Notas



20 Nov 2022

Wanessa Camargo e Dado Dolabella curtem show de Ivete Sangalo em São Paulo

Wanessa Camargo e Dado Dolabella aproveitaram a noite deste sábado (19) para curtir um show de Ivete Sangalo, em São Paulo. O casal foi fotografado em clima de romance, enquanto a cantora baiana se apresentava.

Em um momento do show, Wanessa subiu ao palco para cantar com Ivete, sob os olhares apaixonados do namorado. Mais cedo, ela se apresentou no mesmo festival, Eletriza, no Anhembi, e também foi acompanhada pelo ator. Os dois também estiveram juntos no camarim de Ivete.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Foto: Reprodução/Redes sociais. Siga o insta @sitealoalobahia.


20 Nov 2022

Consciência Negra: Defensoria da Bahia criou Dicionário de Expressões (Anti) Racistas

No Dia Nacional da Consciência Negra, lembrado neste domingo (20), especialistas alertam para a necessidade de se repensar o uso de termos e expressões que reforçam o racismo. Há casos em que essas palavras são reproduzidas sem que as pessoas tenham o conhecimento histórico da origem delas.

Para conscientizar sobre o tema, a Defensoria Pública da Bahia lançou o Dicionário de Expressões (Anti) Racistas, no ano passado.

“Nosso idioma foi construído sob forte influência do período de escravização e muitas destas expressões seguem sendo usadas até hoje, ainda que de forma inconsciente ou não intencional. Precisamos repensar o uso de palavras e expressões que são frutos de uma construção racista”, destaca a publicação.

A cartilha cita expressões como “a coisa tá preta”, em que a cor preta ou negra é usada em uma conotação negativa, e propõe a substituição para “a situação está difícil”.

Outro exemplo de expressão considerada racista é “cabelo ruim” para designar cabelo crespo ou cacheado. A publicação também aponta as expressões “mercado negro, magia negra, humor negro e ovelha negra” – em que a palavra ‘negro’ representa algo pejorativo, prejudicial, ilegal. Como alternativa, propõe-se o uso de mercado clandestino, lista proibida e humor ácido. 

“O racismo se revela de diversas formas em nossa sociedade. Estas microagressões, além de reproduzirem um discurso racista, ao identificarem a negritude como marcador de inferioridade social, afetam o bem-estar de pessoas negras”, diz a cartilha.

Há outras palavras menos óbvias, como “boçal”, descrita na cartilha como “referência aos escravizados que não sabiam falar a língua portuguesa”. Essa desqualificação também é uma das formas de racismo que, segundo o linguista e professor da Universidade Federal do Sul da Bahia Gabriel Nascimento, persiste nos dias atuais.

“As palavras são resultado de uma formação histórica racista. O racismo linguístico não se resume às palavras”, enfatiza.

Nascimento lembra que os negros representam mais de 50% da população brasileira. “Essa população modificou essa língua. Ela é parte dessa língua porque essa língua é dela. No entanto, quando a gente vai falar de como o Estado e as pessoas tratam as pessoas negras, normalmente a elas é imposta uma falta de autoestima linguística, como pessoas que não são portadoras da capacidade de falar essa língua de maneira orgânica e politicamente, de se comunicar”, destaca.

O uso das palavras também é uma forma de disputa, segundo Nascimento. Ele destaca a palavra “negro” aplicada a pessoas, que não tinha equivalente na África antes da invasão europeia. “Como você explica um país onde ‘negro’ seja uma palavra usada ao mesmo tempo para politizar uma população mestiça e também para racismo? Ao mesmo tempo que o homem preto positiva a sua narrativa  – “eu sou um homem negro” – você tem a presença desse homem negro sendo chamado por uma mulher branca de ‘negro fedido’”, diz, usando como exemplo o caso de racismo contra o humorista Eddy Júnior, ofendido por uma vizinha no condomínio onde mora na zona oeste da capital paulista em outubro de 2022.
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Influência africana


Uma das maiores demonstrações do racismo na língua portuguesa no Brasil é a falta de estudo da influência das línguas africanas na formação do idioma, segundo Gabriel Nascimento –  que é autor do livro Racismo Linguístico.

“O fato de a gente levar 14 anos na educação formal tentando aprender a diferença entre adjunto adnominal e complemento nominal mostra o quão colonial, o quanto de racismo linguístico a gente tem no nosso português. Porque a gente não identifica a importância das línguas bantus [grupo étnico africano], a sua influência nos falares do Brasil”, afirma o pesquisador.

