Regras de Imigração de Trump para os EUA desafiam clima de Copa do Mundo

Regras de Imigração de Trump para os EUA desafiam clima de Copa do Mundo

Redação Alô Alô Bahia

redacao@aloalobahia.com

José Mion/Alô Alô Bahia com informações da Forbes Brasil

Divulgação/JFK Airport

Publicado em 06/05/2025 às 12:18 / Leia em 3 minutos

O impacto das políticas migratórias mais rígidas do governo de Donald Trump sobre o público internacional que chega aos Estados Unidos pode ameaçar o clima da Copa do Mundo de 2026, marcada para ocorrer simultaneamente em três países – Estados Unidos, México e Canadá -, antes mesmo do apito inicial.

O alerta foi lançado no fim de abril pelo senador democrata Ron Wyden, do Oregon, que pediu ao governo federal a revisão das medidas que vêm dificultando a entrada de estrangeiros no país. Em ofício endereçado ao secretário de Estado, Marco Rubio, e à secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, Wyden citou diretamente a Copa do Mundo como um dos eventos que podem ser afetados pelas restrições.

“[As medidas] transformaram viagens comuns em uma provação desnecessariamente exaustiva para turistas, viajantes a negócios, residentes permanentes legais e cidadãos norte-americanos”, afirmou o senador. Wyden também mencionou os Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028 e a Copa Interclubes da FIFA, prevista para o verão de 2025 em 11 cidades americanas.

Turismo em queda

A preocupação não é infundada. Em abril, a consultoria Tourism Economics revisou sua projeção anual e passou a prever uma queda de 9,4% nas chegadas internacionais aos Estados Unidos em comparação com 2024.

Dados preliminares do Escritório Nacional de Viagens e Turismo apontam para um recuo de 11,6% no número de visitantes estrangeiros em março, em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a março, os EUA receberam 7,1 milhões de visitantes, 3,3% a menos do que no mesmo período de 2024.

Com menos turistas, o prejuízo financeiro também se projeta: os gastos de visitantes internacionais no país devem cair US$ 9 bilhões em 2025, o equivalente a cerca de R$ 50,85 bilhões.

Clima de incerteza

O endurecimento das políticas migratórias já repercute entre atletas e federações esportivas. A venezuelana Deyna Castellanos, jogadora da liga profissional de futebol feminino dos EUA, não viajou para compromissos com sua seleção temendo dificuldades para retornar ao país. Já a seleção feminina de Zâmbia deixou de convocar quatro jogadoras que atuam em clubes americanos por motivos semelhantes, em compromissos na China.

Apesar do cenário global de retração, o Brasil segue com alta demanda por viagens aos Estados Unidos. De acordo com Siderley Santos, vice-presidente de um grupo especializado em gerir viagens corporativas, as políticas migratórias ainda não impactaram de forma significativa os brasileiros.

“Os números recentes demonstram que ninguém deixou de voar para os Estados Unidos, pois as viagens de negócios ou por lazer já tinham sido planejados com antecedência, até antes da vitória de Trump”, afirma o executivo em entrevista à Forbes. Ele destaca que uma das empresas do grupo registrou crescimento de 12% nas viagens para os EUA no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período de 2024.

Ainda assim, a instabilidade nas diretrizes preocupa. “A maior parte das consultas questiona a possibilidade de mais exigências de documentação e medidas de controle de acesso de estrangeiros”, conclui Santos.

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