15 Aug 2022
Velejador Aleixo Belov e tripulação enfrentam o mar gélido do Oceano Ártico
A parte gelada da viagem começou em Nome, no Alaska, no dia 12 julho: “Saímos bem, atravessamos o Estreito de Bering, vendo, ao mesmo tempo, o Alaska por boreste e a Sibéria por bombordo. Já sabíamos que lá na frente, em Barrow, estava tudo fechado de gelo, mas fomos seguindo, confiando que o gelo ia terminar por derreter. Durante a última semana, vínhamos pegando a carta de gelo pela internet e o degelo estava avançando. Mas, para nossa surpresa, depois que saímos, o degelo deu um retrocesso. O vento norte empurrou o gelo para o sul e piorou ainda mais o que já não estava bom”, relata Belov.

Ele conta ainda que os gelos foram surgindo, cada vez mais compactos e impedindo o avanço, até que a tripulação foi obrigada a parar e ficar à deriva. Diante dessa dificuldade, Belov e a equipe tiveram que achar um local para fazer uma parada, no meio do mar congelado.
O período difícil durou cerca de 10 dias, quando as cartas de concentração de gelo marinho indicaram uma melhora. “Ligamos a máquina e fomos em frente. Sabíamos que era prematuro, mas resolvemos tentar. Fomos contornando os gelos, procurando passagens, ainda que estreitas, até que descobrimos que não tinha passagem entre o gelo e o continente, apesar da carta de gelo indicar como sendo o melhor lugar. Já tínhamos perdido a esperança, mas resolvemos tentar passar por cima desta formação e, depois de entrar em vários becos sem saída, voltamos e tentamos de novo até conseguir passar”, afirma.
Belov diz que essa conquista, de passar pelo Estreito de Bering, foi um grande momento de alegria para todos no veleiro Fraternidade. O velejador agora está no assentamento Gjoa Haven, em Nunavut, no norte do Canadá, e segue sentido à Groenlândia, na segunda etapa da travessia do mar gelado.




