Entrevistas



22 Jan 2018

José Rotondano, presidente do TRE-BA, fala sobre a operação do recadastramento biométrico em Salvador

Com a proximidade do fim do prazo para o recadastramento biométrico, o Presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, José Rotondano, faz um balanço sobre a operação ao Alô Alô Bahia. 


Alô Alô Bahia: A que o senhor atribui esse cenário onde a grande parte dos eleitores deixou para se recadastrar perto do fim do prazo? Estava dentro do planejamento que essa quantidade de pessoas procurasse o serviço agora no fim do mês?

José Rotondano: De dois em dois anos, quando ocorrem as eleições, o cidadão que possui pendências junto à justiça eleitoral normalmente deixa para regularizar às vésperas do prazo de alistamento, que se encerra 150 dias antes do primeiro turno de votação.  Atribuo, portanto, a esse hábito, acrescido pelas atribuições do dia a dia que tanto nos absorvem. Nessas ocasiões, soma-se, ainda, a presença dos alistandos, o que implica, naturalmente, em filas extensas. A despeito de disponibilizarmos toda uma estrutura apta para receber o eleitor, e contarmos, sempre, com a parceria indispensável da imprensa para minimizar os transtornos, a situação se repete.

Particularmente em relação à biometria extraordinária, temos plena consciência do impacto no atendimento, considerando o grande eleitorado de Salvador. Como a própria impressa se esmerou em divulgar, disponibilizamos desde o início do ano de 2017 diversos pontos de atendimento, contando com a parceria de instituições públicas e privadas que dispuseram espaço e pessoal, sem qualquer custo para a Justiça Eleitoral. Facultamos também o agendamento por meio de nossa página eletrônica como mais uma forma de acesso, sem, contudo, penalizar as inúmeras marcações feitas sem o respectivo comparecimento. Além do mais, o edifício sede do TRE-BA estava à disposição do eleitorado baiano em horário bem extenso. Apesar das filas no início da manhã, até o mês de dezembro, em vários horários, os kits de biometria ficavam ociosos a espera do eleitor, a despeito das reiteradas e insistentes chamadas na impressa e em todos os veículos de comunicação disponíveis.

Bom ressaltar que quase a totalidade da área de atendimento é coberta e é fato que todos os cidadãos são muito bem recebidos e atendidos pelo corpo de funcionários e de todo o pessoal  contratado para esta finalidade. Recebemos sempre um feedback positivo ao final do atendimento , o que reforça o nosso sentimento de satisfação.

Alô Alô Bahia: Segundo divulgado pelo TRE-BA na segunda-feira, 15, mais de 800 mil cidadãos de Salvador ainda não se recadastraram. Existe infraestrutura  de atendimento viável para que todas essas pessoas atualizem seus dados até o dia 31?

JR: Se mantivermos a média de atendimento, alcançaremos, sim, ao final do mês de janeiro uma marca significativa e relevante de cerca de 1.400.000 de eleitores biometrizados em Salvador com a infraestrutura que dispomos, que tem se mostrado eficaz, mesmo com essa procura tardia do eleitor. Atendemos, costumeiramente, todos que permanecem nas filas e esperamos o comprometimento do eleitor e o apoio da sociedade e de todas as instituições cidadãs. Seríamos desleais em informar que teremos um percentual de 100% de atendimento, até porque muitos eleitores não mais residem nos municípios, já faleceram, ou ingressaram em uma situação de impedimento de exercer o direito ao voto. Importantíssimo, ainda, salientar que a média de ausências às urnas em todas as eleições ultrapassa a marca de 25% do eleitorado, o que seria, em números, em torno de 500,000 eleitores. Continuaremos imbuídos de nosso objetivo, considerando, principalmente, o fato de que esse cadastro servirá de base para outros serviços públicos de identificação do cidadão, e que proporcionará a toda a sociedade um maior controle e prevenção de fraudes contra pessoas e organizações.

Alô Alô Bahia:  Foi recebida alguma denúncia formal sobre a venda de lugar na fila da biometria por parte de funcionários do TRE-BA? Houve alguma medida preventiva ou corretiva com relação a isso?

JR: A esta Presidência não chegou tal denúncia. Caso aconteça, todas as medidas de ordem administrativa e penais serão tomadas imediatamente. É imprescindível ressaltar que denúncias deverão ser  acompanhadas de prova.

Alô Alô Bahia: Segundo relatos divulgados, alguns eleitores acabavam desistindo e vendendo o seu próprio lugar na fila. Qual a opinião do senhor sobre isso?

JR: Caso isto esteja realmente acontecendo, revela um comportamento lamentável de algumas pessoas perante a sociedade.  Triste constatar que há quem faça esse tipo de proposta e há quem aceite.

Alô Alô Bahia: Com a proximidade do fim do prazo, qual o balanço o senhor faz sobre a operação do recadastramento biométrico em Salvador?

JR: Faço um balanço positivo, apesar de tantos percalços, se considerarmos todos os fatores envolvidos em uma operação desta magnitude. Como disse anteriormente, proporcionamos ao eleitor todas as condições para participasse da revisão de seu cadastro eleitoral com a coleta de dados biométricos ao longo de amplo período, respeitando todos os princípios implícitos e explícitos da administração pública e o orçamento destinado para esta seríssima e importante tarefa. E contamos, principalmente, reitero, com o empenho e apoio significativo de todos os envolvidos e  com a louvável colaboração dos meios de comunicação.

Foto: Reprodução. Siga o insta @sitealoalobahia

10 Jan 2018

Vogue entrevista a atriz Camila Queiroz. Confira!

Na última segunda-feira, 08, foi ao ar o último capítulo da novela das 19h da Globo, Pega Pega. A atriz Camila Queiroz se despediu de Luiza, sua personagem, e agora já começa a se preparar para o casamento com Klebber Toledo. A Vogue aproveitou o momento e bateu um papo super bacana com Camila, confere abaixo!

O que aprendeu com sua personagem em "Pega Pega"?

