Entrevistas



23 Oct 2017

Isaac Edington faz balanço da Maratona Cidade de Salvador

Aconteceu na manhã deste domingo, 22, a Maratona Cidade de Salvador, com 3.500 participantes. O evento marcou a entrada de Salvador na rota do turismo esportivo mundial com uma programação que mesclou esporte e lazer na orla da capital baiana. O Alô Alô Bahia conversou com Isaac Edington, Presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), para saber mais detalhes sobre os resultados do evento. Confere só.


Alô Alô Bahia: Qual a avaliação o senhor faz sobre a primeira edição da Maratona Cidade de Salvador?
 
Isaac Edington: Extremamente positiva, obtivemos um engajamento importante dos atletas logo no primeiro momento que apresentamos a prova aos profissionais, técnicos e clubes de corrida. A aderência foi total. Fizemos um trabalho forte de comunicação e contamos com a parceria da Federação Bahiana de Atletismo – FBA com toda a parte técnica, juntamente com técnicos do setor de corridas da cidade. Contamos com apoio importante de todos os órgãos municipais A exemplo da Secretaria de Esportes, TRANSALVADOR, SEMOP, Guarda Municipal, SEMOB, SEC SAÚDE, Defesa Civil, Secretaria de Infraestrutura, SUCOP, SEDUR, Casa Civil, entre outras e também, contamos com o apoio da PM, por meio do Esquadrão Águia e até um importante apoio do Exército.
 
Tivemos um público de 3.500 participantes, de mais de 80 cidades, oriundos de 16 estados brasileiros que representaram 30% dos participantes. Além disso, fizemos uma prova com todo rigor técnico, convidamos um consultor da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e medidor oficial da Federação Internacional, Rodolfo Ashley, no sentido de fazer avaliações para que no próximo ano a competição possa ser certificada e entrarmos definitivamente no calendário internacional de maratonas. Vale a pena ressaltar que os resultados da prova da Maratona (42k) já nesta primeira edição são válidos para o Ranking Brasileiro de Maratonas, já que o percurso da Maratona foi aferido por medidor credenciado pela CBAt, se tornando assim uma Maratona Oficial no calendário nacional.
 
E ao mesmo tempo, tivemos uma prova com a cara de Salvador, com muita música, em quatro diferentes pontos da competição quatro grupos diferentes surpreendiam os atletas, Fred Dantas, Malê, o grupo Wadô com seus tambores e o DJ Santz. Um percurso todo ao lado do mar em nossa belíssima orla. E ao final tivemos FitDance e, em seguida, todos foram brindados com o show do Alavontê.
 
E aí comento, nenhuma Maratona do mundo termina assim, com tanta alegria e descontração, só em Salvador.
 
Alô Alô Bahia: Qual o senhor acredita que tenha sido a importância da Maratona para a capital baiana?
 
IE: Demos um passo importante no fortalecimento da nossa plataforma de eventos. A Maratona pode, em breve, se transformar talvez no terceiro produto da cidade ficando atrás apenas de carnaval e réveillon.
 
O Turismo esportivo é um fenômeno no mundo inteiro. Cada vez mais e mais pessoas se deslocam para outras cidades, estados e outros países para participar de competições de rua. Estamos de olho nesse mercado. Essa não é simplesmente uma corrida. É um evento que gera desenvolvimento econômico e promove a cidade. Além do mercado interno, cada competidor de fora traz consigo duas, três, quatro pessoas, consomem em nossos bares e restaurantes, usam nossa rede hoteleira, visitam nossos pontos turísticos, fazem compras, consomem, geram divisas para a cidade. Por isso esse tipo de evento está em nossa estratégia de desenvolvimento.
 
Alô Alô Bahia: Já existe a pretensão de realizar uma próxima edição?
 
IE: Estaremos, em breve, divulgando a data de 2018. Agora, Salvador entra definitivamente no clube de cidades do Brasil e do mundo que possuem a sua maratona. Alô Alô Bahia e “Maraturistas” comecem a treinar, a Maratona 2018 vem aí!
 
Foto: Divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia

 

 


17 Oct 2017

Andrea Velame é a entrevistada da semana. Vem ver!

O Alô Alô Bahia bateu um papo por e-mail com Andrea Velame. A empresária, que está aniversariando nesta terça-feira (17), nos contou tudo sobre os inúmeros projetos nos quais ela está trabalhando atualmente e falou sobre planos futuros também. E olha... é novidade que não acaba mais. Confere só!
 
Alô Alô Bahia: Quais são os novos projetos profissionais que você está trabalhando atualmente?
 
Andrea Velame: Lá vai...
 
A revista Conceito AV completa 10 anos e faremos uma edição ESPECIAL, com um novo projeto gráfico e muitas novidades. Também estamos produzindo um Editorial de Moda com 11 meninas que representarão as Musas Paradoxus 2018, um trabalho apaixonante com uma linguagem Dolce Gabanna, além de um editorial de moda com "meninos" que será fotografado na casa de Marlon Gama e que promete movimentar a cidade.
 
Também estamos produzindo a terceira edição anual da revista do Circuito de Alta Decoração, que será lançada em novembro, e a segunda edição da revista da Neoenergia, que circula na Bahia, Rio Grande do Norte e Pernambuco. A grande novidade também é o lançamento da revista Hammer, um projeto cool e muito descolado.
 
