Alô Alô Bahia entrevista Ícaro Silva

Ícaro Silva se prepara para retornar à capital baiana com o espetáculo "Ícaro and the Black Stars", que promete agitar o público com uma verdadeira celebração à Black Music, e contou ao Alô Alô Bahia como andam suas expectativas para as apresentações, como tem sido o seu processo de preparação, além de revelar quais artistas da Black Music têm dominado a sua playlist atualmente. "Ícaro and the Black Stars" se apresenta nos dias 26 e 27 de outubro, às 20h, no Teatro Jorge Amado, com participações especiais de Ilê Aiyê e Lazzo Matumbi. Confira!


Alô Alô Bahia – O ‘Ícaro and the Black Stars’ é uma verdadeira celebração à Black Music que já rodou diversos locais do Brasil. Quais são as suas expectativas com esse retorno à capital baiana e o que o público pode esperar do espetáculo?

Ícaro Silva - Eu tenho um amor e uma curiosidade muito grandes por Salvador. Amo saber que a cultura afro tem uma visibilidade real na cidade, mas fiquei impressionado com a baixa quantidade de pessoas pretas na plateia na minha última passagem pela cidade. Pra esse retorno eu gostaria muito de ver um teatro “afrolotado” (risos). É claro que o show é para todas e todos, mas tem um alcance especial com aqueles que se reconhecem etnicamente na manifestação cultural que estamos explorando no palco.
 
AAB – Quais têm sido os artistas que você mais tem escutado? Tem alguma música ou cantor(a) da Black Music que marcou algum momento de uma forma mais especial na sua vida?

IS - Nossa, tem muitas músicas! Na adolescência, eu tinha uma playlist chamada “Blacks Tensos”, era um barato sair de carro com os amigos ouvindo, pura liberdade. Já nesse momento, tenho ouvido o de sempre: músicas bem velhas! Costumo dizer que sou um alienado das tendências musicais e isso porque sempre estou recorrendo à música do passado para me inspirar. Stevie Wonder, Tim Maia e mesmo Usher no início de carreira têm dominado minha playlist.
 
AAB – Mesmo com certo tempo de espetáculo, o nervosismo antes de subir no palco ainda é comum? Como você costuma se preparar?

IS - Sempre! Esse nervosismo é o que nos mantém vivos em cena, a possibilidade de conhecer uma nova plateia e de mostrar algo totalmente novo pra eles, isso é excitante, assustador e mágico e, pra mim, é importante estar com o corpo aquecido e os olhos atentos aos parceiros de palco. Sempre acontece uma “rodinha” entre elenco e equipe antes de começar justamente para ativar esse “olho no olho” e todas as pontes místicas que o teatro inevitavelmente cria.
 
AAB – Você já realizou trabalhos em diversas vertentes da arte, seja atuando na TV, no teatro, no cinema, dublando, dançando, cantando. Tem alguma dessas 'áreas' que seja mais desafiadora e alguma que você se sinta mais confortável?

IS - Eu acho que o desafio não está na plataforma, mas em como aquele trabalho me abraça, em como me toca artisticamente. Amo estar no palco, é onde me sinto mais confortável no mundo, mas já estive em montagens que me traziam o sentimento oposto. Cada processo é novo e é preciso respeitar e abraçar isso, justamente para manter o frescor que o teatro pede, a novidade, a vida acontecendo naquele momento.
 
AAB – Qual o próximo sonho que você deseja realizar como artista?

IS - Eu tenho o sonho de ver a população preta, jovem e periférica representada de forma diferente, heróis da própria história, porque é isso o que são. É esse o caminho dos meus sonhos.

   
 

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