Toda personagem traz algo para a gente. A Luíza é uma personagem muito forte, que passou por muitos desafios e, em nenhum momento, desistiu. Essa coragem dela é algo que eu me identifico e que trago para a minha vida. Comecei a trabalhar muito cedo, porque queria dar uma vida melhor para a minha família. Fui morar longe deles. Tive meus obstáculos, assim como a Luíza, mas me mantive firme. Então acho que dividimos esse lado da coragem, de manter o foco. Foi um trabalho especial para mim. 

O que pretende fazer com o fim das gravações?

Eu quero descansar. Essa é a primeira coisa que quero fazer (risos). Tive um ano de muito trabalho. Quero aproveitar esse tempo para estar com a minha família, que eu não consigo ver sempre quando estou gravando, talvez viajar... Esse momento é para recarregar as energias. Ainda não defini nada. Só sei que eu quero descansar um pouquinho (risos). Mas depois eu quero voltar com tudo! Não gosto de ficar parada!

Quais foram os seus pedidos para 2018?

Muita saúde para a minha família e para as pessoas que eu amo, continuar trabalhando com a minha profissão, que é algo que me completa e me faz imensamente feliz. Paz para enfrentar o dia a dia com tranquilidade. E muito amor nesses novos dias que virão.

Fez alguma simpatia para a virada?

Costumo sim (risos). Sou meio supersticiosa. Escolho a peça íntima de acordo com o que eu quero para o ano. Gosto de mesa com frutas, pé direito na virada... Faço todas.

Como você está cuidando da beleza?

Eu comecei a malhar. Eu senti que o meu corpo mudou depois que eu comecei a fazer TV. Quando era modelo, por exemplo, tive um período morando em Nova York. E eu andava muito de um lado para o outro, não faltava exercício aeróbico (risos). E desde que comecei a fazer novela, a rotina é outra. Não ando mais como antes, então comecei a treinar para tonificar mais o corpo. Mas apenas isso, sem neuras. Eu limpo bem o meu rosto. Não durmo maquiada nunca. E tem a alimentação, que é bem regrada. Mas sempre me alimentei bem.

Lethicia Bronstein vai assinar seu vestido de noiva. Já tem alguma ideia de como quer a peça e o que definitivamente não quer?

Nossa,  essa é a pergunta (risos). Até agora estive e ainda estou muito focada na novela. Vou começar a pensar mais nesses detalhes a partir de agora. Mas eu acho que algo muito pomposo não tem muito a ver comigo. Imagino um vestido lindo e que traduza bem quem eu sou. Mas não tenho detalhes ainda.

Qual foi o momento mais romântico ao lado de Klebber, sem ser o pedido de casamento?

Klebber é um homem romântico. Ele torna as pequenas coisas do nosso dia a dia em algo especial. Difícil eleger um momento só.

Você sempre quis casar? Era um sonho?

Sim, eu sempre quis casar e formar uma família. Venho de uma família grande e, se depender de mim, também terei uma assim.

E filhos?

Tenho o desejo de ser mãe, mas as coisas acontecem naturalmente. Um passo de cada vez, né?! (risos).

Crédito: Vogue

Foto: Reprodução. Siga o insta @sitealoalobahia.

9 Jan 2018

"A publicidade está menos brilhante" diz Olivetto em entrevista ao Meio & Mensagem

O ano de 2018 começa diferente para Washington Olivetto. Desde 1986, quando deixou a DPZ para lançar a então W/GGK, depois transformada em W/Brasil, fundida com a McCann em 2010, esse é o primeiro ano que o publicitário inicia não estando no comando de uma grande agência brasileira (na verdade, o segundo, já que passou o réveillon de 2002 sequestrado).

Desligado oficialmente da WMcCann desde novembro e morando em Londres, onde atua como consultor da rede, Olivetto se dedica à finalização da autobiografia Direto de Washington – W. Olivetto por Ele Mesmo, a ser lançada no primeiro semestre pelo selo Estação Brasil, da editora Sextante. Ele promete dividir com os leitores não só as glórias de seus 66 anos de vida, mas também alguns fracassos na publicidade. Só não espere ler detalhes do longo sequestro de 53 dias, que ele chama de “episódio” e sobre o qual prefere não falar.
 
Sem agência

“Eu me treinei para isso. A WMcCann foi um êxito absurdo. Chegamos à segunda posição no ranking. De 2010 a 2016, nós fomos a agência mais lucrativa do grupo McCann no mundo. O Luca Lindner foi promovido por causa disso (atual presidente global do McCann Worldgroup, era o principal executivo da operação latino- americana em 2010 e conduziu a união da McCann com a W/). O Pablo Walker foi promovido para América Latina e Caribe e depois Europa (onde comanda o McCann Worldgroup e a quem Olivetto responde atualmente, como consultor). O Fernando Fascioli foi promovido (a presidente do McCann Worldgroup para a América Latina e Caribe). Enfim, um espetáculo. Obviamente, tivemos um duplo acidente de percurso: o problema da Seara (queda no investimento após prisão dos donos da JBS em decorrência da Operação Lava-Jato) e a perda do Bradesco, o que a gente jamais esperava, a ponto de a gente não acreditar quando disseram que haveria uma concorrência. Daí eu fui muito objetivo. Como já tinha o plano de me mudar para Londres, onde meus filhos estão estudando, falei com o Luca que preferia ficar lá. E disse a ele que a boa maneira que eu tenho de ajudar é não atrapalhar.”

Rotina em Londres

“Vou diariamente para a McCann Londres, porque eu gosto. E procuro basicamente não ser um homem de review board. Só dou palpites quando me pedem. O dia a dia da agência em Londres, para mim, é muito bom, porque mantenho a minha disciplina de publicitário. Mas, sem dúvida nenhuma, é uma rotina que me requisita menos e me faz tirar o pé do acelerador mais naturalmente.”
 
Diferença com o Brasil

“Em Londres, o pessoal chega às 9 horas, conversa-se pouco. Almoço só se for importante com cliente, senão come na mesa. E às 5 da tarde vai todo mundo embora. Não só na McCann Londres, mas na Europa, de maneira geral, há uma presença muito grande de freelancers. Há, inclusive, um mercado para freelancers. Por causa das cargas tributárias, é muito difícil para as agências manterem uma máquina muito grande. E é praticamente impossível demitir pessoas fixas.”
 
