12 Apr 2021
Vacinadores usam bom humor para superar cansaço em Salvador
A técnica de enfermagem Luciene dos Santos, 55 anos, contou que saí de casa todos os dias às 5h50. Ela mora no bairro de Tancredo Neves e a base em que trabalha fica em Brotas, mas com frequência é direcionada para outros pontos conforme a demanda. O retorno para o lar só acontece quando o dia já está escuro.
“Quando estou vacinando as pessoas não percebo o cansaço. É muito emocionante ver as pessoas fazendo festa, aplaudindo, alguns chorando de emoção, então, é muito emocionante para a gente também. Além disso, tem a energia dos colegas de trabalho, estamos sempre interagindo, fazendo graça, rindo um pouco para lidar com tudo isso que estamos vivendo. A gente sente o cansaço extremo quando chega em casa”, contou.
Luciene mora sozinha, então, antes de dormir precisa lavar a farda e preparar o almoço do dia seguinte, um esforço que ela acredita valer a pena. São 31 anos de profissão e a trabalhadora já deu início ao processo de aposentadoria. “É muito gratificante e muito lindo saber que o meu trabalho está ajudando a salvar vidas. Isso vai encerrar minha careira com chave de ouro. Eu amo o que eu faço”, disse.
Em março, o bom humor levou Luciene e as colegas de trabalho a gravarem um vídeo em homenagem ao aniversário de Salvador, e até o chefe da equipe participou. Nas redes sociais, o secretário Léo Prates, comentou sobre o empenho dos profissionais de saúde. “A nossa equipe é fera, energia boa e animação para vacinar”, escreveu.
No domingo (11), o vídeo já tinha 30 mil visualizações e mais de 800 comentários. Um seguidor agradeceu aos agentes. “Parabéns a todos esses profissionais que estão dedicando amor ao próximo”. Outro afirmou que a alegria e a descontração é característica típica dos baianos.
A enfermeira Sara Simões, 60, falou em satisfação ao contar sobre o processo de imunização. Ela atua na área de Cajazeiras e recebeu a importante missão de transportar as doses da vacina até os postos de imunização de Águas Claras e Cajazeiras X.
“Somos seis equipes de vacinação. A demanda é grande, mas estamos conseguindo dar conta. No sábado, foram 500 doses, mas tem dias em que são mil em cada posto. Neste domingo, como a vacinação encerrou 12h, aplicamos 200 doses. O que a gente mais espera é que essa pandemia passe logo para que possamos ficar mais tranquilos”, afirmou.
Dedicação
Seja no sol, suando embaixo de toda a roupa de proteção, seja na chuva, abrigados por um toldo, os vacinadores vestiram a camisa de heróis para muita gente que vai se imunizar. Algumas vezes, o trabalho vai além de aplicar a vacina, anotar os dados e carregar caixas de isopor para cima e para baixo, é preciso ser um ouvinte. A idosa Ana Maria de Jesus, 65 anos, contou a experiência que viveu.
“Eu saí de casa com minha fila para me vacinar e estava bem, mas quando a gente entrou na fila eu fui ficando nervosa. Tenho pressão alta, então, fiquei com medo de passar mal, mas a moça que veio aplicar a vacina ficou conversando comigo, me deixou mais tranquila e eu voltei para casa protegida”, disse. ( Gil Santos, via CORREIO).
Foto: Paula Froes/Correio. Siga o insta @sitealoalobahia.