21 Aug 2023
Galeria norte-americana assume espólio do baiano Emanoel Araújo: 'Gigante no cenário artístico brasileiro'

Segundo o site norte-americano ART News, que define Emanoel como "um gigante no cenário artístico brasileiro", a primeira exposição do abstracionista no espaço de arte será lançada já em setembro, na unidade do bairro nova-iorquinho de Chelsea. A mostra e é fruto de negociações que começaram há mais de um ano, antes mesmo da morte de Emanoel, aos 81 anos, e reunirá grande parte da carreira do artista, com peças desde os anos 1970 até 2021, escolhidas em conjunto com o próprio Emanoel, antes dele falecer.
"Quando tudo isso começou, ele estava vivo e muito bem. Estávamos planejando um show, que aconteceria com a vinda dele para Nova York", disse Shainman, dono da galeria, que não chegou a conhecer o baiano pessoalmente, apenas pela plataforma Zoom, em função da pandemia. "Apesar disso, acredite se quiser, tivemos uma conexão incrível. Era uma pessoa extraordinária, brilhava", revelou.
Fora do Brasil, o trabalho de Emanoel Araújo já faz parte de coleções de grandes instituições internacionais, como o Los Angeles County Museum of Art, o Art Institute of Chicago, o Museum of Fine Arts Boston, nos Estados Unidos; a Tate Modern, em Londres; e o Museum of Sydney, na Austrália.
Acervo pessoal em leilão
No início de junho, foi anunciado que o acervo que pertenceu ao artista plástico, escultor e museólogo baiano, uma das maiores coleções privadas de arte do país, seria inteiramente leiloada. O leilão, previsto para início de outubro, não diz respeito às obras criadas por Emanoel Araújo, apenas sua grande coleção privada.
Antes do leilão, a galeria Bolsa de Arte, em São Paulo, que cuida dos ajustes para a venda da coleção, realizará uma exposição, marcando um ano da morte do artista, com alguns destaques entre as quase 5 mil peças do seu acervo, que conta com pinturas, gravuras, esculturas, joias e obras centenárias de artesanato negro. Segundo Jones Bergamin, diretor da galeria, em contato com o Alô Alô Bahia, a mostra será aberta no dia 6 de setembro, véspera do aniversário de morte do baiano e deve ficar aberta ao público por quase 30 dias, simultaneamente à Bienal de São Paulo, que atrai muitos estrangeiros que podem se interessar pelo acervo.
Fotos: Bob Wolfenson, Daniel Bradica e Edilson Dantas via O Globo.