Terreiros de candomblé permanecem fechados na capital baiana

Ainda que autorizados pela Prefeitura, muitos terreiros de candomblé da capital baiana optaram por permanecer fechados durante a pandemia, entre eles o Ilê Axé Opô Afonjá e o Ilê Axé Opô Aganju. De acordo com informações da Folha, entre as principais razões para a medida, estão a preservação da saúde das principais lideranças religiosas, que geralmente integram o grupo de risco devido a idade, direcionamentos dos próprios orixás e "falhas" no protocolo estabelecido pelos órgãos públicos, que não contemplam as especificidades das religiões de matriz africana.

"Nós fomos consultados pela secretaria municipal de Reparação para ajudar a elaborar esse documento, mas quando foi publicado, percebemos que o texto não contemplava as especificidades das religiões de matriz africana. O protocolo fala em separação das cadeiras, não compartilhamento de materiais e estabelece horários de funcionamento. Essas medidas podem funcionar para igrejas católicas e neopetencostais, mas é completamente da nossa forma de celebração", explica o presidente da Associação Brasileira de Preservação da Cultura Afro-Ameríndia, Leonel Monteiro.

Ele cita ritos característicos do candomblé como a realização de cultos após a meia-noite, compartilhamento de alimentos considerados sagrados e o fato dos devotos ficarem em pé durante a incorporação dos orixás como os principais pontos de desalinhamento.

 

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