a antipatia da Casa, e, ainda assim, quer ser presidente do Legislativo estadual na sucessão de Adolfo Menezes (PSD). Já começou errado. 


Via Crucis Bahia

A saída para o feriadão pelas estradas virou quase uma aventura off road, sobretudo para quem pegou a BR-324, principal ligação de Salvador para as cidades do interior. Buracos em série, asfalto irregular, baixa sinalização e até falta de acostamento em alguns trechos formam uma verdadeira prova de fogo pela qual milhares de baianos têm de passar para curtir o São João. Tudo isso acontece numa rodovia com pelo menos duas praças de pedágio, sob responsabilidade da Via Bahia, concessionária que flagrantemente descumpre os termos contratuais de conservação das pistas, mas que tem a leniência dos governos do PT ao longo dos últimos anos - mantida com o governador Jerônimo Rodrigues. Nem o ministro da Casa Civil e ex-governador da Bahia, Rui Costa, que diz ter prestígio em Brasília, se move em favor dos baianos. Na Assembleia Legislativa, até aliados dos petistas já falam em requerer a prisão dos diretores da empresa.

Fotos: Divulgação

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