Espanholização

“Londres é um mercado muitíssimo profissional, o mais profissional da Europa. Ao contrário de Espanha, Itália e Portugal. Na Espanha, bem atendido ou não, todo fim de ano o cliente faz uma concorrência. E eu acho que, infelizmente, o Brasil perdeu uma disciplina que nós tínhamos, de ser um mercado altamente profissional, como era o americano e o inglês. E a gente se espanholizou. Muita coisa desapareceu e não foi substituída por nada. Então, está muito difícil. A publicidade está menos brilhante, em geral. Está muito menos divertido e não se está ganhando dinheiro. São três características que perdemos: se ganhava dinheiro, era divertido e era brilhante.”
 
Crise generalizada

“Publicitário brasileiro da minha geração tem know-how de crise. Vivemos até crise de prosperidade. Mas alguns momentos de crise nas agências ou nos anunciantes ficavam delimitados naqueles espaços. Hoje vivemos uma crise no negócio da comunicação. Até os veículos mais prósperos estão lutando com dificuldades. É preciso pensar o seguinte: não existe nenhum lugar que tenha publicidade boa e eficiente que não tenha veículos prósperos. Quem paga o nosso salário são os veículos. Hoje temos uma crise generalizada — o que, de um jeito ou de outro, vai levar para uma releitura do negócio. A grande coisa nesse negócio chama-se relevância.”
 
Futuro do negócio

“O formato do negócio no Brasil foi durante muitos anos um dos menos ruins que existia. Até porque o caminho do comissionamento mantinha as agências excitadas para gerar ideias. A diferença é que alguns mercados de fora se treinaram para saber cobrar por ideias e não esperaram o comissionamento. E nós fomos matando o comissionamento antes de aprender a cobrar pelas ideias. Vamos ter anos difíceis pela frente, ainda vai levar um tempo até todo mundo descobrir que deu errado. O grande problema é que é um negócio que deixou de ser uma coisa, sem discutir se era boa ou ruim, e não passou a ser outra. Claro que sempre existirá lugar para os muito talentosos, para os brilhantes. Sempre existirão novas gerações, mas quem está começando agora, vai passar pela sensação de que chegou a uma festa onde os cinzeiros estão sujos, os copos estão vazios e as moças mais bonitas já foram embora.”
 
De quem é a culpa?

“Os culpados são muito da minha geração e a imediatamente após, que não souberam preservar a atividade tão bem quanto a geração anterior a minha. Esse negócio só dá certo se agências e clientes se gostarem. Trocaram a ideia de cumplicidade pela de antagonismo. A única coisa que pode salvar o negócio é voltar a existir relações de cumplicidade entre agências e clientes, entre profissionais de agência e de cliente e entre profissionais de comunicação em geral. Hoje se estabeleceu uma luta de classes, até entre criação, planejamento, atendimento, digital… Quanto mais você vulgariza o negócio para conquistar o seu espaço mais você se estrepa. Mais barato sempre dá para fazer, mas aí tem uma juniorização absurda. E, por outro lado, estruturas gigantes que não servem para nada, reuniões em que aparecem 15 pessoas e duas falam, e o cliente fica com a sensação de que pagou as 15…”
 
Agências e consultorias

“Tem outra coisa que é definitiva e dramática, e é isso inclusive que vai acelerar alguma mudança — mas vai demorar. Todas as agências, boas ou ruins, burramente resolveram dizer que são iguais às consultorias. Deixaram de ser agências e não viraram consultorias. E as consultorias resolveram contratar os caras de criação para virar um pouquinho agência.”

A autobiografia

“Há um ano e meio fui almoçar com o Marcos Pereira (dono da Sextante) e o Pascoal Soto (editor responsável pelo selo Estação Brasil). O Marcos me pediu uma campanha de incentivo à leitura (para o Sindicato Nacional dos Editores de Livros), que nós fizemos. Nessa conversa, eles me convidaram para escrever uma autobiografia. Neste ano em que passei boa parte do tempo em Londres, aproveitei meus dias de solidão para pensar no livro. De noite, sem nada para fazer, consegui racionalizar quem sou eu. Apesar de, certamente, eu ser o mais fanático dos publicitários da minha geração, tudo que deu certo na minha vida foi por eu não ter me conformado em ser apenas um grande publicitário. Foi isso que me realimentou para fazer o meu trabalho. Foi aí que encontrei o caminho do livro, de contar histórias.”

É tudo verdade

“É totalmente diferente do livro do Fernando Morais (Na Toca dos Leões, de 2005, sobre a história da W/Brasil e seus fundadores). Tudo que tem no livro do Fernando eu não coloquei no meu. Apesar de ser tudo verdade, a minha estrutura é ficcional. Agora estou na parte mais difícil, botei o livro no spa, estou cortando, requintando. Escrevi 486 páginas, acho que vai terminar em 400. Estou burilando. O sonho é lançar em abril.”
 
Fracassos escondidos

“Uma coisa que sempre me irritou em livro de publicitário e apresentações de agências é que todo mundo é infalível. E esse livro não, ele conta muito dos meus grandes sucessos bem divulgados e dos meus poucos fracassos bem escondidos. Para ficar honesto, verdadeiro. Mas é preciso ter um critério para saber o que é fracasso. Quando você trabalha 19 anos para o Unibanco e um dia muda a direção de marketing e você perde a conta, não houve fracasso. Agora, fazer uma campanha em uma época em que qualquer coisa que você divulgasse na Rede Globo vendia mais e não conseguir vender um saquinho de adoçante a mais, isso sim é um grande fracasso. No livro eu conto por que isso aconteceu com Adocyl. O dono era meu amigo de praia, deu a conta para a DPZ por minha causa e eu acreditei no briefing dele. Ele era líder de mercado e pediu uma campanha genérica. Mas era uma época em que tinha gente começando a não usar adoçante, então era preciso tirar market share dos outros… Foi um vexame.”
 
