29 Mar 2024
Do Elevador Lacerda ao Farol da Barra: Descubra a história dos cartões-postais mais famosos de Salvador
Nesta sexta-feira (29), Salvador completa 475 anos de fundação. Para celebrar o aniversário, o Alô Alô Bahia foi saber mais sobre alguns dos cartões-postais mais famosos e icônicos da capital baiana.
Em entrevista, o historiador, escritor e especialista em iconografia baiana Daniel Rebouças contou sobre a história dos lugares e monumentos que viraram símbolo e identidade de Salvador.
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Elevador Lacerda

Foto: Reprodução/Bruno Quadros/@bhruno_quadros
Daniel explica que o conceito de “Cartão-Postal” remonta aos cartões físicos, com imagens da cidade que, muitas vezes, eram enviados com carinho ou guardados como lembrança. E, considerando esse aspecto, o historiador conta que o Elevador Lacerda foi o principal cartão-postal de Salvador entre as décadas de 40 e 70.
“O Elevador foi um marco importante neste período, tanto a imagem quanto o lugar em si. E a história é interessante, porque as obras começaram no século 19, em 1869, mais ou menos, e foram finalizadas em 8 de dezembro de 1873, sendo parte de um projeto da empresa do Antônio de Lacerda de conectar a Cidade Alta com a Cidade Baixa. Só que ele vai se tornar símbolo da cidade antes mesmo dessa ideia de cartão postal existir. Desde as narrativas, depois as primeiras imagens, fotografias e pinturas, algumas aquarelas e logo nos primeiros cartões postais da cidade, ele já aparece”.
O historiador comenta que o destaque que o Elevador já possuía só aumentou com a sua modernização, em 1930, que trouxe a torre no formato que permanece até hoje.
“Quando acontece a reforma, ele passa realmente a ser bastante valorizado na iconografia por ser associado um símbolo de modernidade da cidade. É uma estrutura de concreto armado bastante poderosa e simbólica de uma determinada visão que queria demarcar Salvador como uma cidade moderna, mas que também preservava suas peculiaridades. Então, o Elevador representa a ‘Cidade de Dois Andares’, que era a referência mais comum de Salvador, porque quase todo mundo chegava via barco e, avistava logo o elevador”, diz Daniel.
Mercado Modelo
Outro símbolo bem marcante de Salvador, o atual Mercado Modelo já abrigou outras funções em períodos diferentes da história. “Ele foi construído para ser o novo prédio da Alfândega, com obras que começaram em 1847 e terminaram em 1863”, conta Daniel. Segundo ele, o prédio foi entregue em 1861 – o que explica a placa que adorna a entrada do Mercado – mas as obras só foram efetivamente concluídas em 1863.
O historiador diz que o prédio continua funcionando como Alfândega até 1940, quando surge uma proposta para derrubá-lo e erguer um prédio para a Secretaria da Fazenda Federal no lugar. Em 1969, um incêndio atinge o antigo Mercado Modelo de Salvador – que funcionava onde foi erguida a célebre escultura de Mário Cravo Junior no Comércio – surge a ideia da transferência para o Mercado Modelo que hoje conhecemos.

Foto: Arquivo Municipal/Fundação Gregório de Matos
“Quando era Alfândega, o prédio não tinha essa simbologia para a cidade. Mas, a partir de 1971, ele passa a ser um cartão postal bastante importante, principalmente porque ele talvez seja um dos símbolos mais fortes da indústria do Turismo da Ditadura Militar e dos primeiros governos pós ditadura, que via cidade como um polo de uma certa baianidade, dessa Bahia que seria uma espécie de Museu Vivo, guardando os ideais de africanidade ou afro-brasilidade”, explica Daniel.
Farol da Barra
Talvez, o Farol seja um dos primeiros lugares que vêm à mente quando se pensa em Salvador. Daniel conta que o Forte da Barra é uma das construções mais antigas da cidade, com a primeira estrutura de alvenaria datando de 1598, fins do século 16.

Óleo sobre tela 'Farol da Barra', de José Pancetti Crédito: Reprodução fotográfica Vicente de Mello
Daniel também lembra que a localização do Forte não era eficiente em termos de defesa militar, mas teve uma importância estratégica. “Ele era um ponto importante de vigia da cidade. Ou seja, ele tinha uma capacidade de avisar a presença de marcações estrangeiras ou de notificar embarcações não identificadas com muita eficiência”, observa.

Foto: Reprodução/Bruno Quadros/@bhruno_quadros
“Acho que o Farol da Barra é um cartão muito importante da Cidade, que marca a relevância que Salvador teve em relação à história do Brasil ligada à ocupação da orla marítima. E talvez tenha sido uns pontos mais representados na iconografia de Salvador. É bastante recorrente nas imagens, gravuras, fotografias e depois no cartão postal. O Farol da Barra é muito simbólico na representação da cidade”.
Forte de São Marcelo
Conhecida por sua relação com o mar e por ter uma das Baías mais famosas do mundo, Salvador tem, como um de seus grandes símbolos uma fortificação no meio das águas: o Forte de São Marcelo.

