Salgado é vendido nos fins de semana em frente ao antigo Bahia Café Hall, das 9h às 14h
‘Já chupou xibiu?’. A música da banda Frutos Tropicais brincava com uma bala que fazia sucesso entre os baianos na década de 80. Dessa vez, o ‘xibiu’ é um bolinho, que não é doce e pode ser recheado com camarão, carne seca e outros sabores. O sabor apimentado torna ele inconfundível: é o ’Xibiu de Mainha”, produzido por Maria Eunice, a Mainha, 65, junto com sua filha Priscila Monique, 33.
O salgado é vendido na área em frente ao antigo Bahia Café Hall, na Avenida Paralela. O ponto de venda funciona nos finais de semana, das 9h às 14h. A unidade custa R$ 2,50 enquanto a porção com 12 peças é vendida a R$ 29,90. Outra opção são os kits com 25 e 35 itens (R$ 59,90 e R$ 87,90, respectivamente). Elas também produzem o bolinho para aniversários, festas e outras celebrações, através de encomendas que podem ser feitas pelo Instagram através do perfil (@xibiudemainha).

Xibiu de Mainha: conheça bolinho de sabor apimentado que faz sucesso em Salvador
A receita completa é mantida em segredo por Maria Eunice. O ‘xibiu’ tradicional é feito com massa de farinha de trigo e recheado com vinagrete e camarão. Também é possível encontrar os sabores de carne seca com ricota, bacalhau, camarão fresco, queijo, siri, frango e uma opção vegetariana feita com beterraba. A base das massas varia entre o trigo, aipim e batata-doce.
O nome tem origem no formato do ‘xibiu’, que rendia brincadeiras nas festas da família. O ‘de mainha’ foi adicionado por Priscila, para lembrar quem era a dona do negócio. “As pessoas já chegam sorrindo, querendo conhecer e já perguntam o porquê do nome. Nisso, os clientes já criam uma intimidade com minha mãe e começam a chamar de mainha. Isso quebra a formalidade no atendimento e nos aproxima das pessoas”, disse Priscila.
“Às vezes a pessoa está curiosa, mas um pouco mais tímida e eu chamo elas para perto. Eu já ganhei tantos filhos com o negócio que até perdi a conta”, brincou Maria.
O ‘Xibiu de Mainha’ foi lançado em 2018, na feira Rua Livre, realizada no Santo Antônio Além do Carmo. Maria Eunice conta que produzia os bolinhos apenas para as confraternizações com a família e os amigos. O sucesso dos salgados lhe motivou a apresentar a iguaria para o público.
“Foi uma aceitação muito boa das pessoas. Todo mundo que passava, adorava o nome, o sabor, a história e adorava nós duas. Depois disso, passamos a apresentar o produto em outras feiras itinerantes pela cidade”, lembra Priscila.
A pandemia da covid-19 representou um ponto de ruptura no negócio. A falta de uma loja física, aliada às dificuldades de locomoção na casa onde moravam, na Federação, impossibilitaram a montagem de uma estrutura de delivery que impulsionasse o as vendas.
“Quando a pandemia acabou, nós voltamos a vender nas feirinhas que ainda existiam, mas o movimento não era o mesmo. Além disso, nos mudamos para Lauro de Freitas, o que afastou alguns clientes que estavam acostumados a nos encontrar no Santo Antônio”, explica Priscila.
No último mês, elas se mudaram para uma casa no bairro de Itapuã. No local, pretendem montar uma estrutura que proporcione realizar entregas para a região e, além disso, aumente as vendas. Para isso, o segundo andar do imóvel será dedicado a produção dos bolinhos. Maria Eunice vendeu a maior parte das máquinas de costura com que trabalhava para se dedicar de forma integral ao negócio.
“A gente ainda precisa de um capital para poder investir no maquinário e aumentar a produção. Além disso, precisamos encontrar uma outra pessoa que se encaixe com a nossa proposta para nos ajudar no Bahia Café Hall”, contou Priscila.
Além de ajudar a mãe nas vendas, Priscila cuida das redes sociais e administra da empresa. Ela participou de programas de aceleração visando estimular o crescimento do negócio.
“Eu nunca tinha me imaginado no empreendedorismo e essa parceria com minha mãe me fez olhar para essa área. Eu vejo muito potencial no nosso produto e acho que é só questão de tempo para fazermos a empresa rodar com mais força e fazermos mais entregas”, finalizou.
“No futuro, eu espero montar meu pontinho físico para vender o ‘xibiu’ enquanto tomo uma cervejinha com os clientes”, completou Maria.