Decepção com cerveja

“Têm categorias que eram o seu sonho, mas que você não trabalha bem. Aconteceu comigo com cerveja. Peguei Antarctica no pior período da marca e eles não me deixaram trabalhar. Fiz um grande comercial, “Casinha no morro”, filmado em Cap d’Antibes, para Bavaria (marca da Antarctica, atendida, nos anos 1990 pela W/Brasil). Fiz esse único comercial que acho brilhante para uma cerveja, mas nunca fiz uma campanha como “Desce redondo” (da F/Nazca S&S para Skol), que eu gostaria de ter feito.”

“Episódio” apagado

“Eu não gosto de usar isso (o sequestro), primeiro porque acho um recurso fácil e apelativo para o livro — se eu quisesse poderia fazer um livro só sobre isso. O livro tem tantas outras histórias interessantes que eu não preciso dessa. E, segundo, porque não gosto de ser pauta disso. Quando acabou o episódio, disse que não me tornaria pauta disso porque a minha especialidade é publicidade. De sequestrado, só tenho 53 dias de experiência. Quando acabou, desliguei e nunca sonhei com isso. E eu já sonhei que estou fumando, mesmo não sendo fumante há oito anos.”

Marca W na McCann

“Em 2010, a ideia era a imortalização do W. Então, eu lido com essa ideia muito bem. Tenho agora é que torcer para a agência ser muito boa para o W ficar bacana.”
 
Hugo Rodrigues

“Há uns quatro anos, cogitei a ideia de levar o Hugo Rodrigues (novo chairman e CEO da agência) para a WMcCann, por causa do bom relacionamento dele com o varejo da GM. Agora, quando oficializei que me mudaria para Londres, disse ao Luca que a melhor maneira de eu ajudar era não atrapalhar. Até porque acho muito ruim — não comigo, mas com qualquer um — passar uma responsabilidade de ser o continuador. A melhor maneira de você dar certo é sendo você mesmo. No caso da WMcCann, que depois dos episódios Bradesco e Seara ficou fragilizada, é uma postura de busca de negócios. E ele é bastante óbvio no sentido de já ter relação com GM, Nestlé e L’Oréal. Se não tivesse havido o episódio do Bradesco, particularmente, talvez a agência pudesse ser ambiciosa em termos de comprar outra agência. Depois desse episódio, não. Os próximos tempos serão barra pesada para todo mundo.”

Futuro pessoal

“Hoje eu não lançaria uma agência. Depois do livro, tenho outros projetos na área de comunicação que me interessam mais.”

Crédito: Meio & Mensagem

Foto: Arthur Nobre. Siga o insta @sitealoalobahia.

30 Dec 2017

Dan Miranda prepara CD com participação de Jorge e Mateus

Depois de passar pelas bandas Filhos de Jorge e Avenida Sete, o cantor Dan Miranda prepara CD novo de inéditas. Ao Alô Alô Bahia, nesta sexta-feira, no Festival Virada Salvador, ele contou que a nova produção terá participações de Jorge E Mateus e Thierry. Confira:
 
Esse ano você vai fazer ensaio de verão?
 
Esse ano está meio apertado, por conta do CD novo que estou lançando. Nossa agenda cresceu demais e não vai dar pra fazer ensaio. Vamos lançar a música nova, que se chama Malemolência, e ela tem até uma coreografia legal.
 
Você tem outros projetos paralelos, não é?
 
Tenho, sim. Agora, por exemplo, estou com Márcia Freire, Márcia Short e André Lelis. Estamos fazendo o Axé das antigas, toda quinta no Zen.
 
Você falou aí do CD novo. O que você tem de novidade que pode nos adiantar?
 
O CD novo é ao vivo, tem essa música que falei e o próximo, que é autoral, tem música com meu parceiro Thierry e com a dupla Jorge e Mateus.
 
Se você pudesse escolher algo de muito bom pra acontecer em 2018, o que escolheria?
 
Olha, o que eu escolheria já está acontecendo que é o renascimento da nossa música. Quero me unir a coisas que façam a nossa música crescer cada vez mais.
 
Foto: Rê Marques. Siga o insta @sitealoalobahia

28 Dec 2017

Investiremos em clipes em 2018, diz Wagner Miau

Responsável pela carreira de Solange Almeida, o empresário Wagner Miau concedeu entrevista ao Alô Alô Bahia. Ele veio à Arena Daniela Mercury, nesta quinta-feira(28), acompanhado da namorada Bruna Martins, curtir os shows do Festival da Virada. O empresário revelou o que espera para 2018. Confira:
 
O que você quer levar de 2017?
 
Olha, 2017 foi um ano de superação. Eu espero que a gente leve para 2018 a perseverança, a vontade de sermos vitoriosos.
 
2017 foi um ano de retomada do crescimento. No seu setor, que é o entretenimento, qual a expectativa?
 
A crise a gente tem que acreditar que já acabou. Temos agora que depositar nossas encherias em novos negócios, em novas empreitadas. Vai ser um ano de retomada, sem dúvida.
 
Você gerencia a carreira de Solange Almeida. O que podemos esperar dela no próximo ano?
 
Anitta trouxe isso do clipe e estamos investindo nisso. Ano que vem teremos quatro novos clipes e com parceiras.
 
Vimos que ela estava ouvindo muito Pabllo Vittar. Essa parceria sai?
 
Com certeza. Vai rolar sim, pode esperar.
 
Foto: Rê Marques. Siga o insta @sitealoalobahia

22 Dec 2017

Thomas Almeida fala sobre o mercado de iluminação decorativa na Bahia

Thomas Almeida é um dos empresários mais jovens do segmento de decoração na Bahia. Em bate papo conosco, ele falou sobre sua história com as lojas Construcabos e Desigual Luz, os detalhes que envolvem iluminação decorativa - tendência atual e mundial, e também  nos deu dicas sobre composições de ambientes. Confiram!

Qual a diferença fundamental entre iluminação comercial e residencial?

Um bom briefing inicial, é extremamente necessário para o sucesso de qualquer projeto! Seja comercial ou residencial! Isso se passa por informações importantes e fundamentais que devem analisadas com o objetivo de obter o tão esperado resultado perfeito! Iluminar uma empresa é estar atento inicialmente ao que diz as normas técnicas, como por exemplo respeitar os cálculos para luminância dos ambientes. É importante saber a real necessidade para manter o trabalho confortável para o usuário colaborador.

