Até lá, lojistas dos antiquários contam que cerca de 14 lojas de antiguidades funcionam no lugar, mas só encontramos quatro abertas. As outras preferem abrir em horários de maiores movimentos, geralmente pela tarde, aos sábados ou aderiram às redes sociais e só abrem sob encomenda. Uma pena, pois entrar nas lojas é como voltar no tempo com tantas coisas que remetem ao passado, onde nossa tataravó ainda era virgem. Dá para achar de tudo: lustres, brinquedos antigos, porcelanas, quadros, móveis de lei, relógios cucos, moedas antigas… Impossível imaginar algo e não encontrar lá.
Na loja GG Antiguidades, no meio dos brinquedos antigos, uma figurinha lendária chama atenção. Não se tratava daquela dourada do Neymar nesta Copa do Catar, mas do cromo do Mundial de 1978, na Argentina, do jogador Marek Dziuba, da Polônia. Para quem curte mundiais, o precinho também é convidativo: R$ 10. Nem dá tempo de se concentrar em apenas uma raridade. Ao lado do polonês, um autêntico Ferrorama da década de 80, perfeito para a garotada acima dos 40 anos ganhar de Papai Noel. Este pobre repórter resolveu coçar o bolso e comprar este sonho de criança, mas se frustrou:
“Vendi tem uma hora. O rapaz vem pegar mais tarde, já fez até o pix. Aqui as coisas chegam e vão na mesma velocidade. Não fica quase nada”, disse Gildo Fortunato, dono da GG.
Gildo vende de tudo, mas sua paixão são brinquedos antigos e raros. Ele procura pessoas que querem se desfazer, compra e revende. O Ferrorama ele conseguiu de um senhor que encontrou perdido no guarda-roupa. Ele vendeu por R$ 450. Apesar de vender produtos mais clássicos, seu foco é algo mais vintage, geralmente dos anos 70 e 80. Uma câmera polaroid, daquelas que tira a foto e revela na hora, funcionando, custa R$ 120. Atualmente este tipo de câmera é conhecida como Instax e pode ser encontrado na Amazon por R$ 550, mas sem o glamour de ser dos anos 80.
“Infelizmente, pouca gente de Salvador conhece o lugar. Vendo praticamente para pessoas de fora, além dos que já frequentam mais tempo a rua. Vem gente de todo o mundo bater perna aqui na Rua Ruy Barbosa, menos o soteropolitano. Inclusive alugo peças para aniversários temáticos, casamentos e até novelas e documentários. Já aluguei antiquários para novelas como Segundo sol, Tieta, Velho Chico… Qualquer produção de época vem aqui visitar as lojas. Somos bem conhecidos fora, exportamos para diversos países também”, conta Gildo, há mais de 30 anos no lugar.
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Fotos: Marina Silva/Jornal CORREIO. Siga o insta @sitealoalobahia.