Sobrevivente de queda de avião na Bahia, Rui Rezende lança livro de fotos aéreas do estado

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Um material que conta com mais de 128 mil fotos aéreas dos quatro cantos da Bahia está prestes a passar por uma curadoria para se transformar num livro que condensa muitos anos de trabalho e dedicação do fotógrafo baiano Rui Rezende, sobrevivente da queda de um avião em 2014, para registrar os lugares mais belos dessa terra vistos lá do alto.

Nos últimos dez anos, ele passou aproximadamente 500 horas voando em todo tipo de aeronave, em busca dos melhores ângulos feitos de cima para baixo. A bordo de parapente, paramotor, paratracker, balão, flyboat, girocóptero, helicóptero e avião, o fotógrafo atravessou o céu da Bahia, com o objetivo de retratar as nossas belezas de um ângulo privilegiado. Rui sobrevoou desde a capital até as cidades mais remotas. Passou por lugares pouco frequentados, nunca fotografados antes.


Com mais de 23 anos de carreira, ele fez registros tanto da flora, quanto da fauna, além das manifestações culturais e religiosas, costumes e personagens da vida real. O desafio de Rui Rezende agora é selecionar 240 das mais de 128 mil fotos para o seu oitavo livro, intitulado ‘Bahia Aérea’, previsto para ser lançado no próximo mês de outubro.


A obra também vai trazer Parques Nacionais belíssimos, mas ainda pouco divulgados, como o do Alto do Cariri e do Grande Sertão Veredas. Além da agricultura, desde a familiar ao agronegócio. Bem como feiras livres, portos e aeroportos, estradas, pontes, indústrias e arquitetura típica de cada região. Tudo isso pelo olhar diferenciado do experiente fotógrafo, com o uso dos melhores equipamentos existentes no mundo. Cliques feitos de cima dos quatro cantos do estado. Detalhe: nenhum deles de drone.


Acidente, coma, recuperação
O lançamento do oitavo livro do fotógrafo acontece oito anos depois da queda do avião em que ele voava para fazer fotos para esse livro. Rui fotografava um desenho gigantesco feito numa lavoura de algodão, por ele mesmo e mais 7 pessoas, com a ajuda de duas máquinas e cordas. A aeronave caiu no dia 24 de julho de 2014, no município de Barreiras, no oeste do estado.

Rui ficou 42 dias internado, sendo dez deles em coma. Ele precisou passar por seis cirurgias. Ele buscava o melhor ângulo para uma foto quando a aeronave veio ao chão. Rui Rezende foi levado para o Hospital do Oeste. O amargosense sofreu trauma na coluna, pé, braço e chegou a perder uma parte do intestino. Saiu do hospital sem conseguir mexer as pernas. Foram necessários mais de seis meses de fisioterapia para conseguir voltar a andar sem muletas. Com 33 parafusos espalhados pelo corpo e 60 cm a menos de intestino, ele conta que não há nenhuma limitação nos movimentos e que se sente cada vez mais motivado a fotografar.


 
“Voar e fotografar são as melhores coisas que a gente pode fazer vestido. Se uma mariposa passar em minha frente e me disser que me aguenta, eu monto nas asas dela e saio voando”, brincou o fotógrafo, que já saltou algumas vezes de paraquedas. 

O livro ‘Bahia Aérea’ promete e muito e já é esperado por milhares dos seguidores de Rui que têm acompanhado as expedições aéreas do fotógrafo, pelo Instagram @ruirezendefotos.

O retratista também é autor dos livros “Amargosa Nossa Terra Nossa Gente”, “Vaqueiros do Raso da Catarina”, “Oeste da Bahia – o Novo Mundo”, “Chapada Diamantina um Paraíso Desconhecido”, “Encantos de Tinharé”, “Cairu – Cidade do Sol” e também da publicação “Unidades de Conservação do Estado da Bahia”. 

Fotos: Rui Rezende. Também estamos no Instagram (@sitealoalobahia), Twitter (@Aloalo_Bahia) e Google Notícias.

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