Preta Gil celebra 'renascimento' e estreia no comando do 'TVZ' nesta segunda-feira (11): 'Não vai faltar ecletismo'

Jornalista, editora de textos e colaboradora do Alô Alô Bahia. | Instagram: @itsnaiana

Preta Gil, 49 anos, descobriu e tratou um câncer colorretal, terminou o casamento após traição do ex-marido, atravessou uma experiência de “quase-morte” durante a luta contra a doença e agora celebra o fim da árdua batalha e a tão desejada cura. A cantora estreia como apresentadora do "TVZ", do Multishow, nesta segunda-feira (11), às 18h.

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O programa vai ao ar de segunda a sexta, com exibições ao vivo toda segunda e quinta, sempre às 18h. "A expectativa é a maior possível. Encontrar e reencontrar pessoas incríveis que eu amo e admiro, ser feliz e levar um pouco dessa alegria para as pessoas de casa, que estarão ligadas no Multishow", comemora Preta. "O TVZ é um programa muito respeitado por nós, artistas, e eu acho que estando aqui junta duas coisas que os artistas gostam muito: do TVZ e de mim", brinca a apresentadora. 

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Preta também fala sobre a proposta desta temporada da atração, que reúne videoclipes, memes, dancinhas e entrevistas com famosos. "Não vai faltar ecletismo nessa temporada, já que essa é uma característica que o TVZ e eu temos em comum. Vamos reforçar a diversidade, a pluralidade que o Brasil tem de sons, de ritmos e acredito que isso fica cada vez mais evidente no TVZ. É um programa que traz cada vez mais a brasilidade, a diversidade, pra gente mostrar que isso é a música popular brasileira. Ela é infinita, o Brasil é um país de múltiplos sotaques, cores, talentos, então acho que isso tudo vai se refletir na nova temporada", completa. 

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Renascimento
2024 marca o renascimento desta mulher que enfrentou um turbilhão no ano passado. Curada há cerca de três meses, neste Mês da Mulher a artista e compositora carioca vive a consagração artística desempenhando múltiplos papeis, de artistas a empresária, e segue recebendo uma onda de solidariedade e amor de amigos e fãs. Prova disso foi todo o carinho que recebeu no Camarote Expresso 2222, espaço que ela é anfitriã no Carnaval de Salvador. Por onde passa, Preta é saudada por todos. 

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Filha do imortal Gilberto Gil, afilhada de Gal Costa e sobrinha de Caetano Veloso e Maria Bethânia, Preta Gil terá uma agenda lotada neste mês. Ela foi um dos destaques do programa “Falas Femininas”, que foi ao ar na última sexta-feira (8) na TV Globo. O especial, intitulado “Louca”, foi comandado por Paolla Oliveira e Taís Araujo. 

"A gente ainda acaba sendo taxada de louca, carente e a gente só quer o mínimo, que é respeito. Independente de classe social, independente de tudo, eu espero que vocês nunca passem por isso, mas se passarem, olhem pra dentro de vocês, se conectem com vocês mesmas, com tudo que vocês têm de bom. Por mais que o outro te diga que você errou, nós somos maravilhosas e temos nossa força. Ela pode não estar muito evidente, mas ela está dentro de você", disse Preta Gil, na atração. 
 

Paralelo a isso, ela lançou o EP "De Volta ao Sol", que marca seu retorno à música após o tratamento contra câncer; comemorou o 15 anos do Bloco da Preta, um dos maiores blocos do Brasil, no Rio de Janeiro; e ainda passou um Verão inesquecível em Salvador, cidade natal de seu pai e onde morou dos seis meses aos cinco anos. 

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"Sou nascida e criada no Rio de Janeiro, mas me sinto completamente baiana e de Salvador (...). Amo o Rio, mas a minha meta quando ficar velha - não que eu já não esteja - é morar em Salvador. Salvador é uma cidade muito minha cara, muito minha raiz, muito minha infância e muito quem eu sou", revelou.

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Agora, já de volta ao Rio, Preta segue no comando da Liga Entretenimento e da Mynd, empresas que é sócia, e lançou um documentário. O audiovisual é dirigido pela atriz e produtora Marcella Rica e é focado neste retorno de Preta Gil ao mundo da música. Em breve, também lançará um livro contando sobre sua história. 
 

