Cerca de 7,1 milhões de jovens brasileiros estão fora do mercado de trabalho, mostra pesquisa

Cerca de 7,1 milhões de jovens brasileiros estão fora do mercado de trabalho, mostra pesquisa

Redação Alô Alô Bahia

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Reprodução/Unsplash

Publicado em 11/07/2024 às 19:49 / Leia em 4 minutos

De acordo com a pesquisa “Empregabilidade dos Jovens Brasileiros”, realizada pelo Centro de Integração Empresa Escola (CIEE) em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego, cerca de 7,1 milhões de jovens entre 14 e 24 anos não trabalham e nem estudam.

A amostra contou com 34 milhões de respondentes, e apesar dos números alarmantes, há sinais promissores para o futuro.

Ao comparar o primeiro trimestre de 2023 com o de 2024, houve um aumento de 37% no número de estagiários no país. Para Ana Paula Prado, CEO do Infojobs, HR Tech, lider em tecnologia para RH, o aumento desses profissionais no mercado de trabalho é reflexo direto da ampliação de oportunidades que as empresas oferecem: “Ao analisarmos os dados liberados, 51% dos estagiários atuam em empresas privadas, apesar de também observarmos um aumento no setor público. Dar oportunidade de aprendizado para os mais novos não só fortalece a qualificação profissional, mas também garante que os setores se mantenham atualizados e inovadores”.

Segundo dados do IBGE, em comparação aos anos de 2019 e 2024, houve uma queda de 0,8% no número de jovens “nem-nem”. Apesar de a queda desse número ser algo positivo, é necessário que esforços para integrar a nova geração no mercado, continuem sendo feitos.  “É fundamental que os jovens tenham espaço para se desenvolverem nos âmbitos pessoais e profissionais, e, é pensando nisso, que estamos constantemente criando oportunidades para que o ingresso ao mercado de trabalho seja cada vez mais fácil”, afirma Prado.

Ainda segundo a pesquisa, há alguns desafios a serem enfrentados, uma vez que, entre os chamados “nem-nem” (4,6 milhões), 65% são mulheres, a maioria com filhos pequenos. Essa disparidade de gêneros também foi analisada em uma pesquisa divulgada pelo Infojobs em maio deste ano: 86% das profissionais sentem que o tema da maternidade é frequentemente visto negativamente no ambiente profissional, e 74% deixaram ou ao menos pensaram em deixar de lado o trabalho para cuidar dos filhos.

Para Ana Paula Prado, é crucial que as empresas criem políticas de apoio à maternidade e à paternidade, promovendo um ambiente inclusivo e equilibrado. “A implementação de programas de suporte, como licença parental estendida, horários flexíveis e opções de trabalho remoto, pode ajudar a reduzir essa disparidade e permitir que mais mulheres permaneçam e prosperem no mercado de trabalho,” afirma a especialista.

“A redução do número de jovens ‘nem-nem’ é um passo importante para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. É preciso continuar investindo em educação, capacitação e geração de oportunidades, para incluir os jovens em atividades de maior concentração técnica e tecnológica. Ao incluirmos grupos diversos, nós podemos diminuir o peso da desigualdade, e garantir um futuro melhor para nossa juventude”, conta Ana Paula Prado.

Por onde começar?

Hoje, o aumento de aprendizes no mercado está concentrado nas funções de assistentes administrativos, alimentadores de produção, auxiliares de logística e operadores de caixa. Apesar de, em sua maioria, serem vagas que necessitam de alguma escolaridade, não são posições que auxiliam os jovens a pensarem em uma trilha de carreira, ou oferecem suporte para um crescimento profissional a longo prazo.

“Para mudarmos o cenário atual e permitirmos que no futuro, nossos jovens tenham oportunidades de serem profissionais completos, precisamos implementar programas de treinamento e desenvolvimento que não apenas preparem os jovens para suas funções atuais, mas também os ajudem a desenvolver habilidades em áreas de interesse futuro. Para a Geração Z, é essencial visualizar um caminho claro para o avanço de suas carreiras, então investir em programas de mentoria e orientação é fundamental”, explica Ana Paula.

Além disso, incentivar que aprendizes e estagiários adquiram experiências em diferentes departamentos pode proporcionar uma visão mais ampla das operações corporativas, ajudando os jovens a identificar áreas onde desejam seguir carreira.

É crucial garantir que jovens, independentemente de sua origem socioeconômica, tenham acesso a oportunidades de desenvolvimento. “Políticas de inclusão e diversidade devem ser reforçadas, e a valorização da mão de obra iniciante deve ser incentivada. Permitir que a nova geração integre ambientes de trabalho é a única forma de mudarmos o cenário atual e asseguramos que, no futuro, nossos jovens possam se tornar profissionais completos e realizados”, conclui.

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