Esses idiomas influenciaram não só com palavras que são usadas no cotidiano brasileiro, como também, de acordo com Nascimento, até na sintaxe predominante no país. Entre as palavras, o pesquisador aponta como exemplos samba, bunda, cachimbo, acalanto, dengo, quiabo, bengala.

Há ainda, segundo ele, usos comuns que na chamada norma culta acabam sendo considerados incorretos. “A gente não sabe, por exemplo, que nas línguas bantus, que são línguas extremamente prefixais, toda a informação de plural e singular entra de maneira prefixal. Nessas línguas você normalmente coloca as informações de singular e plural no primeiro traço da palavra”, explica.

“Quando você faz a concordância em ‘as menina’, você apenas coloca o plural no primeiro item. Essa influência é vista normalmente no Brasil como erro. Mas ela é uma influência bantu muito legítima e vai se reproduzir em outros lugares”, exemplifica. São elementos culturais importantes que, na visão do professor, não têm a atenção devida. “As nossas escolas não abordam conteúdos linguísticos africanos. Essa diversidade brasileira da língua foi ignorada pelas escolas”, afirma.
 
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20 Nov 2022

Fuzuê, Furdunço e Pipoco voltarão a acontecer em Salvador; saiba quando

As festas populares com público presencial, a exemplo da Lavagem da Bonfim e de Iemanjá, voltarão a acontecer em Salvador, em 2023, após a suspensão dos últimos anos por causa da pandemia de Covid-19. Além disso, dois eventos de pré-Carnaval serão realizados nos dias 11 e 12 de fevereiro. 

Batizados de Fuzuê e Furdunço, os projetos acontecem à tarde, respectivamente no sábado e domingo que antecedem a abertura oficial da festa, levando uma multidão de foliões fantasiados e famílias inteiras para o circuito Barra-Ondina. Na última edição, em 2019, os eventos contaram com a participação de 100 atrações.
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Tem mais: na terça-feira que antecede o Carnaval acontecerá o Pipoco, quando o cantor Léo Santana levará o folião pipoca novamente para as ruas da Barra.

Os dias oficiais do Carnaval de Salvador são de 15 a 21 de fevereiro e prometem ser os mais grandiosos da história. A atração de abertura já foi confirmada: Ivete Sangalo, que vai arrastar o folião pipoca.

Confira postagem no Instagram: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 


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20 Nov 2022

Arquiteta Jéssica Araújo inova e, em parceria com Unique Acabamentos, cria estúdio de podcast na CasaCor Bahia

Conteúdo sob medida Alô Alô Bahia.

Studio Unique & Pod.Misturar by Jéssica Araújo é o nome do ambiente criado pela arquiteta para a CASACOR Bahia 2022 pensado para ser, de fato, um estúdio de podcast. Por lá, diversos assuntos relacionados com os segmentos de arquitetura, moda, viagem, gastronomia e bem viver estão sendo discutidos.
 
Parceira do Grupo Fonseca, a profissional contou com o apoio da Unique Acabamentos, importadora de acabamentos finos representada pelo Grupo na Bahia para conceber o espaço, no qual os episódios do podcast são gravados durante a mostra de decoração. A ideia é levar os conteúdos disponibilizados nas plataformas digitais para o público de diversas partes do Brasil, permitindo que consumam quando e como preferirem.
 
Para o Grupo Fonseca, que está presente em 3 estados do Nordeste e, em Salvador, tem loja na Alameda das Espatodeas, o estúdio é um projeto que convida o público a mergulhar na experiência de ir além das superfícies, trazendo em sua essência a natureza como protagonista. Através da Unique Acabamentos, a empresa está presente em mais 11 ambientes da mostra de decoração baiana.
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A meta é levar para os amantes da arquitetura e construção civil o que há de mais atual em acabamentos e, desta forma, agregar valor aos projetos com produtos que proporcionam inovação, sofisticação, tecnologia e sustentabilidade.

A CasaCor Bahia funciona até 4 de dezembro na Rua Sapucaia, no Horto Florestal, em Salvador.

Fotos: Gabriela Daltro / Denilson Machado / Divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia

20 Nov 2022

Seleção brasileira chega ao Catar para disputa da Copa do Mundo

A seleção brasileira chegou a Doha, no Catar, por volta das 17h (horário de Brasília) para sua 22ª participação na Copa do Mundo da Fifa. Os jogadores e a comissão técnica embarcaram no fim da manhã em Turim, na Itália, onde passaram a última semana se preparando no centro de treinamento da Juventus.