Vem por aí também a Edição do livro Casas Conceito, que será lançado em dezembro junto a revista Conceito AV. Um livro com a publicação de 35 projetos especiais de profissionais bacanas do mercado, será um luxo para 2017.
Também estou coordenando uma Mostra de Decoração na loja Coletânea Casa, que envolve 15 escritórios e será inaugurada em dezembro. Fiz toda a curadoria da mostra e a seleção do mix de produtos, além de estruturar toda a comunicação da empresa.
 
No próximo dia 24 estamos inaugurando a Maison Paradoxus, com um olhar fresh, com um novo conceito da moda contemporânea na Bahia. Fizemos a consultoria e a comunicação para nova loja, além da curadoria da linha CASA. E podem aguardar que vêm mais três eventos bastante especiais na cidade ainda em 2017. Ufa!
 
Alô Alô Bahia: Qual está sendo o mais desafiador? 
 
AV: O projeto mais desafiador no momento é conseguir tempo para realizar todos os meus compromissos com afinco, detalhe e perfeccionismo , marcas do meu trabalho.
 
Alô Alô Bahia: Qual o segredo para conseguir conciliar tantos projetos simultaneamente?
 
AV: Foco e muito planejamento, além de uma equipe comprometida e apaixonada por todos os projetos da nossa empresa. Vestimos a camisa e incorporamos o nosso DNA em cada planejamento dando a nossa melhor porção.
 
Alô Alô Bahia: De onde vem a energia e disposição para trabalhar 18h por dia?
 
AV: Paixão! Sou apaixonada pelo meu trabalho. E adoro ser uma fazedora, realizar é minha cachaça.
 
Alô Alô Bahia: E quais são os planos para 2018?
 
AV: Uma plataforma digital com publicações mensais e ampliar a estrutura para atender os clientes de pequeno e médio porte que necessitam de suporte para estratégias de comunicação e marketing.
 
 
Bate-bola
 
Uma viagem
Para qualquer lugar com a minha família
 
Um medo
Perder o meu dom de criar
 
Um sonho
Continuar me reinventando
 
Um sentimento que te define agora
ANSIEDADE
 
Andrea Velame por Andrea Velame
AMOR, sempre!
 
Fotos: Divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia.
 

14 Oct 2017

'Eu cheguei à alma das pessoas', diz Lenine em entrevista à TV Brasil

Com mais de 30 anos de carreira e 14 álbuns lançados, Lenine se define como um colecionador de palavras e revela que as raízes pernambucanas estão sempre presentes em seu trabalho. “A gente tem essa coisa no Nordeste com o repente e as diversas modalidades do repente, essa possibilidade de você ter a rima dentro da rima, dentro da rima. Então isso é muito fascinante. As palavras são 50% do meu trabalho”, disse no programa Conversa com Roseann Kennedy, que vai ao ar na próxima segunda-feira (16), às 21h30, na TV Brasil.

Ganhador de cinco prêmios Grammy Latino e nove Prêmios da Música Brasileira, Lenine é engajado em assuntos políticos e de cunho ambiental e diz que sente liberdade e independência para fazer sua própria leitura da história.

“Todas as minhas canções são crônicas. Todas as minhas canções são reportagens. A partir do meu olhar evidentemente. Então, isso tudo me dá a sensação de que eu estou, de alguma maneira, fazendo história, através do meu olhar. Eu fico achando que daqui a 100 anos alguém pegue um disco meu e consiga compreender um pouco como era o tempo onde eu vivia.”

Músico desde cedo
Ao relembrar o papel que a música ganhou desde cedo em sua vida, Lenine relata um episódio vivido na infância quando seu pai deu aos filhos o direito de escolher como se conectar com Deus. “A gente acompanhava a minha mãe à Igreja, ela ia à igreja todos os domingos, mas aos 8 anos de idade meu pai permitia aos filhos escolher que maneira se conectar com o divino. Ele dizia: 'Sua mãe prefere a igreja. Papai prefere a música. Vocês escolhem a partir de hoje.' Minha mãe perdeu todos os seus parceiros.” A partir daí, durante todo o tempo que durava a missa, a família ficava em casa ouvindo música. “Acho que isso foi a minha grande universidade, a minha grande escola de música, que era ouvir bastante.”

Sobre o atual momento vivido no Brasil e no mundo, Lenine diz ter esperanças de que as pessoas aprendam com os próprios erros. “Eu acho que a humanidade está precisando aumentar a turma do bem. Não é furo jornalístico as coisas que estão fazendo em benefício do ser humano. Só é furo jornalístico, o que dói, o que traumatiza, o que é morte. A gente está num momento com o país vivendo essa descrença generalizada, esse descrédito incrível entre os três Poderes. E isso dá uma angústia muito grande. Mas eu não sou desesperançoso, não. Acho que a gente tem possibilidade de aprender com os erros.”

