Em Salvador, Muncab ganha loja de arte conceitual em homenagem a Iemanjá

Em Salvador, Muncab ganha loja de arte conceitual em homenagem a Iemanjá

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

Luana Veiga

Reprodução / Cristian Carvalho

Publicado em 30/01/2025 às 16:04 / Leia em 2 minutos

Berço da cultura afro-brasileira, Salvador passa a abrigar a loja de arte conceitual “Odoyá”, inaugurada no piso térreo do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira. O espaço fortalece a missão do museu de valorizar expressões culturais de matriz africana e promover a circulação de obras de artistas contemporâneos e artesãos locais. Reverenciando Iemanjá, a loja apresenta um acervo com gravuras, xilogravuras, esculturas em madeira, cerâmicas artesanais e peças exclusivas e seriadas assinadas por artistas como Sandro Ayê, Luisa Magaly e os mestres ceramistas de Maragogipinho, no Recôncavo Baiano.

A seleção de obras tem como proposta celebrar a ancestralidade africana e sua influência na arte brasileira. As esculturas sustentáveis de Sandro Ayê, por exemplo, utilizam madeira recuperada de casarões históricos de Salvador, transformando ruínas em legado artístico. Já as cerâmicas de Luisa Magaly unem técnicas tradicionais e elementos naturais, destacando a fusão entre passado e presente. O espaço também abriga criações da estilista Goya Lopes, cujas estampas evocam a iconografia afro-brasileira e os orixás, reafirmando o protagonismo da cultura negra na moda e no design.

O ambiente da loja foi projetado pelo arquiteto Wesley Lemos, em colaboração com Vini Brandão e Alessandra Cohen. A proposta estética combina formas geométricas simples e texturas orgânicas que remetem à simbologia das águas e da ancestralidade. “’Odoyá’ foi concebida para ser funcional e, ao mesmo tempo, carregada de significados. Cada detalhe, dos materiais às formas, celebra a herança africana e sua profunda conexão com a identidade cultural brasileira”, afirma Lemos.

Com renda integralmente revertida à manutenção do MUNCAB, o espaço também fortalece a economia criativa, priorizando empreendedores e fornecedores negros. “Grande parte dos insumos vem de negócios negros, ampliando a representatividade no mercado”, destaca Jamile Coelho, diretora artística do museu.

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