O Brasil é o único pentacampeão mundial e busca, portanto, seu sexto título na competição. A última conquista do país foi há exatos 20 anos, na Copa de 2002, realizada conjuntamente por Japão e Coreia do Sul.

O primeiro treino da seleção está marcado para este domingo (20), no estádio Grand Hamad. É ele que a equipe usará como campo de preparação para os jogos da competição.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 


O técnico Tite comanda 26 jogadores na disputa pelo hexa. Para o gol, foram convocados Alisson, Weverton e Ederson. Na defesa e nas laterais, jogam Danilo, Thiago Silva, Marquinhos, Alex Sandro, Dani Alves, Eder Militão, Alex Telles e Bremer.

Os meio-campistas são Casemiro, Lucas Paquetá, Fred, Fabinho, Bruno Guimarães e Everton Ribeiro. Já no ataque, o Brasil contará com Richarlison, Neymar, Raphinha, Gabriel Jesus, Antony, Vinícius Jr., Rodrygo, Pedro e Gabriel Martinelli.

A Copa será aberta neste domingo, com um jogo entre o anfitrião e o Equador, mas a seleção só entra em campo oficialmente na próxima quinta-feira (24), para enfrentar a Sérvia. Os outros dois jogos da primeira fase são contra a Suíça, no dia 28, e Camarões, no dia 2 de dezembro.
 
Foto: Divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia.
 

20 Nov 2022

Copa do Mundo do Catar tem abertura luxuosa, discurso inclusivo, mascotes e artistas globais

A cerimônia de abertura da Copa do Mundo 2022 aconteceu no início da tarde deste domingo (20), antes da partida entre Catar x Equador, pelo Grupo A, no estádio Al Bayt, que tem capacidade para 60 mil pessoas. A celebração foi marcada por pedidos de tolerância e respeito a diferenças, embora o país tenha leis restritivas ao público LGBTQIA+, amplamente criticadas.

O evento contou com a presença de Morgan Freeman, do cantor sul-coreano Jeon Jung-kook, do BTS, da cantora Dana, do Catar, e do influenciador e ativista catari Ghanim Al Muftah, que nasceu com Síndrome de Regressão Caudal. A cerimônia teve início com uma narração do ator, que se juntou ao influencer para um diálogo com o tema da inclusão.
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O show se aproximou das cerimônias das Olimpíadas pela grande produção, repleta de efeitos e luzes. Um dos destaques foi a presença das mascotes de todos os Mundiais, como Zabivaka, da Rússia em 2018, Fuleco, do Brasil, em 2014, e La'eeb, da Copa do Catar, que tem o formato dos tradicionais lenços árabes. Uma imagem dela de 20m de altura e 16m de comprimento participou da celebração. Todas as 32 nações que participam da competição também foram representadas com bandeiras e camisas gigantes.
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As músicas que foram tema de outras edições da competição também foram apresentadas, como 'We Are One', 'Waving' Flag' e 'Waka Waka'. A canção deste ano, “Dreamers”, foi interpretada por Jeon Jung-Kook, um dos sete músicos do BTS, que dividiu os vocais com o cantor Fahad Al-Kubais em um dos trechos. Lançada pelo artista antes do evento, foi o tema da Copa do Mundo da Fifa mais rápido a alcançar o primeiro lugar no ITunes dos Estados Unidos, em 2 horas e 11 minutos.
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O cantor sul-coreano, de 25 anos, fez história ao se tornar o primeiro artista do seu país a se apresentar na celebração de um mundial de futebol. J-Hope, SUGA, V e RM, outros membros do BTS, utilizaram suas redes sociais para publicar fotos prestigiando o show do companheiro. A banda deu uma pausa na carreira para cumprir o serviço militar e deve retornar apenas em 2025. Depois do evento, o Jungkook fez uma live acompanhada por mais de 2 milhões de pessoas, agradecendo aos fãs pelo apoio.

Após as apresentações artísticas, o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, discursou, adotando um tom amistoso à diversidade, em meio às diversas polêmicas envolvendo o país. "Recebemos a todos de braços abertos na Copa do Mundo Fifa Qatar 2022. Nós trabalhamos e fizemos os esforços para garantir o sucesso dessa edição da Copa... As pessoas, por mais que sejam diferentes, nacionalidades diferentes, culturas diferentes, orientações diferentes, vão se reunir no Qatar”, declarou.

