Bloco na rua

E de repente, o mundo parou. A pandemia adiou sonhos, congelou projetos e nos obrigou a reinventar a forma de produzir e consumir cultura e entretenimento. Emanuelle Araújo lançou, em fevereiro deste ano, o álbum "Quero viver sem grilo - uma viagem a Jards Macalé". E quando se preparava para iniciar os shows com este novo trabalho, veio a necessidade de se manter o isolamento social.

É claro que, como a maioria dos artistas dizem, nada substitui um show ao vivo e a sensação de ter o público vibrando, ali pertinho. Mas Emanuelle vai enfim conseguir dar o pontapé em sua turnê. O formato ainda é o remoto, pois as pessoas poderão assistir o show de suas casas. Mas ela vai poder sentir o gosto de entrar em um estúdio e cantar ao vivo com sua banda.

O show será gravado em São Paulo, em um estúdio escolhido a dedo pela cantora, para que a qualidade do som seja a prioridade. A transmissão será no Youtube e acontecerá no dia 21 de novembro, às 20h. A venda de ingressos está disponível no Sympla (link). 


Qual é o sentimento de realizar um show após todo esse tempo? 

Uma grande alegria. Mesmo ainda sendo em um formato remoto, é a primeiro vez que entro em um estúdio após todo esse tempo, para ensaios e realização de um show com músicos. Os ouvidos parecem mais aguçados, e é imenso o prazer de cantar com meus parceiros da música, ouvindo o timbre dos instrumentos de perto.

E como é levar para o público as canções de seu último álbum? 

Este trabalho tem grande importância pra mim. Reverenciar  a obra do Jards Macale é um sonho antigo. Lancei o disco no dia 7 de fevereiro, e tive que cancelar os shows que começariam em meados de março, foi uma grande frustração. Mas, ao mesmo tempo, parecia que a poesia do Macalé fazia mais sentido diante de todas as incongruências desse período pandêmico. Sua poesia fala da dor, das profundezas dos sentimentos, e joga luz em tudo isso. Agora é cantar ao vivo essas músicas para que o público possa ouvir, mesmo que do sofá de casa.


Você é cantora e tambem atriz. Com uma presença forte no cinema. Como avalia sua trajetória na sétima arte? 

Eu amo fazer cinema. Fechei 2019 rodando um filme e comecei 2020 trabalhando em outro. Todo o universo da produção me fascina, do dia a dia de filmagens até o resultado na telona. Começo 2021 com as filmagens de um novo longa, “ O Meu sangue ferve por você", dirigido por Paulinho Machline. É uma história sobre o amor de Sidney Magal e sua esposa, Magali. Eles se conheceram quando ela ainda era adolescente, e eu faço a mãe da Magali - que não era muito contente com o romance. É uma comédia musical e estou animadíssima.

São quantos filmes para estrear? 

Eu tenho 3 filmes para serem lançados: "O Barulho da noite", de Eva Pereira; "Juntos e enrolados", de Rodrigo Vanderput e Eduardo Vaisman; "Diário de Intercâmbio", de Bruno Garoti: e "O Meu Sangue Ferve por Você", de Paulo Machline - sendo que este último ainda está em produção.

Você tem ainda um espetáculo para o próximo ano, correto? 

Sim, em abril começaremos os ensaios do espetáculo musical da Broadway, “ Chicago”. A produção foi adiada devido à pandemia, e retomar esse trabalho será uma grande alegria. Apesar de ser cantora e atriz, Chicago será o meu primeiro musical, e me instiga muito viver essa personagem arrebatadora que é a Velma Kelly. A estreia está prevista para junho . 

Você será musa do Bola Preta. Como recebeu esse convite, ainda mais num ano tão incerto para o carnaval?

Estou muito feliz com este convite do Cordão da Bola Preta. Este é o bloco de maior tradição  do carnaval carioca, é nosso patrimônio cultural. Já canto na folia deles há dois anos, e agora ser da corte real do bloco me deixa muito feliz e orgulhosa. O Bola é símbolo de cultura e resistência. Inclusive está com uma campanha de doações importante para os profissionais do carnaval impactados pela pandemia. O link está na redes do bloco. Estou ansiosa para que possamos chegar a uma vacina, sem jogatinas políticas para que possamos botar nosso bloco na rua.

Foto: Reprodução. Siga o insta @sitealoalobahia 

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