'Tudo o que te disseram sobre ser uma atriz negra é mentira', diz Viola Davis

Matheus Simoni é jornalista, repórter e escreve para o Alô Alô Bahia | @teusimoni

Membro do seleto grupo artístico do EGOT, que reúne atores e atrizes que venceram Emmy, Grammy, Oscar e Tony Awards, Viola Davis comentou a dificuldade de ser uma artista negra em Hollywood. Presente no primeiro dia do Liberatum, realizado no Centro de Convenções de Salvador, nesta sexta-feira (3), ela falou sobre a importância de se narrar histórias reais e que se conectem com a população.

"Eu acho que você acaba percebendo que tudo o que te disseram sobre ser uma atriz negra é mentira. As limitações sobre as histórias, sobre o que as pessoas querem ver, eu chamo essas coisas de opressão internalizada. Quando o mundo diz para vocês que apenas uma certa parte da população, da história, é importante. Eu sempre acreditei que quando você faz algo como artista, que é honesto, as pessoas querem ver e isso me empoderou", disse a atriz. 

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Ela e o marido, o ator e produtor Julius Tennon, vão inaugurar a produtora “Axé” na capital baiana, com a intenção de conectar o Brasil a Hollywood. Viola também foi considerada pela revista Times uma das 100 pessoas mais influentes do mundo em 2012 e em 2017. 

Viola Davis falou sobre a necessidade de revisitar histórias e contá-las como elas devem ser. “Nossas histórias ainda não foram contadas. Mesmo quando aparecemos é sempre do ponto de vista do colonizador”, afirma a artista. 

Diálogos com ancestralidade

A mesa composta por Viola e Julius ainda contou com a atriz Taís Araújo, além da empreendedora cultural Melanie Clark. Tennon comparou a experiência de visitar Salvador à que teve em Cape Town, na África do Sul, durante as gravações do filme. "Estar naquele solo como uma pessoa mais velha pela primeira vez foi profundo, um sentimento igual ao de estar aqui com vocês. Eu posso dizer que foi algo avassalador e inesperado. Depois de uma semana lá, estava caminhando sozinho e subitamente os ancestrais me sequestraram e eu comecei a chorar, porque eu senti aquele pertencimento, eu estava abraçado. E agora eu até me emocionei pensando nisso, assim como eu estou emocionado em olhar para os rostos lindos de todos vocês", disse.

Já Taís Araújo falou sobre a importância do evento acontecer em Salvador: "Aqui é um pólo cultural e criativo gigantesco do país, então é muito importante que essa discussão comece em Salvador e que passe por todo o país e que ganhe o mundo, levando as ideias que vão ser colocadas aqui hoje", disse.

Nascido em 2001 para apresentar ao público programas artísticos notáveis, visionários culturais e agentes de mudança, o Liberatum já realizou eventos em Hong Kong, Estados Unidos, Papua-Nova Guiné, Reino Unido, Marrocos, Itália, Turquia, México, Espanha, Índia, França, entre outros países.

* Foto: Bruno Concha/Secom/PMS

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