Vendida por US$ 1 no passado, ilha em Nova York hoje é exemplo de sustentabilidade

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Com cerca de 70 hectares e distante 730 metros de uma das maiores metrópole do mundo, Nova York, no Estados Unidos, Governors Island (“ilha dos governadores”, em português) tem um passado intrigante e um futuro aparentemente promissor. 

Terra do povo nativo americano Lenape, foi lar dos holandeses, que estabeleceram na ilha o primeiro assentamento da sua colônia, Nova Amsterdã; deu origem à cidade de Nova York; sob o controle do governo americano, se tornou base militar, posto de quarentena para refugiados religiosos, prisão de soldados confederados durante a Guerra Civil Americana, quartel-general na Segunda Guerra Mundial e, por fim, base da Guarda Costeira americana até 1996.

Por 1 dólar

Depois de quase uma década abandonada, o governo federal decidiu, em 2001, declarar a ilha Monumento Nacional. Dois anos depois, foi vendida para a cidade e para o Estado de Nova York por um dólar (cerca de R$ 5 em valores atuais). E, em 2005, foi aberta à visitação.

Hoje, Governors Island abriga 11 km de ciclovias; uma fazenda urbana de 4 mil metros quadrados; extensos gramados e jardins; escorregadores com a altura de um prédio de três andares; plantações de abóbora; uma pista de patinação no gelo; locais para piquenique; playgrounds e exposições de arte. 
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Em 2018, foram construídas 36 barracas particulares para acampar, com vista para a Estátua da Liberdade. O Collective Governors Island oferece acomodações, restaurante, jardim, lounge compartilhado e terraço, além de WiFi gratuito.  
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E, no ano passado, foi aberto o Spa QC NY, com alternativas de se relaxar em uma cama de infravermelho, na sauna, no banho turco, ou ainda na piscina externa, com vista pra ilha de Manhattan. 

Sustentabilidade

Além desse novo perfil de lazer urbano, a ilha tornou-se pioneira em um conceito de resíduo zero, que poderá mostrar a outras cidades como atingir a sustentabilidade. No final de abril, o prefeito de Nova York, Eric Adams, anunciou que a ilha irá abrigar um "laboratório vivo" de US$ 700 milhões (cerca de R$ 3,5 bilhões), dedicado a encontrar soluções para combater a crise climática.

Entre as iniciativas sustentáveis estão a obrigatoriedade, por parte de vendedores e empresas abertas na ilha, de respeitar a iniciativa Ilha Resíduo Zero. Eles assinam um contrato que detalha, entre outras coisas, quais materiais são permitidos ou não. Todos os estabelecimentos alimentícios, por exemplo, precisam usar utensílios compostáveis. 

A ONG Trust for Governors Island é responsável pela administração da ilha, em conjunto com o Serviço de Parques Nacionais. Já a ONG Earth Matter NY, parceira da Trust no programa Ilha Resíduo Zero, retira todos os resíduos orgânicos (incluindo os utensílios compostáveis, restos de alimentos e os resíduos vegetais de manutenção) e os transforma em composto para os jardins do local.

Papel, vidro, plástico, alumínio e o lixo comum são colocados em cestos diferentes e processados separadamente. Em 2022, quando a ilha ficou aberta ao público pela primeira vez por um ano inteiro, atraiu 939 mil visitantes — muito mais que os 600 mil de 2021. Com isso, a Earth Matter NY recolheu mais de 118 toneladas de resíduos orgânicos — um aumento de 28% em relação ao ano anterior. Mesmo assim, o uso de sacolas e canudos de plástico, bem como a venda de garrafas plásticas de água, são proibidos na ilha.
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Recentemente foi anunciada a construção de um novo complexo de pesquisa de soluções climáticas, com 37 mil metros quadrados, que recebeu o nome de "Bolsa do Clima de Nova York". Espera-se que a iniciativa traga milhares de empregos para a ilha quando for inaugurado, em 2028. O Centro de Soluções Climáticas irá aumentar o tráfego de pedestres e, possivelmente, dificultará ainda mais o controle dos resíduos, mas os benefícios finais validam a ideia.

​Com informações do G1 e New York Times.


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Fotos: reprodução, facebook e Booking

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