Disputa pela Osba: IDSM vence edital e vai liderar orquestra; Carlos Prazeres deixa direção

É jornalista e escreve para o Alô Alô Bahia. Instagram: @hilzacordeiro. Quer sugerir uma pauta? hilza.cordeiro@aloalobahia.com

O Instituto de Desenvolvimento Social pela Música (IDSM), do grupo que comanda o Neojiba, é o vencedor do edital para gerir a Orquestra Sinfônica da Bahia, a Osba. O resultado saiu no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira (12). O IDSM venceu a disputa contra a Associação dos Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA) e assumirá os trabalhos até 2025, com um orçamento de R$ 26 milhões. A decisão ainda cabe recurso.

Atualmente, a orquestra estadual é regida e dirigida artisticamente pelo maestro Carlos Prazeres, que descartou a possibilidade de permanecer na Osba caso o IDSM vencesse o edital. 

Esta nota foi atualizada às 10h29. Anteriormente, citamos matéria veiculada em junho pelo Jornal Correio sobre os protestos de músicos da Osba contra o maestro Ricardo Castro, que poderia liderar a gestão da Osba, uma vez que ele tem papel central no IDSM. Castro é visto como conservador, com visão elitista e eurocêntrica sobre a música clássica.

No entanto, a assessoria de imprensa do IDSM informou que Castro não faz parte da proposta que o instituto enviou à Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA). Ele não será o diretor e nem o regente da orquestra. O diretor e maestro será Cláudio Cruz. Saiba mais sobre ele abaixo.

De acordo com a Secult-BA, a comissão julgadora do edital atribuiu pontuações para todos os critérios de avaliação dispostos no edital. A Associação dos Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA) não atingiu a nota técnica mínima apta para chegar à fase seguinte do processo de seleção, sendo, portanto, desclassificada. A ATCA tem cinco dias para entrar com recurso.
 

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Conheça quem será o novo maestro da Osba

Cláudio Cruz é maestro e violinista, filho de João Pereira Cruz, fabricante baiano de violinos nascido em Andaraí, na Chapada Diamantina. Iniciou seus estudos musicais ainda na infância, com seu pai, e posteriormente estudou com grandes nomes como Erich Lehninger, Maria Vischnia, Olivier Toni, Chaim Taub, Josef Gingold, Kenneth Goldsmith, entre outros.

Graduou-se em filosofia pela Universidade de Franca (Unifran) e atualmente cursa doutorado em Música na Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). 

Ao longo da sua carreira, Cruz recebeu importantes prêmios, como o Grammy Awards, Prêmio Carlos Gomes, Prêmio Bravo e o Prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Artes. Seu primeiro cargo como Regente e Diretor Musical foi em 2001, na Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto.
 
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Cruz também foi Regente e Diretor Musical da Orquestra Sinfônica de Campinas, Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e da Orquestra de Câmara Villa-Lobos. Desde 2012, Cruz é regente e diretor musical da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo.

Seu trabalho com os jovens o aproximou do Neojiba. Cruz conheceu o programa há alguns anos, quando esteve em Salvador regendo a Osba. Na ocasião, foi convidado pelo maestro Ricardo Castro a acompanhar um ensaio da Orquestra 2 de Julho. Em 2020, ele foi convidado a reger a orquestra.

Cruz aceitou o convite do IDSM para participar como diretor artístico e regente da Osba na proposta submetida ao edital aberto pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. 

"Na Bahia, Cruz espera poder realizar um trabalho musical amplo, contemplando diversos repertórios e estilos musicais, além de desenvolver parcerias e projetos pedagógicos, ampliando o raio de ação cultural da orquestra. O maestro acredita que a riqueza cultural da Bahia poderá ser um grande veículo para a gestão artística. Ele foi um dos idealizadores do SIDE, o Setor de Integração, Diversidade e Educação na Orquestra Sinfônica da Bahia, importante iniciativa que poderá integrar ainda mais a Osba à sociedade, fomentando intercâmbios e troca de conhecimentos", diz o instituto.

Cruz espera apresentar uma programação rica, com a inclusão de concursos para jovens solistas e compositores, comissionamento de novas obras de estilos variados, além de séries de música de câmara e concertos em outras cidades e estados. Posteriormente, o maestro também espera programar óperas, balés e concertos com grande coro e, futuramente, pensa em criar coros comunitários. 

A marca pessoal de Cruz é o foco na excelência musical. Ele acredita que a inclusão de repertórios com grandes compositores, como Mahler, Richard Strauss e Stravinsky, além de compositores contemporâneos, poderá ampliar o nível artístico da orquestra, por exigir um maior número de ensaios e a intensificação do estudo pessoal. 

Fotos: Divulgação/Osba, Divulgação/IDSM e Reprodução/DOE.

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