Startup baiana que conecta pacientes a profissionais de saúde pretos, AfroSaúde mira no primeiro R$ 1 milhão

Idealizada em 2019 com o objetivo de conectar profissionais de saúde pretos e pardos a pacientes, a startup baiana AfroSaúde tem atualmente 1.500 profissionais cadastrados e 6 mil pacientes. Em 2022, o negócio concebido e administrado pelo cirurgião-dentista Arthur Lima e pelo jornalista Igor Leo Rocha faturou R$ 600 mil graças à oferta de consultas online e presenciais e programas de saúde mental em empresas como Google, Nubank e Reafro, parceira da Amil.

A meta para 2023 é conquistar o primeiro milhão de reais. “Pelo faturamento que tivemos até agora, já conseguimos ter uma boa perspectiva de que conseguiremos atingir ou ultrapassar essa meta. Para isso, estamos escalando o nosso modelo B2B (para empresas) e no B2C (para consumidor final), vamos lançar um produto específico, além dos atendimentos que já são feitos na plataforma”, revela Rocha, em entrevista ao Alô Alô Bahia.

Além dos resultados financeiros, o trabalho pioneiro dos empreendedores baianos os ajudaram a figurar, inclusive, na lista das 100 pessoas de descendência africana mais influentes do mundo, a Most Influential People of African Descent (MIPAD), chancelada pela ONU, que divulgou os nomes no início de maio. A empresa surgiu após uma paciente de uma amiga do casal criador da startup relatar um episódio de discriminação durante uma consulta médica com um profissional branco. Arthur e Igor refletiram sobre suas próprias experiências e perceberam a oportunidade de negócio.
HPAImNV.md.jpg
Para criar o cadastro de profissionais foram elaboradas algumas estratégias. “A primeira coisa que fizemos foi comunicar de forma assertiva sobre o propósito da plataforma, para que pudéssemos sensibilizar, tanto profissionais, quanto pacientes, sobre a importância de existir um espaço por onde as pessoas pudessem se sentir mais representadas na área da saúde, em relação à sua raça/etnia”, conta o empresário.

A partir disso, as estratégias são voltadas para a produção de conteúdo que é disponibilizado nas redes sociais da AfroSaúde, na imprensa, no blog da empresa e outros veículos de comunicação parceiros. “Outra estratégia que utilizamos é oferecer informações que complementem a atuação desses profissionais no mercado, principalmente porque, em sua maioria, são empreendedores, autônomos, e precisam de informações relacionadas a administração e negócios, por exemplo”, completa.

Um dos relatos mais comuns que a AfroSaúde recebe é de pacientes que conseguem encontrar profissionais que atendem à sua demanda e, ao mesmo tempo, por um preço justo e acessível. “Geralmente, são pacientes que já passaram por algumas situações desconfortáveis no ambiente de saúde”, explica Rocha.

De acordo com o empresário, a empresa ainda consegue gerar renda para além dos atendimentos na plataforma, por meio dos programas de saúde mental nas empresas que atendem, contratando-os diretamente para isso. O cadastro destes profissionais é feito pela própria plataforma, no endereço www.afrosaude.com.br. “Após a análise de toda a documentação e regularidade perante os conselhos profissionais, o cadastro é liberado e o profissional já poderá incluir sua agenda, precificação e outras informações”, diz.

Com foco no crescimento, a AfroSaúde passou a oferecer tanto um programa de saúde mental completo, com atuação individual e coletiva, quanto como benefício de saúde mental através da terapia individual. Essas soluções são ofertadas para o público interno (colaboradores e dependentes), quanto para o externo, em ações de ESG e responsabilidade social. “Oferecer este serviço é importante, porque atua diretamente com a área de Diversidade e Inclusão (D&I), e tem ajudado as empresas a diminuir a rotatividade de talentos, fortalecer as ações já existentes, reduzir os índices de transtornos relacionados à saúde mental”, relata. “Além disso, temos percebido um aumento de produtividade nessas empresas que já atuamos, por meio dos instrumentos de avaliação que utilizamos para mensurar o impacto das ações”, afirma.

Os empresários estudam a criação de um clube de benefícios em saúde, com acesso a consultas com profissionais e desconto em exames, além de acesso a uma rede de parceiros que oferecem serviços de saúde e bem-estar. “O ano de 2022 fechou com menos de um quarto da população brasileira coberta por plano de saúde e a outra parte não necessariamente acessa a rede pública. Isso impacta justamente na falta de acesso dessas pessoas aos serviços de saúde e essa é a importância de existir soluções como esta, para democratizar o acesso a esses serviços de forma qualificada”, finaliza Rocha.

Fotos: Divulgação.

Leia mais notícias na aba Notas. Acompanhe o Alô Alô Bahia no TikTok. Siga o Alô Alô Bahia no Google News e receba alertas de seus assuntos favoritos. Siga o Insta @sitealoalobahia e o Twitter @AloAlo_Bahia.

NOTAS RECENTES

TRENDS

As mais lidas dos últimos 7 dias