Xuxa fala de depressão após parar de nadar: ‘Entrei em um mergulho profundo na bebida’

Xuxa fala de depressão após parar de nadar: ‘Entrei em um mergulho profundo na bebida’

Redação Alô Alô Bahia

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Sátiro Sodré/Divulgação CBDA

Publicado em 07/03/2025 às 14:12 / Leia em 3 minutos

O nadador Fernando Scherer, o Xuxa, abriu o coração e falou sobre o período de depressão que viveu após se aposentar das piscinas, em 2007. Vivendo um momento difícil, ele enfrentou também o alcoolismo.

“Hoje a depressão é clara para mim. É o estado da alma que está cansada de vestir uma máscara, uma farsa, de viver uma ilusão. A farsa era achar que eu era o Fernando nadador. O marco da depressão foi a hora que caiu a ficha que não ia mais poder nadar, ser amado, não ia ter mais reconhecimento, valor perante a sociedade, que eu não teria mais nada. Durante a depressão, você não tem vontade nem de comer, de sair da cama. Nada tem beleza”, contou, em entrevista ao ge.

Neste período, ele tentava se entender quem era além de ser nadador. “A depressão foi assim: vou te dar o maior presente da sua vida, você vai ter que sair daí, se desidentificar como nadador, porque ele morreu, não tem mais volta. Quem eu sou? Essa foi a minha investigação durante anos. Não tinha outra pergunta, era só essa. Se não sou nadador, não sou Fernando, se estou no meio de uma bola andando no Universo, em um planeta que chamaram de Terra… Percebi que tudo era colocado, criação”, afirma.

Depois de parar de nadar, começou a beber. “Depois de parar de nadar entrei em um mergulho profundo na bebida, principalmente depois das cinco da tarde. Eu bebia todos os dias das cinco da tarde até umas duas ou três da manhã”, contou Xuxa.

Além da bebida, ele viveu outros exageros. “Álcool foi fuga, pornografia foi fuga, compra foi fuga, shopping foi fuga, comida foi fuga, doce foi fuga, energético foi fuga, sexo foi fuga, balada foi fuga. Deve ter mais coisas, a lista é maior”, relatou.

Foi a filha Isa Scherer sua motivação para conseguir se recuperar. Com isso, foi morar em São Paulo para buscar tratamentos. “Fui buscar por quem eu poderia dar minha vida de novo: minha filha. Vou sair dessa. Eu estava no Sul. Vim para São Paulo, peguei três psicólogos de linhas diferentes e um psiquiatra. Fui fazendo as coisas. Exercício físico, pegar sol, pisar na grama, entrar no mar, contato com a natureza… Eu estava em um apartamento de beira-mar nesses meses todos e não conseguia descer.

Ele diz que a natação, apesar de ser uma grande paixão, acabou se tornando um fardo, pela pressão de conquistar medalhas. “Queria a medalha pela medalha. Perdi a jornada. Eu não a aproveitei, e ela se tornou um fardo. No final, eu olho para a natação e falo: “Eu odeio isso aqui”. A coisa que eu mais amava eu odeio? Como pode odiar o grande amor da sua vida? É o paradoxo da vida. Eu não deixei esse amor ser cultivado todo dia, como em um relacionamento. Botei peso. Olhei pontos negativos do esporte, as dores, as lesões, as cobranças, a obrigação de ganhar medalha, de acordar 5h da manhã, de entrar na água gelada, de fazer a massagem, de me alimentar direito”, desabafou.

Agora, ele já lida melhor com as piscinas, mas ainda não voltou a nadar. “Não nado mais, porque prefiro esportes mais divertidos, ainda tenho a memória de fazer bem feito, de saber nadar, prefiro aprender coisas novas”.

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