Zabelê lança álbum com resgate musical dos Novos Baianos e reverência à obra dos pais

Jornalista e repórter do site Alô Alô Bahia

Dos Novos Baianos ao pop, passando por outras referências derivadas do seu amadurecimento musical, a cantora Zabelê resume tudo isso no seu mais novo álbum "Auê", lançado nesta quinta-feira (9), em todas as plataformas digitais. O projeto conta com as faixas  Preta Pretinha, Deusa do Amor, Menino Deus, Menina do Brasil, Telúrica, Masculino e Feminino e Toda Donzela, e traz parcerias com nomes como Ney Matogrosso, Carlinhos Brown, Mestrinho, Dadi e Evandro Mesquita.

Dando start ao trabalho, a artista estreia o videoclipe da nova roupagem para a faixa "Masculino e Feminino", com participação do cantor Ney Matogrosso. Em bate-papo com o Alô Alô Bahia, Zabelê conta detalhes sobre o novo disco, suas referências musicais e projetos para 2022. Confira!


Alô Alô Bahia - Quais foram os principais desafios envolvidos no processo de produção desse álbum?

Zabelê -
Um dos principais desafios foi escolher um número limitado de faixas no meio de tantas obras lindas e maravilhosas dos meus pais e toda a reverência que eu faço, mas eu consegui escolher algumas e pude botar um pouquinho da minha releitura, da minha visão no momento dessas músicas. E isso foi um grande desafio para mim, mas foi gostoso. São muitas que marcaram a minha história musical como cantora e fizeram parte de toda a minha construção, são as minhas referências musicais
 

Alô Alô Bahia - Quais são as principais referências e características da sua musicalidade presentes nesse álbum?

Zabelê -
Uma das características principais neste álbum é que ele tem um lado pop muito forte. Eu costumo dizer que eu vou de Novos Baianos a Michael Jackson, eu tenho muitas influências da minha geração. Acho que a gente não tem que se prender muito a ter um rótulo. Como artista, eu tenho um leque musical de informações grande e procuro sempre explorar o máximo possível.

Meu primeiro álbum foi o que eu tive um pouco mais de referências bem brasileiras nos arranjos, em toda a produção musical. Agora, eu estou explorando um pouco mais da Zabelê pop. Então, acho que o público está podendo me ver de todas as formas e conhecer a Zabelê por inteiro, entender que eu sou todas essas referências e que eu tenho isso dentro de mim, dentro do meu sangue.
 

Alô Alô Bahia - Como foi o processo de escolha das parcerias?

Zabelê -
A ideia de trazer essas parcerias foi surgindo aos poucos. Eu escolhi alguns nomes que eu aprecio a obra, todo o trabalho musical, e também pessoas que eu sabia que iam ter muito amor e muito carinho diante dessa parceria. Eu sabia que eles iam ter uma visão muito carinhosa de todo o processo e isso foi o que aconteceu tanto com Ney [Matogrosso], quanto com Carlinhos, Dadi, Evandro, Mestrinho... Eles também são fãs dessas obras e ficaram muito tocados, se emocionaram. Foi muito legal porque a gente compartilhou da mesma emoção nessa referência musical.
 

Alô Alô Bahia - De que forma a obra dos seus pais está presente na sua construção como artista?

Zabelê -
A obra dos meus pais está presente em tudo. Todos nós como filhos lá em casa sempre tivemos uma liberdade de expressão muito forte, isso sempre foi um traço da nossa educação, nossos pais sempre nos deram liberdade de escolha o tempo todo para que a gente pudesse seguir o nosso caminho. Então, quando cada um resolveu seguir a sua carreira, foi muito natural, foi muito verdadeiro, foi muito do coração, sem a obrigação de seguir aquele tipo de carreira. Eles fizeram parte da minha construção no meu dia a dia como uma faculdade musical.

Estudando dança em Nova Iorque, que foi a minha primeira paixão, foi onde eu comecei a me descobrir como cantora. Foi uma coisa também muito natural. Estava longe da família. Eu comecei por uma oportunidade que tive através de um grupo de amigos que cantavam numa noite brasileira em Nova Iorque e passei a ter o interesse de cantar, de me ver sozinha no palco. Mas foi muito meu, então eu estou falando isso porque os meus pais estão presentes na minha construção da forma de assistir, de ouvir e de estar ali presente ao lado deles desde criança.

Foi uma escolha muito por vontade própria mesmo em sentir que aquele era é o meu rumo, que no palco era onde eu gostava de estar, mas os músicos e todas as outras pessoas que estavam sempre conosco nas festas e em todos os locais – o Gil, o Caetano, a Cor do Som - também, da mesma forma, influenciaram. A gente estava sempre ouvindo, nós tivemos essa sorte de presenciar muita música boa de uma geração maravilhosa, musicalmente falando, e a gente estava sempre escutando. Desde criança, sempre participei dos videoclipes e de todo o processo musical dos meus pais também, porque queria estar ali.
 

Alô Alô Bahia - O que o público pode esperar dessa releitura de Masculino e Feminino?
 
Zabelê -
A releitura de Masculino e Feminino tem uma coisa muito interessante porque é uma música atemporal. Foi um dos motivos que eu resolvi escolher essa música para estar no repertório. As referências foram o lado pop da Zabelê e tem um rap do meio também que é uma característica totalmente diferente, mas ao mesmo tempo que me acompanha desde o SNZ. Eu fiz muitos raps no SNZ, muitas composições com rap, é uma coisa que eu gosto. Eu, juntamente com o produtor musical Wagner Fulco, busquei uma releitura mais moderna e atual. Junto desse momento de construção a gente chegou nesse caminho de produção musical para apresentar essa música que é um e sempre foi um grande sucesso marcante na voz do meu pai - uma composição que é da minha mãe, do meu pai e do meu tio. A gente resolveu dar essa nova cara para as pessoas que não conhecem conhecerem agora.
 
Alô Alô Bahia - Quais são os principais planos e projetos para 2022?

Zabelê -
Após esse projeto Auê, já tenho um outro projeto em andamento que ainda não posso contar, que já é meu próximo trabalho musical, no qual eu já venho com músicas autorais. É um projeto que eu comecei há um tempinho e estou super curiosa também para mostrar para todos vocês.

 



Foto: Fernando Young. Siga a gente no Instagram @sitealoalobahia e no Twitter @aloalo_bahia
 

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