31 May 2023

Inclusão e diversidade marcam temática da segunda etapa de painéis e palestras do II Fórum ESG Salvador

Movimentando o Porto da cidade, a segunda leva de atividades do II Fórum ESG Salvador, que aconteceu nesta quarta-feira (31), foi marcada pelas discussões acerca da temática inclusão e diversidade. Foram debatidas questões como os desafios do ESG no mercado de trabalho, no setor econômico, na cadeia produtiva, no empreendedorismo e no turismo. 

Abrindo a tarde, o escritor, consultor e especialista em ESG Augusto Cruz apontou, além da inclusão e diversidade, a atenção com a saúde mental dos colaboradores e o combate aos assédios moral e sexual como pontos-chave para as as empresas alcançarem o desenvolvimento sustentável nos âmbitos social e ambiental. 

Dentre as vantagens de uma empresa que investe em diversidade, Cruz aponta o maior índice de criatividade, ambientes de trabalho mais saudáveis e harmônicos, o menor índice de conflitos e a maior possibilidade de desenvolvimento.  
 

“Em 10 anos, a geração Y vai chegar aos comandos dos negócios - hoje ocupados pela geração Baby Boomer - e as gerações millenium e Z não querem trabalhar com lideranças que não sejam inclusivas, que não pensem em diversidade”, aponta Cruz, falando sobre os choques geracionais como desafios no mercado de trabalho. 

ESG e os setores econômicos

Durante a palestra "Agenda ESG nos Setores Econômicos", mediada por Lea Mattei, lideranças das áreas de responsabilidade ambiental, social e governança do Itaú, Suzano, Cimatec e Coty defenderam o envolvimento dos executivos e de toda a cadeia empresarial nas pautas de desenvolvimento ambiental e social. A ideia é que a responsabilidade e os conhecimentos sobre o assunto não sejam exclusivas de uma equipe/diretoria.
 

Mariana Lisboa, head global de relações corporativas da Suzano, aproveitou para reafirmar a sua posição como líder e mulher ocupando seu atual posto. Apresentando fotos em que era a única mulher cercada de homens, lembrou como a ausência de outras figuras femininas em espaços de decisão comprometem o que prega a agenda ESG.

ESG e o fortalecimento da cadeia produtiva

No painel "Práticas ESG fortalecendo a cadeia produtiva", sob mediação do jornalista Donaldson Gomes, Gestores à frente de empresas como Moura Dubeux, Deloitte, Bracell e Unipar trouxeram exemplos de como a agenda ESG vem sendo incorporada ao cotidiano dos setores empresariais em que atuam.

Sócio da Deloitte e responsável por liderar as operações na Região Nordeste, Édson Cedraz citou a criação de um portal que liga seus 3 mil clientes a mais de 1.000 projetos sociais, entre eles várias startups de impacto social e ambiental. A Bracell também entendeu que precisava se envolver em questões ambientais e Guilherme Araújo, diretor-geral da emprensa na Bahia, contou que a empresa possuía um problema com a gestão de resíduos numa floresta e solucionou acionando a própria comunidade moradora do entorno.
 

Já Sérgio Santos, gerente de relações internacionais da Unipar, disse que segurança e credibilidade são dois valores inegociáveis para a empresa, portanto, desenvolvem ações para que os produtos da companhia sejam corretamente usados pelos seus clientes. CEO da Moura Dubeux, Diego Villar citou que o segmento de construção mobiliza uma grande cadeia de produção e isso exige práticas de ESG fortes, que incluem desde projetos de formação de mão de obra para a construção civil até a gestão de resíduos.

Desafios do ESG no Afroempreendedorismo e no Afroturismo

Com maioria dos participantes negros, o último painel do II Fórum ESG Salvador foi mediado pela jornalista Linda Bezerra, que é editora chefe do Jornal CORREIO, e reuniu os empreendedores baianos Igor Leo Rocha, Lucas Reis e Nilzete Santos, além do secretário municipal de Cultura e Turismo (Secult), Pedro Tourinho. 
 

Igor Leo Rocha, CEO da startup baiana AfroSaúde, negócio fundado em 2019 e que conecta pacientes a profissionais de saúde negros de todo o Brasil, começou a discussão ressaltando a importância das empresas pensarem em diversidade também para cargos de liderança. O pesquisador e profissional de comunicação, Lucas Reis, que é CEO da Zygon, adtech especializada em marketing digital com soluções de análise de dados e mídia programática, defendeu a diminuição de replicações e a criação de um repertório único de cada empresa com base com o que não é comum no mercado. 

Nilzete Santos, pioneira na atuação e promoção do turismo afro e religioso na Bahia, trouxe exemplos de práticas ESG em terreiros de candomblé e defendeu o combate à intolerância religiosa nas empresas. Pedro Tourinho completou o tema com reflexões: “É importante que as empresas façam uma reflexão na prática: entender seu grupo de trabalho e se questionar se ele representa as pessoas com quem se comunica. Se não representa, e normalmente não representa, tem que chegar neste lugar”.

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O II Fórum ESG Salvador é um projeto com o patrocínio da Acelen, Aliança da Bahia, Ambev, Atlantic Nickel, BAMIN, Bracell, CCR Metrô, Contermas, Deloitte, Grupo Luiz Mendonça - Bravo Caminhões e AuraBrasil, Jacobina Mineração, Leroy Merlin, Moura Dubeux, Sotero Ambiental, Socializa, Suzano e Unipar; apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador, SEBRAE, SENAI CIMATEC e Instituto ACM; apoio do Banco Master, Larco Petróleo, Sabin, Senac e Wilson Sons e parceria do Fera Palace Hotel, Happy Tour, Hiperideal, Luzbel, Multimídia, Ticket Maker, Uranus2, Vini Figueira Gastronomia e Zum Brazil Eventos.

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​​Fotos: Elias Dantas e Jefferson Peixoto/Alô Alô Bahia.