19 Apr 2013
Mais do que minérios, Renilce Cavalcanti lapidou sua vida, se transformando em grande personalidade. Eis aqui os nossos

Poderíamos começar os parabéns assim: “Hoje é dia do aniversário de nascimento de Getúlio Vargas, Hitler e Roberto Carlos. Guardando as devidas diferenças para o mal e para o bem, uma trinca de grandes vultos da história e da fama”.
Poderíamos, mas não iremos. Iremos começar homenageando Renilce Cavalcanti, que também aniversaria nesta sexta-feira, 19 de abril. Renilce, que não tem talento para a ditadura nem para ser um ídolo pop, exerce um certo fascínio sobre a sociedade baiana, por conta, principalmente, de sua generosidade,de sua capacidade ínfima de somar amigos, de seu closet poderoso e de seu cartão de crédito acachapante, de grande dama realmente...
Pena que, nos últimos tempos, Renilce sumiu. Saiu de cena e foi para São Paulo, deixando, em Salvador, um rastro de saudades. Com isso, virou lenda. Tornou-se um mito. Muito maior até que suas últimas conquistas... Mas, sobre isso, falaremos em outra ocasião, porque neste momento nossa cabeça roda, lembrando de várias histórias. Eis uma delas:
Renilce assim que construiu a linda casa do Encontro das Águas, nos recebeu para um chá da tarde. Abriu os seus domínios e o seu coração. Falou sobre sua trajetória, sobre suas conquistas, sobre seu amor pelos animais, sobre o seu fascínio pelas as bolsas da Hermès e sobre o casamento, de muita cumplicidade, que construiu com seu marido, o geólogo João Carlos Cavalcanti. Pudemos perceber, sem que nada fosse dito, que estávamos diante de uma mulher de fibra. Chegar, onde ela chegou, por certo, não foi fácil... E Renilce, como sempre, não se desdobrou diante dos desafios. Venceu cada batalha e foi se moldando, se sofisticando, se aprimorando...
Com a ajuda do amigo Carlos Rodeiro, elevou seu senso estético, emagreceu, comprou coisas novas, mudou de círculo. Carlinhos a catapultou a uma nova vida. A vida que só os muito ricos conseguem chegar – e dinheiro, definitivamente, não era mais problema...
Renilce, em certo momento, foi apontada como a nova Margarida Luz e sua presença, era sinal de que a festa tinha prestígio. Com o passar do tempo, Renilce viu que a vida não era só um conto de fadas e que na sociedade nem todo cheiro é de perfume importado...
Entretanto, não recuou. Avançou ainda mais. E fez o que tinha que ser feito: se colocou no posto que deveria ocupar: o de grande mulher, sempre bem vestida, bem colocada, benquista e bem articulada. Viajou para São Paulo, onde mantém uma mansão na Quinta da Baroneza, e não voltou. Ficou lá. Aqui, em Salvador, só em rápidos pulos...
Chegou a hora de voar. E ela sabe disso. Renilce deixou de ser patrimônio da Bahia para se transformar em figura emblemática das altas-rodas nacionais. E que não nos venham com esse papo de futilidade. O mundo precisa de mais frescor e, em tempos sisudos, perante gente chata, de nariz empinado, Renilce talvez seja este cheio... Por tanto, advertimos: Mais Renilce, por favor. E viva!
Foto: Reprodução/Valtério.