Quando partimos para iluminar lojas, restaurantes e outros estabelecimentos comerciais, ênfase nos móveis e objetos e de olho principalmente no consumidor alvo do negócio. A Luz deve estar sempre agradável, para aguçar no cliente, a vontade de retornar.

Quando partimos para as residências, precisamos viajar na criatividade, com interação total com o projeto arquitetônico! Aí cabe a nós, o profissional de arquitetura e os clientes, juntos desenvolver uma luminotécnica, onde a família obtenha através da luz, o conforto necessário, valorizando as particularidades de cada morador!

Qual o diferencial da iluminação cênica na composição dos ambientes?

A iluminação cênica representa o espetáculo das luzes.Através deste brilhante artifício, transformamos ambientes, criando cenários.O paisagismo por exemplo, pode ser contemplado com esta técnica, de forma exemplar. Existem produtos com a tecnologia LED, quando usados de forma correta, entregam formidáveis resultados. É muito comum, os clientes elogiarem muito o que entregamos.


Você comandava previamente a Construcabos e agora especializou seu negócio com a Desigual. Quais os desafios de trabalhar nesse novo ramo?

Sou movido por desafios! Há 16 anos comecei a trilhar meu caminho, comercializando cabos elétricos de porta em porta. Meu primeiro ponto comercial, era o porta malas do veículo.Passei por histórias, que dariam um livro, pequeno, porém instigante! Situações adversas que quando contadas, despertam a atenção. Minha família e meus amigos, ajudaram superar.

A Construcabos é a paixão de minha vida! Fiz muitos e grandes amigos.Continuo diariamente fazendo mais amigos. Esta loja me ensinou a trabalhar com clientes especiais e fieis. Eles cobram minha presença no dia a dia. Tenho verdadeiros soldados colaboradores, que a grande maioria está comigo a mais de 10 anos, pro que der e vier.

Deus agora me deu outra missão.Iluminar os lares, as lojas, as clínicas, os restaurantes e todas as pessoas que confiam no nosso trabalho.A receita para os desafios: honestidade, ética e trabalho duro, oferecendo um serviço Desigual.

Salvador é um mercado propício para investimentos em nichos do ramo decorativo?

Salvador é uma capital cheia de desafios. O mercado de decoração precisa dos empresários sérios e comprometidos, com um ambiente comercial saudável a todos.E nós temos, bons empresários que fomentam o mundo do mercado decorativo, investindo em boas práticas que consequentemente vai nos ajudar a resgatar os consumidores com potencial, que compram decoração fora da Bahia.Nós temos capacidade para ter e manter um polo da decoração sempre ativo.

Quais as linhas de iluminação decorativa que devem ser tendências no próximo ano?

Para o ano de 2018, vamos ver o design dos lançamentos da ultima Euroluce, em Milão. O moderno vem forte com o assimétrico! Existem Ateliers brasileiros, desenvolvendo peças incríveis. Vamos valorizar e dar atenção ao produto da nossa casa!

Quais as dicas para manter uma iluminação harmônica num ambiente?

Valorizar cada canto, iluminar com sutileza, evitando as extravagâncias, brincando com os tons e combinando com o estilo de vida dos que ali vão morar e passar muitos dias de suas vidas. De todo modo, a dica para desfrutar tudo o que a luz pode proporcionar, é não exagerar e observar a qualidade dos produtos.Na iluminação, o mais barato, na grande maioria das vezes, sai caro!

Final de ano é uma época que sempre remete à luz. Como usar uma iluminação natalina sem poluir o ambiente?  

Já que estamos nas festas de final de ano, as famílias devem sempre aproveitar o paisagismo para enfeitar com luz natalina. Na árvore de Natal, deixar o espírito natalino tomar conta e caprichar nas luzes! Boas festas e um ano novo iluminado a todos nós!

Foto: Reprodução. Siga o insta @sitealoalobahia 

 

20 Dec 2017

Alô Alô Bahia entrevista DJ Marcelo Botelho

O DJ Marcelo Botelho, uma das figuras que costumam ser vistas atrás das picapes das mais concorridas festas e casas noturnas de São Paulo, Rio de Janeiro e outras cidades, além de ser muito reconhecido como DJ de casamentos, bateu um papo com o Alô Alô Bahia sobre a carreira, a cena da música eletrônica, planos para 2018 e revela também sua agenda para a temporada de verão. Vem ver.
 
Alô Alô Bahia: Qual balanço você faz sobre o ano de 2017? E quais são as suas expectativas pessoais e profissionais para o ano de 2018?

Marcelo Botelho: Foi um ano muito bom, pois acho que consegui me consolidar mesmo no mercado de casamentos, foi o ano que eu me firmei nesse mercado como um dos grandes DJs do Brasil, e acredito que agora mais do que ser conhecido e ser famoso, o importante é conseguir gerar uma confiança e credibilidade aos contratantes e aos eventos.
 
Alô Alô Bahia: Como foi o caminho para se consolidar como um dos principais DJ’s e produtores do Brasil? Quais foram os principais desafios que você enfrentou?

MB: O lance é trabalho mesmo. Eu já estou há muito nesse mercado, toco há 20 anos, não comecei ontem, é um trabalho de formiguinha mesmo, você conquista o seu espaço baseado no seu trabalho, conhecendo pessoas novas e buscando oportunidades. É um trabalho que não é só festa como muitos pensam, exige um profissionalismo muito grande.

Alô Alô Bahia: Você já teve a oportunidade de comandar festas nas melhores casas noturnas do país e no exterior também, além de ser bastante reconhecido como DJ de casamentos. Se pudesse elencar o TOP 3 dos melhores eventos nos quais já tocou, quais seriam?

