Moradores que vivem ao lado de um prédio ainda em construção, no bairro de São Caetano, tiveram momentos de terror na manhã desta terça-feira (9). Por volta das 10h, parte da estrutura de quatro pavimentos, localizada na Rua Engenheiro Austricliano, desabou por conta das fortes chuvas que atingem Salvador.
Apesar do desabamento, ninguém ficou ferido. Os moradores do prédio vizinho, no entanto, precisaram ser resgatados por equipes do Corpo de Bombeiros. “Inicialmente, achávamos que eles [os moradores] não teriam como sair, mas vimos que seria possível a retirada pelo outro lado da estrutura. Então, fizemos o resgate com segurança”, disse o tenente Rodolfo Barreto, do 1º Grupamento de Bombeiros Militares (Barroquinha).
A moradora Rose Léia, 32 anos, contou que foi tudo muito rápido. “Eu estava em casa quando ouvi o barulho das coisas caindo. Os escombros atingiram minha varanda e a gente teve que abrir caminho no meio do entulho para conseguir sair. O prédio tinha muitas rachaduras e sempre caía um pedaço de bloco ou de concreto, ele já vinha dando sinais de que tinha problemas. Não consegui pegar nem meus documentos”, lamentou.
A área foi isolada. A Defesa Civil (Codesal) fez uma avaliação pela manhã e concluiu que o prédio foi construído e ampliado de maneira irregular e sem acompanhamento técnico, que houve desabamentos parciais desde 2019 e que um imóvel terá que ser interditado porque corre o risco de ser atingido por um dos pilares que sobraram de pé. Parte do que sobrou da laja está dependurada.
O superintendente Sosthenes Macêdo informou que o restante do prédio terá que ser demolido. “Essa não é uma área de sirene, não é uma área de risco. Aconteceu [o desabamento] porque é uma construção irregular, sem o devido acompanhamento técnico. Os vizinhos relataram que a fundação sequer tem 1,5 metros para as sapatas, um prédio com quatro pavimentos. Era um risco para todos”, afirmou.
O proprietário do prédio que desabou ainda não foi localizado. A recomendação do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil é sempre evacuar o imóvel quando ele apresentar risco de desabamento. A população pode acionar as equipes pelo 193 e o 156, respectivamente.
