24 Jul 2023
Clima de despedida: fãs se emocionam em concerto da Osba que pode ter sido o último com Carlos Prazeres

A artista e professora Gosi Sousa conseguiu garantir o seu ingresso meia hora após o início das vendas, no último dia 12. Minutos depois, eles haviam se esgotado. Assim como ela, muitos quiseram assistir e ouvir um pouco mais desta formação da Osba. “Não consigo nem imaginar uma despedida de Carlos Prazeres. A música atravessa o tempo e o espaço. Essa direção fez com que isso chegasse ao povo, a todos nós, aos que querem sentar nas cadeiras, no chão, na Sala do Coro, na Sala Principal, aos que pagam e aos que podem presenciar de graça", afirmou a artista.
No caminho até a Sala do Coro, foi possível encontrar algumas pessoas emocionadas. Cátia Regina Caribé era uma delas. “Não vou nem falar, porque vou me emocionar", disparou. Já a filha de Cátia, a nutricionista Ana Verena Caribé, não escondeu a tristeza com a possibilidade da saída do maestro. “Ele conseguiu agregar todos os públicos. A gente tem esperança de que alguma coisa possa acontecer, mas realmente estamos abaladas", contou.
Recurso
Caso o IDSM seja confirmado como novo gestor, como prevê o edital divulgado, o maestro e violinista Cláudio Cruz, regente e diretor musical da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo desde 2012, deve assumir a Osba, como já foi anunciado pelo Instituto.
A atual gestora da orquestra é a Associação dos Amigos do Teatro Castro (ATCA). Para Lia Robatto, fundadora da associação, a atual direção trouxe uma contribuição importante para a música clássica baiana. "Prazeres veio trazer, após décadas, um público jovem para assistir música de concerto. Aqui, na Bahia, esse tipo de música estava restrito a uma faixa etária mais velha. Ele, com seu carisma e didática revolucionária, conseguiu atrair o jovem para a música clássica", avaliou.
Essa acessibilidade foi o que atraiu a atenção do empresário Jonas Sousa. “Desde o começo, me identifiquei com os músicos e o maestro, que é muito atencioso com o público, muito acessível", lembrou. O que fez a jornalista e escritora Mariana Paiva, que recitou versos de Drummond durante a apresentação, enxergar a contribuição da orquestra de uma outra forma. “Hoje, vejo a Osba além de um instrumento de cultura, mas, principalmente, como uma opção de lazer para a cidade", revelou.
Durante o concerto, Carlos Prazeres também comentou sobre essa característica. "Uma orquestra não é para gente tocar belas músicas para uma sociedade que vem assistir, mas para mudar uma sociedade para melhor, integrando de todas as formas", disse entre uma música e outra.
Futuro
Apesar do clima de despedida na platéia, ele não descartou a possibilidade de um futuro com a orquestra estadual. "Eu tenho um milhão de planos para a Osba. O certame ainda não acabou, mas, se por acaso, eu tiver que sair, saio com a sensação de dever cumprido", afirmou o maestro.
Ainda no palco, ele foi aplaudido de pé quando disse que um novo comando deve manter o público da Osba apaixonado, com originalidade, descartando os moldes de outras orquestras. "Na Bahia, para você ter uma orquestra, ela precisa ser revolucionária, baiana e gerar no público uma sensação de pertencimento”.
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Texto: Millena Marques/CORREIO. Fotos: Divulgação
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