MB: É muito difícil escolher, pois todos os eventos que já participei foram especiais de alguma forma. Mas tiveram alguns que marcaram muito minha carreira, como ter tocado no trio Skol no Carnaval de Salvador, no Circuito Barra Ondina, com o Will.i.am do The Black Eyed Peas. Fizemos o circuito inteiro juntos, tocando back 2 back, o que depois acabou me rendendo um convite para tocar no lançamento da música dele no Brasil, onde toquei com ele novamente. Já no ramo de casamentos, acho que eu posso falar, não só pela importância, mas pelo local e pela energia, o casamento da Helena Bordon com o Humberto Meirelles. Já na parte underground, foi quando o Mos Def veio para o Brasil fazer um show, e tocamos no mesmo evento. Além, é claro, da festa para o Mick Jagger na Bud Mansion, em 2016, que além de ter gerado muita mídia, gerou um convite para tocar para os integrantes da banda em Porto Alegre. Sinal que o feedback foi positivo.
 
Alô Alô Bahia: Em 2017 você teve a oportunidade de tocar para ícones da música como Bono Vox e Mick Jagger. Como foi a experiência?

MB: Foram dois eventos muito interessantes, uma experiência única. Acredito que o convite de tocar para o Bono Vox surgiu porque pessoas em comum de ambos os eventos me indicaram. Apesar de ter sido bem discreta, foi uma festa muito legal, todos estavam curtindo e, além de toda banda do U2, o Noel Gallagher também estava lá.  Já tocar para o Mick Jagger foi sensacional, além de ter gostado muito e dançado a noite toda, depois acabou surgindo a oportunidade de tocar para ele em Porto Alegre, e esse ano quando voltou para as comemorações de aniversário do filho.

Alô Alô Bahia: Quem você acha que está mandando bem na cena da música eletrônica atualmente? 

MB: A cena eletrônica brasileira de uns anos para cá está muito forte, vem sendo cada vez mais reconhecida internacionalmente. É até redundante, mas o Alok e o Vintage Culture são dois artistas que cresceram muito, e hoje alcançaram um reconhecimento que vai muito além do nosso país. Além disso, tem uma nova geração que está seguindo os mesmos passos, como o Cat Dealers, que esse ano apareceu bastante nesse cenário. Esses artistas estão focados na produção de música eletrônica e acredito que esse seja o caminho.

Alô Alô Bahia: Como está a agenda para a temporada de verão? Por onde irá passar?

MB: Está bem intensa, seguindo o ritmo que tivemos o ano todo. Neste verão toco em Trancoso - nas festas da Agencia Haute-, além de Caraíva e Santo André, na Bahia. Saindo de lá, vou direto pra Jurerê Internacional.

Alô Alô Bahia: Qual estilo de playlist o público de Trancoso pode esperar para a festa de Réveillon desse ano?

MB: Acho que a música que todo mundo vai tocar esse ano aqui no Brasil é a música Cola, do Camelphat & Elderbrook, que foi uma grata surpresa, do selo Defected. Foi o que eu vi em Ibiza, e é o clima que eu vou levar para o Réveillon de Trancoso.

Alô Alô Bahia: Quais são os próximos projetos?

MB: Esse ano estive bem focado na minha agência, a Briefing Agency, que além de agenciar mais de 30 DJs, acaba de anunciar uma nova plataforma, a Briefing Band, e ano que vem eu pretendo continuar concentrado nisso, mas lógico mantendo em paralelo minha carreira de DJ, o objetivo é trabalhar bastante.

Alô Alô Bahia: Qual música melhor representaria Marcelo Botelho agora? 

MB: Acho difícil uma música só, mas estou curtindo músicas com clima bem tropical. Fiz algumas viagens esse ano que me inspiraram bastante, como Ibiza, e estou com muitas referências de lá. Além disso, estou ouvindo bastante músicas clássicas da House Music.

Alô Alô Bahia: Qual música melhor representaria o ano de 2017 para você? 

MB: Acho que a música One of Us, do Sabb ft.Forest remixada pelo Dennis Ferrer, representa bem o ano. Foi um ano frenético, acelerado, com um ritmo bem diferente dos outros anos, e essa música tem uma batida bem pra cima, alto astral.

Foto: Divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia
 

19 Nov 2017

Ivete Sangalo já está preparando o repertório para o Réveillon de Salvador

Confirmada para comandar a noite da chegada de 2018 no Festival Virada Salvador – maior festa de fim de ano do país – a cantora Ivete Sangalo já está preparando o repertório para a apresentação que ocorre pela primeira vez na Orla da Boca do Rio. A festa é realizada pela Prefeitura, através da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) e da Empresa Salvador Turismo (Saltur), no espaço de eventos que recebeu o nome de Arena Cidade da Música.
 
A missão de manter o público eufórico e entusiasmado para a chegada de 2018, segundo a cantora, será mais que prazerosa, será uma realização, especialmente para celebrar o ano em que ganhará duas filhas - a cantora está grávida de gêmeas. “Eu acho que esse réveillon vai ser um dos mais especiais, pois vou estar na minha cidade com minha família, amigos e fãs. Isso não tem preço. Vai ser muito massa e eu estou preparadíssima para fazer um show bem lindo”, pontuou.
 
O novo hit da cantora "Cheguei pra te amar", lançado em parceria com MC Livinho no fim de outubro, já tem quase 1 milhão de visualizações no Youtube. A música é a aposta da artista para o verão brasileiro e já é certa para integrar o set list que vai animar baianos e turistas na festa de celebração para a chegada do novo ano. Isso, é claro, ao lado de clássicos da carreira da artista, que acumula mais de 300 canções, fora as participações especiais, com mais de 15 milhões de cópias vendidas e 150 prêmios nacionais e internacionais.
 
Esta é a terceira vez que Ivete comanda a festa da virada organizada pela Prefeitura, sendo o quarto ano em que ela participa da programação geral. Desta vez, a cantora destacou a apresentação será como um novo fôlego para o próximo ano. “Tocar em Salvador é sempre maravilhoso. Agora, tocar em Salvador na virada do ano é a garantia de um ano novo com muita sorte, perspectivas, alegrias e realizações. Salvador é uma cidade que eu amo demais e estar perto do meu público baiano tem um gosto muito especial”, afirmou, relembrando das emoções que sentiu ao lado do público baiano em edições anteriores da festa. 
 
