Federação de PT e PSB ameaçada, os segredos da ponte e a pesquisa fresquinha com ACM Neto na vantagem folgada

Acordo rachado
A federação partidária que o PT pretendia formar com PSB, PCdoB e PV parece ficar cada dia mais distante, o que ameaça a configuração da base petista no estado. Na Bahia, integrantes da base que acompanham as negociações contaram que as conversas retrocederam "por intransigência do PT". Segundo as fontes da coluna, sem a federação, socialistas e comunistas teriam muita dificuldade até para manter suas bancadas estadual e federal - eles contam com o ex-presidente Lula como 'puxador de voto' para se fortalecerem.
 
Tudo nosso, nada deles
O entrave está justamente neste ponto. "Os petistas acreditam que a federação vai beneficiar os outros partidos e tirar cadeiras deles na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. A verdade é que o PT só pensa nele e não em manter a base", revelou outro influente integrante do arco de alianças do PT no estado. A situação tem irritado lideranças nacionais, tanto que o presidente do PSB, Carlos Siqueira, fez uma queixa pública ao dizer que o PT deveria abandonar sua "visão exclusivista".
 
Conta não fecha
A situação pode comprometer acordos que estão sendo costurados para as eleições deste ano. Sem a federação, integrantes da base governista dão por encerradas as conversas para que deputados estaduais migrem para o PSB. Há um diálogo, por exemplo, para que Vitor Bonfim (PL), Roberto Carlos e Euclides Fernandes (ambos do PDT) migrem para os quadros socialistas. "Sem a federação, o PSB terá dificuldade até mesmo para manter todos os seus deputados", avalia outra fonte.
 
Explicando
As federações partidárias foram criadas na reforma eleitoral do ano passado e são diferentes das coligações, que não são permitidas. As federações permitem às legendas atuarem de forma unificada em todo o país, de forma que os partidos poderão se unir para apoiar qualquer cargo, desde que assim permaneçam durante todo o mandato a ser conquistado, conforme o TSE. Elas valem para as eleições majoritárias e proporcionais.
 
Números
Uma pesquisa fresquinha, recém-saída do forno, feita nacionalmente por um grande partido, reiterou o favoritismo de ACM Neto na corrida pelo governo do estado. O levantamento mostra que Neto segue na liderança tranquila, com chance real de vitória no primeiro turno, e com mais que o dobro de vantagem para Jaques Wagner, virtual candidato da situação.
 
Por regiões
Um ponto a se destacar sobre o levantamento é que Neto mantém a liderança folgada em todas as regiões da Bahia, com o dobro de vantagem sobre Wagner em praticamente todas elas.
 
Não sai do lugar
A decepção do levantamento ficou por conta do ministro da Cidadania, João Roma, que aparece bem abaixo, inclusive quando é associado ao presidente Jair Bolsonaro. O capitão, diga-se de passagem, segue com elevada rejeição no estado.
 
Os segredos da ponte
Causou estranheza no meio político os fatos recentes relacionados à ponte Salvador-Itaparica. Na semana passada, o governador Rui Costa (PT) citou "nova exigência feita pela Marinha" e, nesta semana, o superintendente da Seinfra Saulo Pontes disse que houve um "reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos". O ponto que tem intrigado é que o governo tem mantido as informações "guardadas a sete chaves", sem dar transparência à questão. O valor da ponte, que era de R$ 5,4 bilhões, já supera os R$ 9 bilhões.
 
Interrogação
"Será que aumentou novamente?", é a pergunta que tem sido feita até mesmo entre parlamentares governistas, que também estranharam a falta de explicações. A preocupação não é só com o valor da obra, mas também com o pós-construção. "Essa conta terá que ser paga de alguma forma. Vai ser com o valor do pedágio maior? Ou com desembolso do governo? São muitas perguntas", disse uma fonte do Palácio de Ondina à coluna.
 
Cadê Leão?
Outro ponto que tem intrigado é o silêncio do vice-governador João Leão (PP), que luta para ser o pai da ponte, sobre o assunto. Será que Rui vai jogar no colo de Leão a explicação para o tal "reequilíbrio"?
 
Barulho
Publicamente, quem botou a boca no trombone foi o vereador Cláudio Tinoco (Democratas), que pediu explicações à Seinfra sobre as tais mudanças no contrato. E não deve parar por aí. Tinoco pretende ampliar o debate na Câmara Municipal de Salvador, inclusive realizando audiências públicas.
 
Matemática partidária
O ano de 2022 começou e, com ele, se intensificaram as conversas sobre mudanças partidárias na Assembleia Legislativa. Sem as coligações e com a possibilidade real de PP e PSD reduzirem suas bancadas, deputados destes dois partidos já começam a fazer contas e sondam legendas para abrigá-los. A matemática é simples: vão procurar legendas que facilitem sua reeleição.
 
Nomes aos bois
No PSD, Mirela Macedo e Jusmari Oliveira devem sair e migrar para partidos da base do pré-candidato ao governo ACM Neto. O também pessedista Alan Castro é outro que pode desembarcar da legenda. Já no PP, Robinho e Dal já estão praticamente fora, enquanto nomes como Niltinho, muito querido por João Leão, e Junior Muniz ainda estudam suas possibilidades de reeleição na legenda.
 
A coluna Alô Alô Política é publicada às sextas, sempre ao meio dia, nos portais CORREIO e Alô Alô Bahia. Também pode ser conferida através do endereço www.aloalopolitica.com e do Instagram @aloalopolitica.
 
Foto: Divulgação.

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