Alô Alô Bahia entrevista a cantora Belita

Com uma trajetória de mais de 20 anos dedicados à musica, a cantora Belita ( @therealbelita ) vem conquistando uma legião de fãs que se indentificam com o seu estilo pop latino.

Prestes a lançar um novo EP, que será disponibilizado nas plataformas digitais e no seu canal no Youtube, a artista, que se se divide entre Brasil e Itália, desembarcou em Salvador para cumprir agenda de compromissos profissionais - entre eles a participação no Programa Universo, na TV Aratu, na próxima sexta-feira (14). Alô Alô Bahia bateu um papo sobre carreira, projetos e inspirações. Vem ver!
 

Alô Alô Bahia - A gente queria começar a entrevista te provocando pra você contar o início da sua história com a música, como tudo começou e como que foi a transição até chegar em 2020.

Belita - A história é um pouco longa, pois se trata de mais de 20 anos da minha vida. Agora eu tenho 25 (anos) e começou assim que eu nasci. Minha mãe sempre me falou que eu aprendi a cantar antes de falar e é um talento que nasceu comigo. Desde pequena disse para os meus pais que eu ia ser cantora quando fosse adulta e tive a sorte que eles sempre acreditaram em mim. Incentivaram-me a estudar, para ter um plano B, mas me apoiaram, e isso não é tão obvio assim, então eu tenho muita sorte por isso. Então eu continuei estudando e ao mesmo tempo comecei a fazer aulas de canto quando tinha uns 14 anos. Isso já foi na Itália, onde eu moro. Fiz cinco anos de canto, depois fui pra faculdade e quando estava no último ano, já prestes a me formar, comecei o projeto do meu primeiro CD.
 

AAB - Você mora na Itália, mas tem uma presença forte aqui no Brasil, né? Você transita muito bem pelos dois países, como é que são suas experiências tanto na Itália quanto no Brasil? O que você faz lá, como é sua rotina? E o que você faz quando chega aqui no Brasil?

Belita - Minha mãe é brasileira, sempre venho aqui nas minhas férias. Agora posso vir um pouco mais por que me formei e eu consigo acompanhar meu trabalho também de longe. É maravilhoso pertencer a duas culturas tão diferentes, mas ao mesmo tempo parecidas. Me sinto muito rica por isso e me sinto muito sortuda. Na verdade são duas rotinas completamente diferentes. Por exemplo, aqui eu acordo muito mais cedo. No Brasil a rotina das pessoas começa mais cedo. A noite na Itália é mais viva. Se posso me permitir falar da questão de segurança, lá na Europa tem cidades que são mais seguras, então a gente vive a noite tranquilamente.
 

AAB - Tanto Brasil como Itália inspiram você na criação do seu trabalho. Quais são as referências que não podem faltar, sua marca registrada? E como as duas culturas influenciam na sua formação musical?

Belita - Pelo fato de ser ainda uma artista em crescimento aqui no Brasil, a maioria das pessoas ainda não me conhecem, então eu quis fazer um CD com músicas que me representassem, contassem quem eu sou como pessoa, como artista e expor minhas experiências. Meu objetivo, e acho que a coisa mais legal de ser cantora, é que você pode inspirar outras pessoas com suas músicas e que, através delas, tenham alguma recordação, se enxerguem e se emocionem. A coisa mais importante, mais gratificante desse trabalho, é justamente isso. O que eu gosto do Brasil e que me inspira muito, é a alegria, o calor que tem o público brasileiro. O brasileiro é conhecido no mundo inteiro por essa energia, esse astral. Então eu tento misturar, equilibrar as duas coisas.


AAB - Quem são as suas referências artísticas?