Este ano, a paisagem deslumbrante da orla marítima e o clima acolhedor do local serão elementos que abrilhantarão ainda mais o momento da virada, onde o público poderá acompanhar um espetáculo piro musical de 15 minutos, iluminando a orla da capital baiana.
 
Diversão – Entre os shows que serão realizados no Festival da Virada estarão grandes nomes nacionais como Gilberto Gil, Skank, Harmonia do Samba, Léo Santana, Psirico e Bell Marques. Expoentes do forró também marcarão presença na festa, a exemplo da banda Aviões e dos cantores Wesley Safadão e Solange Almeida. Outras novidades deverão ser anunciadas nos próximos dias. Os shows no palco principal da Arena Cidade da Música começam às 18h da quinta- feira (28/12) e mantêm o mesmo horário de início até o domingo (31/12). Na segunda-feira (1° de janeiro), último dia de festa, a música será embalada a partir das 16h.
 
Estrutura – A programação especial de despedida de 2017 agora aparece com tamanho e formato de festival e vai contar com 55 mil m² de área, mais de 70 horas de música e muitas novidades. Além das estruturas para apresentações musicais, o festival contará com camarote, vila gastronômica, feira de economia criativa com artesanato, ativações culturais, arte pop, ações de sustentabilidade e espaço kids, além de um espaço intitulado de “Vila Pelô”, um cantinho especial homenageando o Centro Histórico da capital baiana. Além disso, haverá um bicicletário disponível para aqueles que quiserem ir de bike curtir a festa. 
 
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7 Nov 2017

Alô Alô Bahia entrevista Tia Má

Maíra Azevedo, mais conhecida como Tia Má, é uma jornalista e youtuber baiana que tem ganhado cada vez mais destaque com os seus conselhos e ensinamentos aos seus 'sobrinhos e sobrinhas' - maneira carinhosa como se refere aos fãs, onde usa o humor para transmitir mensagens de combate a qualquer tipo de opressão e preconceito. Em entrevista ao Alô Alô Bahia, batemos um papo com Tia Má sobre preconceito, internet, sucesso e muito mais. Confere só.
 


Alô Alô Bahia: Como foi a experiência de trabalhar como roteirista do ‘Vai que Cola’, programa do Multishow?
 
Tia Má: A experiência de ser roteirista do Vai que Cola foi um convite que partiu de Jout-Jout, no início do ano. Ela estava responsável por montar a equipe e, daqui da Bahia, eu e Alan Miranda fomos convidados, foi algo indescritível. Eu tive a experiência de criar histórias, algo que eu nunca tinha feito, então eu vivi esse outro lado de mexer com a imaginação das pessoas. Tive que desafiar a minha criatividade.
 
Alô Alô Bahia: Quais são os próximos passos da Tia Má? 
 
TM: Atualmente, sou a primeira mulher negra no Brasil a ter um stand up, que é o “Tia Má com a língua solta” e, além deste projeto, criei um novo produto, o “De Cara com Tia Má”. É uma mistura de stand up com talk show onde eu falo sobre situações de preconceito, situações que causam constrangimento, e entrevisto algumas personalidades e pessoas da plateia. Além de continuar como parceira do Encontro com Fátima Bernardes.
 
Alô Alô Bahia: Qual a foi a maior lição que o seu trabalho como jornalista e youtuber já te ensinou?
 
TM: Não sei se teve algo específico que eu pudesse dizer que eu tive uma lição. Eu já era jornalista antes, porém, com a visibilidade do Youtube meu trabalho ficou mais em evidência, então, pelo fato de eu ser negra, termino sendo alvo constante de preconceituosos que acham que podem colocar seu racismo para fora. Mas eu sempre digo: para o racismo, a lei, porque racismo é crime. Quando eu decidi ser jornalista, sabia que a questão da cor da minha pele e dos meus traços negroides iriam ser levados em conta também, então, algo que eu aprendi foi a nunca deixar de levar em consideração a minha ancestralidade, minha negritude e minha religiosidade na hora de escrever uma matéria ou gravar um vídeo.
 
Alô Alô Bahia: Você conta em suas apresentações sobre a fase da sua infância em que você usou um produto no cabelo para alisá-lo, e que acabou não dando muito certo, e isso mostra o quanto os padrões de beleza podem ser perversos algumas vezes. O que é beleza pra tia Má?
 
TM: Beleza, para mim, é a pessoa se sentir bem. Sei que parece clichê mas, por exemplo, eu sou uma mulher completamente fora dos padrões, mas eu gosto de mim. É claro que tem dias que eu acordo e digo “Que p**** é essa?”, e sinto vontade de mudar. Mas tem dias que eu acordo e digo “Que p**** é essa?” e me acho muito linda, apesar de reconhecer as minhas imperfeições. Tem dias que eu olho pra mim e eu me amo de tal forma que eu queria que o mundo todo tivesse o privilégio de nascer parecido comigo. Hoje, inclusive, eu tenho muita dificuldade de entrar na academia porque eu tenho medo de estar fazendo isso pelas outras pessoas, e não por mim. Não quero ser padrão e nem me tornar alguém que vive para satisfazer as outras pessoas.
Eu me acho uma mulher linda porque eu sou uma mulher consciente dos meus poderes e dona de mim.
 
Alô Alô Bahia: Qual você acredita que seja o papel da internet no combate ao racismo, machismo e LGBTfobia?
 
TM: Com a minha visibilidade, eu compreendi que tinha a obrigação de despertar nas pessoas a importância de, minimamente, refletir sobre como as diversas formas de discriminação impactam a nossa sociedade. Até porque o preconceito, quando não mata na bala, mata simbolicamente, a partir do momento que dizem que a gente é feia, que nosso cabelo é duro, quando retratam o gay de forma pejorativa e caricata. Então, eu fui percebendo que tinha a obrigação de usar a minha visibilidade e colocar à disposição da luta contra a opressão. Acho que a internet, como um espaço que pauta a vida em sociedade, precisa trazer à tona essas demandas para que as pessoas reflitam e sejam orientadas para a desconstrução do preconceito.
  
 
Alô Alô Bahia: O que você acredita que é essencial para que a gente passe a viver em um mundo sem tantos preconceitos e desigualdades?
 
