Aos 27 anos, a exploradora brasileira Tamara Klink, filha do renomado velejador Amyr Klink, protagonizou uma aventura épica no inverno do Ártico. Em uma jornada solitária de oito meses, Tamara passou seis deles sem qualquer contato humano ou a visão de outro barco, desafiando os limites da resistência física e emocional.
A velejadora, que começou sua expedição em julho de 2023, retornou recentemente ao Brasil e agora se prepara para compartilhar suas experiências em um livro.
Em entrevista ao portal português NiT, Tamara revelou que a preparação para essa experiência extrema incluiu dois anos de terapia. “Fiz terapia semanalmente para estar pronta para enfrentar a solidão, processar traumas e situações difíceis que poderiam surgir. Aprendi técnicas para escapar de ciclos de pensamentos negativos”, explicou.
Durante os meses que passou isolada em um fiorde na Groenlândia, a exploradora enfrentou condições severas, alimentando-se de comida enlatada e derretendo gelo para higiene pessoal. Como a primeira mulher a realizar tal feito, Tamara seguiu os passos de sua família, famosa por suas aventuras congelantes e por compartilhar essas histórias em livros de sucesso.
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A travessia exigiu cautela e preparação constante, com o risco de morte sempre presente. “Tudo podia se tornar perigoso rapidamente. Se eu ficasse muito tempo fora do barco, poderia morrer de frio. Eu precisava sempre usar roupas adequadas e ferramentas para medir a espessura do gelo para garantir que ele não quebrasse sob meus pés”, contou Tamara. Ela também precisou se proteger de avalanches e ursos, comuns na região.
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Isolada em uma das regiões mais remotas do mundo, Tamara encontrou na leitura, culinária e escaladas nas montanhas locais formas de manter a mente ativa. No entanto, foi a superação da solidão o maior desafio — e conquista. “Cresci ouvindo que o maior perigo para uma mulher era ficar sozinha. Mas, durante a viagem, percebi que podemos ser felizes dessa forma. A solidão nunca foi um problema”, afirmou.
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Mesmo enfrentando críticas de quem duvidava de sua capacidade física, Tamara desafiou estereótipos. “Disseram que eu morreria, que precisaria de um homem porque o corpo de uma mulher não aguentaria, especialmente durante a menstruação. Mas eu provei que estava errada essa ideia”, afirma.