Fotos: Reuters e reprodução redes sociais. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.

20 Nov 2022

Consciência Negra: destaques em suas áreas, profissionais negros falam sobre a data e suas trajetórias

Em um país cuja população negra representa 56% do seu povo é de se espantar que o Dia da Consciência Negra, neste domingo (20), não seja uma data de maior destaque, como um feriado nacional, por exemplo. Mais espantoso ainda é que na Bahia e em Salvador, estado e cidade com cerca de 80% das populações representadas por negros, a data sequer seja um feriado, como em estados como Alagoas e em capitais como São Paulo e Goiânia.
 
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“O 20 de novembro é para ser lembrado como um dia de renovação de energias e de esperança por novas oportunidades para apresentarmos as nossas potencialidades. O que queremos é viver e ser ouvidos. Fomos silenciados e tivemos negligenciado nosso direito de existir. Por isso, ainda hoje o grito é por liberdade”, defende o agitador cultural e DJ Uran Rodrigues, à frente de projetos como o Baile O Pente, que celebra a diversidade musical e de gênero, sempre com artistas negros em destaque. "Mais do que festas, eventos como 'O Pente' e o 'Afropunk' são movimentos de fortalecimento da estética, identidade e ocupação de espaços. São o local propício para mostrar por meio das vestes e dos nossos cabelos que estamos vivos e alertas”, reflete.
 
Essa ocupação de espaços, principalmente dos dedicados quase que integralmente a pessoas brancas há alguns anos, é uma conquista árdua de profissionais como Luana Assiz. A jornalista, que tem passagens pela Band News, CBN e TVE, diz que sofreu preconceito até chegar à TV Bahia, onde, atualmente, está envolvida em projetos como o Conversa Preta, em múltiplas versões em TV e no digital para o debate de temas que ajudam a construir uma sociedade antirracista e mais igualitária.
 
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"As discriminações que enfrentei são decorrentes do racismo estrutural, que mantém pessoas socialmente lidas como brancas nas melhores posições profissionais e oferece a este grupo as melhores oportunidades. Me vejo no lugar de quem precisa buscar a excelência em tudo para criar oportunidades e aproveitar ao máximo as que surgem, o que tem um custo emocional alto e não evita outros tipos de discriminação racial", revela a também compositora, formada na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
 
Para ela, a TV brasileira está em um caminho interessante de transformação, com a presença negra na telinha cada vez mais forte. Apesar de celebrar, a guarda não pode baixar. "Precisamos avançar na proporcionalidade, quando levamos em conta o percentual de negros representados nas telas. Outro passo necessário é fomentar a presença negra nos postos de decisão dessas equipes", diz, sem deixar de lembrar a importância da data.
 
"O 20 de novembro é uma data para reafirmar a luta antirracista e isso é obrigação da branquitude, que criou o racismo e, portanto, precisa estudar e se implicar nesse movimento", pondera Luana, que reforça a importância do reconhecimento do privilégio branco para a desestruturação da violência contra o negro em diferentes esferas.
 
"Para quem é socialmente branco e não sofre racismo, é importante reconhecer seus privilégios. Não basta se indignar quando uma pessoa negra é insultada. O antirracismo do qual precisamos é a capacidade de se indignar por todas as violências que as pessoas negras sofrem”, diz ela citando a violência econômica, que coloca negros nos piores indicadores sociais e postos de trabalho; a violência policial, que atinge predominantemente corpos negros; a violência estética, que ridiculariza e criminaliza cabelos, traços e identidades; a violência epistêmica, que rejeita as narrativas e saberes ancestrais em campos de produção intelectual; e a violência das instituições de justiça, que ainda são ocupadas predominantemente por homens brancos ricos conservadores.
 
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Nesse contexto mais amplo, torna-se cada vez mais evidente que a estrutura que sustenta o racismo precisa ser quebrada lá de cima, onde está quem comanda. Por isso, foi com felicidade que o jornalista e pesquisador de políticas de direitos humanos Yuri Silva, ativista do movimento negro baiano, celebrou fazer parte da equipe de transição do governo Lula, em Brasília.
 