Foto: Reprodução/Kin Santana/@kinsantana
“Pensando em Salvador como cidade portuária, que durante mais de dois séculos foi um dos portos mais importantes toda América e do Brasil, obviamente enquanto foi capital até 1763, é impossível não falar do Forte de São Marcelo. A sua particularidade arquitetônica que, embora, não seja única, é bastante singular, é o fato de ser um ponto circular no meio do Oceano”, destaca Daniel.
A data de construção do Forte, segundo Daniel, não é um consenso entre os historiadores. “Ali na região do Porto, existiram duas fortificações do mar: uma mais antiga, que ficava mais próximo Salvador, e que não durou após época dos holandeses e depois a fortificação do São Marcelo. As duas tinham caráter de defesa, só que a do Forte de São Marcelo é de meados do século 16. As primeiras informações sobre plantas e projetos datam de 1650. E sabemos que demorou bastante para ser construído, mas no final do século XVI ou seja 1690 quase 1700, já estava pronto, com certeza”.
Por fim, Daniel justifica como o Forte ganhou a importância simbólica de um dos principais cartões-postais de Salvador: “Toda essa arquitetura no meio do mar, em formato circular, sempre marcou bastante a história de Salvador, reforçando essa relação de Salvador com as águas e como uma grande cidade portuária”.

Foto: Reprodução/Kin Santana/@kinsantana
* Foto: Antonio Dilson Neto/Alô Alô Bahia
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Caetano Veloso, 81 anos, já disse algumas vezes que considera Salvador a sua primeira cidade grande. É na capital baiana, por exemplo, que ele pretende ficar mais tempo após sua última turnê internacional.


A cantora Maria Bethânia, 77 anos, também nasceu em Santo Amaro, mas tem uma casa em Salvador. Ela passa a maior parte do tempo em sua residência no bairro do São Conrado, no Rio de Janeiro. Quando está em Salvador, ela fica na casa
A construção, que tem pelo menos 100 anos, tem vista incrível para a Baía de Todos-os-Santos. 

Gilberto Gil, 81 anos, nasceu no bairro do Tororó, mas passou por diversos endereços na capital baiana. Hoje, quando estão em Salvador, ele e a esposa Flora ficam no apartamento do casal no luxuoso Edifício Mansão Carlos Costa Pinto, no Corredor da Vitória. 




“Moramos durante 35 anos em um apartamento de mais de 600 m² em São Conrado. Lá criamos nossos três filhos: Bem, Bela e José. E acolhemos os outros cinco filhos de Gil. Era uma grande família em um grande apartamento. Aos poucos, os filhos saíram, e ficamos eu e Gil naquele lugar enorme sem a alegria da casa cheia”, contou Flora à revista Casa e Jardim.




O arquiteto David Bastos uniu duas casas dos séculos XVIII e XIX, e fez adaptações para cumprir regras do patrimônio histórico. O lar caloroso de Regina Casé é seu refúgio em algumas datas do ano e nas férias com a família. Neste ano, por exemplo, ela passou mais uma temporada por aqui. 
A frente do casarão olha para o Convento do Carmo, de 1586, e os fundos para a Baía de Todos-os-Santos, o porto e o Elevador Lacerda. Apesar do hipnótico appeal da visão do oceano, Regina prefere ver a rua deitada no sofá da sala, com as janelas abertas. “Adoro ouvir as conversas dos transeuntes, as brigas dos casais e outras histórias que só acontecem por aqui, isso me dá prazer”, disse, em entrevista à Casa Vogue.



Nascida no Rio de Janeiro, Claudia Leitte, 43 anos, se mudou com a família para Salvador com cinco dias de vida. A cantora passou a infância em uma casa na Rua Nova do Godinho, no bairro da Saúde, na capital baiana.





Paulista de nascimento, a atriz Fernanda Paes Leme, 40 anos, se apaixonou por Salvador ainda jovem e comprou um imóvel na capital baiana em 2019. A casa fica no bairro do Santo Antônio Além do Carmo, no Centro Histórico de Salvador, e
Grávida de Pilar, Fernanda passou parte do Verão 




Adriana Esteves, 54 anos, e Vladimir Brichta, 48, também não resistiram aos encantos de Salvador. Apesar de serem carioca e mineiro, respectivamente, os dois têm uma forte relação com a Bahia, já que Vladmir passou uma grande parte da vida na capital baiana. Em 2019, o casal também 


O imóvel é considerado um dos edifícios mais sofisticados da capital baiana – possui apartamentos com 4 e 5 suítes, em 450m², 460m² e 993m² de área privativa.













O cantor Márcio Victor, 44 anos, nasceu e foi criado no Engenho Velho de Brotas, mas hoje mora na Praia de Jaguaribe. A mansão do artista fica localizada em um condomínio entre as praias de Patamares e Piatã. 

Xanddy, 44 anos, e Carla Perez, 46, se dividem entre Salvador e Orlando, nos Estados Unidos (EUA). O casal mora junto com os filhos - Camilly Victória, 22, e Victor Alexandre, 20 - em um imóvel que fica em um condomínio de casas de luxo desde 2013.


Nascida em Itabuna, no Sul da Bahia, a cantora Alinne Rosa, 42 anos, veio para Salvador ainda na adolescência para tentar a carreira artística. Hoje, mais de 20 anos depois, ela mora em uma cobertura perto do hotel Zank, no bairro do Rio Vermelho, com seus cães Bolo de Rolo e Lola.
O cantor e compositor Luiz Caldas, 61 anos, nasceu em Feira de Santana, morou em Vitória da Conquista e depois veio para Salvador, onde formou a banda Acordes Verdes. É na capital baiana que ele vive até hoje.

O cantor Durval Lélys, 66 anos, mora no luxuoso Condominio Vale Do Loire, no Horto Florestal, próximo à avenida Juracy Magalhães Júnior. 
O cantor Adelmário Coelho, 70 anos, nasceu em Barro Vermelho, no distrito de Curaçá, ao Norte da Bahia, e mora em Salvador desde os 17 anos. Por aqui, já serviu ao exército, rodou táxi e foi técnico de segurança do Pólo Petroquímico por 20 anos. Tudo antes de começar a tocar em bares da capital baiana e virar um dos maiores nomes do forró pé de serra.
O cantor Ricardo Chaves, 60 anos,




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