Ferramenta de mudança
Lenine diz que percebe a música como um instrumento de transformação. “Eu procuro a cada dia melhorar como ser humano. E eu acho que melhorar significa ter paciência, ouvir o outro”, afirma. “Eu brinco dizendo que eu faço MPB - Música Planetária Brasileira. É tão bacana quanto compositor ver esse tipo de penetração, esse tipo de profundidade que a música me deu nas pessoas. Eu cheguei à alma das pessoas”.

Foto: Lucas Seixas/Divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia

6 Oct 2017

Alô Alô Bahia entrevista Malu Fontes

A jornalista e professora de jornalismo da Universidade Federal da Bahia, Malu Fontes, conversou por e-mail com o Alô Alô Bahia  nesta sexta-feira, 06, sobre os desafios da profissão, fake news e muito mais. Confere só!
 
 
 Qual foi o caminho que te levou a ser jornalista e professora universitária?
 
Nunca houve esse tal caminho. Na vida, se eu dei certo ou errado - só os outros podem julgar - foi por sorte ou azar. Tudo foi absolutamente acidental e sem planejamento. No entanto, fico feliz em notar que estou muito além das perspectivas que tinha na infância.
 
Por outro lado, o que me fez ter certeza, mesmo, de que queria ser jornalista, foi a curiosidade que tinha quando, já cursando jornalismo e medicina, frequentei por um tempo a sala de necropsia do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues.

Já quanto a ser professora, foi uma opção natural, feita bem mais tarde, que me dá a oportunidade de ler coisas, investigar outras, ter contato com cabeças frescas, alimentar minha curiosidade e ainda sobreviver disso. Na minha vida, nada nunca foi planejado. Não tenho uma história de sonho e foco para contar. Cheguei até aqui com a vida me tangendo, feito gado.
 
Qual o maior desafio profissional que você já enfrentou/enfrenta?
 
Atualmente, acho que é convencer alunos da importância de investirem individualmente em sua formação intelectual. O outro é convencer as pessoas de que as coisas que eu escrevo ou falo não são ataques, críticas ou ofensas pessoais. Elas dizem respeito a fenômenos cotidianos da vida pública.
 
Quais são os valores que te guiam?
 
Meus maiores valores na vida são curiosidade e ironia. Risos. Estética também. Se não tiver um pinguinho de beleza, eu não gosto, não.
 
O que as fake news representam para os profissionais do jornalismo?
 
Representam uma ameaça grave para a reputação do campo, para a existência e sobrevivência da profissão. Esse movimento só se estancará quando o leitor aprender a avaliar e selecionar o que ler e em que acreditar. Mas isso vai de encontro ao movimento dos últimos anos, em que a tônica é ler menos, ler mais rápido e estar sempre cada um na sua bolha das redes sociais.
 
O que ainda te choca e o que ainda te entusiasma enquanto profissional da comunicação?
 
O que me choca é a falta de interesse de grande parte dos profissionais da área em construir uma sólida formação intelectual, social, política para escrever e opinar, já que é esse o nosso trabalho. O que me entusiasma é o prazer, como professora, de ver nascer, a cada semestre, alguns alunos brilhantes.
 
No seu trabalho você tece comentários e análises sobre diversos assuntos, sendo considerada, muitas vezes, uma pessoa polêmica. Qual é a responsabilidade e as consequências de falar o que se pensa em meios de grande repercussão?
 
A maior consequência disso é a minha consciência cotidiana de que só posso fazer isso por conta da liberdade intelectual e política que a Universidade me dá.
 
A sua profissão já lhe rendeu algum tipo de problema?
 
Vários. O maior deles foi virar personagem em grupos de WhatsApp da Polícia Militar da Bahia, quando fui uma espécie de meme, por conta de um texto que escrevi sobre a chacina do Cabula.
 
Se pudesse deixar apenas um ensinamento aos seus alunos, qual seria?
 
Não gosto de achar que aprendi o suficiente para dar ensinamentos. Mas se pudesse dar um conselho seria para que eles adotassem o hábito da leitura como uma devoção cotidiana. Para quem é jornalista ou quer ser, ler é mais importante que rezar.
 
Bate-bola
 
Salvador
Onde virei gente
 
Machismo
É uma patologia crônica e mata. Muito.
 
Deus
Cada um tem o seu.
 
Família
É raíz, mas você sempre pode escolher a sua.
 
Internet
A tradução do Aleph (do conto de Jorge Luis Borges).
 
Malu por Malu
Ai de mim se não fosse eu.
 
Foto: Reprodução. Siga o insta @sitealoalobahia.
 
 

1 Oct 2017

‘Não quero agradar ninguém’, diz Ricardo Lísias, autor de livro com pseudônimo Eduardo Cunha

O escritor paulista Ricardo Lísias estará pela primeira vez na Bahia. Autor do polêmico livro Diário da Cadeia (2017), assinado com o pseudônimo Eduardo Cunha, ele participará da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), que acontece entre os dias 5 e 8 de outubro. Ele vai estar na mesa Intervenções, agitações e desvarios junto com a poetisa baiana Daniela Galdino nesta sexta (6), às 15h.

