Um dos curadores da Cidade da Música, Gringo Cardia fala de sua relação com a Bahia

Gringo Cardia chega a Salvador na próxima terça-feira (21) para acompanhar de perto a abertura ao público de mais um projeto com sua curadoria por aqui. A Cidade da Música da Bahia, equipamento cultural inédito no país idealizado pela Prefeitura, consumiu cerca de dez meses de dedicação exclusiva do arquiteto e cenógrafo, que passou a morar no Santo Antônio durante a pandemia para acompanhar as obras e realizar a pesquisa que resultou no rico acervo – em permanente construção – do ambicioso projeto abrigado no Casarão dos Azulejos Azuis, no Comércio

“Minha história com a Bahia é longa. Quem trabalha com música, como eu, acaba na Bahia”, diz consciente de sua sina. Gringo já trabalhou com Gil, Bethânia, Brown e Daniela em projetos musicais, mas seu xodó são os museus. É dele a curadoria da Casa do Carnaval, no Centro Histórico, e da Casa do Rio Vermelho, morada dos escritores Jorge Amado e Zélia Gattai que virou um espaço multimídia. “Dos que eu já fiz, é o que mais gosto”, revela. 

O criativo está muito orgulhoso da Cidade da Música da Bahia. Mesmo com o trabalho extra que a pandemia trouxe, ele acredita que o público vai se divertir e se emocionar muito com o equipamento. “É um museu para ser vivenciado a cada visita. Dá para aprender história com Raul Seixas, entender como funciona uma orquestra sinfônica com o maestro Carlos Prazeres e saber mais das músicas dos bairros de Salvador”, adianta.

Com mais de 300 projetos implementados ao redor do mundo, Gringo sonha em atender a um pedido de Mãe Stella de Oxóssi, que faleceu em 2018, aos 93 anos. “Ela achava importante ter a história das Ialorixás, das grandes mães da Bahia”, contou o artista, que espera há dois anos a liberação do Ipac para tocar a obra na casa onde a líder religiosa nasceu, que fica atrás do Solar do Ferrão, no Pelourinho. “Ela me deixou essa missão que eu quero muito cumprir. Muito se fala do candomblé, mas ainda não existe um lugar que seja um centro de referência. A ideia dela era criar um lugar que valorizasse essa memória e cultura”, conta.

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