Tudo isso menos de três meses depois de anunciar o fim do tratamento contra o câncer, no dia 11 de dezembro, por meio de um vídeo publicado nas redes sociais. "Venci o câncer do intestino. Venci essa batalha, junto com a ajuda de Deus, dos meus Orixás, das minhas santinhas, do amor de vocês, da minha família, e a competência irreparável dos médicos". A cantora e empresária será acompanhada por uma equipe médica por, pelo menos, cinco anos.
 

Experiência de “quase-morte” 
Março também ficou marcado na história de Preta por ter sido o mês que ela teve um choque séptico. Ela passou por uma experiência de “quase-morte” durante a quimioterapia, em 23 de março do ano passado. "Quando tive a septicemia (sepse), fazendo a 'quimio', foi divisor de águas porque tive uma ‘experiência de quase-morte’. Fui ressuscitada pelos médicos e voltei", revelou a cantora no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, na última segunda-feira (4). 

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Preta contou com o apoio do pai, Gilberto Gil, que a aconselhou a encarar uma possível morte de frente. "Eu ainda estava muito fragilizada, e ele falava assim: 'se conecte com a natureza, a vida tem fim, a finitude..'. Ele falou um monte de coisa que, na hora, eu não entendi. Mas, de uma maneira muito poética, humana e afetiva, ele falou sobre eu encarar a morte, a possibilidade de que a finitude poderia estar chegando pra mim. E que eu não tivesse medo, mas claro que fiquei apavorada. Mas naquelas noites muito difíceis em uma UTI, fui me conectando com a energia. A gente só morre porque vive", afirmou. Desde então, a artista mudou sua percepção sobre a finitude da vida. “Hoje eu tenho menos medo da morte, ainda tenho um pouco. Tenho medo de não viver, de não ver minha neta crescer. É algo que me angustiava muito. Hoje não é uma coisa que me tira o sono. E eu cuido muito da minha saúde para que eu viva até quando Deus quiser… Mas a doença humaniza a morte, ela te aproxima muito e você faz uma desconstrução”.

Hábitos mais saudáveis 
Depois do tratamento, Preta Gil afirma que cuida muito melhor da saúde hoje para ter uma vida longeva. Por conta da rotina corrida e do trabalho, ela já passou por altos e baixos quando o assunto é hábitos. “Eu tenho um estilo de vida muito corrido, com muito trabalho. Hoje tenho uma vida muito mais saudável do que tinha antes. Acho que o câncer alerta a gente para uma série de coisas que são importantes que a gente preste atenção. A gente pode ser gordo, só é importante ser ativo. A gente tem que se movimentar, tentar ter uma alimentação mais equilibrada. Todo mundo precisa. Isso tudo é uma coisa que eu sempre busquei na minha vida, mas com muitos altos e baixos”, contou em entrevista exclusiva ao Alô Alô Bahia, no ano passado.

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O câncer no intestino fez com que Preta mudasse a alimentação e tenha hoje uma rotina de exercícios mais regrada: “Eu tenho uma vida muito mais equilibrada, muito mais regrada, com hábitos saudáveis, porque eu preciso para cuidar do meu corpo, da minha alma e da minha mente. Mas ter hábitos saudáveis não tem nenhuma relação com o nosso tamanho”.

Perda de peso e gordofobia
Na entrevista, Preta também comentou, pela primeira vez,  sobre os comentários que recebeu sobre seu corpo. Ela perdeu peso enquanto fazia quimioterapia - os frequentes enjoos não permitiam que se alimentasse direito. “As pessoas acham que dizer que a pessoa está magra é um elogio. E esquecem que eu emagreci porque eu estava doente, e não porque eu quis, porque fiz uma dieta. Não foi por isso”, reafirmou.


Para ela, boa parte dos comentários e mensagens nas redes sociais sobre seu corpo reproduzem o discurso gordofóbico. “É um traço muito complexo, que está muito introjetado na nossa sociedade, de gordofobia. É mais uma dessas opressões que são estruturais. É muito difícil. Temos que ir falando sobre isso sempre que a gente pode, porque vai desconstruindo e vai alertando as pessoas para que elas não repitam isso. Isso é comum, mais comum do que a gente imagina. E não está distante, está perto da gente”, acrescentou.