Vencedor dos prêmios Portugal Telecom de Literatura Brasileira e Melhor Romancista da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), Lísias é conhecido pelo seu estilo literário ousado e polêmico que já o fez passar por várias saias justas. Com Diário da Cadeia, sátira que explora o universo da política brasileira, ele foi até alvo de um processo judicial. “O ex-deputado federal Eduardo Cunha tenta até agora por meios legais impedir a circulação do livro, pois se considera ofendido por ele. Na primeira instância ele não avisou à justiça que se tratava de um romance, levando a juíza a tomar uma decisão absurda, a de impedir a circulação do livro”, conta.

O autor considera que sofreu uma ação de litigância de má-fé por parte dos advogados de Cunha. O livro teve sua circulação proibida por quase um mês e foi liberado por tratar-se de uma ficção. “A justiça foi avisada que é uma obra de ficção, inclusive registrada assim, e o livro foi liberado para circulação e continua até hoje, tendo derrubado todos os recursos contra ele”, completa o autor. A sua intenção com a sátira é posicionar-se diante da situação do país e dizer aos políticos que o comportamento deles é inaceitável. “A minha decisão de que eu deveria tentar intervir, dentro dos meus limites e a partir das minhas possibilidades de criação, veio enquanto eu assistia àquela votação que levou ao afastamento inicial de Dilma Rousseff pela Câmara dos Deputados. Ao ouvir cada uma daquelas pessoas falando aquelas coisas absurdas, de um jeito vulgar, grosseiro, machista e kitsch, decidi fazer a minha parte de protesto contra aquilo”, lembra.

Essa não foi a única vez que uma obra do escritor foi parar na justiça. Uma denúncia anônima fez ele receber uma intimação da Polícia Federal por conta de Delegado Tobias. “Um grupo de pessoas levou o Ministério Público Federal a confundir-se e acabar investigando personagens de ficção sem perceber que isso estava acontecendo”, diz.

Apesar de quase sempre escrever ficção, Lísias utiliza fatos reais para construir seus romances. “Tento fazer a literatura se impor na realidade de forma ativa, e não como uma ‘representação’. Isso evidentemente causa incômodo em grupos que acabam se vendo atingidos ou, mais ainda, denunciados”, opina. Em seus textos, o autor faz questão de não ser neutro: “Não tento atingir qualquer tipo de unanimidade, para isso eu teria que fazer uma literatura neutra e deixar o mundo muito confortável. Não quero agradar ninguém”.

Primeira vez
Se nas obras ele não quer agradar as pessoas, em eventos como a Flica a ideia é fazer uma discussão saudável com o público. “Prefiro ouvir os mediadores e o público e responder perguntas. Isso me dá a segurança de falar algo que interesse ao público. Espero estabelecer um bom diálogo e conseguir conversar da melhor maneira com o público que, já soube, será bastante amplo”, fala Lísias.

Sua expectativa para vir ao estado é grande, não só pelo evento. Essa é a primeira vez do autor na Bahia. “É uma grande alegria, ainda mais porque minha mãe é baiana: nasceu no Rio Vermelho em 1947. Já estava na hora de eu conhecer a terra dela”, pontua. Além da relação de útero, essa é a terra de autores que ele admira, como o homenageado da Flica, Ruy Espinheira Filho, e os veteranos Jorge Amado e João Ubaldo Ribeiro.

Serviço
O quê: Mesa da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica 2017) com Ricardo Lísias e Daniela Galdino e mediação de Wesley Correia
Quando: Sexta-feira (6), às 15h
Onde: Convento do Carmo (Praça da Aclamação, Centro - Cachoeira)
Quanto: Gratuito

Foto: Divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia.

28 Sep 2017

Alô Alô Bahia entrevista a empresária Larissa Bicalho

A empresária Larissa Bicalho, da LB Home/Artefacto, esteve na redação do Alô Alô Bahia para apresentar as novidades da nova mostra de decoração, que será inaugurada neste domingo (01), na LB Home, na Barra, e aproveitou para bater um papo com a gente sobre luxo, dicas para quem deseja trabalhar na área de decoração e muito mais. Confere só!

 Alô Alô Bahia: A Larissa do passado teria orgulho da Larissa de hoje? Quais são os planos profissionais para o futuro?
 
Larissa Bicalho: Acho que sim. Tem vinte anos que eu estou em Salvador e que eu tenho a loja. Os planos agora são deixar a marca LB (LB Home/Artefacto) cada vez mais conhecida e mantê-la conceituada dentro do nosso padrão, que é mais voltado ao luxo. Quero que quando as pessoas falem da LB saibam que estão falando de uma marca de luxo diferenciada.
 
 
Alô Alô Bahia: Se pudesse citar 3 fatos ou pessoas que contribuíram para formar a Larissa que você é hoje, quais seriam e por quê?
 
LB: Primeiro, minha maior referência foi o meu avô. Ele foi super importante pra mim pois me transmitiu a base da educação e da simplicidade.
 
Outra coisa que acredito que faz toda a diferença é a questão de viajar, morar fora, conhecer novos lugares. Fui morar sozinha pela primeira vez aos 13 anos [em Londres] e eu não sabia falar inglês, não sabia nada, então foi um momento de grande aprendizado. Então muita coisa do que sei hoje aprendi viajando e acredito que esse tipo de experiência te prepara pra ser uma ‘pessoa do mundo’, que sabe se virar sozinha, que consegue se jogar em qualquer lugar e se sobressair.
 
