Jovem que sofria de ataques de riso repentino passa por cirurgia em Salvador

Jovem que sofria de ataques de riso repentino passa por cirurgia em Salvador

Redação Alô Alô Bahia

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Redação

Leonardo Rattes/Divulgação

Publicado em 13/05/2024 às 09:21 / Leia em 3 minutos

Uma jovem de 17 anos que sofria há 11 anos de manifestações gelásticas, que são ataques de riso intenso repentino, e de convulsões passou por uma cirurgia para tratamento de hamartoma hipotalâmico – malformação congênita rara que pode se manifestar através de crises epilépticas. O procedimento médico foi realizado no Hospital Geral Roberto Santos (HGRS), no mês passado, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Foi a primeira vez que este tipo de operação foi realizada no estado pelo SUS.

Séfora Coelho Reis, que mora em Maiquinique, a 633 km de Salvador, iria viajar para São Paulo para se submeter ao procedimento, que custaria mais de R$ 450 mil. No entanto, após avaliação da equipe de neurocirurgia do hospital, ela foi operada na unidade da capital baiana.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), cinco dias após a cirurgia, a jovem teve alta médica e apresentou exames pós-cirúrgicos que mostram evolução positiva, conforme avaliam os profissionais. “A imagem do controle pós-operatório está muito boa. Apesar de se tratar de um procedimento raro, não havia nada que nos impedisse de realizá-lo. Por isso, quando chegou a solicitação de transferência para São Paulo, decidimos que ela seria operada, sim, no Hospital Roberto Santos, que é uma referência em neurocirurgia para a Bahia e com a produtividade similar a dos principais centros de saúde do país”, afirma o neurocirurgião Leonardo Avellar, chefe do serviço e da residência de neurocirurgia do HGRS.

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Séfora e a equipe do HGRS/ Foto: Divulgação

Para a mãe da jovem, Cleiva Reis, foi um longo caminho até a cirurgia. “Estamos vindo de uma história de 11 anos de busca pela melhora de Séfora com relação às crises epiléticas. E, graças a Deus, após a alta [hospitalar], eu estou saindo de Salvador, indo para minha casa e acreditando que nossa vida passa a ter um novo direcionamento. Eu estou muito confiante que nós vamos ter uma qualidade de vida melhor, livre de tantas crises epiléticas que ela tinha no decorrer dos meses. Ela tinha crises até dormindo”, lembra.

O médico residente de neurocirurgia Thiago Vinícius de Oliveira Lima, que acompanhou de perto o processo da paciente, da primeira consulta até a avaliação pós-cirúrgica, destaca a confiança da equipe de profissionais. “A gente ficou procurando bastante na literatura os relatos do procedimento e, apesar da dificuldade, nós vimos que teríamos segurança, com uma resposta muito boa e uma taxa de complicação baixa”, conta.

Segundo ele, a cirurgia foi feita com a paciente acordada. “A paciente estava, inicialmente, sedada. Quando nós colocamos o eletrodo no alvo, acordamos a paciente e fizemos alguns testes neurológicos com relação à motricidade dos membros e à visão. A lesão era muito próxima de uma área visual, então um dos nossos receios era o risco de afetar a visão. Por isso que era importante fazer essa cirurgia acordada”, explica.

Para a equipe de saúde, o próximo passo é a publicação de artigo científico relatando o caso de Séfora. De acordo com informações da Sesab, o serviço de neurocirurgia do HGRS já soma mais de 20 estudos aceitos em veículos nacionais e internacionais.

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