A Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) realizou, na tarde desta sexta-feira, uma reunião plenária com representantes das seis primeiras colocadas do Carnaval. Apesar de a pauta principal ser a organização do Desfile das Campeãs, a Acadêmicos do Grande Rio contestou sua pontuação final e solicitou a revisão de um décimo, o que a levaria ao empate com a Beija-Flor de Nilópolis e garantiria o título conjunto.
Por volta das 13h20, o presidente de honra da Grande Rio, Helinho Oliveira, e o presidente administrativo, Milton Perácio, deixaram a sede da Liesa demonstrando insatisfação com a nota atribuída à agremiação. Durante a apuração realizada na última quarta-feira, a escola ficou um décimo atrás da Beija-Flor, com a diferença concentrada no quesito bateria.
Os jurados Ary Jayme Cohen e Geiza Carvalho atribuíram notas 9,9 à bateria da Grande Rio, justificando imprecisões técnicas, como falhas na interação entre caixas e atabaques e a baixa projeção sonora dos curimbós. No entanto, uma inconsistência surgiu quando o mapa de notas divulgado na quinta-feira apontou que a nota 9,9 de Geiza Carvalho havia sido registrada erroneamente como um 10. A Liesa declarou que se tratou de um erro de digitação.
Milton Perácio afirmou que a Grande Rio reconhece a vitória da Beija-Flor, mas defende a correção da pontuação. “Queremos a validação das três notas 10 no quesito bateria, o que nos levaria ao empate”, declarou.
Caso a reivindicação seja aceita, a Grande Rio dividirá o título do Carnaval com a Beija-Flor. A decisão agora está sob análise da Liesa.
Pouco depois da reunião, os representantes das escolas deixaram o prédio. O patrono da Beija-Flor, Aniz Abraão David, saiu por uma porta lateral ao lado do presidente da agremiação, Almir Reis. Aniz Abraão David é pai de Gabriel David, atual presidente da Liesa, o que adiciona um novo elemento de atenção ao caso.