Último disco da Orkestra Rumpilezz com Letieres Leite será apresentado em doc e áudio

redacao@aloalobahia.com

O 3º disco da Orkestra Rumpilezz, "Moacir de Todos os Santos", chega às plataformas musicais à 0h desta quinta-feira (19). O lançamento é uma regravação de 7 faixas do álbum "Coisas", do pernambucano Moacir Santos, e é o primeiro trabalho apresentado pelo projeto após a morte de seu criador, o maestro Letieres Leite, em outubro de 2021.
 
Segundo Sylvio Fraga, que divide com Pepê Monnerat a produção do novo EP, Letieres era "apaixonado" pela obra de Moacir, lançada em 1965 com 10 faixas, todas chamadas de "Coisa", com apenas números para diferenciá-las, indo de Coisa Nº1 a Coisa Nº 10.
 
"Ele dizia que 'Coisas' era o 'Kind of Blue' [clássico de Miles Davis] do Brasil. Letieres conhecia o 'Coisas' tão bem, que escreveu os novos arranjos sem sequer precisar consultar os originais", disse Fraga em entrevista ao jornal Correio, lembrando que a gravação foi toda ao vivo em estúdio, com 22 músicos.
 
De acordo com ele, apenas as participações de Caetano Veloso, em "Nanã - Coisa nº 5", e de Raul de Souza, um dos maiores trombonistas do mundo, que faz um solo em "Coisa Nº 4", foram gravadas separadamente.
 
Além do disco, as gravações renderam um documentário, que será exibido nesta quarta-feira (18) no Canal Arte1. A direção é de João Atala, Michael Atallah e Sylvio Fraga.
 
"No documentário, ele fala muito sobre a missão que este álbum foi para ele. Era uma missão de vida, para colocar a música negra brasileira em seu devido lugar. Essa música que veio dos escravizados e que está no cerne da música brasileira", explica Sylvio.
 
O percussionista Tiago Nunes, que integra a Rumpilezz e a banda do cantor Bell Marques, se identifica como "músico de rua" em sua origem, tendo aprendido por intuição, mas reconhece a importância de Letieres em sua formação. "É o meu pai musical, me apresentou à música instrumental, que eu já tocava, mas me mostrou novas possibilidades como percussionista", disse ao repórter Roberto Midlej.
 
Para Luizinho do Jêje, também músico da Rumpilezz, outro legado do maestro foi ter dado "moral" aos percussionistas. "Tanto que a gente fica de terno e gravata na frente. Ele sempre começou a produção dos discos pela 'percussa', sempre levantou essa bandeira pela percussão", disse.
 
Foto: Divulgação. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.

NOTAS RECENTES

TRENDS

As mais lidas dos últimos 7 dias