Movimentando R$ 15 bilhões por ano, incorporadoras do Nordeste vão expandir lançamentos e presença pelo país

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Imagem 3D do Vivant Caminho das Árvores, em Salvador da Moura Dubeux

"Provavelmente teremos o maior ano de vendas da companhia", é o que estima o presidente da Moura Dubeux, Diego Villar, que esteve recentemente em Salvador como participante do Fórum ESG. O executivo da incorporadora pernambucana, a maior do Nordeste, com diversos imóveis em Salvador, está entre as empresas da região que estão otimistas com a melhora da conjuntura econômica do País.
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O setor, que movimenta cerca de R$ 15 bilhões em vendas por ano, considerando apenas as capitais nordestinas, prevê expansão dos lançamentos ao longo do segundo semestre, em função do desaquecimento da inflação, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima do previsto e dos ajustes no Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que servirão como incentivo para destravar os negócios.

"Vejo a economia melhorando pouco a pouco. A expectativa de PIB está cada vez maior e a inflação está caindo. Está faltando apenas o último gatilho, que é a queda de juros. Isso deve acontecer em agosto e será muito importante para o mercado imobiliário de média e alta renda", avalia Renato Lomonaco, Diretor de Assuntos Econômicos da ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras), em entrevista à Exame, após seminário online, na última quinta-feira (13).

A expansão prevista inclui ainda uma diversificação dos projetos das empresas, que crescem dentro e fora da região. A Moura Dubeux, por exemplo, tem se consolidado entre as líderes do mercado nacional, no nível das paulistanas Even, Eztec, Mitre e Trisul. Com foco em residenciais de alto padrão e apartamentos de veraneio em sete capitais - Recife, Fortaleza, Salvador, Maceió, Natal, João Pessoa e Aracaju - a empresa viu suas vendas líquidas subirem 14% no segundo trimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2022, chegando a R$ 351 milhões.

Redução de Lançamentos vs. Oportunidades

De 2020 para cá, houve redução dos lançamentos na região. O motivo, no entanto, vai além dos juros altos e dos gargalos no MCMV, e passa pelo baixo estoque de imóveis residenciais no Nordeste, o que abre oportunidades para novos negócios. "As vendas vêm caindo, mas não por falta de demanda. É porque os lançamentos também caíram", explica Fábio Tadeu Araújo, presidente da consultoria Brain Inteligência Estratégica. 

Enxergando essas oportunidades, empresas como a Moura Dubeux até arriscam negócios em novos setores. A pernambucana, por exemplo, lançou a Mood, marca para atuar no mercado imobiliário de médio padrão. A iniciativa surgiu com a percepção de que o cliente com renda de até R$ 12 mil tinha dificuldade de comprar apartamentos de valor mais elevado, mas também não queria unidades econômicas do MCMV.

Falando no programa do governo federal, algumas incorporadoras focam seus negócios 100% nele. Em função do aumento recente do teto de preço de imóveis, que subiu para até R$ 350 mil em todo o Brasil - ficava abaixo de R$ 250 mil no Nordeste -, muitos empreendimentos antes financiados fora do MCMV, a juros mais altos, passam a se enquadrar no programa, com taxas subsidiadas.

A incorporadora Stanza, de Sergipe, é uma dessas que está em fase de crescimento, animada com o mercado no segundo semestre. "Este ano será um marco para nós, expandindo as operações", celebra o presidente da companhia, Luciano Barreto, que prevê lançar em torno de R$ 250 milhões no período, com dois projetos em Aracaju e um Salvador.

Alguns, como o Grupo Marquise, de Fortaleza, não se limita à própria região e já chegam em São Paulo, o maior mercado imobiliário do Brasil. Em 2021, a empresa abriu, na capital paulista, sua primeira filial fora do Nordeste. Lá, já são dois empreendimentos lançados, em fase de obras. "São Paulo é a cidade com o mercado mais pujante e onde existem mais oportunidades", disse a diretora de incorporação, Andrea Coelho.

* Por José Mion, com informações da Revista Exame. Fotos: Divulgação. 

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