Tão perto que a própria cantora tentou se encaixar nesses padrões de beleza por diversas vezes. “Eu já passei por isso, eu já quis ser o que eu não sou por conta disso, de padrões que a sociedade impõe para a gente tentar se moldar. Isso acontece em qualquer meio. É uma questão da sociedade, que está em todos os lugares. A gente tem uma sociedade que é gordofóbica, onde o gordo nunca foi aceito, nunca foi visto como algo bonito. A gordura é sempre associada a doença ou a desleixo, a uma série de coisas”, comentou.

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Assim como muitas mulheres - que são vítimas da pressão estética - Preta Gil desenvolveu problemas de saúde ao longo da vida na tentativa incessante de alcançar um corpo dito como ideal pela sociedade: “Desde o momento em que comecei a minha carreira, há 21 anos atrás, eu entendi que essa tentativa de tentar me enquadrar nos padrões me adoecia e fazia com que eu criasse se uma série de outras questões e doenças em mim que não existiam por eu ser gorda”.

A artista passou por um longo processo de entendimento sobre o seu corpo. “É natural. Não tem outra forma. A gente é o que a gente é. A gente não pode ficar tentando se esconder, ou ter vergonha de si próprio, ou querer ser outra pessoa”, disse.

Traição e separação
Preta Gil diz que ex preferiu pagode a acompanhá-la na UTI: 'Gota d'água'“Dona de si” há muito tempo e sem papas na língua quando o assunto é gordofobia, racismo e feminismo, Preta Gil revelou que já tinha tido sinais para se separar do personal trainer Rodrigo Godoy. Ela decidiu terminar casamento quando o instrutor fitness preferiu ir para um pagode e a deixou sozinha na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), em meio ao tratamento de câncer no intestino.

"A gota d'água foi quando eu estava na UTI. Ele queria ir para um show de pagode. E achava que isso era normal", falou a artista em seu depoimento ao "Falas Femininas", da Globo. 

Preta explicou que Rodrigo "foi embora" e a deixou no hospital, sendo cuidada por outras pessoas. Ela relatou que nesse dia o então companheiro não dormiu em casa e isso fez com que ela tivesse uma "crise forte de hipertensão", com sua pressão indo a 24. Foi nesse momento em que decidiu se separar. Até então, ela não sabia que o ex tinha a traído com a sua stylist. Ela só tomou conhecimento da história após o fim do casamento. "Eu fui forçando os dois a falarem tudo. Eu não tive a verdade dita para mim espontaneamente", afirmou.

A artista comentou que chegava a estranhar quando o ex-marido fazia a escolha de lhe fazer companhia. "Eu estava abandonada em casa. Os meus amigos me davam banho e comida enquanto ele estava na rua. Não dá para achar isso normal", afirmou no programa “De Frente com Blogueirinha”, em outubro.

A filha de Gil ainda explicou o motivo de continuar falando sobre o caso. "Eu faço questão de falar isso porque essa é a realidade de várias mulheres no Brasil desde sempre", comentou ela. Dona de pensamentos e falas potentes, Preta desde sempre inspira e ajuda a fortalecer a caminhada de outras mulheres. Desta vez, não seria diferente. 

"Tem mulheres que não conseguem sair de relações abusivas e muitas são abandonadas no meio de um tratamento. Tive força e coragem de me separar para me priorizar, para olhar e falar: 'Não vou manter um casamento ruim, não vou ter ao meu lado alguém que não está me tratando bem'", destacou a artista em entrevista à revista Veja.

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Ao Alô Alô Bahia, Preta confessou que, apesar do sofrimento, tudo o que passou foi, na verdade, um “Livramento”. “Eu acredito as coisas não acontecem por acaso na vida. Ouço muito isso das pessoas: ‘Deus não dá nada que a gente não possa aguentar e para quem não possa aguentar’. Eu acho que tudo isso aconteceu por um motivo muito importante, que é de transformação. É uma limpeza mesmo na minha vida. Uma cura em vários âmbitos. Eu não tenho nem dúvidas de que é um livramento. Acho que tudo isso junto foi necessário para que eu me curasse de tudo que estava me fazendo mal”, disse. 
 

Fotos: Bruna Moreno/Divulgação, Juliana Coutinho / Divulgação / Multishow, Jefferson Peixoto/Alô Alô Bahia, 
Moa Almeida/Divulgação, Reprodução/Redes sociais, Elias Dantas/Alô Alô Bahia.

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