Chef transforma restaurante em ‘fábrica de papinhas’ para alimentar bebês de Porto Alegre

Chef transforma restaurante em ‘fábrica de papinhas’ para alimentar bebês de Porto Alegre

Redação Alô Alô Bahia

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Redação, com informações do g1

Reprodução/Arquivo pessoal

Publicado em 14/05/2024 às 19:01 / Leia em 3 minutos

O chef Marcelo Schambeck, do restaurante Capincho, em Porto Alegre, decidiu transformar a cozinha que comanda em uma “fábrica de papinhas” para alimentar os bebês que estão desabrigados por conta das fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul.

Com as enchentes que varreram o estado desde o começo do mês, mais de 140 pessoas morreram e mais de uma centena estava desaparecidas, segundo boletim divulgado pela Defesa Civil nesta terça-feira (14). Em todo o estado, cerca de 77 mil pessoas foram levadas para abrigos.

Bebês pequenos, com mais de seis meses, estão em na fase de introdução alimentar, e podem ter dificuldade de mastigar e ingerir alimentos com consistência mais sólida. “Está sendo feito [nos abrigos], por exemplo, arroz de linguiça, coisas muito pedaçudas, que é difícil [para os muito pequenos] comer. A gente soube que estavam dando arroz misturado com leite, coisas assim”, explicou Marcelo.

Os casos sensibilizaram Marcelo que se mobilizou para ajudar. “Os primeiros relatos que a gente recebeu eram de que muitas crianças pequenas estavam, há dois, três dias, à base de água, porque a comida que estava indo para os abrigos, em geral, não conseguiam ingerir”, contou.

Na cozinha do Capincho, estão sendo produzidas e entregues cerca de 150 papinhas por dia. “A criança bem alimentada vai ter imunidade melhor, vai se acalmar mais. Criança com fome fica muito mais agitada”, disse Marcelo, que, junto com a esposa, também coordena uma cantina em uma escola particular da capital.

A receita das papinhas varia: moranga, abóbora, batata, mandioquinha, chuchu, carne, caldo de cogumelo —  tudo depende do que é encontrado na feira. Nesta etapa, a compra dos alimentos, outra frente também está sendo ajudada, a de produtores orgânicos afetados pela enchente.

Marcelo e outros donos de restaurantes estão priorizando a compra de pequenos agricultores, e também arrecadando recursos para auxiliar aqueles que perderam toda a produção.

Com estradas bloqueadas, agricultores que levavam cerca de 3 horas para chegar à capital agora levam até 10 horas, disse o chef. Para auxiliar a chegada de insumos, a Prefeitura de Porto Alegre estruturou um acesso alternativo, chamado de corredor humanitário.

O restaurante de Marcelo está em um bairro que não foi afetado pela enchente, mas, assim como grande parte da cidade, está há mais de uma semana sem água. O local, que estava fechado, se prepara para reabrir, e a produção das papinhas será conciliada com a elaboração dos pratos.

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