1 Jan 2023
Lula recebe faixa presidencial das mãos de representantes da sociedade civil
No grupo, estavam, entre outros: o morador de periferia Francisco, de 10 anos; a catadora de lixo Aline Souza; o metalúrgico Wesley Rocha; o Cacique Raoni, representante da causa indígena; o professor Murilo Jesus; a cozinheira Jucimara Santos; o portador de paralisia cerebral e representante da luta anticapacitismo Ivan Baron; o artesão Flávio Pereira.
No momento da passagem da faixa, Lula e Janja se emocionaram e foram às lágrimas.
O agora ex-presidente Jair Bolsonaro está em Miami, nos Estados Unidos, para passar a virada do ano. Em um pronunciamento feito por meio das redes sociais na sexta-feira (30), além de condenar os atos terroristas que aconteceram em Brasília após a diplomação de Lula, Bolsonaro alegou estar sendo perseguido, direcionou ataques ao futuro governo e voltou a questionar o processo eleitoral.
É a primeira vez que um presidente do Brasil termina o mandato fora do país e a terceira que não passa a faixa para o sucessor. Isso também aconteceu com José Figueiredo para José Sarney e com Floriano Peixoto para Prudente de Morais.
A Constituição Federal não estabelece o ritual como obrigatório, apesar do peso simbólico do ato.
Lula chegou ao Planalto ao som da música “Anunciação”, sucesso na voz de Alceu Valença. Antes da subida da rampa do Planalto, o trompetista que acompanha Lula tocou o tradicional jingle “Olê olê olê olá, Lula, Lula”.
Uma cadela sem raça definida, de nome “Resistência”, também esteve presente e subiu a rampa. Ela foi adotada por Lula e Janja. Ela vivia nas ruas de Curitiba e cruzou o caminho de Lula ao ser cuidada por apoiadores do presidente enquanto ele estava preso na superintendência da Polícia Federal.
Discurso
Em seu discurso para os apoiadores no Planalto, Lula, ainda bastante emocionado, disse que irá governar "para 215 milhões de brasileiros e brasileiras e não apenas para quem votou em mim". Ele pregou o fim das desavenças provocadas pela política. "Não existem dois Brasis, somos um único país, um único povo, uma única nação".
"A ninguém interessa um país em permanente pé de guerra ou famílias vivendo em desarmonia, é hora de reatar os laços com familiares rompidos pelo discurso de ódio e disseminação de tantas mentiras. Chega de ódio, fake news, bombas e armas", acrescentou.
Lula voltou a reafirmar o compromisso de combater a desigualdade no país "todas as formas de desigualdade no país" e relembrou o cenário de crescimento da fome acelerado pela pandemia.
Cerimônia de posse
No tradicional trajeto da Catedral de Brasília ao Congresso Nacional no Rolls Royce, Lula esteve ao lado do vice, Geraldo Alckmin, feito inédito. Também estavam no veículo a primeira-dama, Janja, e a esposa de Alckmin, Lu Alckmin.
Na cerimônia de posse, Lula fez o juramento à Constituição e o primeiro discurso como presidente empossado, na Tribuna de Honra. Ele destacou que a democracia foi a grande vitoriosa das eleições de 2022.
O presidente também falou em esperança, prometeu lutar pelo extermínio da fome, da miséria e do desmatamento, e assumiu o compromisso de “reconstruir o Brasil”, que se encontra “diante de um desastre orçamentário”.
Ainda no Congresso, após a cerimônia, houve a execução do hino nacional. A tradicional salva de 21 tiros de canhão, que viria em seguida, não ocorreu. Foi um pedido da primeira-dama, Janja, responsável pela organização da cerimônia de posse, por conta da sensibilidade auditiva de autistas e animais, por exemplo.
Fotos: (Divulgação/Ricardo Stuckert). Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.