"Essa indicação é uma oportunidade para contribuir com a formulação de políticas públicas que coloquem no lugar de destaque o tema da igualdade racial. E falar de igualdade racial é falar de direitos e das demandas históricas de 56% da população brasileira", conta Yuri. Para ele, por mais que exista uma pasta focada no tema, este deve ser tratado de maneira mais ampla, sendo relacionado com questões da Educação, Saúde, Justiça, Desenvolvimento Social e outras.
 
"Todas as pessoas precisam ser porta-vozes da agenda política do movimento social negro brasileiro", defende o jornalista, que acredita que cabe a todos buscar esse país mais igualitário, "em que a cor da pele não defina se as pessoas moram melhor ou pior, comem ou não, sobrevivem ou não", segue.
 
HHB1HAu.md.jpgA cor da pele não deve também definir funções e status, como o de chef de cozinha. Numa cidade majoritariamente negra como Salvador, são contados nos dedos os restaurantes comandados por negros. Um deles é o carioca Ícaro Rosa, que há 7 anos escolheu a Bahia como lar, inicialmente com a abertura do Restaurante Jiló em Itacaré e, há três meses, em Salvador.
 
“De fato, a gente precisa ocupar espaços de liderança e de ‘poder’, espaços que a gente coordene, que a gente crie, não onde sejamos mandados, processo que já acontece há mais de 500 anos”, reflete o chef, formado em Gastronomia ainda no Rio de Janeiro.
 
Segundo ele, o negro precisa ser produtor de ideias, que contem uma história e que, mesmo numa versão mais europeia, com técnicas clássicas, a comida deve trazer “nossas influências, nossa história; isso é muito importante”, pondera.
 
Também radicado na Bahia, o arquiteto sergipano Wesley Lemos frequenta um mercado de maioria branca, onde o racismo é bem "sofisticado", muitas vezes imperceptível, segundo ele. Formado em Arquitetura, Design e Arte, há 23 anos com escritório próprio e com equipe distribuída em 3 cidades, ele diz que, aos poucos, quando foi se sentindo pertencente à Bahia, através da capital baiana, é que pôde entender melhor todo o processo estrutural. "Muitas vezes os nossos 'arquitetos negros' são confundidos com outras ocupações dentro da engenharia, arquitetura e design. Isso é visto na invisibilidade na mídia e na comparação de remuneração", reflete.
 
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Para ele, o preconceito vai além, ao não se entender e ao não aceitar a contribuição do negro na história da Arquitetura Brasileira, para além da de mão de obra civil. "Reconhecer Aleijadinho ou Tebas faz parte desse processo antirracista", frisa.
 
"Furei a bolha na minha área e, por muito tempo, creditavam [minha posição] a sorte ou duvidavam da minha capacidade. Credito à força de vontade e à persistência e por ter uma linguagem bem eclética e cosmopolita, que fez com que meus trabalhos alcançassem força comercial", reflete. "Também não sou um preto retinto e isso ainda é uma questão dentro da sociedade, que reafirma o racismo em escalas de colorismo", reclama ele, que é conselheiro da CANES (Coletivos de Arquitetura Negros de Sergipe) e chegou a ser capa, no meio deste ano, da Veja São Paulo, com matéria sobre a Casa Cor.
 
Para Wesley, a quantidade pequena de negros em posição de destaque em sua área passa pela falta de compreensão da importância das políticas públicas de inclusão e acesso às escolas e universidades. Neste sentido, a Educação se mostra uma ferramenta de grande importância, como foi para a advogada baiana Daiesse Jaala, atualmente ocupando o posto de Auditora de Controle Externo e Supervisora da Subsecretaria de Fiscalização e Controle do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, cidade na qual ainda preside a Comissão de Diversidade Racial do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo (IBDA).
 
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"Nelson Mandela tem uma frase que diz que a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo. E a educação mudou a minha vida", diz Jaala que credita a ter pais professores de escola pública, que entendiam que a educação era o único caminho para mudar suas trajetórias, seu afinco nos estudos. "Tive oportunidades e ferramentas que não são acessíveis normalmente à população mais pobre", lembra ela, que contou com bolsa para estudar em uma escola particular em Salvador.
 
"Isso me fez viver um processo de grande impacto entre duas realidades completamente distantes e diferentes. Eu não me enxergava naquele lugar, em salas com cerca de 50 alunos e apenas 2 pessoas negras. Era preciso conviver com um cenário com o qual até então eu não tinha contato. Vivenciei preconceitos e humilhação em prol de um processo que me faria chegar no lugar que estou hoje", lembra.
 