Por fim, ser mãe. As meninas [Marcella, Isabella e Duda] me ajudam muito. É engraçado porque hoje eu mais aprendo do que ensino, tanto coisas pessoais quanto profissionais. Então, atualmente, quando encontro com elas juntas, eu só faço escutar (risos). É muito bom.
 
Alô Alô Bahia: O que mais gosta e o que menos gosta na cidade de Salvador?
 
LB: Salvador é uma cidade que eu não quero ficar longe. Tem a energia, tem a questão da facilidade, você conhece as pessoas, tudo flui rápido. E você poder ver o mar todos os dias não tem preço. Por outro lado, acredito que ainda somos uma cidade um pouco provinciana. Precisamos ter essa coisa de cidade mais cosmopolita onde todo mundo se ajuda, onde todo mundo quer ir pra frente, onde o sucesso de um é o sucesso de todos.

 
 Alô Alô Bahia: Um filme, um lugar e uma música que você indicaria para as pessoas.
 
LB: Lion foi um filme forte que me lembrou da minha experiência na Índia. Na época fui à trabalho e hoje eu acredito que eu preciso voltar de outra forma pra ver as cores, conhecer os resorts.
 
Um lugar, pra mim, é a Florença (Itália). Se eu pudesse, toda semana iria lá.
 
We Are Carnaval é uma música que emociona onde quer que você escute.
 
Alô Alô Bahia: De onde veio a inspiração para trabalhar com decoração? Se pudesse dar uma dica a alguém que deseje trabalhar nesta área também, qual seria?
 
LB: A inspiração veio da minha vó, porque ela adorava trocar as coisas de lugar, a casa dela nunca estava da mesma forma.
 
Eu acho que quem trabalha com decoração precisa gostar de viajar muito para abrir os horizontes. É importante pesquisar muito também e se reciclar sempre.
 
Alô Alô Bahia: Você acredita que o luxo está na moda? O que é luxo pra você?
 
LB: Luxo, pra mim, tem a ver com exclusividade e qualidade. Por exemplo, uma bolsa da Chanel demora oito dias para ser costurada. E eu acho que cada vez mais o luxo vai estar na moda porque é melhor você ter uma coisa de qualidade do que várias que não são tão boas. Acho que luxo e moda têm a ver com arte e cultura também. Parar para compreender o que está por trás do trabalho e história daquela marca me emociona. Se você ver o quanto uma pessoa se dedica pra desenvolver um bordado, uma peça... Então, por que é bacana uma pessoa que entende de arte mas não é bacana que entende de moda e luxo? Pra mim, as duas coisas têm muito a ver.
 
  
Alô Alô Bahia: Quais são os profissionais que te inspiram? Por quê?
 
LB: Jacques Garcia e Alberto Pinto. Apesar de terem um estilo próprio e serem fieis a isso, eles sabem trabalhar tanto com o moderno quanto o clássico.
 
Alô Alô Bahia: Qual o maior desafio profissional que você já enfrentou/enfrenta?
 
LB: Como todo mundo, sobreviver, principalmente nesses momentos de crise. Mas eu acredito que a dificuldade e os problemas estão sendo um treino para a gente ficar melhor no que faz e ir adiante.
 
Alô Alô Bahia: Comente mais sobre as expectativas para a próxima Mostra LB Home/Artefacto
 
LB: A palavra da Mostra esse ano é capricho. Todo ano eu falo que ‘esta vai ser a melhor Mostra’, mas a desse ano está realmente diferenciada, estamos trabalhando com os melhores profissionais envolvidos, seja no som, marcenaria, paisagistas, papeis de parede. Tudo está sendo feito com muito capricho. Acho que vai ser uma Mostra ‘dos detalhes’.
 
Bate-bola
 
Ser chique é... Não falar mal das pessoas
Minhas filhas são... Ma-ra-vi-lho-sas
Sustentabilidade é... Responsabilidade
O estilo de Larissa Bicalho é... Simplicidade

Fotos: Alô Alô Bahia. Siga o insta @sitealoalobahia.
 

22 Sep 2017

Alô Alô Bahia entrevista Duda Sanches

O vereador de Salvador Duda Sanches visitou a redação do Alô Alô Bahia, no Caminho das Árvores, na tarde de ontem (21) e bateu um papo com a gente sobre futuro, eleições 2018, política e muito mais. Confere só!

 

Alô Alô Bahia: Quais são os seus planos dentro da carreira política?

Duda Sanches: O sonho de todo mundo que entra na política é crescer e ajudar cada vez mais pessoas. Hoje, enquanto vereador de Salvador, trabalho cuidando apenas das pessoas da minha cidade como um dos 43 vereadores. E meu objetivo de expandir é real. Tenho a vontade de crescer e alcançar o Estado da Bahia porque meu propósito dentro da política é poder realizar grandes transformações sociais. E para isso, um mandato de deputado, a posteriori, seja estadual ou federal, e sonhar com voos mais altos aqui na minha cidade e no Estado da Bahia fazem parte deste projeto de ajudar cada vez mais pessoas.

Alô Alô Bahia: Você e seu pai - o deputado estadual Alan Sanches, têm uma relação bem próxima. No que você mais se inspira nele enquanto político?

