19 Jun 2023
Bancos fecham mais de 170 unidades na Bahia nos últimos quatro anos

“Quem sai perdendo é a sociedade. Uma agência fechada traz prejuízo para economia, para o comércio local, dificulta o acesso da população aos serviços, especialmente aposentados, trabalhadores da zona rural e moradores de bairros populares, que tiveram essas unidades extintas nos últimos anos”, disse Augusto Nascimento, que ressaltou também a redução de postos de trabalho como, segundo ele, estratégia para aumentar os lucros.
Ainda de acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários do estado, o Banco do Bradesco é líder na Bahia em números de perda de agência desde 2019: foram 82 unidades. Em segundo lugar está o Banco do Brasil, com 60 fechamentos.
“Alertamos para a importância de os consumidores cobrarem os seus direitos, exigindo o atendimento presencial quando queiram. Os atendimentos eletrônicos nem sempre resolvem as demandas”, disse Nascimento, que completou: “O bancário está, em média, em algumas carteiras de clientes, atendendo mais de cinco mil pessoas, o que é humanamente impossível. Necessário retomar o processo de contratações, aumentar o número de postos de atendimento para garantir que a população seja melhor atendida”.
Fechamento de agências no Brasil
A intensa digitalização de serviços financeiros levou os bancos a encerrarem o ano passado com 7.216 agências físicas no Brasil – menor número registrado desde 2010. Ao todo, foram encerradas 428 unidades bancárias em 2022, segundo pesquisa feita pelo Valor Investe com base nos dados do Banco Central.
Especialistas apontam diversos fatores que influenciam a digitalização dos serviços bancários: os 2 anos de isolamento devido à pandemia da Covid-19, o aumento das fintechs no mercado financeiro, as vantagens apresentadas por elas para abrir contas e adquirir cartões sem anuidade e a própria reestruturação dos bancos tradicionais.
Foto: Reprodução/Shopping Itaigara.
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