Superada essa etapa, o ambiente jurídico não facilitou exatamente a vida da advogada, que lançou recentemente um livro sobre o custo da Educação Pública no Brasil. "Viver o espaço jurídico quase sempre veio acompanhado do processo de sexualização da mulher negra e de ocupar espaços com o peso e a responsabilidade de precisar se provar mil vezes mais", reflete.
 
"Constantemente, em espaços intelectuais, as pessoas se assustam quando leem meu currículo, quase sempre pressupõem que estou em um espaço para servir, que não sou a chefe, que não sou a palestrante, que não sou a 'doutora'. Nada disso importa, mas apenas se pressupõe que o lugar do negro é o de servir", diz Daiesse, reforçando que o fato é facilmente representado em dados e estatísticas, que mostram uma ínfima representação de negros em posições de poder e liderança, tanto na administração pública quanto no setor privado.
 
"É certo que existe um movimento importante na sociedade para promoção da diversidade racial, mas é a inquietude do trabalho de luta e enfrentamento ao racismo que fará esse movimento se manter vivo", avalia a advogada, que acredita que só com o engajamento de todos a população negra atingirá níveis de excelência. "Que o discurso da promoção da equidade e igualdade alcance um sentido material efetivamente verdadeiro", finaliza.
 
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Ela ganha coro da cantora Margareth Menezes, uma das personalidades negras mais influentes do mundo. Segundo a artista, a realidade só vai melhorar quando toda a sociedade entender que o racismo e o preconceito não fazem bem ao Brasil, pela sua dinâmica racial. “A luta por mais espaços de representação e acesso na cultura de modo geral, não apenas na música, e também à educação de qualidade, capacitação profissional e oportunidade em áreas de comando continua demandando muito movimento”, diz Maga.
 
Ainda longe do ideal, ela enxerga uma evolução na conquista de espaços pelo negro, principalmente graças ao desenvolvimento das tecnologias digitais, às redes sociais e às plataformas de streaming. “Se abriu um novo circuito de comunicação e aconteceu uma transformação na maneira de atingir o público, sem tantas barreiras, como acontecia há duas décadas”, avalia.
 
As mudanças tecnológicas na disseminação de produções culturais é, realmente, uma realidade. Um exemplo é o ator Felipe Velozo, atualmente em duas produções da TV Globo (Mar do Sertão e Família Paraíso), uma da Amazon (Eleita) e outra da HBO Max (Vale dos Esquecidos).
 
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"Existe um avanço notório (na presença de negros nas grandes produções audiovisuais), fruto da luta diária travada contra o racismo. Somos muitos, somos diversos e seremos ainda mais. Hoje, temos muito mais protagonismo negro na Teledramaturgia, no Cinema, no Entretenimento e no Jornalismo. Estamos longe de uma equidade, mas ver tanta cara preta na tela é sinal de que avançamos é isso é combustível para seguirmos acelerando mais e mais", nos conta.
 
Para ele, que começou no Curso Livre do Sesc e teve o privilégio de trabalhar e aprender com grandes Mestres como Zé Celso, Harildo Déda, Fernando Guerreiro e Luiz Marfuz, o caminho é sem volta. "Cada dia mais, rostos e corpos pretos serão sinônimo de beleza e vão inundar as telas desse país", sentencia.
 
E por mais que o racismo estrutural continue sendo um empecilho para que o espaço conquistado seja equânime, continuará também sendo firme a postura de quem deseja um mundo de mais inclusão. “Enquanto houver racismo estrutural, a luta continuará!”, reforça Margareth.
 
Fotos: Thiago Rosarii (Uran Rodrigues), Wesley Diego (Wesley Lemos), José de Holanda (Margareth) e Divulgação/Reprodução. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.

19 Nov 2022

Gol terá voo direto entre Salvador e Florianópolis a partir de dezembro

A Gol Linhas Aéreas vem anunciando diversos novos voos para a alta temporada. Uma das grandes novidades será a rota Salvador-Florianópolis, que contará com três voos por semana, a partir de 15 de dezembro.

