29 Dec 2023
Rodas, ancestralidade e América Latina: BaianaSystem se apresenta no Festival Virada Salvador
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A banda abriu o show com "Reza Forte", seguida por uma adaptação de" Mosca na Sopa" e da música "A Vida é Curta Pra Viver Depois". As canções levaram ao delírio a ‘pirataria’, como a banda chama os fãs, em referência ao projeto Navio Pirata. “Lucro”, “Sulamericano”, “Playsom” e outras canções famosas do grupo não faltaram no repertório do show.
A cada música — com letras que fazem críticas sociais, ressaltando a ancestralidade e denunciando temas como racismo e machismo —, o público pulava e abria as famosas rodas.@BaianaSystem toca “Sulamericano” no Festival Virada Salvador.
— Alô Alô Bahia (@AloAlo_Bahia) December 30, 2023
: Elias Dantas/Alô Alô Bahia. pic.twitter.com/wtfHFt3FGP
A música de raiz latino-americana também foi muito reverenciada durante toda a apresentação da banda, especialmente com a participação da cantora e compositora chilena Claudia Manzo durante todo o show.: Elias Dantas/Alô Alô Bahia. pic.twitter.com/PbfwqAgkLH
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O rapper baiano Vandal também dividiu o palco com o grupo.
Antes da apresentação, o guitarrista Beto Barreto contou um pouco sobre os planos para o Carnaval, durante coletiva de imprensa. “A gente vai fazer o Furdunço, abrindo o Carnaval, e esse ano é o décimo ano que a gente participa dessa festa, que vai ser no dia 4 de fevereiro. Depois a gente participa também da abertura do Carnaval na quinta-feira em um encontro de trios na Praça Castro Alves”, disse.
Tocando pela primeira vez no Festival Virada Salvador, na Boca do Rio, o vocalista Russo Passapusso ressaltou a importância da apresentação no bairro onde morou. “Eu morei na Boca do Rio grande parte da minha vida, Alto de São Francisco, em alguns lugares, e a minha formação vem da Boca do Rio. É muito importante falar dos artistas deste bairro, da Praia dos Artistas. Mesmo quando eu não sabia, cheguei do interior para morar aqui, eu já percebia, conscientemente, que eu já estava respirando algo que não tinha por que, mas tinha a ver com a raiz, que eu não sabia que estava acontecendo. Aqui é um celeiro artístico de muita força”.
“A Boca do Rio para mim tem uma importância maior. Para mim, é muito emocionante hoje. No outro dia eu passei aqui e tinha uma galera passando o som e eu lembrei que ficava numa esquina aqui, eu ficava com os caras, tinha um violão, não tinha; tinha um beatbox, não tinha; tinha rima, não tinha; e a arte veio salvando a gente. Eu acho que a Boca do Rio já respira isso e salva muita gente. O investimento em arte na Boca do Rio tem que ser multiplicado, capoeira nas escolas e bola para frente”, complementou Passapusso.
Sobre a quantidade de público que acompanha a banda no Furdunço, que é muito grande, e a possibilidade de ampliar o tamanho do trio, o cantor rebateu: “Acho que o tamanho do trio não é documento e tem a ver com a saúde sonora, com a relação de conseguir lidar com os outros sem fazer brigas, sem fazer essa disputa”.
“Eu acho interessante esse mar de gente, que a gente ama, em que muitas vezes as pessoas que estão lá no fundo não estão ouvindo o som, mas elas estão sendo energizadas pelas outras. Você consegue entender o espectro sonoro através disso. Eu falo aqui, você ouve primeiro, depois a pessoa que está atrás ouve, a que está mais atrás ouve, e aí elas pulam e criam essa estética e a história toda”, explicou.
Usando máscaras e pulando muito em formato de roda, os fãs de BaianaSystem não ficaram um minuto sequer parados.
O Festival Virada Salvador segue nesta sexta-feira (29) com shows de Wesley Safadão, Alok e Léo Santana. Até o dia 1º de janeiro, serão mais de 100 horas de música e mais de 100 atrações gratuitas que irão se apresentar na Arena Daniela Mercury, na Boca do Rio.
* Colaborou Naiana Ribeiro. Fotos: Elias Dantas/Alô Alô Bahia.
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