DS: Meu pai é meu ídolo, meu líder, meu espelho, a pessoa que me orientou desde sempre e me introduziu na vida política, porque não seria fácil, com a pouca idade que eu tinha quando fui eleito, chegar a uma dessas cadeiras na primeira capital do Brasil. E meu pai me orienta muito dando o seu exemplo de homem íntegro que já passou por diversos cargos, já militou em diversas áreas, sempre deixando legado e sempre deixando sua marca positiva. Seus exemplos são os que mais me inspiram como novo político porque eu acho que a política precisa de gente limpa, gente que tenha passado por diversos degraus da vida deixando uma boa impressão, deixando uma boa marca, diante do cenário totalmente sujo que a gente vê no Brasil.

Alô Alô Bahia: Enquanto alguém que começou a vida política aos 22 anos, qual você acredita que seja o papel do jovem na transformação deste cenário de crise no qual vivemos atualmente no Brasil?

DS: O principal papel do jovem diante desta crise vivida pelo país é fazer diferente, sem repetir a fórmula sempre usada na política. Quem entender que a velha forma de fazer política ficou pra trás, já vai estar a anos-luz na frente de quem quiser imitar o trabalho de outras pessoas. A gente vê uma política cansada, suja e ultrapassada, então, quem trouxer a velha forma de trabalhar não vai pra frente.

Alô Alô Bahia: Quais são as suas apostas para as eleições 2018 e expectativas com relação as pessoas que irão ocupar o Governo do Estado da Bahia e a Presidência da República?

DS: No Governo do Estado eu sou suspeito pra falar porque sou liderado do prefeito ACM Neto, confio na sua forma de gerir a cidade de Salvador e acho que a Bahia precisa desse choque de gestão no governo estadual. Cansamos. O povo cansou do PT, do povo do mensalão e cansou de ver os jornais de grande circulação falando da política apenas de forma negativa. [ACM] Neto mostrou, sendo eleito 4 vezes o melhor prefeito do Brasil, que dá pra fazer política contando com o apoio da população, que dá pra ser político e ser admirado pela população. Não é a toa que aproximadamente 80% da população o apoia. Então, torço para que ele [ACM Neto] alcance o Governo do Estado, tenho certeza que a Bahia crescerá muito com a sua liderança. A nível nacional, torço para que quem quer que assuma a Presidência possa colocar a nossa economia de volta nos trilhos, pois o Brasil vive um momento de completa paralisação. Por mais que o [Michel] Temer tenha boas intenções na área econômica, o fato dele não ter sido eleito tem tirado a sua legitimidade enquanto Presidente do Brasil, não é a toa que o seu índice de aprovação é 3,4%, isso é histórico no nosso país. Então, o Brasil precisa de alguém que seja eleito e consiga trazer paz, estabilidade e confiança aos brasileiros de que agora conseguiremos andar pra frente.

Alô Alô Bahia: Considerando os últimos 5 anos, quais você acredita que são as áreas onde Salvador mais evoluiu e as que ainda são os nossos principais problemas?

DS: A cidade evoluiu muito principalmente na devolução da autoestima do cidadão soteropolitano. Há 5 anos, Salvador estava abandonada, esburacada, nada funcionava, saúde paralisada, escolas caindo aos pedaços e [ACM] Neto devolveu a cor da cidade de Salvador. Hoje vemos uma orla revitalizada, Carnaval em restauração, Reveillon se consolidando, a cidade pulsa e vibra alegria novamente. Precisamos lembrar que isso poderia estar mais potencializado se a economia a nível nacional estivesse também neste ritmo, pois dependemos do Brasil estar caminhando da melhor forma para Salvador também ser contaminada por isso. Porém, ainda assim, [ACM] Neto conseguiu realizar todas estas transformações. Com relação aos problemas, hoje vivemos numa das cidades mais perigosas do estado. Acho que a violência que tomou conta de Salvador inibe o cidadão de curtir sua cidade. A gente viveu todo um processo de utilização dos espaços públicos com a reforma de diversas praças, feiras de rua funcionando, tudo isso visando a ocupação destes espaços. Mas ao mesmo tempo, as pessoas vivem com medo de estarem nas ruas porque a violência tomou conta. Acho que a violência foi o que mais piorou nos últimos 10 anos aqui na nossa cidade.

Alô Alô Bahia: Conte um pouco sobre o Seminário que você irá participar na Europa 

DS: Fui convidado pela Fundação de Análise dos Estudos Sociais, ligada ao Partido Popular Espanhol, para participar deste Seminário. Esta fundação tem braços em diversos países do mundo e escolheram 2 jovens de cada país latino-americano que eles julgam promissores na política nacional para conhecerem a política na Espanha. Irei representando o Brasil e lá debateremos a realidade da América Latina, trocaremos ideias com o ex-presidente do governo da Espanha, com o ex-primeiro ministro da Polônia, Jerzy Buzek, já tem um deputado do parlamento europeu confirmado também. Além disso, visitaremos o parlamento na Espanha e em Bruxelas e a sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte. Então, vai ser um crescimento político enorme e trarei todo esse conhecimento para utilizar a favor da cidade de Salvador.