“Da série, as mais pedidas por aqui. A partir de 15 de dezembro, a Gol vai operar um voo direto para Salvador 3x por semana”, informa postagem no perfil oficial do Aeroporto de Florianópolis. A Gol também informou outras operações com destino a capital de Santa Catarina. Veja a seguir:
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Voos

Campo Grande – Florianópolis: 3x por semana, a partir de 15 de dezembro.
Salvador – Florianópolis: 3x por semana, a partir de 15 de dezembro.
Córdoba- Florianópolis: 3x por semana, a partir de 2 de janeiro.
Porto Alegre – Florianópolis: 6x por semana, a partir de 1 de dezembro.
Foz de Iguaçu – Florianópolis: 3x por semana, a partir de 17 de dezembro.
Confins-Belo Horizonte – Florianópolis: 4x por semana, a partir de 14 de dezembro.

Confira postagem no Instagram: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 



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19 Nov 2022

Trancoso ganha restaurante na praia que promete ser uma das grandes novidades do verão

Foi buscando proporcionar uma experiência completa e única de praia que foi inaugurado, há um mês, em Trancoso, o Praia Flô, levando para a beira do mar alta gastronomia e super atendimento. O empreendimento integra um espaço Nampur, em meio a propriedades de alto padrão.

Projeto idealizado pelo empresário Felipe Tiradentes, o restaurante de praia conta com Cadu Evangelisti como responsável pela cozinha. O chef, natural de São Paulo e com carreira construída no interior paulista, passou por cozinhas de grandes restaurantes, buffets e hotéis, e é visto hoje como um jovem promissor na gastronomia.
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"Depois do sucesso do Flô, restaurante noturno no Quadrado, sentimos a necessidade de descer a falésia. Era um desejo já proporcionar ao público uma verdadeira experiência gastronômica e imersão tropical com os pés na areia", nos contou Felipe, que, não à toa, além do serviço de restaurante, disponibiliza espreguiçadeiras e puffs em frente ao mar.

O menu do espaço é inspirado nos mares do mundo e promove uma fusão do que se produz em países latinos, Mediterrâneo e Ásia. Os pratos prezam pela criatividade com técnica e quase todos são para compartilhar.
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"Os carros chefes são pratos autorais como o 'Não é Bobó', feito com mandioca prensada, leite de coco, dendê, salada de camarão e togarashi", nos adianta Cadu, que já participou do The Taste Brasil, no GNT, e foi vice-campeão do Top Chef Brasil em 2021. Ele conta com Giovanna Gava como sous-chef e uma equipe super capacitada e de vasto currículo.

Outro destaque do cardápio é o Spicy Tuna Sando, o queridinho do momento, um sanduíche de atum selado com óleo de gergelim, pasta de pimentas fermentadas, maionese de cabeça de camarão, cogumelos e avocado, que brilha ao lado do tartare de atum, que acompanha salsa tatemada, ameixa fermentada, aioli de coentro e ovas.
 
Fotos: Divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia.
 

19 Nov 2022

Governador Eduardo Leite e namorado prestigiam festa de casamento na Bahia

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e o namorado, o médico Thalis Bolzan, estão passando o fim de semana na Bahia.

Por aqui, de acordo com informações exclusivas do portal Alô Alô Bahia, os dois prestigiaram o casamento de Isabel Foz e Miguel Prado, que aconteceu neste sábado (19) no Txai Resort, em Itacaré.
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O médico Thalis Bolzan será primeiro-cavalheiro do Rio Grande do Sul a partir do dia 1º de janeiro de 2023, quando o governador eleito Eduardo Leite (PSDB) irá reassumir o posto. De 30 anos, Thalis vive em São Paulo, onde se especializa em endocrinologia pediátrica na USP (Universidade de São Paulo), mas é natural do Espírito Santo.

Quem é Eduardo Leite
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Natural de Pelotas, Eduardo Figueiredo Cavalheiro Leite tem 37 anos. Bacharel em direito, ele foi governador do Rio Grande do Sul entre 2019 e 2022.

 

Leite concorreu a vereador pelo PSDB em 2004, não sendo eleito. Quatro anos mais tarde, ele ocupou uma cadeira na Câmara Municipal de Pelotas. Em 2012, o político foi eleito prefeito do município, com 57,15% no segundo turno.
 

Leite não concorreu à reeleição em 2016 e, em 2018, foi eleito governador do estado. No segundo turno, o tucano derrotou o então governador José Ivo Sartori (MDB) com 53,62%. Em março de 2022, o político renunciou ao governo do estado, entregando o cargo para seu vice, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB).


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Fotos: Alô Alô Bahia. Siga o insta @sitealoalobahia.

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