Excesso: França gastará US$ 216 milhões na 'destruição' de vinhos

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Seja por uma mudança de hábito dos jovens, que bebem menos e buscam alternativas de lazer mais cedo, sem virar noites entre um brinde e outro, e por impactos ainda da pandemia da Covid-19, o governo francês está com um problema inusitado: excesso de vinho! E para dar um jeito nesta questão, gastará US$ 216 milhões, na esperança de fortalecer a indústria vinícola.

Na última sexta-feira (25), o ministro francês da Agricultura e Alimentação, Marc Fesneau, anunciou que vai aumentar o fundo inicial, que era de €160 milhões, oferecido pela União Europeia, para comprar o vinho excedente.

A ideia é que o vinho seja "destruído", mas não desperdiçado, sendo usado para criar álcool industrial, que, por sua vez, pode ser vendido para fazer itens como desinfetantes, produtos de limpeza e perfume.

Além dos possíveis motivos já apontados, o alto custo de vida na França pode ter contribuido com a realidade atual e os problemas da indústria vitivinícola do país. Mas, o consumo de vinho também diminuiu em toda a Europa, possivelmente por conta da alta inflação, que estimula os consumidores a comprarem menos garrafas, enquanto a produção permanece a mesma.

Em 2023, segundo a Comissão Europeia, o consumo já caiu 7% na Itália, 10% na Espanha, 22% na Alemanha, 34% em Portugal e 22% na França. Só os franceses, entre 2005 e 2021, viram o consumo de vinho diminuir de 33,5 milhões de hectolitros para 25,2 milhões de hectolitros, enquanto o mercado de bebidas não-alcoólicas local está entre os que mais crescem.

"Em 2022, 14% dos consumidores disseram estar abstêmios, enquanto em 2023, foi de 20%", disse Susie Goldspink da IWSR, referência global em dados sobre bebidas alcoólicas. "Os abstêmios na França são mais propensos do que em outros mercados a serem da faixa etária mais jovem, a geração Z", conclui.

* Por José Mion. Com informações do Food & Wine via Insider. Foto: Bob Edme/AP.

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