Bate-bola

Salvador: Paixão

Brasil: Esperança

Política:Futuro

Educação: Único meio de sermos uma nação realmente progressista

Corrupção: Câncer
 

Fotos: Alô Alô Bahia. Siga o insta @sitealoalobahia


18 Sep 2017

João Miguel fala sobre arte nordestina, momento político e Netflix

Celebrado entre os fãs do cinema nacional, o ator baiano João Miguel tem conseguido um feito raro na TV brasileira: manter autoralidade artística em seus projetos. Do extravagante e controverso Só Love, da minissérie O Canto da Sereia (2013), ao divertido cangaceiro Belarmino, da novela Cordel Encantado (2011), o ator experimentou diferentes experiências em produções de forte apelo estético e estilístico. Um dos protagonistas de 3%, primeira série produzida no Brasil pela Netflix (que é sucesso de público nos Estados Unidos e estreia segunda temporada em 2018), o artista esteve, na última semana, no Ceará para participar do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga (FNT) e conversou com o jornal O Povo. Confira os melhores trechos da entrevista.
 
O FNT surgiu, há 24 anos, com a proposta de celebrar o teatro nordestino. Em 2017, você ainda acredita ser possível falar em unidade das artes cênicas produzidas na Região?
Acho que sim. O lugar da gente sempre é um lugar de referência, sempre foi e sempre será um caldeirão de perguntas. Quando a gente fala em Nordeste, são muitas as identidades culturais e podem surgir muitas coisas daqui como surgiu o manguebeat, como surgem agora coletivos galgados num espaço que não é o folclórico e sim o que é vivo. Eu acho que cultura popular é muito pop, porque está sempre se reinventando. O bumba meu boi de 150 anos atrás não é mais o mesmo de hoje, porque ele se adapta às circunstâncias, a gente se adapta. Não existe um purismo nessa unidade do teatro nordestino, mas eu acredito nas trocas, nas referências, nos impulsos. Existem tradições que nos influenciam.

Você trabalha em grandes veículos como a Rede Globo. Não se torna difícil manter a raiz de ator de teatro?
Você não pode plantar feijão e colher arroz. Eu vim desse lugar autoral, essa é a minha escola, minha base desde o teatro e eu entro no cinema fazendo isso. Eu participo de experiências em veículos maiores também levando meu autoral. Na Globo, fiz personagens completamente diferentes um do outro. Eu não estou estigmatizado num tipo, talvez por ter essa bagagem, e isso é algo essencial em mim.

Você participa de uma experiência inovadora que é uma série da Netflix gravada no país. O formato de série em plataforma de streaming interfere no seu modo de criar?
Me interessa poder ter experiências instigantes. Esse circuito das séries hoje é um espaço interessante do audiovisual, em que você pode fazer mais de uma temporada e desenvolver um personagem em dez episódios. No caso de 3%, foi curioso, porque dialogou com uma galera que eu não tinha ainda aberto uma janela, que é a galera de 13 a 20 anos. Eles têm outra lógica, outro jeito de olhar, essa troca é o que mais me interessa.
 
É mais difícil ser artista no Brasil de 2017?
As políticas culturais estão totalmente entrelaçadas a um olhar de gestão criminoso, sobretudo, por não priorizar de maneira nenhuma o cidadão. A cultura é um espaço de formação cidadã e é muito triste perceber que poucos avanços que foram feitos são destituídos, abafados e tirados por um modelo onde prevalece o velho olhar do coronel. É preocupante e agressivo o que está acontecendo com a cultura, mas não dá pra ficar na tristeza. É bom para a gente olhar e ver o que é que a gente pode fazer de novo.

Foto: Reprodução. Siga o insta @sitealoalobahia.

13 Sep 2017

Ivete Sangalo rouba a cena em evento do The Voice: 'curti tanto o momento que estou grávida'

Ivete Sangalo, Carlinhos Brown, Michel Teló e Lulu Santos, Mariana Rios e o apresentador Tiago Leifert se reuniram com a imprensa para falar da sexta temporada do The Voice Brasil, nos Estúdios Globo, nesta terça-feira (12), mas não deu pra ninguém: a notícia da gravidez de gêmeos de Ivete, anunciada instantes antes do evento pela cantora e confirmada com exclusividade pelo Alô Alô Bahia, foi o grande o assunto da noite.

"É reservado à gente também os sabores de viver o privado, embora eu tenda a dar alegria, a poder dividir essas coisas com meus fãs. Mas tudo é a seu tempo. A intenção não é dar a volta, é dar o tempo que as coisas precisam ter. E tudo a seu tempo. Mas também não vamos se ater a isso, que esse programa e cenário custam um dinheirão", disse a cantora, arrancando risos dos jornalistas. As informações são do portal da Quem.

Bem-humorada, ela desviou quando perguntada se iria para o trio elétrico no Carnaval: "Menina, vamos falar do programa, tu é doida. Faça como eu: Curta o momento. Curti tanto o momento que estou grávida. Gostoso, se eu pudesse eu fazia de novo".

