Virgin explica como seu Hyperloop, trem que pode viajar a mais de 1000 km/h, é seguro

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A Virgin publicou um vídeo demonstrando como seu sistema Hyperloop irá funcionar, na fase comercial. O vídeo, por ser curto, deixou muitas dúvidas não respondidas, frequentemente levantadas por céticos da viabilidade e segurança do sistema de transporte que atinge mais de 1.000 km por hora.

As dúvidas são pertinentes, e o site Olhar Digital as levou à empresa, que respondeu (ver mais abaixo). Antes de saber o posicionamento da empresa, uma breve explicação para dar um contexto às perguntas: um hyperloop é um veículo de levitação magnética – maglev – que circula num túnel com pressão baixa, próxima do vácuo, em velocidades próximas à do som.

A união da ausência de trilhos com baixa resistência do ar é o que permite essas velocidades. O vídeo abaixo mostra os equipamentos em testes, bem como as explicações sobre sua segurança (em inglês).



Confira a entrevista do Olhar Digital com a Virgin Hyperloop

Olhar Digital: Se um pod (isto é, um vagão) quebrar no meio do caminho, como seria o processo de recuperação?
Virgin Hyperloop: Nosso sistema é desenhado para ser altamente modular e redundante. Temos múltiplos aparelhos de levitação, motores de propulsão e conjunto de baterias, que garantem que o pod pode continuar rumo ao seu destino com segurança – mesmo no caso de falhas múltiplas de sistema. Essa arquitetura integrada de segurança é possível porque a levitação, propulsão e energia estão todos no pod.

Não parece haver nenhuma comporta de ar no caminho mostrado no vídeo. Isso quer dizer que, em caso de manutenção ou quebra, o túnel inteiro, de centenas de quilômetros, precisa ser pressurizado [isto é, ficar sem vácuo]?
Garantimos a consistência da pressão usando bombas de vácuo distribuídas. Provisões de segurança para repressurização rápida assim como capacidade de manutenção são garantidas usando válvulas de escape e válvulas de isolamento. Fizemos centenas de testes para verificar essa tecnologia no nosso campo de testes DevLoop em Nevada [estado americano de Las Vegas].

Se um túnel romper (e entrar ar), como impedir que a diferença de pressão force os pods violentamente em direções opostas?
Os tubos são desenhados para manter a integridade estrutural geral numa vasta gama de eventos de ruptura. Fizemos uma análise e testes extensivos para validar nosso design. Nossa resposta a ruptura é intencionalmente repressurizar o tubo em segundos com pequenas válvulas ao longo da rota.

Se houver pressurização, os pods podem se mover normalmente em túneis cheios de ar? Quão rápido?
Os pods vão continuar a viajar com segurança até o próximo portal mesmo com uma ruptura significativa. Um vazamento sustentado pode impactar a velocidade e eficiência de energia, mas não causaria um problema de segurança porque o veículo é desenhado para suportar uma carga aerodinâmica [isto é, resistência do ar] maior que a normal.

Virgin-Hyperloop-NYT-reproducao

Cada pod tem que ser repressurizado individualmente no final do percurso? Isso não tornaria o sistema lento em comparação com um trem?
O Virgin Hyperloop é desenhado para mitigar desgasto causado por ciclos de pressão. O tempo de vida útil de uma aeronave não é medido apenas em anos, mas em ciclos de pressurização. Por essa razão, o pod do hyperloop é mantido num ambiente de baixa pressão, exceto por atividades de manutenção agendada. Os passageiros embarcam por uma câmara pressurizada que provém uma rampa protegida até o pod, em pressão atmosférica. Do ponto de vista do passageiro, não vai ser diferente de entrar pelas portas de um elevador.

Qual é o ângulo de curvatura de uma linha do Virgin Hyperloop?
Como o hyperloop pode fazer curvas fechadas, podemos usar uma maior variedade de caminhos [comparado a um trem]. Por exemplo, podemos usar muito menos terreno quando construímos uma curva para uma estação numa área urbana densa. Inclinar [o pod, como um avião fazendo curvas] nos permite atingir altas velocidades suavemente, com um raio de curvatura com 4,5 vezes a capacidade de trens de alta velocidade.

Fotos: Bridget Bennett/NYT. Siga a gente no Instagram @sitealoalobahia e no Twitter @aloalo_bahia

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