Belita - Me inspiro muito na Shakira porque acho que ela é uma artista muito espontânea, sempre muito sorridente, simples e muito sensual, sem nunca ser vulgar. Para o meu trabalho, ela é muito importante. Gosto muito também da Jennifer Lopez, ela é a diva absoluta. Inclusive, fiquei muito emocionada em ver minhas duas grandes referências no show do Super Bowl deste ano, não me recuperei ainda (rs). Então, esse ‘toque latino’ que acabo trazendo no meu trabalho tem tido uma boa aceitação do público na Itália, pois eles têm procurado evidenciar esses estilos mais modernos que não são tão comuns por lá.
 

AAB - Quais são os artistas com quem você gostaria de desenvolver uma parceria?

Belita - Meu sonho é poder fazer algum trabalho com essas minhas grandes referências, que são Shakira e Jennifer Lopez. Gosto muito da Miley Cyrus também, apesar de ser um estilo diferente. Eu a acompanho desde o início, acho que ela tem uma voz incrível, uma sensibilidade única, então é uma artista que me inspira muito também e que seria muito legal fazer uma parceria também. No cenário brasileiro, gosto muito de Iza, acho que ela é uma grande referência da música brasileira, tem uma voz linda, presença cênica forte, dança muito. Pra mim, ela é a ‘Beyoncé brasileira’.


AAB - Quais são os valores que você mais busca preservar enquanto artista?

Belita - Humildade, pra mim, é um dos valores mais importantes. Admiro muito quando vejo esses artistas famosos e realizados que mantêm a própria essência, simplicidade e a espontaneidade.


AAB - Como funciona o seu processo criativo?

Belita - Estou trabalhando com a Massive Arts Studios, que pra mim é a referência italiana em termos de produção. Tenho essa parceria com eles desde o início, quando eu comecei gravando meus primeiros covers e minhas primeiras músicas autorais, antes de fazer o meu primeiro CD. Então, o nosso processo é mais ou menos assim: tenho uma ideia, digo pra eles o que quero fazer – normalmente também já começo a ter ideias para o clipe nesse momento -, eles começam a produzir a partir das minhas indicações, me mandam os testes e a gente vai trocando feedbacks até sair o resultado esperado. Quando a melodia fica pronta, eu faço a composição e a gente grava. A partir daí, têm algumas músicas que ficam só no áudio e outras que ganham clipes.


AAB - Quais são os principais desafios desse processo?

Belita - Normalmente sou muito perfeccionista nesse processo pra estar sempre satisfeita, pois quero ter a sensação de olhar e ouvir o meu trabalho daqui a cinco anos e ainda me arrepiar e me emocionar. Além disso, por estar no início da carreira, não tenho uma equipe muito grande, então muitas coisas sou eu mesma que faço, inclusive as partes mais burocráticas de direitos autorais, por exemplo. Então, na verdade, a gravação da música e do clipe é a cereja do bolo de tantos processos que estão envolvidos por trás dessa produção.
 

AAB - Quais momentos mais marcantes da sua carreira você destacaria e quais têm sido os maiores desafios ao longo dessa trajetória?

Belita - Foram muitos momentos especiais. Um deles foi quando gravei o clipe da música “Tribu” com os índios no ano passado. Conhecer essa cultura foi uma experiência muito importante. Quando lancei meu primeiro clipe, quando lancei minha primeira música, enfim, foram muitos momentos inesquecíveis.

Acredito que um dos principais desafios é lidar com comentários maldosos, principalmente nessa era das redes sociais, pois nem todo mundo consegue emitir opiniões de maneira educada e inteligente. Outra coisa que me incomoda também são pessoas que acabam dando opiniões excessivas sobre como o meu trabalho deveria ser ou não e aquelas que criam a expectativa de que eu permaneça em um mesmo estilo porque, na verdade, sou uma artista que gosta muito de experimentar ritmos e misturas diferentes.
 

AAB - Quais são os seus projetos para 2020?

Belita - Vou lançar uma música nova daqui a duas semanas, que fará parte de um novo EP que está vindo por aí. Além disso, vou gravar o clipe dessa faixa nova no início de março.
 

Foto: Elias Dantas / Alô Alô Bahia. Siga o insta @siteloalobahia.

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