Sobre sua estreia no The Voice Brasil, Ivete falou: "Eu era assídua espectadora e acho maravilhoso poder estar aqui na condição de técnica. Fiz parte do The Voice Kids, chorei por essa escolha de vir pro adulto por conta da experiência que foi lá, deliciosa, da experiência de ver as crianças construindo aquele sonho", disse

Sobre a recepção, Ivete falou com carinho dos colegas: "Falei pra eles 'vocês não me surpreenderam, não', por que eu intimamente sabia que seria recebida bem por eles, pelo carinho e amor que temos. No primeiro dia estava 'pinto no lixo'. Me diverti, foi um programa delicioso".

Foto: Reprodução/Ed. Globo. Siga o insta @sitealoalobahia.

6 Sep 2017

Estilo de vida! Conheça o apê baiano de Marcelo Kruschewsky


Abrir a casa de Marcelo Kruschewsky é como viajar pelo mundo. O olhar apurado não apenas para o belo – como também para o exótico e o inusitado - está em cada canto do apartamento, que fica no icônico Edifício Oceania. O gigante art déco da década de 30, que marca a esquina da Avenida Oceânica, está povoado no imaginário daqueles que, como Marcelo, apreciam uma boa obra de arte. Foi lá que escolheu morar 20 anos atrás, quando o playboy e solteiro convicto Dr. Clóvis Ribeiro resolveu vender o apartamento. Do antigo morador restaram alguns itens mantidos pelo novo, como o lustre da sala principal. Da casa da mãe vieram outros tantos, como o bar, mesa de jantar setentistas e a cadeira de charme em jacarandá. Foram muitas paredes quebradas até o layout preservado até hoje, num tempo em que as pessoas não sabiam sequer pronunciar ‘loft’. Era ‘soft’ aquele estilo de viver tão fora dos padrões da cidade, inédito para aqueles tempos. Em 185m2, Marcelo manteve apenas 2 das suítes, arranjo perfeito para seu ‘lifestyle’, que na época era ‘estilo de vida’.

        Os 6 anos de estudo em Design Gráfico, na Inglaterra, foram fundamentais para a visão da humanidade que Marcelo tem. De lá, onde conheceu o companheiro, ganhou o mundo e foi parar em Nova York, onde sua arte  alcançou todos os lugares. Hoje vive entre a França e os EUA, alternando com o Brasil, 4 meses do ano em cada um desses lugares. A casa de campo em Bordeaux, seu endereço francês, é prática e sem empregados. Apenas um jardineiro auxilia o casal nas tarefas mais pesadas. A rotina de garimpo é intensa, levando tecidos suzani, seu achado no Uzbequistão, para as fábricas em Saigon, no Vietnã, para produzir suas peças mais famosas, os puffs. Do Vietnã, Marcelo guarda o jeito dócil, tranquilo e o cuidado no produzir. Em Nova York seus olhos brilham, sobretudo quando diz do respeito à sua arte, já quando ganhou seu visto de habilidade extraordinária, o direito de permanência no país.
Apaixonado por Picasso, Marcelo fez da sua casa um pouso leve, arejado e, mesmo assim, cheio de sua personalidade, e abrigou gente como Júlia Roberts, Calvin Klein e Caetano Veloso. Suas memórias remontam a um tempo em que a Bahia era outra, como faz questão de frisar. Era a Bahia anarquista, com uma Barra – seu lugar – cheio de identidade, clima boêmio, com bistrôs e comércio de rua pungente, vivo e diverso. E bem diferente do que se vê hoje. “Era como um balneário de luxo”, lembra triste. “Vivemos uma Barra sem lei de estilo, isso precisa ser revertido. O mar e o sol daqui continuam deslumbrantes”, pondera. Também esclarece que a situação atual não é apenas culpa da administração local, mas também da população, que precisa rever a cultura de shopping, que tomou o lugar na vida das pessoas. “Os baianos são diferentes de tudo, precisam explorar essa identidade tão forte. Nós misturamos Dior com figas de candomblé e fitas do Bonfim”, finaliza.

         Em sua casa, Marcelo coleciona tudo que é bom e bonito. São arandelas (as mais bacanas), cabeças africanas de Mali, tecidos, castiçais, e tudo mais que houver. As poltronas, originais dos anos 70, vieram do antigo Banco Econômico da Cidade Baixa, descobertos durante uma Casa Cor que aconteceu lá perto. São mobiliário corporativo clássico, os eternos clássicos que Marcelo gosta de dizer que as pessoas não valorizavam. A escultura em pedra veio de uma escavação em Maragojipe, descoberta do irmão, que trabalhava com terraplanagem. O cacto, que ele ganhou da amiga Ângela Góes, arquiteta morta no ano passado, tem lugar de destaque, dentro do vaso vietnamita, presente de outra querida amiga, Biga Suarez. Não usa cortinas em casa, gosta de passar o maior tempo possível na luz, como se não fosse ele mesmo uma luz.
Nessa tarde de terça chuvosa, quando Marcelo nos recebeu, já estava programando seu retorno aos EUA para o final desse mês, quando deve retomar sua maratona de feiras de produtos até janeiro. Vai também matar a saudade de Glória Vitória, sua schnauzer, o único filho que escolheu ter nessa vida.
   Fotos: Alô Alô Bahia. Siga o insta @sitealoalobahia

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