TM: A educação é fundamental. Eu quero crer que, quando todas as pessoas tiverem o mesmo acesso e a mesma qualidade de educação, com as mesmas oportunidades, a gente vai conseguir mudar muita coisa. Sei que isso é sonho, mas eu creio que um dia será real.
 
Alô Alô Bahia: Quem são as pessoas que te inspiram na vida?
 
TM: Não tem como não ser clichê, as pessoas que me inspiram na vida são minha mãe e meu filho. Na verdade, eu tenho admiração por várias pessoas que, em sua maioria, não são famosas. Eu admiro as pessoas reais que lutam contra as adversidades do dia a dia. Admiro uma mulher que é empregada doméstica e consegue sobreviver com um salário mínimo. Admiro alguém que, mesmo com tudo dando errado, consegue sorrir. São essas pessoas que eu admiro e que me incentivam a seguir em frente.
 
Alô Alô Bahia: Você se considera uma pessoa realizada? O que é sucesso pra tia Má?
 
TM: Eu me considero uma pessoa realizada porque eu vivo contra as estatísticas. Sou uma mulher preta, gorda, candomblecista, nordestina e tinha tudo pra não ser vista. Porém, muito antes do advento da Tia Má inclusive, quando eu tinha 11 anos já dizia que ia ser jornalista e, hoje, consegui me formar na profissão, trabalhar e me sustentar na minha profissão, me tornei uma profissional conhecida e respeitada na cidade, então sempre me senti realizada por conta disso e sempre me senti uma pessoa de sucesso também.
 
Alô Alô Bahia: E felicidade?
 
TM: É estar aqui em casa com meus amigos comendo uma mariscada, ter meu filho perto de mim, ter minha mãe em paz, ter minha irmã de santo fazendo uma comida gostosa.  Isso, pra mim, é felicidade.
 
 
Alô Alô Bahia: Se pudesse ser lembrada pelos seus ‘sobrinhos e sobrinhas’ apenas por uma coisa, qual seria?
 
TM: Quero ser lembrada por ser alguém que não desistiu, por ser alguém que, mesmo com todas as formas de opressão, seguiu em frente e não permitiu que o racismo me derrubasse. Quero ser lembrada por ser alguém que lutou contra a homofobia. Mas também quero ser lembrada por ser alguém que sorriu e que foi muito feliz. Quero ser lembrada por ter sido alguém que gozou a vida, literalmente, em todos os sentidos. Rs
 
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Bate-bola
 
Preconceito
Ignorância e perversidade
 
Fama
Nem todo mundo que tem se deslumbra
 
Humor
Essencial para a sobrevivência
 
Respeito
Condição de se colocar no lugar do outro
 
Uma dica da tia Má
Tira o sapatinho e bota o pé no chão.
 
 
Foto: Reprodução. Siga o insta @sitealoalobahia

30 Oct 2017

Capa Marie Claire de novembro, Pabllo Vittar fala sobre sua trajetória surpreendente

Capa da Marie Claire de novembro, Phabullo Rodrigues da Silva, 23 anos, em São Luís (MA), disse em entrevista que é um “menino gay e drag queen”, que não tem a menor vontade de passar por uma cirurgia de redesignação sexual. Pabllo Vittar, então, é como se fosse seu alter ego. O adolescente “afeminado e com a voz fina” cansou de ouvir que nada do que faria daria certo e hoje diz sentir orgulho da carreira e de poder ser um exemplo de representatividade. Confira trechos da sua entrevista para a revista em que a artista fala sobre a sua trajetória surpreendente.

Quando entendeu que queria ser cantora?
Nasci em São Luís e morei a infância toda no Pará. Aos 16, fui para Indaiatuba, cidade no interior de São Paulo, tentar começar uma carreira artística, mas não consegui nada como cantora. Para me virar, trabalhei em fast-foods e salões de beleza e, depois de dois anos, me mudei para Uberlândia com minha família, onde estou até hoje. Lá fiz as primeiras apresentações como drag. Foi então que conheci meu empresário e meu produtor e, no ano seguinte, gravei as primeiras músicas.

Você já ficou com mulher?
Nunca tive namoradinha, não faz meu estilo, desde criança. Contei para minha mãe que era gay aos 15 e nem surpresa ela ficou. Sempre me apoiou – aliás, a família inteira, minhas irmãs também. Meu pai biológico não conheço.

Tem vontade de mudar algo em seu corpo?
Não quero mudar nada. Se eu tivesse nascido uma pessoa trans, você acha que já não teria mudado tudo e estaria por aí, linda? Só aprendi na prática que preciso me cuidar para ficar disposta. Antes não me alimentava direito e tinha uma vida sedentária. Quando o ritmo de shows apertou, vi que comer e dormir bem faz toda a diferença para dar conta da agenda corrida.

Que cuidados tem no dia a dia?
Odeio ir para a academia, mas malho dia sim, dia não, nos quartos de hotel mesmo. e como o básico, privilegio proteínas e vegetais em vez de carboidrato. Não é sempre que consigo, mas tento!

Você não fica intimidado de postar fotos desmontado, como Phabullo?
Fico nada, eu amo. Me acho bonito pra porra!

O que mais gosta no corpo da Pabllo?
Amo minhas pernas! Malho muito a perna e a bunda desde sempre, porque fiz balé clássico. Vou colocá-las no seguro [risos].

E o que mais gosta no corpo do Phabullo?
Da barriga! Amo usar top cropped, amo calor e pouca roupa.

Além do aspecto físico, como o Phabullo é diferente da Pabllo?
Com a Pabllo me sinto forte. Consigo colocar meus sentimentos para fora e, ao mesmo tempo, me sinto protegida, como se meu alter ego fosse um escudo. Já o Phabullo é mais tímido. Só tenho uma vida e quero ser quantas pessoas quiser. As pessoas vivem conformadas, às vezes presas em suas cabecinhas. Ver tanta gente morrendo e sofrendo com intolerância e ódio só me faz ter mais vontade de viver, experimentar e lutar pelas coisas em que acredito.

Foto: Reprodução. Siga o insta @sitealoalobahia

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