Morre Tanucha Taylor, ícone da arte LGBTQIAPN+ soteropolitana, aos 54 anos

Morre Tanucha Taylor, ícone da arte LGBTQIAPN+ soteropolitana, aos 54 anos

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Naiana Ribeiro, com informações do Me Salte | naiana@aloalobahia.com

Reprodução/Instagram

Publicado em 10/04/2024 às 15:06 / Leia em 3 minutos

A cena LGBTQIAPN+ da Bahia perdeu na última terça-feira (9), em Salvador, a estrela da arte transformista Tanucha Taylor, aos 54 anos. A notícia da morte foi confirmada ao Me Salte, do jornal CORREIO, por Keyla Simpson, presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). “Fiquei completamente sem chão”.

A causa da morte da maquiadora e cabeleireira não foi revelada. O sepultamento da artista acontece nesta quarta-feira (10), a partir das 15h, no Cemitério Parque Bosque da Paz, localizado em Nova Brasília, em Salvador.

Natural de Ipirá, a diva da arte transformista sempre esteve presente nos principais eventos da cidade e tornou-se referência na cena local e nacional. Tanucha usava a arte em busca dos direitos LGBTQIAPN+.


Cabeleireira reconhecida em Salvador, ela enfrentou dificuldades para se firmar na profissão, pois, com a transexualidade não aceita pelo pai, teve que sair de casa e da cidade natal e se virar cedo por conta própria. Ela também colecionava diversos títulos: foi personalidade trans nos anos de 2016, 2018 e 2019 no Brasil e Itália; Musa do Brasil em 2019 e 2020 e Microfone de Ouro de 2019 e 2020.

“Com tudo o que a modernidade e a mídia oferecem, as pessoas ainda absorvem muito pouco. Ainda não entenderam que se trata de uma condição. Se nasce gay e trans como se nasce alto, baixo, feio e bonito. A violência ainda é muito grande”, disse Tanucha, em 2017, durante entrevista ao Me Salte.

Em entrevista ao CORREIO, em 2012, ela explicou a escolha do seu nome social e artístico: “Tanucha era o nome de uma cliente minha, que gostava muito. E o Taylor é porque sou fã da atriz Elizabeth Taylor”.


Idealizador e editor do canal Me Salte, Jorge Gauthier ressaltou a contribuição Tanucha Taylor para a cena LGBTQIAPN+ da Bahia.

“Tanucha era uma voz potente dentro da nossa comunidade através da sua arte e posicionamentos. Ela sempre trouxe para suas performances muito profissionalismo e refino estético. Era uma diva única e um brilho de resistência para a arte transformista”, destacou ele, que também é editor de mídia e estratégia digital do CORREIO.

“Sem dúvidas, ela foi e sempre será uma mulher inspiradora. Saiu de sua cidade, Ipirá, veio para capital e venceu tudo. Mudou a vida dela e de muitas outras meninas. Sentiremos falta da sua magia, suas histórias e do seu talento, amor e carinho que ela sempre teve com todos”, lamentou Genilson Coutinho, amigo da artista, fotógrafo e editor do site Dois Terços. “Quero guardar as nossas lembranças das alegrias, emoções e a beleza dessa grande mulher e estrela que vai brilhar no céu”, completou.

Em nota, o Fórum Baiano LGBT+ e suas 85 filiadas destacou a representatividade da artista. “Um misto de sentimentos, dentre estes estão o pesar e a extrema saudade pelo falecimento da nossa brilhante estrela Tanucha Taylor. Representações das 85 entidades que compõem este Fórum Baiano LGBT+ estão solidárias àquelas pessoas que, verdadeiramente, amam ou admiram a amiga, familiar, religiosa de matriz africana, ativista, artista e mulher atuante em tantas frentes da nossa comunidade. Que seu legado seja lembrado sempre, mantendo todos nossos sentimentos vivos para mantê-la viva em nosso meio”.

Alô Alô Bahia no seu WhatsApp! Inscreva-se

Alô Alô Bahia Newsletter

Inscreva-se grátis para receber as novidades e informações do Alô Alô Bahia

Compartilhe