2 Mar 2015
Alô Alô Bahia entrevista Luciana Estrellado


Alô Alô Bahia - Você é baiana, mora há muito tempo em São Paulo e realiza trabalhos em Salvador através de sua empresa, a Opening. Como você enxerga o mercado de Salvador atualmente? Principalmente para o Carnaval.
Luciana Estrellado - Sou baiana, moro em SP desde 2007. Realizo trabalhos em Salvador desde que vim morar em SP e trabalhava em outra agência. Depois que montei a Opening esses trabalhos se intensificaram por conta do conhecimento local que possuo. Acho que Salvador está passando por um momento de reconstrução e as empresas sediadas em São Paulo principalmente, estão voltando a acreditar na cidade para seus investimentos em marketing. O carnaval passou por uma prova de fogo esse ano, pois muitas pessoas estavam apostando no fracasso do segmento aqui, mas isso não aconteceu. Acho que o povo baiano mostrou que aqui acontece o melhor carnaval do mundo, e que é possível ter um resgate do passado misturando com o que temos hoje. Acredito que os camarotes ganharão força mas a rua terá um papel muito importante nos próximos anos. Eu sempre achei que os camarotes também deveriam contribuir com as ruas, por isso a ideia do palco da varanda com shows focados em quem está fora do camarote, na pipoca. Se depender de mim no ano que vem esse palco será ainda melhor e com mais atrações para o povo.
Alô Alô Bahia - Como é produzir do zero um camarote? Desde a concepção da ideia, até vê-lo pronto e funcionando nos seis dias de festa?
Luciana Estrellado - Começar um camarote do zero é desafiador e dá muita adrenalina, rsrsrs. Sempre quis montar um projeto do zero com toda a ideia partindo de mim, e graças a Schin eu consegui fazer isto em 2014, eles me deram a liberdade para criar e planejar todo o camarote. Então comecei me colocando no lugar do convidado, o que ele desejaria ter num camarote em pleno carnaval baiano? A primeira coisa que pensei foi : conforto, segurança e diversão. Então comecei pensando no transporte para todos os convidados partindo de um meeting point, depois pensei no espaço físico que os deixasse livres para curtir as atrações de dentro do camarote e do circuito sem aperto e com ótima visibilidade, e por fim o que seria incrível ter de atrações para criar um line eclético ao gosto de todos. Em 2014 tive um mês e meio para criar , planejar e produzir tudo! Quando entregamos o primeiro dia tive a certeza que tudo que estava no papel foi executado na prática com excelência e o resultado foi além das expectativas. Ter um time qualificado e focado no job foi e é fundamental para qualquer projeto, principalmente quando se trata de carnaval. No meio da festa encontrar profissionais comprometidos, bons e dedicados é quase uma missão de guerra, mas nós temos uma equipe preparada há muitos anos. Ver os 6 dias de festa funcionando de acordo com o que foi planejado é realização!
Alô Alô Bahia - O que é mais difícil, definir um tema para o camarote ou o line up? Eles se completam?
Luciana Estrellado - Definir o tema e criar o conceito são coisas bastante complicadas e exigem muitos dias de reuniões e brainstorm. O line se torna um pouco mais fácil pela relação que temos com muitos artistas, mas fazer a composição também dá trabalho.
Alô Alô Bahia - Conte um pouco sobre sua experiência no Carnaval da Bahia. O que você acha que ainda precisa melhorar?
Luciana Estrellado - Estou no carnaval da Bahia trabalhando há alguns anos, pois comecei com a antiga Caco de Telha, hoje Iessi. O projeto do Camarote Quem em parceria com Ivete Sangalo foi meu, então já tenho uma relação com o carnaval e com camarotes bem antiga. Acho que o carnaval precisa integrar mais, como falei acima, os camarotes podem pensar para rua também, seria um ótimo presente para cidade ter vários pontos com shows ao longo do percurso, os camarotes poderiam ajudar a rua a ter mais atrações não deixando essa obrigação somente com os blocos e trios, falo sobre os circuitos. Não penso somente em shows com bandas, mas performáticos, bailarinos, enfim, tudo que possa ser admirado e curtido pelo folião pipoca. E sobre a rua, penso que tem que misturar, tem que trazer o antigo para se juntar com o novo.
Alô Alô Bahia - Qual o balanço do camarote?
Luciana Estrellado - Conseguimos superar o ano de 2014. O que parecia impossível se tornou realidade e deixamos os convidados surpresos com a estética de circo que estava traduzida em todos os espaços. Aumentamos o número de atrações fazendo com que os convidados estivessem entretidos todo o tempo, e o serviço foi impecável nos bares e restaurante. Ponto alto foi a varanda musical fazendo homenagem aos 30 anos do Axé que proporcionou grandes momentos e encontros como por exemplo a interação de Daniela Mercury com nosso palco, e a canja que Emanuele Araújo deu na segunda de carnaval participando do show de Robson Moraes. Também tivemos Thiago Abravanel dando canja com Leandro Sapucahy quase todos os dias no palco interno. Os shows foram incríveis desde o inicio na quinta com Ivete Sangalo.
Alô Alô Bahia - Quantas pessoas passaram no espaço?
Luciana Estrellado - Mais de 8.000.
Alô Alô Bahia - E os pontos fortes e a expectativa da Opening para 2015.
Luciana Estrellado - Para Opening foi mais um grande desafio, pois no segundo ano fazer um camarote ainda melhor do que 2014 era algo bastante difícil. Colocamos o camarote já entre os 3 melhores em 2014 no seu primeiro ano e isso nos credenciou para 2015. A Opening pretende expandir seu portifólio atendendo clientes de outros segmentos levando sua experiência de grandes eventos para ser aplicada em todo tipo de projeto. Pretendemos continuar investindo numa relação mais próxima de agência com o cliente nos comprometendo e nos envolvendo 100% em cada job.
Foto: Reprodução.