Coleção de arte do baiano Emanoel Araújo, uma das maiores do País, será leiloada

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Tida como uma das maiores coleções privadas de arte do País, o acervo que pertenceu ao artista plástico, escultor e museólogo baiano Emanoel Araújo, será inteiramente leiloada em outubro. Ícone do movimento negro e fundador do Museu Afro Brasil, em São Paulo, o santamarense faleceu em 7 de setembro de 2022, aos 81 anos.

Antes do leilão, está prevista uma exposição, que marcará um ano de sua morte, com 600 destaques entre as mais de 4 mil peças do acervo, que conta com pinturas, gravuras, esculturas, joias e obras centenárias de artesanato negro. A mostra deve acontecer na Bolsa de Arte, em São Paulo, que cuida dos ajustes para a venda da coleção.

"A exposição será aberta ao público e vai durar 30 dias. Em seguida, haverá o leilão para vender toda a coleção, exceto as obras de autoria do próprio Emanoel", disse Jones Bergamin, diretor da Bolsa de Arte, em entrevista ao jornal O Globo. De acordo com ele, o evento ocorrerá simultaneamente à Bienal de São Paulo, que atrai muitos estrangeiros que podem se interessar pelo acervo.
 
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"Emanoel era um voraz colecionador, frequentou feiras de arte por décadas para encontrar preciosidades. Tem um acervo invejável de obras do barroco brasileiro, em especial eculturas de santos", revela Bergamin, ressaltando que a coleção do baiano é a maior em número de peças dedicadas à arte produzida por artistas negros.

Entre os destaques da coleção de arte sacra estão obras de Francisco dos Santos Xavier, conhecido como Xavier das Conchas; do também baiano Rubem Valentim; peças de Francisco Brennand, Carlos Bastos e Carybé, além de uma peça feita pela escultora e cineasta francesa Niki de Saint Phalle especialmente para ele e que era guardada em seu quarto.

Atualmente, as obras estão distribuídas entre duas casas e dois ateliês de Emanoel. Quase 3 mil peças estão em comodato com o Museu Afro Brasil, de onde ele foi curador. Inclusive, o leilão será formatado para viabilizar que as obras que estão na instituição sejam compradas com a condição de que permaneçam lá. Documentos como cartas a museus e artistas amigos não irão a leilão e, pelo valor histórico, serão reunidas em um centro de memória.
 
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O valor a ser arrecadado será usado para pagar eventuais dívidas e o restante, distribuído entre seus sucessores. Metade do patrimônio será dividida entre quatro ex-funcionários do artista, que o auxiliaram por décadas. Os outros 50% serão repartidos entre oito familiares.

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Fotos: Edilson Dantas via O Globo.

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